Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O que é que está a acontecer no Reino da Humildade?

E pronto. Este já foi!
Sócrates, a nova versão Sócrates criada há quase um mês, jura que o ex-ministro da saúde é que pediu para se ir embora.
Mas porque carga de água é que, antes de ser despedido, o mesmo ex-ministro andou uma semana inteirinha, sem falhar um singelo dia, a correr para as televisões e a jurar que só estava a fazer a política do governo e que o seu compromisso era com o povo português e que era para ir até ao fim?
Sócrates diz que Correia de Campos se queria ir embora já no dia 2 de Janeiro.
Ora, ora … está bem, a gente finge que acredita, pronto.
De qualquer modo,
Tanto tempo para fazer as malas!?
… Ou Sócrates não resiste ao impulso para a … (?) ... confusão (???) das coisas?
… Ou pensa que somos todos parvos?
E já agora, por falar em verdades,
O ex-ministro sempre foi igual ao seu chefe e aos seus camaradas: arrogante, ignorante e prepotente.
É evidente que foi uma bênção o seu despedimento.
O problema é apenas um: porquê ele e só ele - mais aquela senhora de que nos tínhamos esquecido?
E porque é que Correia de Campos nunca ouviu tantos encómios como agora, vindos das facções (ou fracções) do PS, daquele PS amargurado, mais amargurado do que a oposição?
Dá a ideia de que estes amargurados começaram a levantar o vozeirão, e já demasiado perigosamente, para achar que, quem estava (ou está) mal na cadeira em que se senta, é o próprio Sócrates!
Ainda há poucos dias, com a eloquência, fina sensibilidade política e profundidade doutrinária habituais, vimos Sócrates a jurar que o seu governo era tanto, tanto à esquerda que até fazia impressão.
Pelos vistos, a reacção dos camaradas socialistas (os muitos e muito puros) terá sido qualquer coisa como «… hhummm, olha, olha, haverá sinceridade nisso»?
Será que a demissão do ex-ministro visa apenas adiar algum movimento socialista que se preparava para empurrar Sócrates para o «cantinho da saudade» dos líderes e primeiros ministros que já foram e, involuntariamente, deixaram de o ser?
É certo que as sondagens ajudaram as tertúlias das amarguras socialistas …
Mas, seja como for, essa rábula de que Correia de Campos caiu apenas por pressão da rua … não se enquadra lá muito bem, não está nada bem contada.
É que, por muito humilde que seja essa nova criatura do Sócrates,
… há coisas que não mudam, assim de repente, nos interiores da alma.
Se calhar, o homem está mas é «à rasca», lá dentro, junto dos seus, os tais camaradas que, afinal, talvez não sejam tão seus nem tão dóceis quanto ele pensava que eram!
Pois … se até o próprio Mário Soares chegou um dia a ser despachado do largo do Rato para Nafarros … !?
Tudo pode acontecer, com a maior discrição e tolerância intransigente, naquela casa fraterna, das mais diversas e cegas fidelidades e obediências, onde todos são solidários, como irmãos que tanto apertam as mãos como o pescoço uns aos outros …

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Eles Derremtem-me o Coração!

Estou cada vez mais impressionado.
Como Sócrates é tão compreensivo e afável para com os manifestantes que o insultam!
Já nem liga nada às polícias e tribunais!
Como ele é humilde, falador pelos cotovelos, bonacheirão de fino humor e simpático, todo ele um sorriso aberto, para com os jornalistas que o abordam!
Das duas, uma:
… Ou é do aquecimento global ou mudou de treinador … de marketing.
E a Fátima Campos Ferreira da Televisão do Estado?
Afinal, a senhora é uma ternurenta «apresentadora», isenta como ninguém e tão humilde e condescendente para com os convidados e, até, para com o próprio público!
… Será mudança de idade ou é caso de obediência à disciplina da moda?
A vida, assim, está a perder a graça.
Se não fossem rábulas como aquela de ontem, em que os socialistas dividem entre si o porto de Lisboa, morríamos todos de tédio!
Então não foi bonito ver os socialistas, uns do governo e outros da câmara de Lisboa, o Sócrates, o Lino e o Costa, todos fraternos num circo de luz e cor, sem aquelas maçadas burocráticas das leis, decretos ou portarias, a partilhar a área portuária, do género tu ficas com isto, tu toma lá aquilo e aquela coisa que sobra é para nós?
Não sei porquê, lembrei-me de Marcelo Rebelo de Sousa.
A quem é que terá de pedir licença para mergulhar no Tejo quando decidir voltar a mudar de vida?

domingo, 27 de janeiro de 2008

O Correia de Campos, o Nunes e o Macário

O ministro da saúde está definitivamente instalado na Televisão.
Não há dia em que não apareça nos écrans, sorriso aberto, sempre a dizer o mesmo, a explicar o inexplicável, com o fair play e um brilho de excelência (como diria o Crespo da SIC) de autêntico profissional.
E como ele é simpático!
Ainda agora jurou que nem pensar castigar os bombeiros por causa da total ausência de coordenação do seu sistema nacional de emergência médica.
O tal sistema que substitui a assistência médica que havia nos hospitais e SAP que ele encerrou …
Vimos todos que os bombeiros de Alijó e de Favaios nunca foram tidos nem achados pelo INEM ou pelo ministério para os novos esquemas de socorro.
É óbvio que deviam ir à bruxa, ver televisão ou ler os jornais para conhecer o seu papel em todo o novo esquema de que o único responsável é exactamente Correia de Campos.
Ser contactados pelo INEM ou pelo ministério, informação directa, protocolos?
Não queriam mais nada, pois não?!
A sorte deles é termos um ministro da saúde compreensivo, simpático, humilde!
Por falar em saúde,
O Inspector-Geral, o chefe máximo da ASAE, é, certamente, um grande polícia, um caçador implacável de ratos, baratas e fumadores.
Mas é mais.
Ele declarou guerra à língua portuguesa … e não vai ceder!
Ainda há dias extinguiu a palavra «INTERVEIO» substituindo-a energicamente por «INTERVIU».
Agora deu um tiro de mestre no verbo VER.
E foi mesmo perante os nossos deputados e na presença das câmaras de TV que o sr Nunes da ASAE afirmou a dado passo «VIMOSO», desinfestando de vez das gramáticas a expressão verbal «VIMO-LO».
E, eu, que gosto de imaginar coisas, apetece-me pensar como será supremo prazer intelectual ter o privilégio de ler, num relatório circunstanciado, qualquer coisa como «A GENTE VIMOSO A MEXER A SOPA COM UMA COLHER DE PAU E A ASAE INTERVIU IMEDIATAMENTE, SEM APELO NEM AGRAVO».
Ah! Ah! Ah! Ih! Ih! Ih!
Já agora que estou a rir.
E esta surpreendente novidade do Macário Correia, a alma mais pura que se viu em Portugal, o tal que acha que a boca de uma fumadora é a mesma coisa que um cinzeiro cheio de beatas, ser arguido porque uma mulher o denunciou pela prática de «ASSÉDIO SEXUAL» ou «ABUSO SEXUAL» (não percebi bem …) ????
… Onde é que o aquecimento global ainda nos vai levar?

