Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?

sábado, 5 de novembro de 2011

A «tocaia» contra Duarte Lima

É curiosa a Justiça brasileira.

A propósito do «caso Duarte Lima», já ouvi uma procuradora e um chefe de polícia, ambos da investigação criminal brasileira e envolvidos no processo em causa bem como, é claro, milhões de jornalistas e «comentaristas» portugueses.

Sem querer referir ninguém, não posso deixar de destacar o papel importante na divulgação desta trama da jornalista mais conhecida nos meios por «a rapargiga do capitão Roby» ... !

Pois bem.

Ainda não me indicaram qualquer prova material de que Duarte Lima possa ter praticado esse ou outro crime no Braasil.

Pelo contrário, parece que Duarte Lima terá estado no Brasil e em contacto com a senhora Rosalina mas os relatos indiciam apenas que o advogado terá sido chamado pela cliente exclusivamente para verificar a legalidade dos documentos (eventualmente minutas de contratos e certidões) que a senhora Rosalina levava para o seu encontro de negócios com a tal Gisela.

E advogado e cliente quiseram agir na maior discrição não fossem os outros concorrentes à herança de Tomé Feteira inviabilizar o negócio e, naturalmente, impedir a sua realização e a guarda em segurança do dinheiro por outros ambicionado.

É típico em casos desta natureza ... sobretudo quando a confiança entre cliente e advogado supera a mera e formal relação profissional.

O que não terá passado pela cabeça da senhora Rosalina nem de Duarte Lima é que estariam a ser vigiados de muito perto e que, quer o «negócio da cliente» quer a presença do seu advogado e amigo de toda a condiança ... que tudo não passava de uma armadilha montada com a maior perícia e minuciosamente executada por profissionais do crime!

Foi um «cambalacho» e uma «tocaia ... tudo primorosamente organizado ... e eles cairam que nem anjinhos!

Mas, independentemente dos factos, o que me impressiona é a facilidade com que a polícia brasileira e o ministério público falam às televisões sobre processos crime em curso.

E pior ainda: a naturalidade com que eles, meros agentes da «parte acusatória», «condenam» publicamente cidadãos, antes de qualquer sentença judicial, e apenas com fundamento em «motivação» do arguido, encenada com episódios circunstanciais de duvidosos alugueres de viaturas e multas de trânsito.

Aqueles agentes judiciários brasileiros, até parecem jornalistas generalistas portugueses!

Pobres cidadãos brasileiros que estão completamente indefesos perante a leviandade de tal sistema de investigação criminal e acusação pública!

Certamente as cadeias estarão cheias de inocentes, caidos em «bem montadas armadilhas», só porque seriam «um entre os milhões» que se presumiam com «motivações» para cometer um crime e ... com fama de sucesso na vida profissional e pessoal.

Até eu, que confio plenamente na integralidade pessoal de Duarte Lima, teria «motivações» bastantes para ser acusado e condenado ... se algum dos seus muitos «acusadores» e «condenadores», aparecesse numa qualquer valeta erma, morto ao estalo e à paulada!

Mas eu estou sujeito aos valores, princípios e rigor do ordenamento jurídico penal português em que as «motivações», desacompanhadas de provas materiais, são meros «estados de espírito hipotéticos» ... por isso, durmo tranquilamente!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Sic está condenada

José Gomes Ferreira, da Sic Notícias, entrevistou ontem João Salgueiro e Luis Campos e Cunha.
Alguma coisa se passa com a Sic.

Pinto Balsemão não quer mais um canal privado de TV e não larga o governo pressionando por tudo quanto é canto e com tudo quanto tem.

Ele «avisa» que o Estado Democrático vai colapsar com a privatização de um canal da RTP quando o que lhe vai na alma é que quem colapsará será a sua Sic.

Lá por dentro da Sic, parece generalizado o pânico e faz pena ver as tristes figuras que os jornalistas e apresentadores vão fazendo, claramente para intimidar o governo.

Das duas quatro: ou não ouvem o que os ministros dizem e trocam tudo ou não percebem o que se fala e dizem-nos tudo ao contrário ou interrompem os convidados quando a conversa não lhes convém ou rematam em jeito rodapé com conclusões contrárias ao que nós acabámos de ouvir.

Manipulam tudo e só por «distracção» é que sai uma notícia «limpa».

Até parece que querem é baralhar as cabeças das pessoas e gerar a maior confusão nos espíritos.
Ontem foi mais um exemplo.

José Gomes Ferreira entrevistou João Salgueiro e Luis Campos e Cunha.

