Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A Humildade no Período Eleitoral

O governo mudou radicalmente
a sua política de marketing e propaganda.
O País entrou na era da humildade institucional
como preliminar de um longo período eleitoral.


Os homens «determinados» já não se «zangam» com ninguém e deixaram cair a imagem sisuda e de certezas absolutas.
Hoje, o primeiro ministro, os ministros que mais se destacaram na obstinação, teimosia e arrogância, bem como os principais agentes da propaganda governamental aparecem de sorriso aberto, pacientes e compreensivos, dialogantes e simpáticos.
O PS mostrou-se (afinal ainda existe) e o povo ficou a saber que tem um secretário-geral (por acaso também ministro) e é democraticamente ouvido pelo governo que, humildemente, acolhe os seus conselhos;
Sócrates, agora todo ele sorridente e afável, humildemente já pára para falar aos jornalistas e até deixa fazer perguntas sem se irritar;
O ministro das finanças é a tranquilidade geral, a nossa esperança e a segurança colectiva e como que jurando, diz humildemente ao povo que não consentirá que a crise económica e financeira global arrombe as portas do nosso País;
O ministro do trabalho (solidariedade) deixa cair no ridículo o seu jovem secretário de estado para vir humildemente em defesa dos humildes reformados, com a maior amizade e compreensão pelos seus problemas;
O famigerado Mário Lino é a humildade e compreensão personificadas e desdobra-se em diálogos com as autarquias e em promessas de investimentos em todas as áreas (mesmo naquelas em que não manda) que fazem corar de vergonha os que defenderam o aeroporto na Ota;
Correia de Campos, à parte algumas arestas que não conseguiu ainda limar como a tendência para a ameaça e o comentário ofensivo e de baixo nível intelectual das acções dos partidos da oposição, aparece agora humildemente na TV como o pai caridoso dos doentes pobres, o avozinho paciente que explica as «coisas» aos camaradas da oposição interna e a todo o povo e que, imagine-se lá, até dá o feito por não feito para agradar a um presidente de Câmara do PSD;
Fátima Campos Ferreira, a imagem pública da «determinação agressiva e toda poderosa» do socialismo socratiano, era «a dona» do estabelecimento e transformou-se em humilde «moderadora», passou a falar menos e a deixar falar os convidados do programa «Prós e Contra», já não ameaça ninguém de expulsão da sala e já não se incomoda com os aplausos ou vaias da plateia;
Jorge Coelho, então esse está de tal modo desfigurado que até parece um pensador de cabeça própria e um analista independente: já não espalha por tudo e por nada os mais rasgados e vigorosos elogios à personalidade de Sócrates e, humildemente, chega a baixar à crítica (de pequenos aspectos, é certo, mas crítica em todo o caso) dessa «coisa desagradável» a merecer estudo mais profundo que é a questão das urgências hospitalares.
Em suma: parece óbvio que há instruções à «família» socialista para se mostrar humilde e mudar de cosméticos, penteado, de gravata e corte do casaco.
E eles, justiça lhes seja feita, aparentemente estão a executar tal e qual como mandaram os especialistas de imagem e propaganda.
Faltará, porventura, abrir um pouco as janelas para deixar sair os restos do cheiro a mofo e a falso.
É que ainda se notam, nas expressões e nos gestos, sinais que nos lembram do velho princípio da sabedoria popular: a alma e o carácter das pessoas não mudam do dia para a noite.

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