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Ministro da Saúde Está a Destruir o País

O ministro da saúde ultrapassou todos os limites do tolerável.
Toda a gente diz que é um técnico de administração da saúde de elevada reputação.
E ele tem sabido, com a mestria seráfica dos demagogos, espalhar aos ventos os méritos do que designa por as suas «reformas».
Não fora a exiguidade do território nacional, a velocidade de circulação da informação e a hipersensibilidade das populações para as questões sociais e Correia de Campos seria o ministro de maior sucesso.
O problema, porém, é que ele vive neste País.
O seu problema não é uma questão de informação, de que ele usa e abusa, nem de défice de explicação.
O problema é a própria essência das suas «reformas», são os resultados das suas próprias «reformas».
Não há plano, não há projecto, não há acção implantada que não tenha como consequência a quebra da confiança das gentes, a instabilidade generalizada e os mais catastróficos efeitos.
E, hoje, ninguém de juízo perfeito duvidará que ele é o político português mais irresponsável e perigoso.
Ele devia zelar pelo bem-estar social, a saúde e pela vida das pessoas.
Todavia, desconhece o País, a sua geografia física e cultural e as suas populações, ignora os profissionais de saúde, não sabe como funcionam as instituições de saúde, despreza as expectativas populares.
Mudar por mudar não é um objectivo racional.
Pode ser necessário e até útil, mas, para mudar, é preciso preservar a estabilidade social e, previamente, saber o que se muda, para quê se muda, com quem e para quem se muda, com que meios se muda, quais as consequências da mudança.
Não basta, muito pelo contrário, mudar por motivações de imagem, para pôr os amigos a propalar encómios pela «coragem de mudar» ou para «organizar espectáculos de luz e cor».
Importa, isso sim, ouvir a simplicidade de quem usa e esperar pelo juízo prudente de que «as coisas estão a correr bem».
E, para isso, não é necessário destruir nada bastando, a maior parte das vezes, simplesmente «melhorar» o que existe: um profissional mais, instruções claras, uma ligeira acção de formação, um novo equipamento, um horário mais adequado, mais expedita circulação da informação interna, harmonização das relações entre todos os agentes internos e externos, a integração na comunidade envolvente.
Correia de Campos, como Sócrates e outros, apostam, claramente, na pura e simples e egocêntrica «coragem de mudar e depois logo se vê».
O que lhe interessa é «desenhar» a mudança, impor a mudança apenas porque é mudança, sem curar de saber dos méritos do que é mudado e sem apurar da exequibilidade do que é novidade.
Já muito se falou das urgências e dos SAP’s.
O último escândalo envolve o INEM e os Bombeiros Voluntários e o sistema de emergência congeminado nos gabinetes do ministro.
Afinal, com a leviandade já habitual, o ministro não avaliou os meios e a capacidade de resposta do INEM e decidiu envolver os bombeiros, sem ter a mais pequena noção de quem são, como se organizam e funcionam, de quais os recursos humanos, operacionais e financeiros de que dispõem.
O problema não está, como é óbvio, nos bombeiros voluntários que cumprem exemplarmente as suas missões e a quem todo o país muito deve.
O problema está na ignorância e displicência dos decisores de Lisboa.
O País real, as suas instituições e o povo não têm sido encarados senão como cobaias de experiências perigosas promovidas por políticos irresponsáveis.
Governa-se para os amigos, os lobbies e para a Televisão.
É por isso que o ministro da saúde, presumindo-se um vanguardista, se converteu num marginal perigoso que o País Real quer ver desligado de qualquer função de responsabilidade nacional.
E com a maior urgência, porque já chega de destruição!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A Humildade no Período Eleitoral

O governo mudou radicalmente
a sua política de marketing e propaganda.
O País entrou na era da humildade institucional
como preliminar de um longo período eleitoral.


