Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Especialista Vinda do Frio ... Para a SIC

Esta senhora andava em Lisboa a berrar que não concorda com a proposta de Orçamento de Estado para 2013.
Ela veio do Alentejo, onde é operária e foi-nos apresentada pela SIC Notícias.
Ela sabe de Finanças Públicas como ninguém e todos os dias analisa  profundamente o binómio receitas/despesas, as previsões nacionais e mundiais macro económicas, as tendências recessivas da Europa, o crescimento e reforma financeira, o papel do Banco Central Europeu, as curvas do investimento produtivo, os incentivos às indústrias de produtos não transacionáveis, a produtividade do trabalho, a evolução das exportações e perspectivas, o défice do sector público e, designadamente, a criação de condições de atracção de investimento estrangeiro por via de politicas fiscais amigáveis.
Ela sabe de Finanças Públicas, domina Orçamentos do Estado e foi entrevistada pela SIC Notícias e acha que este orçamento levará Portugal e a Europa à ruina social ... numa pausa da ladainha de «Abaixo o Governo», orientada pelo outro especialista, Arménio Carlos do comité central do PC destacado para a CGTP/Intersindical.
Aprendi muito, mais uma vez ... graças à SIC Notícias!
Vale a pena acompanhar a SIC Notícias!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Restaurantes: A Vigarice Está A Acabar!

E pronto.

Está demonstrada a minha tese: o único impacto relevante do aumento da taxa de IVA nos restaurantes, pastelarias, bares e similares «está» nos rendimentos pessoais, abusivos e ilegais, dos proprietários dos restaurantes.

Feita uma ligeira limpeza às «contas» dos restaurantes, as receitas entregues ao Estado do IVA aumentaram mais de 100 por cento o que significa que os «donos» dos estabelecimentos «metiam ao bolso mais de 100 por cento do que «cobravam» em impostos aos clientes e deveriam deveriam entregar ao Estado.

Como eu sempre disse, os proprietários da restauração assumiram, para si próprios, o direito exclusivo do Estado de definir políticas fiscais, cobrar as taxas e arrecadar as receitas de impostos!

E os manifestantes que têm andado por aí armados em indignados e a berrar nas ruas, praças e avenidas que não «ganham para «pagar» o IVA, convenceram-se de que «abrir» um restaurante era enriquecer rapidamente com simples habilidades e contabilidades criativas e são mentirosos, vigaristas e aldrabões: eles não pagam nada, querem continuar a «meter ao bolso» as receitas que os seus clientes «pagam» para o Estado e que, eles os comerciantes, fraudulentamente «escondem do fisco», e apenas querem intimidar as autoridades para que o Estado «afrouxe» a sua acção de «inspecção e combate à fraude» e roubalheira.

E está provado que, se alguns restaurantes passam dificuldades, estão nas mesmas condições de todos os outros cidadãos e só têm uma solução se querem continuar no negócio: gerir melhor, ser honestos e aumentar a qualidade do serviço que prestam.

Porque, a esses, nunca faltarão clientes!

O que aprendi ontem, nos números apresentados pelo Governo na Assembleia da República, foi que a «rebalderia» e a «roubalheira» nos restaurantes acabou … e as normas de formação de preços, qualidade e higiene, contabilidade organizada com números verdadeiros, respeito pelos clientes e pelo Estado são mesmo para cumprir!

E diz-me a experiência que os restaurantes que fecharem estão a mais e nunca deveriam ter aberto … porque a restauração é uma indústria para gente que sabe do negócio, honesta e bem formada pessoal e profissionalmente.

Tenho a certeza de que os cidadãos conscientes e o Governo não «darão tréguas» à vigarice, à roubalheira e à fraude e evasão fiscais … por isso sei que o meu IRS há-de baixar!

domingo, 18 de novembro de 2012

A Insurreição Comunista no Dia da Greve

Não, lamento muito mas, desta vez, não apoio o Presidente da República, o Primeiro Ministro, o Ministro da Administração Interna, o Governo, os partidos do «quadro parlamentar», os «comentaristas» habituais, os Professores de Direito que «lecionam» das TV’s, os canais de Televisão … não apoio ninguém!

