Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Que talento! Que coerência!

As voltas que a vida dá …
Circulava eu pela Internet em busca de notícias de velho amigo quando dou de ventas com memória de obstinado.
Recordava ele tempos de outrora que enfureciam sábios oposicionistas, por ironia do destino situacionistas dos tempos de agora.
Há cinco anos, Sócrates penava por trilhos estreitos das sinuosas serrarias apregoando boa nova.
Ele era o progresso de onde não se miram os mares, a justiça dos pobres degredados nas cercanias da serra, o justiceiro dos desvalidos sem modo de vida.
Escrevia ele em 2002:
«O Orçamento de Estado para 2003 traz-nos uma mão cheia de más notícias: sobem os impostos, diminui o investimento público, aumenta o desemprego.(…)
«Os impostos sobem, desde logo, para as famílias: o IRS vai ficar mais caro em virtude da actualização dos escalões ser apenas de 2%, inferior à inflação esperada.(…)
«Mas sobem também para as empresas, já que sobe o instrumento fiscal de pagamento especial por conta, cujo limite superior passa de 300 para 50.000 contos.(…)
«Esta é sem dúvida, a primeira marca que fica deste orçamento: uma profunda imoralidade fiscal. Para que 1500 contribuintes não paguem, há 5.000.000 que vão pagar mais.(…)
«Outra má notícia é que este orçamento corta no investimento público.(…)
«Mas o mais chocante é que acabou a solidariedade com o interior.(…) Escandaloso.(…)
«Finalmente o desemprego. Este orçamento prevê uma subida do desemprego para 5,4 por cento. É a confissão de que o emprego deixou de contar. De ser uma prioridade da politica económica.(…)«Aumento de impostos, desinvestimento, desemprego: alguém acredita que este orçamento vai promover a confiança e recupera a economia?».


Naqueles tempos já lá vão cinco anos passados, o homem era um dos seus.
Queria mais para o interior - mais de tudo, desde dinheiro a escolas e hospitais, mais solidariedade com o interior.
Mas também exigia menos dos males das gentes e das empresas – menos impostos e menos desemprego.
Ele reclamava confiança e espadeirava com denodo pela recuperação económica.
Cinco anos após, ilustrado pelo néon da cidade grande e superiormente doutrinado nas doutas ciências da preclara universidade independente, Sócrates aí está … mais bem vestido que nunca.

Que talento – como diria o outro.

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