Os homens «determinados» já não se «zangam» com ninguém e deixaram cair a imagem sisuda e de certezas absolutas.
Hoje, o primeiro ministro, os ministros que mais se destacaram na obstinação, teimosia e arrogância, bem como os principais agentes da propaganda governamental aparecem de sorriso aberto, pacientes e compreensivos, dialogantes e simpáticos.
O PS mostrou-se (afinal ainda existe) e o povo ficou a saber que tem um secretário-geral (por acaso também ministro) e é democraticamente ouvido pelo governo que, humildemente, acolhe os seus conselhos;
Sócrates, agora todo ele sorridente e afável, humildemente já pára para falar aos jornalistas e até deixa fazer perguntas sem se irritar;
O ministro das finanças é a tranquilidade geral, a nossa esperança e a segurança colectiva e como que jurando, diz humildemente ao povo que não consentirá que a crise económica e financeira global arrombe as portas do nosso País;
O ministro do trabalho (solidariedade) deixa cair no ridículo o seu jovem secretário de estado para vir humildemente em defesa dos humildes reformados, com a maior amizade e compreensão pelos seus problemas;
O famigerado Mário Lino é a humildade e compreensão personificadas e desdobra-se em diálogos com as autarquias e em promessas de investimentos em todas as áreas (mesmo naquelas em que não manda) que fazem corar de vergonha os que defenderam o aeroporto na Ota;
Correia de Campos, à parte algumas arestas que não conseguiu ainda limar como a tendência para a ameaça e o comentário ofensivo e de baixo nível intelectual das acções dos partidos da oposição, aparece agora humildemente na TV como o pai caridoso dos doentes pobres, o avozinho paciente que explica as «coisas» aos camaradas da oposição interna e a todo o povo e que, imagine-se lá, até dá o feito por não feito para agradar a um presidente de Câmara do PSD;
Fátima Campos Ferreira, a imagem pública da «determinação agressiva e toda poderosa» do socialismo socratiano, era «a dona» do estabelecimento e transformou-se em humilde «moderadora», passou a falar menos e a deixar falar os convidados do programa «Prós e Contra», já não ameaça ninguém de expulsão da sala e já não se incomoda com os aplausos ou vaias da plateia;
Jorge Coelho, então esse está de tal modo desfigurado que até parece um pensador de cabeça própria e um analista independente: já não espalha por tudo e por nada os mais rasgados e vigorosos elogios à personalidade de Sócrates e, humildemente, chega a baixar à crítica (de pequenos aspectos, é certo, mas crítica em todo o caso) dessa «coisa desagradável» a merecer estudo mais profundo que é a questão das urgências hospitalares.
Em suma: parece óbvio que há instruções à «família» socialista para se mostrar humilde e mudar de cosméticos, penteado, de gravata e corte do casaco.
E eles, justiça lhes seja feita, aparentemente estão a executar tal e qual como mandaram os especialistas de imagem e propaganda.
Faltará, porventura, abrir um pouco as janelas para deixar sair os restos do cheiro a mofo e a falso.
É que ainda se notam, nas expressões e nos gestos, sinais que nos lembram do velho princípio da sabedoria popular: a alma e o carácter das pessoas não mudam do dia para a noite.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Os Fumadores, os Bêbedos e as Prostitutas

Nos tempos actuais, já não contam para a segurança das sociedades e para a saúde pública as misérias humanas emergentes dos crimes violentos contra as pessoas praticados sob a influênca do abuso do álcool nem a completa degradação humana resultante do exercício da prostituição, essa clássica e eterna «chaga social». Hoje, crime é fumar e o anti-social é o fumador. Como é triste ver uma sociedade a escorregar alegremente para o poço da desagregação … e só pela influência de meia dúzia de novos ricos, uns já velhos os outros envelhecidos precocemente, que se julgam no seu momento da Glória e da Fama.
Não é com personagens deste tipo que se garante a estabilidade social.
E muito menos com diarreias legislativas que, pretendendo fixar vinculação geral a meras modas, desarticulam a harmonia de relações sociais consolidadas e aceites porque estabelecidas por regimes legais racionais e equilibrados.
Mudar a lei velha por lei nova é muito mais do que simples acto de autoridade ou mero capricho.
É colher o sentimento comum, tornar regra os factores de agregação, é fixar a unidade na comunidade, eliminar obstáculos ao desenvolvimento, reestabelecer as condições de acção adequadas aos agentes económicos, harmonizar relações entre quem faz e quem usa, entre os que oferecem e os que procuram, é garantir a liberdade.
A nova lei anti fumadores é precisamente o contrário.
É um atentado inqualificável à liberdade individual, uma ofensa geral à dignidade e autonomia de todas as pessoas e da própria comunidade, é desagregadora e um sério obstáculo ao desenvolvimento económico com efeitos imprevisíveis na indústria, em particular do turismo.
Não basta fingir que o problema está na sua aplicação nem na formação ou no carácter das pessoas responsáveis.
O problema está na própria lei, que, porque geradora de fortes tensões sociais, de práticas tirânicas e consequente reacção violenta e da divisão da comunidade, tem de ser revogada ou derrogada urgentemente, sob pena de ser a autoridade do Estado e das suas instituições administrativas e judiciais a definhar-se na defesa impossível de um regime legal anti social e anti comunitário que ninguém respeitará.
O DOMÍNIO DA IGNORÂNCIA E DO PRECONCEITO
NO ESTADO MORAL DA HIPOCRISIA