Neste caso específico, estou em completo desacordo e, por isso, em oposição à tentação geral para «amaciar as coisas».

É falso que a manifestação organizada pela CGTP/Intersindical/PCP/ Bloco de Esquerda/Televisões nada tenha a ver com a grave desordem pública e ensaio de subversão geral , em frente da Assembleia da República, que a Polícia de Segurança Pública enfrentou e resolveu de forma eficás e exemplar.

Basta ler os cartazes dos manifestantes; ouvir as palavras de ordem; o discurso do membro do comité central do PC e líder da Intersindical, o Lenine «renascido» Arménio Carlos; basta ouvir as declarações de Jerónimo de Sousa, Franscico Louçã e Otelo Saraiva de Carvalho na manifestação e, até, ouvir as palavras do Bispo Católico Januário Torgal à margem da manifestação mas àcerca dela; basta ter na devida conta os berros e os distúrbios provocados pelo estivadores; basta avaliar bem toda a actividade das Televisões na cobertura e promoção da tentativa de revolta … basta tudo isto, e mais alguns detalhes como as mini-concentrações, os seus catazes e «palavras de ordem» em frente ao Palácio de Belém, a «caça» aos ministros, os ataques sistemáticos com petardos explosivos, «cockails molotov» incendiários, pedradas e garrafas de vidro às forças policiais, a destruição de montras, bancos e restaurantes, a destruição total de instrumentos sanitários públicos e vias públicas de comunicação bem como as gravíssimas injúrias públicas ao Presidente da República, ao Governo e, em geral, ao Povo todo e a todas as instituições do Estado, para se perceber que a greve «geral» e a manifestação da CGTP/PC foram planeadas com antecedência, preparadas, organizadas e executadas para acabar como acabaram.

A greve e a manifestação, organizadas e encenadas pela Intersindical/PCP/Bloco de Esquerda/Televisões e a desordem geral posterior constituem um único golpe, uma única acção política coordenada sendo a greve e a manifestação a preparação, a «Introdução» e o brutal ataque às forças policiais em frente da Assembleia da República apenas o «Finale» de uma única «Ópera Bufa»: a «jornada de luta» comunista com vista à insurreição geral!

É tempo de acabar com hipocrisias e confrontar as «forças golpistas», com inteligência e prontidão, com coragem e determinação e sem «preconceitos» de tolerâncias vãs e sem sentido.

Ou essa «gente» quer viver em democracia ou não quer e não poderá andar por aí, à solta … e, para quem não quer viver em demoracia, a Liberdade é apenas um instrumento de agressão, de opressão da maioria – e o Estado tem meios e instalações bastantes para proteger a sociedade e a Liberdade!

Seria bom recordar, seria pedagógico e muito oportuno que as Televisões mostrassem as imagens e os sons da rádio e televisão acerca da preparação, mobilização e da execução do tristemente célebre e degradante «Assalto à Embaixada de Espanha em Lisboa», outrora, nos tempos em que os comunistas ainda pareciam controlar a revolução portuguesa.

Estavam lá todos … e ainda andam todos por aí!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Otelo e o Bispo Januário ... Todos juntos!

Confesso que, além de algumas imagens que vi nas TV’s, não dei pela greve «geral».

Vi, com a maior esperança na ordem social e na recriação de uma sociedade normal, que, finalmente, a Polícia de Segurança Pública decidiu garantir-me segurança e dignidade.

A PSP actuou sobre a marginalidade organizada, mostrou que o Estado português é um Estado de direito e decente e que a sociedade portuguesa não é um bando de criminosos e imbecis inúteis, bêbedos e drogados.