Foi atroz o espectáculo.

O rapaz estava tão «pulga eléctrica», tão empenhado nos clássicos «lugares comuns», tão cheio das banalidades que fazem as manchetes dos jornais que fez dos convidados meros assistentes da sua verborreia irrelevante, inconsistente e ignorante ou maldosa.

Ele não se calava e conseguiu o impossível: não deixou que João Salgueiro e Luis Campos e Cunha acabassem de exprimir uma única ideia, que nos explicassem com um mínimo de precisão o que se passa em Portugal, na Europa e no resto do Mundo.

É obra.

Mas foi pena, porque João Salgueiro e Luis Campos e Cunha já nos demonstraram noutras ocasiões e noutros palcos as suas superiores qualidades de teóricos e práticos de Economia e Finanças, da vida de todos os dias, ao fim e ao cabo!

Até é costume ver «coisas novas» e aprender «coisas novas» com eles!

Assim a SIC não chega a lado nenhum.

Com mais um canal a concorrer ... prevejo-lhe um futuro muito negro ... a ensombrar um presente que já lhe é muito nebuloso!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Cavaco quer ficar na História

Cavaco Silva anda a atravessar novamente uma fase de angústia.

Portugal está num momento de grandes mudanças e a História há-de registar a coragem, lucidez e capacidade de decisão dos governantes e do povo.

Encerra-se um ciclo de trambiqueirice indigente e constroi-se um futuro de decência.

Cavaco Silva quer fazer parte da História que agora começa.

É por isso que não se cala!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A guerra em Angola

Não, não sou um «português do Portugal Ultramarino» como o socialista Medeiros Ferreira gosta de classificar alguns para os desprezar.

Mas, sendo do continente, sempre me interessei pela história da «guerra de África».

Tenho reparado que Mário Crespo da SIC é também um curioso desses tempos e é a segunda vez que abre o «noticiário» com conversas.

Já convidou dois coroneis reformados, cada um deles com invejável curriculum na tentativa de impôr em Portugal um regime comunista.

É claro que, com esta gente, a história é um somatório de «incidentes», historietas de caserna, fábulas engraçadas, invenção de convenientes heróis, omissões dos factos relevantes.

O tema tem sido o 4 de Fevereiro como o desencadear da guerra em Angola.

Eles lá sabem o que lhes convém.

Mas parece-me que a SIC Notícias deveria procurar um pouco mais de credibilidade.

E seria justo que as gerações mais novas fossem informadas dos verdadeiros factos que marcaram o início da guerra em Angola e pudessem, talvez, ouvir falar de Holden Roberto, da UPA, dos bárbaros massacres das populações brancas e nativas em Março de1961, no Quitexe, Toto, Negage, Camabatela e Nova Camabatela.

«... Apenas pomos pé em terra, o espectáculo modifica-se e a metamorfose repelente da vida é formal, súbita, dolorosa.
Quitexe, quatro horas da tarde, uma rua e as matas sufocantes a abafá-la. O cheiro dos mortos, a presença dos mortos a apodrecer, a náusea dos vivos. Imagem do crime. Pulsação apenas. Sangue, sangue, sangue.
A terrifica face das casas esventradas, os cadáveres das crianças e das mulheres.
Ponho as mãos na cabeça, fecho os olhos. Não quero ver. Mas conservo a primeira imagem na mente. E sombras e fantasmas. E o ódio. O ódio que sente quem faz a guerra e reconhece que o inimigo não é humano. “ Isto não é uma guerra” – penso. “Desumano demais para ser uma guerra” (...)»

Esta é apenas uma breve passagem da descrição feita por quem viu, viveu, filmou e fotografou a chacina dos portugueses e trabalhadores angolanos em 1961, Horácio Caio.

Mas há mais no testemunho de Horácio Caio:

« ... Orlando Traila. Chega do Zalala. Traz os olhos de espanto. Olhos terríveis. Vermelhos também.
“Todos mortos no Zalala. Trago aqui alguns” – abateu sobre nós.
Zalala é a fazenda do Ricardo Gaspar. Era a melhor de todo o Congo. Agora não é senão um campo de mortos e depredações. Tudo destruído. Nem um ultimo sopro de vida. A ferocidade dos facínoras chegou ao ponto de degolar as crianças. E as mulheres, despidas, tinham um pau aguçado espetado no sexo (...)»

Há muitas imagens que documentam estas carnificinas.

O princípio da guerra em Angola, está no princípio – não nas fantasias de Mário Crespo da SIC Notícias ... nem nas «aventuras» dos seus amigos.