Vale a pena, às vezes, ouvir pessoas, em particular gente com especiais responsabilidades.
O George da DGS, o director da Escola de Saúde Pública e dois ou três médicos presentes há dias na TV, afinal, pretendem impôr a proibição total de fumar.
E chegam ao ponto de afirmar que o Estado nada perdia pois as receitas tributárias derivadas da venda de tabaco correspondem às despesas com tratamentos de doenças resultantes do hábito de fumar.
Não esclareceram, como é agora habitual, a natureza das doenças que consideram nesta categoria.
Por exemplo, seria interessante saber como classificam um doente asmático. Será problema respiratório resultante da inalação activa ou passiva de fumo de tabaco ou manifestação de alergias de causas múltiplas, como a exposição ao pólen de certas árvores?
E decide-se o quê para reduzir os custos da saúde? Cortam-se todas as árvores? Proibe-se a plantação de árvores?
Impressiona a leviandade com que se avançou com a aplicação de uma lei da Assembleia da República deixando a sua legal regulamentação ao livre arbítrio de um simples director-geral, incompetente, prepotente fanático e manifestamente pessoa preconceituosa e frustrada.
Mas mais preocupante é a aculturação, a desinserção social e a ignorância revelada por aquele pequeno grupo de amigos do George da DGS.
Por exemplo, o George não conhece o conteúdo e alcance da expressão jurídica «promoção de … »; e o director da escola de saúde pública ignora por completo o sentido de conceitos como «espaço público».
Para este senhor, que confunde Estado social com Estado moral, o que está em causa é a protecção de espaços públicos e espaço público será tudo o que é acessível a toda a gente. E é por isso que acha que tem de ser proibido fumar em restaurantes, centros comerciais, bares e discotecas. Mas, curiosamente, esquece-se dos reais espaços públicos e não estende esta proibição a jardins públicos, ruas e passeios.
Porque é que o senhor director da escola de saúde pública e os seus amigos não descem do seu altar de arrogância fanática para, com a humildade (?) da nova escola «socratiana», pedir ajuda a quem estudou estas «coisas»?
É que não precisam de fazer a «triste figura» do clássico «cavaleiro» que, tendo a presunção de defender o bem público, atropela todos e ignora conceitos básicos como «domínio público» e «propriedade privada», «uso colectivo» e «uso público», «espaço público e uso privado», «espaço privado e uso público», «rede de espaços públicos urbanos», «uso colectivo em espaços privados», «direitos de ocupação, uso e de transformação», «fim público» e «fim privado», «satisfação de necessidades colectivas em nome e no interesse da colectividade», «expropriação e nacionalização», etc., etc..
Estes novos moralistas, que se arrogam o direito de criar e impôr o «homem perfeito» ou organizar a «sociedade sem catarro», exibem os estudos convenientes e não escondem que consideram o tabaco o «Mal» social actual.
E querem impôr a sua total proibição.
Mas, estará resolvido o caso do álcool?
É que, se não está, talvez fosse socialmente útil que se ocupassem dele; se está resolvido, parece que as «coisas» funcionam sem proibições …
E os outros males?
Por exemplo a eterna «chaga social da prostituição»?
Já repararam que até o exercício da prostituição não é crime, isto é, não é proibido?
Será que nós, os fumadores, somos socialmente mais perigosos que os «bêbedos» e os/as «prostitutas»?
Ou vamos proibir «uma valente bebedeira» e «uma noite com uma prostituta»?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A Lei no Reino das Conveniências

Em qualquer parte do mundo, a estupidez e o oportunismo abafam a racionalidade.
Portugal não é excepção.
Mas no nosso canto, talvez por não passarmos de um simples e pobre canteiro, a estupidez e o oportunismo rapidamente se convertem em despotismo criando em cada criatura um tirano.
É assim com os ministros e os polícias, com os chefes, com cada cidadão protegido na sua fortaleza, seja ela o automóvel, um grupo de amigos ou o seu estabelecimento.
Fazem-se leis por medida, à pressa e segundo as regras impostas pelas modas.
Os valores, a cultura, os costumes e as consequências da sua aplicação não interessam.
O que importa é ser «inovador» e «criativo» e impôr regras … destinadas aos outros, para a nossa satisfação pessoal.
E depois, todos prezam a lei mas enquanto a puderem violar impunemente.
A questão da lei celerada anti-fumadores é bem típica.
E o comportamento do director-geral da saúde e do inspector chefe da ASAE ficará, certamente, nos anuais da conjunção do autoritarismo, abuso de poder, ignorância e facilidade com que se conjecturam as manobras mais extravagantes para tornear a aplicação das leis.
Primeiro, começaram por inventar um regime conveniente mas ilegal para os casinos; agora veio o director-geral da saúde lançar-se ao trapézio e ensaiar manobra mais extravagante: cria uma nova classificação das actividades económicas, altera o objecto social das discotecas e adapta a lei anti-fumadores à sua imaginação.
E, num ápice, as discotecas deixaram de ser estabelecimentos de restauração ou de bebidas, não porque mudaram de negócios mas apenas porque o director-geral tinha de encontrar uma saída airosa para a sua impotência.
Agora, as discotecas são espaços de diversão onde se organizam espectáculos de natureza não artística, segundo o George da DGS.
Não seria mais natural acabar com a perseguição inquisitória aos fumadores, eliminar as ofensas à LIBERDADE individual e pedir ao governo, agora tão HUMILDE, que propusesse ao parlamento as adequadas alterações à lei celerada, repondo o princípio da responsabilidade individual e a normalidade social?

Afinal, não valerão nada, para o senhor George, a lei nem as práticas habituais generalizadas?

É que, nos termos da lei,
«são estabelecimentos de restauração, qualquer que seja a sua denominação, os estabelecimentos destinados a prestar, mediante remuneração, serviços de alimentação e de bebidas no próprio estabelecimento ou fora dele».
E são «estabelecimentos de bebidas, qualquer que seja a sua denominação, os estabelecimentos destinados a prestar, mediante remuneração, serviços de bebidas e cafetaria no próprio estabelecimento ou fora dele».
Por outro lado, diz a mesma lei, os estabelecimentos de restauração e de bebidas «podem dispor de salas ou espaços destinados a dança».
Será que as discotecas não se enquadram aqui?
Quanto às práticas habituais,
A Associação Nacional de Restauração disse que «os únicos estabelecimentos de restauração que estão tipificados em diploma legal são os das discotecas».
O Ministério da Administração Interna, em documento oficial, a propósito de orientações de segurança, traça como objectivo a «fiscalização, em articulação com as diferentes forças e serviços de segurança, da actividade de bares e discotecas e estabelecimentos similares (…)».
É a ARESP – Associação da Restauração e Similares de Portugal – que representa as discotecas nas negociações das questões relacionadas com o pagamento de direitos de autor e direitos conexos.
Foi a Associação de Bares da Zona Histórica do Porto que reivindicou a combinação da «lei do do tabaco com a lei do consumo do álcool , do acesso aos estabelecimentos de animação nocturna, nem que para isso se crie uma lei específica para bares e discotecas».
Foi a Associação dos Bares do Porto que negociou com as autoridades de turismo da Galiza uma proposta de dinamização do comércio da baixa onde se previa um roteiro de bares e Discotecas a oferecer aos turistas espanhóis pelos comerciantes.
E foi a Associação Nacional de Discotecas que discutiu com o governo a questão da tipificação dos estabelecimentos incluindo as discotecas no sector da restauração dizendo a propósito: «as discotecas são o bode expiatório público da desregulamentação que reina no sector da restauração em geral».