Talvez a PSP tenha aprendido que não vale a pena perder tempo a ser agredida e injuriada – basta-lhe cumprir a sua função essencial e, perante o mais leve indício de desordem pública, impôr, com prontidão e a força necesssária, o respeito e a dignidade que o povo e as instituições merecem.

Reparei, também, que o conhecido ex-chefe de terroristas, Otelo Saraiva de Carvalho, esteve lá, a manifestar-se, a botar discurso para a TV e a mostrar como está mais «gingão» do que quando era um garboso militar e um distinto instrutor da velha guarda do regime salazarista, a Legião Portuguesa.

E vi, como não podia deixar de ser, que o bispo Januário também lá estava a apoiar os grevistas, a reclamar contra a Troika e a propôr o derrube do governo.

Ele estava lá … mas apenas «espiritualmente» - fisicamente (parece) não estava lá porque apenas terá recebido uma equipa de TV, num qualquer jardim … só não sei se representava a Igreja Católica ou se se representava apenas a si próprio, enquanto cidadão (se é que é possível essa dissociação de personalidades, àquele nível hierárquico) apesar do traje da congregação com que se apresentou!

Curiosamente, tal e qual como na tentativa falhada do golpe comunista e contra-golpe efectivo e vitorioso de defesa da democracia em 25 de Novembro de 1975, o PC esteve sempre lá a promover a sublevação … até desaparecer quando as «coisas» começaram a aquecer … e safa-se sempre, a tempo!

Estranhamente, ou talvez não, foi um dia em que não encontrei ninguém a defender os desempregados – pelo contrário, estavam todos excitados com a possibilidade de «apagar» mais uns tantos empregos dos poucos que subsistem à crise … só para «dar força» aos camaradas!

De resto, a mesma música, as mesmas «cantigas», as mesmas bandeiras,as mesmas gentes … tudo na mesma – um dia de Festa!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A Hora da Vingança de Mário Soares

O dr. Mário Soares anda eufórico com a crise e a aparente instabilidade social.

Todos os dias reclama a demissão do governo só porque vê manifestantes na rua a exigir o mesmo.

É duvidoso que haja sinceridade no que o dr. Mário Soares diz.

Aparentemente terá regressado aos velhos tempos em que os filhos da alta burguesia, «endinheirada» e com tentações aristocráticas, protegidos por «reconfortantes mesadas», circulavam por inúmeras tertúlias, com reserva do direito de admissão, protestanto a sua convicta fidelidade aos princípios do leninismo, espalhados pelo mundo por um enorme vento de leste.

Talvez como então, a imaginação febril do dr. Mário Soares levava-o a julgar que o povo seria uma massa anónima incapaz de pensar e, muito menos de julgar e decidir, deixando-se usurpar e dirigir por uma élite operária, intelectual e sindicalista, essa sim, dotada por direito próprio de legimidade natural e apta a constituir a «ditadura do proletariado» e tomar para si a direcção política das nações e dos povos.

Qualquer pequena manifestação dessa élite era a «representação do povo» que ali estava e seria estultícia pensar em consultar a população toda, só porque a população toda era ignorante, incapaz de se governar e nem sequer sabia o que queria.

O dr. Mário Soares sempre foi um homem arrogante e caprichoso e um político ideologicamente inconsistente, volúvel e tecnicamente incompetente.

Sempre seguiu «alguém» e muito pouco se lhe conhece de ideias próprias e convicções permanentes e estáveis.

Era um defensor intransigente da «maioria de esquerda» e uma aliança com o PC até os socialistas franceses romperem a coligação com os comunistas e Miterrand se ter «zangado» com Marchais.

Foi um dos grandes propagandistas dos interesses da Alemanha quando os seus financiadores do SPD, em especial Willy Brand, estavam no poder e tornou-se um agente activo dos interesses americanos e dos maiores capitalistas, alemães, francesses, italianos e ingleses jamais recusando deles os financiamentos oportunos e necessários ao funcionamento do seu partido.