Então, tudo isto vale nada, na óptica do omnipotente George da DGS (a existente, não a de outros tempos, apesar das actuais tentações ...)?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A Lei No Reino dos Poderosos

(Nota prévia: sou fumador, considero a lei anti-tabaco o maior atentado à liberdade individual e jamais entrarei em local reservado a «não fumadores». Todos devemos lutar sistematicamente pela revogação desta lei celerada. Mas também não podemos deixar de lutar, com a maior energia e até à sua total neutralização, contra os hipócritas, a bufaria despótica de capoeira e os «corajosos» algozes dos fracos e desprotegidos mas servis lambe-botas dos poderosos)


Francisco George, o famigerado director-geral da Saúde vitalício, não aguenta as consquências da chamada Lei Anti-Tabaco.
E veio agora com uma «novidade» para aliviar as tensões provocadas pelas Discotecas.
Afinal, disse à Associação Nacional das Discotecas este ilustre «jurista» licenciado em Medicina, as discotecas não têm nada a ver com a indústria da restauração e similares nem com a indústria de bebidas e similares.
As discotecas são recintos de diversão destinados a espectáculos de natureza não artística.
Quer isto dizer que, nas discotecas, já não se aplica aquela ruinosa limitação que impõe que as áreas para fumadores não podem exceder 30 por cento do espaço total do estabelecimento.
Nem os proprietários das discotecas queriam acreditar em tamanho «cabaz de Natal».
Pensavam eles que estavam inseridos no sector dos «estabelecimentos de bebidas com espectáculo» ou dos «estabelecimentos de bebidas sem espectáculo» ou, mais genericamente, no sector da restauração e bebidas.
E pensava toda a gente que, quando ia à discoteca, queria era «beber uns copos» e «dançar» ou, melhor, «abanar o capacete» até de manhã.
Nada disso: a rapaziada vai à discoteca para apreciar bons espectáculos de natureza não artística!
E pronto, o George assim o disse, assim a ASAE fará.
Primeiro foi com os casinos, agora com as discotecas, quem é que se seguirá na fila de candidatos às «prendas» do George?

Mas, no essencial, o que é para que serve uma discoteca?

Toda a gente sabe que as discotecas estão instaladas em recintos fechados e se destinam a utilização colectiva.
Constituem locais de trabalho onde o trabalhador se encontra em permanência, sujeito directa ou indirectamente ao controlo do empregador.
São estabelecimentos de bebidas e, na sua maioria também de restauração, e possuem salas ou espaços destinados a dança.

Vejamos agora o que é que consagra a Lei da Assembleia da República, que o George vai paulatinamente derrogando em relação aos poderosos?

A celerada lei designada lei anti-tabaco estabelece a regra geral da proibição de fumar em recintos fechados destinados a utilização colectiva.
Esta proibição de fumar é especificadamente aplicável:
1 – Aos locais de trabalho;
2 – Nos recintos de diversão destinados a espectáculos de natureza não artística;
3 – Nos estabelecimentos de bebidas e de restauração;
4 – Nos estabelecimentos anteriores que possuem salas e espaços destinados a
dança.
A Lei admite, no entanto alguma excepções que, no caso em apreço, são as seguintes:
a – Nas áreas ao ar livre é admitido fumar;
b – Nos locais de trabalho e recintos de diversão destinados a espectáculos de natureza não artística pode ser permitido fumar em áreas expressamente previstas para o efeito desde que sejam separadas fisicamente das restantes instalações, ou disponham de dispositivo de ventilação, ou qualquer outro, desde que autónomo;
c – Quanto aos estabelecimentos de restauração ou de bebidas, incluindo os que possuam salas ou espaços destinados a dança, com áreas inferiores a 100 metros quadrados, a opção é do proprietário;
d – Quanto aos estabelecimentos de restauração ou de bebidas, incluindo os que possuam salas ou espaços destinados a dança, com área destinada ao público igual ou superior a 100 metros quadrados, podem ser criadas áreas para fumadores, até um máximo de 30 por cento do total respectivo, ou espaço fisicamente separado não superior a 40 por cento do total respectivo, e não abranjam as áreas destinadas exclusivamente ao pessoal nem as áreas onde os trabalhadores tenham de trabalhar em permanência.

E já agora, vejamos o que é que o Ministério da Saúde andou por aí a escrever em documento oficial sobre o que pensa, ou pensava, destas coisas da fumaça.

“Os trabalhadores em locais fechados são os principais expostos, em particular os trabalhadores em discotecas, bares e restaurantes, que podem ter níveis de exposição muito superiores aos da população em geral e bastante superiores aos verificados em outros locais de trabalho (valores confirmados por parâmetros biológicos).
“Num período transitório - enquanto medidas de restrição total não forem instituídas -, a criação de espaços para fumadores deve respeitar algumas condições.
“Estes espaços devem ser totalmente separados fisicamente das restantes instalações ou, no caso de se situarem no interior de edifícios, serem totalmente compartimentados, disporem de ventilação separada, serem mantidos sob pressão negativa e directamente ventilados para o exterior, através de sistema eficaz de exaustão;
“Estes espaços não devem situar-se em áreas onde trabalhadores, ou utilizadores não fumadores, tenham que trabalhar ou permanecer”.

Todos percebemos o George: nada disto tem a ver com casinos e discotecas.
Só com estes estabelecimentos? Por enquanto, direi eu.

... Com muita esperança, convenhamos.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Algures ... No REINO DOS HUMILDES


Ai, ai, ai!
Com que então eles é que são HUMILDES?
E eu?
Eu?! Eu, que até venho às obras?!
... Como qualquer operário!






Não me faltava mais nada!
Operário!?
Mas eu sempre fui da classe operária ...?!
Eu é que sou o verdadeiro HUMILDE!






Hi, Hi, Hi, nada disso, rapazes.

Ainda não vi nenhum de vocês no Portugal profundo!

O que é que já fizeram pelos interiores?

Nada!
HUMILDE sou eu.
... E juizinho!
Se continuam a armar-se ...
Não querem ser encerrados, pois não?


Pchiu, pchiu, bico calado!
Aqui não há ninguém mais HUMILDE que eu!
Eu tanto aperto a mão a um empresário ...
como o pescoço a um operário!
Perceberam?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Vou FUGIR P'rá RTP!


Pronto, aí está!

Agora é que não sou capaz de travar o GOLPE de ESTADO do Cavaco.

Terá sido a ASAE? o SIS? A PJ? A PSP?

Mas como é que o Bagão Feliz descobriu que eu estava a vigiar no meu sítio preferido?

Já nem a SARGETA é seguro?




domingo, 13 de janeiro de 2008

No reino da vítima

«Infeliz» tem hoje um significado novo.
Quando um ministro ou um secretário de Estado manifesta total incompetência, os actuais pensadores oficiais comentam que «teve um momento infeliz».
Quando um alto dirigente da administração pública, como o chefe máximo da ASAE, se comporta violando a lei cujo cumprimento deve fiscalizar, diz-se que praticou «um acto esporádico infeliz».
Quando políticos impostos como referência nacional, como Almeida Santos, dizem as maiores barbaridades de que há memória, logo se estabelece que «foi uma frase infeliz».
Quando as profundas divisões internas dentro do PS exprimem a fragilidade da maioria absoluta de Sócrates, lá vem a clássica máxima da «interpretação infeliz».
Quando o governo mente, insulta a inteligência do povo, dos autarcas, dos empresários e sindicatos, é a vida que está cheia de «enganos infelizes».
Quando Sócrates e muitos dos seus ministros não conseguem conter a sua arrogância e autoritarismo, tudo não passou de «reacção infeliz».
Quando o desemprego aumenta e a economia definha, pois claro, é «a conjuntura» infeliz.
Quando a miséria se generaliza, é certo e sabido: «circunstância infeliz».
Quando se esfuma o respeito por um Portugal tido como qualquer «coisa» irrelevante e indigente da cena internacional, o problema não é nosso mas, obviamente, «uma excrescência lamentável deste mundo global infeliz».
Isto é, o prevaricador, o incompetente, ou o déspota, o irresponsável, ou o oportunista ou o conformista impotente ... nada disto é o que era - agora é apenas a fatalidade da infeliz vítima.
… E coitadas das vítimas!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Que talento! Que coerência!

As voltas que a vida dá …
Circulava eu pela Internet em busca de notícias de velho amigo quando dou de ventas com memória de obstinado.
Recordava ele tempos de outrora que enfureciam sábios oposicionistas, por ironia do destino situacionistas dos tempos de agora.
Há cinco anos, Sócrates penava por trilhos estreitos das sinuosas serrarias apregoando boa nova.
Ele era o progresso de onde não se miram os mares, a justiça dos pobres degredados nas cercanias da serra, o justiceiro dos desvalidos sem modo de vida.
Escrevia ele em 2002:
«O Orçamento de Estado para 2003 traz-nos uma mão cheia de más notícias: sobem os impostos, diminui o investimento público, aumenta o desemprego.(…)
«Os impostos sobem, desde logo, para as famílias: o IRS vai ficar mais caro em virtude da actualização dos escalões ser apenas de 2%, inferior à inflação esperada.(…)
«Mas sobem também para as empresas, já que sobe o instrumento fiscal de pagamento especial por conta, cujo limite superior passa de 300 para 50.000 contos.(…)
«Esta é sem dúvida, a primeira marca que fica deste orçamento: uma profunda imoralidade fiscal. Para que 1500 contribuintes não paguem, há 5.000.000 que vão pagar mais.(…)
«Outra má notícia é que este orçamento corta no investimento público.(…)
«Mas o mais chocante é que acabou a solidariedade com o interior.(…) Escandaloso.(…)
«Finalmente o desemprego. Este orçamento prevê uma subida do desemprego para 5,4 por cento. É a confissão de que o emprego deixou de contar. De ser uma prioridade da politica económica.(…)«Aumento de impostos, desinvestimento, desemprego: alguém acredita que este orçamento vai promover a confiança e recupera a economia?».


Naqueles tempos já lá vão cinco anos passados, o homem era um dos seus.
Queria mais para o interior - mais de tudo, desde dinheiro a escolas e hospitais, mais solidariedade com o interior.
Mas também exigia menos dos males das gentes e das empresas – menos impostos e menos desemprego.
Ele reclamava confiança e espadeirava com denodo pela recuperação económica.
Cinco anos após, ilustrado pelo néon da cidade grande e superiormente doutrinado nas doutas ciências da preclara universidade independente, Sócrates aí está … mais bem vestido que nunca.

Que talento – como diria o outro.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Como é bom ser velhinho!