Evitando análises exaustivas e necessariamente longas, avanço para tempos mais próximos em que, caida a máscara de «simpatia» e a imagem de «uma espécie de avô bonacheirão», emergente do aproveitamento propagandístico da alcunha «bochechas», que nada tinha de carinhoso, o dr. Mário Soares tornou-se o político mais odiado e desacreditado de Portugal, oscilando os epítetos populares entre o «aldrabão compulsivo» e o «troca-tintas engraçado» .

O PC nunca lhe perdoou a ruptura com Álvaro Cunhal e a traição de se virar para o capitalismo e imperialismo; o PSD não esquece todas as manobras de contra-informação e insinuações maldosas de natureza pessoal e política que espalhou contra Francisco Sá Carneiro, interna e externamente; os «retornados» desprezavam a displicência com que abandonou as antigas colónias aos interesses estrangeiros; o povo percebeu que a sua inconsistência política tanto conduzia o País para os duros tempos das intervenções do FMI como a sua «demagogia palavrosa e ôca» espalhava a fome e a miséria, em particular nos meios mais desprotegidos.

O dr. Mário Soares teve inúmeras mostras desses ódio e desconsideração generalizadas.

Era perseguido por grupos armados de bandeiras negras que reclamavam «pão» e, para onde quer que se deslocasse, grupos coléricos e mostrando forte agressividade, recebiam-no com insutos, pedradas e impropérios chegando mesmo a ser agredido fisicamente por manifestantes.

E as «coisas» eram tão sérias que o dr. Mário Soares foi forçado a medidas excepcionais de segurança pessoal.

Não «comprou um cão» como agora diz que o Presidente da República e os governantes devem fazer mas comprou e mandou transformar em autênticas fortalezas circulantes, dois automóveis de marca BMW, de alta potência, totalmente blidados com pesadas chapas de aço e vidros invulneráveis a disparos de armas de grande calibre, equipados com a mais sofisticada tecnologia de comunicações, dispersão de manifestações e garantia de condições de vida interna autónoma, como emissões de oxigénio, abastecimentos de água e kits de assistência médica e medicamentosa para situações de emergência, designadamente atentados à vida e intgeridade física.

Curiosamente, nunca chegou a viajar nessas fortalezas porque, entretanto, perdeu as eleições e foi substituido por Cavaco Silva que acabou por receber as «prendas» e, muito a custo, conseguiu negociar a devolução de um delas.

E tudo isto, além dos reforços do corpo pessoal de segurança com a chamada «polícia de choque» que o acompanhava sempre, não sendo raras as vezes em que teve de intervir.

E, afinal, tudo isto quando, sabe-se agora, bastava-lhe ter comprado e nós pagarmos com todo o gosto, um «pit bull» ou, mais adequado à sua personalidade , um irrevente «caniche» …

Enfim, o dr. Mário Soares está igual a si próprio, vê-se agora na idade e acha que chegou o seu momento da vingança: de Álvaro Cunhal, de Ramalho Eanes que o derrotou em eleições e despediu de primeiro ministro, e até, que esmagou o seu PS e a sua áurea ao criar o PRD, de Maria de Lurdes Pintasilgo, de Salgado Zenha, de Sá Carneiro que o derrotou, de Cavaco Silva que rebentou com o PS e o desmascarou, de Guterres e do PS que o mandaram para o exílio em Nafarros, da União Soviética, dos americanos, de Craxi que se deixou ir abaixo e acabou a mostrar «o melhor» da corrupção socialista e de Berlusconi que não o aceitou como parceiro de negócios no sector da comunicação social, do Mundo que não parou e do povo português … que o odiou e humilhou, que o renegou e ridicularizou, que o abandonou!

Ah! É verdade: e está também a vingar-se do dr. Pedro Passos Coelho que cortou nos apoios financeiros à Fundação Mário Soares!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

... E Passos Coelho «Deu Cabo» deles!

Este mundo de enganos e desenganos em que vivemos é muito curioso.