Há um menino no governo que é um poço de ternura.
De ar cândido e voz macia, ele não deixa velhinhos sem amparo na travessia das ruas, não esquece o cigarrito e o guloso rebuçado de eucalipto que carinhosamente distribui nos bancos dos jardins e à entrada das igrejas.
E o sorriso meigo com que ilumina as faces rugosas ao aconchegar nas velhas costas o agasalho quente que, lesto e determinado, tira do saco de plástico que nunca esquece, não vá surgir o imprevisto!
A sua palavra é a crepitante fogueira que aquece a alma dos avôzinhos e a sua espalhafatosa energia é a vida que se solta das gargalhadas de esperança que inundam os lares da terceira idade que visita.
Ele é o neto de todos os avós.
É o anjo da guarda, atento e zeloso, é a carinhosa muralha que trava o tumulto, o choque e a violência das mudanças súbitas e desordenadas, as emoções fortes.
Aquele menino, que é do governo, lá para os lados da segurança social, salvou vidas, preveniu tromboses e enfartes.
Não fora ele, o que não seria por esses jardins e lares se, com a maior brutalidade, pagassem aos nossos velhinhos tudo o que o Estado lhes deve em retroactivos, tudo de uma vez só, assim bruscamente, sem carinho e sem um mínimo de sensibilidade!
Ah! Quem me dera ter tal neto, lá para as bandas das economias e das finanças, que me acarinhasse com as 14 suave prestações mensais do aumento de preço do pão, batatas e alfaces, da gasolina e do passe social, das taxas moderadoras, da luz e de tudo o resto!
O menino tem toda a razão.
Porque é que há-de vir tudo de uma vez?
Aumenta-se o pão 14 por cento?
Basta dividir 14 por 14 … é um por cento em cada mês!
Não era mais suave, carinhoso, mais simpático?
… E agarrava-se o padeiro que, se quisesse receber os 14 por cento do aumento, tinha de aguentar até ao fim do ano!
Como é bom ser velhinho em Portugal!!!
(Chega-me agora a notícia de que o ministro do menino anunciou que os retroactivos dos velhinhos vão ser pagos de uma vez só. Que falta de carinho! Que insensibilidade! Que brutalidade! Até parece comunista, ou coisa do diabo! ... Só nos faltava agora que este ministro sem coração despedisse o menino!? - Que grande confusão ... trapalhada maior, ainda não vi. Isto há gente capaz de tudo ... até de dar cabo dos nossos queridos avós, não é menino? ... Tudo de uma só vez!?)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O Sr. Nunes foi a despacho

Apetece-me imaginar que o sr. Nunes, chefe máximo da ASAE,
foi a despacho com o sr. Ministro.

Sr. Ministro - « Oh! Nunes, constou aqui no ministério que a ASAE foi chamada por telefonema anónimo ao estabelecimento «A Tasca do Porco Sujo» e interveio. Afinal, o que é que aconteceu?»
Sr. Nunes (indignado) – «Oh! Sr. Menistro, é absolutamente falso. A ASAE não interveio nada; a ASAE só, e rigorosamente, só interviu …»
Sr. Ministro – «Mas, Oh meu caro amigo: dizem que houve bronca …»
Sr. Nunes (sacando o isqueiro de ouro oferecido pelo amigo) - «Mas tinha mesmo ca ver. Ora vejemos, é assim: quando chegámos à cuzinha estava um peixe morto numa mensa. Claro que ordenei logo que amandassem o animal dali pra fora. O dono da tasca agarrou no peixe e posio logo num balde. E prontos, foi assim a ocurrência. Nem mais nem menos. O sujeito, qué um ingnorante chapado sem inducação nenhuma, ainda abalançouse pa mindrominar com a estória da lei quera só prós tótós mas eu cá pusio logo em sentido e prantei logo o selo na casa. Prontos, foi só assim: agente não interveio nada; jamé, nada disso: agente só interviu! Tá a peceber sô Mnistro?»
Sr. Ministro – «Ah! Bom …»
Sr. Nunes (apoplético) – «E ainda direilhe mais: é assim, se né agente que instrói estes coitados quem é que o fazerá?»

sábado, 5 de janeiro de 2008

A inspiração do Portugal Moderno

Este é o símbolo mais visível hoje em Portugal nas portas dos estabelecimentos
que reserva o direito de admissão exclusivo a «NÃO FUMADORES»
proibindo a entrada de «FUMADORES».
Este é o simbolo
que antigamente se afixava nas portas dos estabelecimentos de África e EUA
reservando também direito de admissão exclusivo
e que agora inspirou Portugal e tanto excita as autoridades
e todos os frustrados deste País.

Tal como dantes não interessava a educação e urbanidade dos cidadãos mas apenas uma característica física, hoje, em Portugal, não podem entrar cidadãos só porque fumam, estejam ou não a fumar. Talvez porque o fumador exalará sempre pelos poros impuros a peste do tabaco ... e isso polui o ambiente, aprofunda o buraco do ozono e, sabe-se lá, será causa relevante do aquecimento global!

Nós, os fumadores do século XXI, somos a nova geração dos leprosos, tuberculosos, negros e judeus que só podem existir se confinados ao gheto e ao isolamento!

... Ainda bem! Eu é que não quero misturas!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

O homem é analfabeto!

Agora percebe-se.
Andava por aí meio mundo a pensar como é que era possível estarmos sujeitos a uma polícia tão alarve como a ASAE.
Uma polícia que, além de alvejar ciganos, feiras e romarias, entretinha-se também a boicotar acções de campanha eleitoral desagradáveis ao governo e ao PS, como foi o famoso caso da inspecção ao barco alugado pela campanha do Professor Carmona Rodrigues.
Agora percebe-se aquela «coisa» que invadia cozinhas e fechava casas como a Ginjinha e que andava sempre com a TV atrás.
O problema está no topo.
O chefe máximo (Presidente, Director ou outra coisa qualquer) desta «coisa» viola publicamente a lei cujo cumprimento a sua instituição deve fiscalizar, punindo mesmo duramente os violadores.
Ele fuma em sala fechada de espectáculo e restaurante!
Ele é um poluidor de ambientes!
E depois vem dizer que nos espctáculos e restaurantes dos casinos a sua lei não se aplica.
Para ele é tudo uma questão de jogo, logo, aplica-se nos espectáculos e restaurantes e bares dos casinos a lei do jogo.
Ah! Ah! Ah!
... Só lhe falta dizer que nesses santuários não se aplica o Código do Trabalho, o Código Civil nem o Código Penal!
Há pancadaria da grossa? - vamos ver o que é que diz a LEI DO JOGO ... !
Ali é tudo a LEI DO JOGO.
Mas, além de troca-tintas, o homem é ANALFABETO.
O que talvez seja pior!
Disse ele a uma TV: «... dizia-se que assistiu e não interVIU».
Bom, lá rimar até rima, mas ...
Não é preciso ser polícia para se saber que este interVIU não existe.
O verbo é intervir e o que o homem deveria dizer era INTERVEIO.
Ah! Ah! Ah!
Está bem entregue aquela polícia.
Será que ele percebe o que está escrito em português correcto?
... Não me digam que este também andou na Independente ... mas na turma do português técnico?!
Ah! Ah! Ah! Eh! Eh!
Às tantas ... sabe-se lá!