Quando o antigo Procurador Geral da República decidiu despedir-se criando um facto político, arrasador para a dignidade do Primeiro Ministro, ao devolver ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça, para efeitos de validação processual, as célebres «escutas» do telefonema de um gestor bancário ao dr. Pedro Passos Coelho, o Mundo da Comunicação Social revirou de excitação.

«Foste apanhado, finalmente!» - insinuava-se por esses jornais de «referência» que ainda circulam por aí, pelos écrans de TV que ainda emitem noticiários, pelos inúmeros «comentaristas» que ainda animam os nossos serões, pela Internet, pelos corredores das oposições que ainda temos.

O PS, finalmente, parecia ter achado a hora da vingança, uma vingança mortal!

«Ele foi apanhado, está arrumado!» - era este o sentimento geral e ninguém se calava com a exigência de transparência, de verdade, de tornar pública aquela «prova» de corrupção, compadrio, de submissão do Governo aos poderosos banqueiros.

E foi tal a presssão que até a actual Procuradora Geral da República se viu forçada a esclarecer que nada de ilícito constava em qualquer processo crime ou investigação criminal contra o Primeiro Ministro!

Ninguém acreditou! Havia «gato», «onde há fumo há fogo» e a «coisa era mais feia» do que parecia.

Mas eis que, surpreendentemente, o Dr. Passos Coelho vem a público dizer, categórico, não apenas que «autoriza» mas que «quer» e que tem «muito gosto» em ver transcrita e publicamente divulgada a suspeita conversa com o banqueiro.

Foi o maior «balde de água fria» que lhes caiu na cabeça, nos últimos tempos.

E as «coisas» começaram a «virar o bico ao prego».

Afinal, apurou-se rapidamente, o banqueiro apenas quis «reclamar» junto do Primeiro Ministro mas teve o maior dos «azares»: foi «corrido por indecente e má figura» e levou com o dr. Passos Coelho, que não se deixou «embalar pelo canto da sereia», a retorquir-lhe com o «cumprimento da lei» e dos «procedimentos normais».

E, pelos vistos, as famigeradas «escutas», que tantas expectativas terão criado ao mundo que por aí anda na «caça ao escândalo no governo» e que provocaram tal excitação ao antigo Procurador Geral da República que nem sequer as ouviu para, delas, fazer um facto político da maior dimensão, pelos vistos as «famigeradas escutas» apenas provam que o Primeiro Ministro não se verga a influências de poderosos, que cumpre as lei e os procedimentos vigentes, que é um homem sério e sem medos!

Mas ainda mais curioso é ouvir agora toda aquela gente, que «viu o Dr. Passos Coelho embrulhado em corrupção, submissão ao poder do dinherio e a amiguismos», a criticar severamente o Primeiro Ministro por «autorizar a publicação da conversa» e não exigir a «destruição total e imediata» daquela gravação, só por se tratar de uma «escuta ilegal».

Isto é, «eles» queriam, e o antigo Procurador Geral esperava, que o dr. Passos Coelho assumisse uma «posição dura» contra a transparência e o esclarecimento público fundada no mero formalismo legal, «eles» queriam que ele se «escondesse» na lei, que mativesse em banho maria o «mistério», a suspeita e a dúvida que, não tenho quaisquer ilusões, jamais deixariam de se tornar «numa certeza», nas insinuações e progressivo processo de deterioração moral do carácter pessoal e rectidão de comportamento político do Primeiro Ministro.

O dr. Passos Coelho encarou a «tentativa de golpe» como uma questão pessoal, de honra e dignidade pessoal, e desmantelou a «armadilha política» com argumentos pessoais e uma atitude de cidadão, fazendo, desse modo, política a sério e contundente.

Correu mal, e continua a correr mal, a «vida» aos detractores e o antigo Procurador Geral da República teve uma triste despedida, um triste fim!

Já agora, uma palavra para o Professor Marcelo Rebelo de Sousa: não tenha medo deste tipo de «precedentes» - também mergulhar no Tejo, para demonstrar que não há poluição, nunca criou qualquer «precedente»; nunca mais tal passou pela cabeça do mais inteligente ecologista para, imitando-o, prosseguir o «precedente» que um dia o Professor quis criar!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O «Golpe» Colossal no Bloco de Esquerda

Que grande baralhada, uma confusão sem limites, como é possível andarem tão desorientados?

Pois é.

O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, abandonou a coordenação e parece que vai ser substituido por dois.

Louçã renunciou ao mandato de deputado e abandona a Assembleia da República porque diz que é preciso que o Bloco de Esquerda se renove.

Mas mais, ele, que é graduado em economia, professor e um entusiasta de debates parlamentares, disse que se vai embora e já nem participa no debate do Orçamento de Estado!

Há qualquer coisa no «ar» … e Louçã apareceu a despedir-se na TV, completamente sozinho, sem companheiros a lamentar a perda, sem comentários da Intersindical, sem jantar de despedida, assim de repente, na maior solidão, abandonado … mas com um sorriso vagamente irónico e amarelado, com um tom de quem não vai esperar muito pela «hora da vingança»?!

Onde é que estavam o Fazenda, o Pedro Filipe Soares, a Mariana Aiveca e aquelas outras senhoras deputadas tão engraçadas … ? Já estariam a festejar o regresso da «guerreira» Helena Pinto ou a brindar à saída de Louçã?

E para quem serão os «recados» que Louçã deixou a pairar naquela tensa atmosfera de aparente desorientação e, até, mal disfarçada «ameaça» e óbvios «ódios»?

Vai-se embora Dali mas vai para a Rua, vai-se embora como entrou, com a mesma profissão, sem subsídios nem «benesses», vai-se embora mas vai andando por aí, vai-se embora mas há-de derrotar a Troyka … vai-se embora mas continua aqui e a fazer o mesmo … o que é que se estará a passar no Bloco de Esquerda que provoca tanto azedume a Francisco Louçã, nesta súbita hora da partida?

Eu sei, eu sei que, suspeito é a substituição, no Governo, de um secretário de Estado que adoeceu e outro que não sei porquê e que grande desorientação é a entrada de um terceiro para aliviar a pasta do Tesouro … mas este «golpe» no Bloco de Esquerda, de destituição de um líder e sua substituição por dois, esta «deslocalização» do destituido da Assembleia da República para a Rua … num momento tão decisivo da política nacional, internacional e universal … e ainda por cima a «remoer» coisas como «tenho uma profissão» e «vou-me embora mas não levo nada» … uhum! Cheira-me a sangue no Bloco de Esquerda!

Que grande baralhada, que enorme confusão, que colossal desorientação … tudo isto num grupo tão pequeno …. estes sinais tão evidentes … será que o Bloco de Esquerda já está «infectado»?!

…. Ou todas estas teorias da conspiração só servem para a «maioria» e para o Governo … ?

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Magistrados estão fartos de magistratura

Esta dos magistrados do Ministério Público fazerem greve não me «passa pela cabeça».

Eu pensava que eles eram «oficiais» do mais elevado grau de responsabilidade social e profissional, autónomos e, até, que gozavam de independência com limites muito mitigados no exercício das suas funções de defesa da legalidade e tomada de decisões.

Afinal eles próprios se qualificam como mais uma «classe» de «empregados por conta de outrem»!

Ora, tudo isto me parece antagónico com o estatuto que reivindicam pelo que talvez fosse adequado deixarem de ser «magistrados» e passarem à condição de «funcionários» do Ministério da Justiça.

Dizem eles que lutam contra o Orçamento de Estado que lhes retirará pagamento extraordinário por exclusividade de funções.

Mas a exclusividade de funções não é condição natural, e por isso legal, da autonomia, de autoridade institucional, de isenção e objectividade na valoração de factos e dos comportamentos, isto é, da essência do seu estatuto?