Sejam alarves e ... Aguentem-se!

Afinal, Sócrates está muitíssimo bem para esta gente que anda por aqui a vegetar, a fingir que é qualquer coisa que ouviu dizer que existe algures.
Fecham-se serviços de assistência hospitalar, aumenta-se o preço do acesso aos hospitais, das portagens, do pão, dos combustíveis, do arroz, feijão e batatas, do leite, queijo e manteiga, da electricidade e do gás, etc., etc., etc. … arruínam-se as empresas, aumenta-se o desemprego, falsificam-se as estatísticas, o Estado não paga as suas próprias dívidas, ninguém paga a ninguém.
Proibe-se tudo e mais alguma coisa …
E todos aplaudem a sua nova condição de legais incapazes, néscios, atrasados mentais e de carneiros sem rumo a que as leis os reduzem.
E inventam-se polícias para «brincar» às feiras, cozinhas e supermercados …
Mas ninguém liga às escolas não se incomodam as quadrilhas da bandidagem, os assaltantes, ladrões, assassinos e os vigaristas de toda as estirpes.
E põe-se cada tuaregue a denunciar o parceiro do lado … por inveja, frustração e recalcamentos acumulados enquanto se agrada à melhor cunha para fintar as regras ou arranjar o melhor emprego
Todos se juram ateus desde que nasceram mas ninguém perde a missa frequentada pelo chefe ou presidida pelo padre «com conhecimentos».
É assim neste infeliz País de glórias inventadas, onde tudo o que é preciso aumenta no preço mas os ordenados e as pensões só aumentam a miséria.
E como é que reage este pagode de tuaregues que ficaram por este pedaço do fim da Europa?
« …É a inflação ...» - dizem à TV, ufanos, muito «civilizados» e inchados de dívidas que não pensam pagar, entre duas potentes escarradelas para a calçada cheia de papeis, garrafas e sacos de plástico e enquanto fogem da cena do crime, não vá alguém lembrar-se de os obrigar a dizer ao tribunal o que viram e quem viram a espetar a faca ou a dar o tiro.
É esta a massa que se formou das milenares e sucessivas miscegenações dos restos inaproveitáveis dos povos bárbaros que por cá foram passando e fugindo, com particular marca genética berbere e dos soldados rasos napoleónicos.
De facto, para «coisa» tão disforme, nada se encaixa melhor do que um Sócrates qualquer … uma qualquer ficção de engenheiro … ou outro qualquer «boneco articulado», trauliteiro e empalhado em basófias, arrogância sem sustentação e pesporrência sem limites.
« …. É a inflação … » - direi eu também mas sem deixar de recordar que «quem tem o que merece a mais não pode aspirar».
Por isso, aguentem-se!
… mas de cara alegre, como qualquer alarve que se preza!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Onde estão os amigos fraternos de Berardo?

Miguel Cadilhe, homem de coragem com provas dadas na vida nacional e não nos meros círculos da propaganda do mundo das ficções, é um dos mais respeitados especialistas em finanças.
Tem doutrina própria, métodos experimentados e fina inteligência que tão bem sabe aliar a uma vontade firme de concretizações.
Em áreas da macro economia ou da micro economia distinguiu-se pela seriedade de procedimentos na execução das suas políticas de organização, funcionamento e desenvolvimento. É, reconhecidamente, um administrador sóbrio nos gestos mas notável na determinação e análise objectiva, intransigente na defesa das instituições.
Recusa protagonismos fáceis, simpatias sem conteúdo ou bajuladoras, aventuras insensatas e os jogos de interesses estranhos, mesquinhos e suspeitos porque não transparentes.
Toda a gente o conhece.
Cadilhe é, sem quaisquer dúvidas, o homem certo para acabar de vez com a crise artificial e de natureza duvidosa instalada a partir do exterior no BCP.
Do outro lado, opõe-se-lhe o desconhecido de redes de secretismo, interesses secretos e o mistério do desconhecido.
Berardo é, obviamente, o líder da candidatura que se apresenta hostil a Cadilhe.
Talvez não passe de testa-de-ferro de algo ou alguém mas a missão de implodir para «tomar» foi, muito convenientemente, atribuída a ele.
O ex-emigrante na África do Sul é uma ficção criada e sustentada pela propaganda.
Exibe dinheiro, expõe a imagem do intelectual da esquerda dos anos sessenta que não é nem nunca foi; espalha a ideia de experiência internacional mas ninguém acredita naquele sotaque estranho que usa apenas como fonte de «estatuto» e para camuflar as óbvias disfunções de personalidade; irradia uma ignorância parva que é falsa no essencial mas que lhe serve como luva para mostrar uma ingenuidade, virgindade e boa-fé que nunca teve ou que perdeu há muitas dezenas de anos; domina um governo, o de Sócrates, com quem negoceia o uso de património nacional com tal poder que chega a pôr em causa ministros e altos dirigentes; transforma o Procurador-Geral da República em caixa de correio das suas obscenas e estranhas denúncias; reclama-se defensor dos pequenos, da justiça e da transparência mas está sempre ao lado dos grandes, da maledicência, do golpismo oportunístico e ninguém sabe exactamente quais os verdadeiros interesses relevantes que representa, em que «tertúlias» circula, quais são os seus amigos fraternos.
Berardo é um mistério, o desconhecido, um poder secreto.
Mas do que não pode haver dúvidas é que ele não é quem quer parecer que é.
E o BCP é demasiado importante para se transformar num mistério!