Eu não estou a ver um «magistrado» com duplo emprego, part-times em empresas privadas ou públicas, a fazer «ganchos» como deputados ou gestor de manhã e «magistrado» jurisdicional à tarde … !?

Será normal que a remuneração prevista nas tabelas salariais dos profissionais seja acrescida de subsídios especiais para pagar a essência das funções da profissão?

Além do mais, ninguém é obrigado a «ser magistrado» - há muitas e muito mais liberais profissões para licenciados em direito!

Por este «andar de anormalidades» ainda hei-de ver o governo a fazer greve … por exemplo contra os deputados da oposição, contra as TV’s, contra os ex-ministros que não se calam ou contra os partidos … ou contra a «indignação» que anda por aí numa «incessante busca do privilégio perdido»!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O «Afundanço» do CDS ... está explicado !

A TVI dá-me todos os dias o grato prazer de ver e ouvir aquele dirigente e deputado do CDS, o madeirense José Manuel Rodrigues.

Ainda bem.

Agora compreendo, pelo exemplo exposto, as causas do «colossal afundanço» do CDS nas eleições regionais dos Açores … ainda há tão pouco tempo!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Passos Coelho Acordou ... Finalmente!

Até que enfim!

O Primeiro Ministro, finalmente, disse o que, há muito tempo, toda a gente andava a ver.

O Partido Comunista só anda a fomentar e a instigar a violência, a intimidação, o medo.

Mas mais do que isso: o Partido Comunista corre o País, com a sua meia dúzia de militantes profissionais e muito dinheiro proveniente das quotas sindicais dos trabalhadores, a provocar um clima de instabilidade política, de insegurança generalizada, falta de respeito pelas instituições e pelas pessoas, de medo.

E tudo apenas para controlar as instituições, a comunicação social, as igrejas, as pessoas.

Já vimos isso em 1974 e 1975: o PC nunca teve votos e jamais mereceu a confiança do povo – mas controlava tudo … pela intimidação, pelo medo!

E foi preciso, só em 1979, aparecer como Primeiro Ministro um homem de coragem, o Professor Mota Pinto, para gritar bem alto: Portugal pode ser governado não apenas sem os comunistas mas contra os comunistas.

Foi o «Grito do Ipiranga», ser anti-comunista deixou de ser pecado capital e tudo mudou a partir daí.

Este é o momento: é urgente que o PSD mobilize os seus militantes e simpatizantes, que convoque todos os homens que «pertencem à raça de homens honestos, sérios e de coragem», e que mostre, em cada momento, em cada intervenção que, ou enfrentamos de vez a catástrofe deixada pelos socialistas, ou … nunca mais saímos da catástrofe.

E já sabemos que os comunistas , agora como antes em 1974 e 1975, só existem em ambiente de miséria, fome, instabilidade e violência.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A «Censura» na TVI e na SIC

A TVI mostrou uma deslocação ao Porto do Primeiro Ministro, dr. Passos Coelho, onde foi abrir uma conferência sobre a emigração portuguesa para a Europa.

Notícia da TVI: “ Passos Coelho voltou a ser vaiado por dezenas de populares que o aguardavam no Porto à entrada para uma conferência sobre a emigração”.

Mostrava cerca de dez pessoas, militantes sindicalistas comunistas, identificados por bandeiras e «farda», que berravam «gatuno, gatuno», o primeiro ministro a chegar e a ser recebido e uma panorâmica geral da sala da conferência.

Concluia a reportagem com uma singela declaração do primeiro ministro que, já na rua, respondia a uma pergunta de jornalista, naturalmente apropriada à ocasião, acerca da «extinção» da coligação com o CDS e da «grande zanga» com Paulo Portas, enquanto as cerca de dez pessoas, por milagre da TVI multiplicadas em dezenas, continuavam a berrar, lá longe, «gatuno», gatuno».

Fiquei sem saber o que é que aqueles senhores estavam a debater, o que disseram e o que Passos Coelho pensa sobre a novamente muito actual questão da emigração portuguesa, em particular de jovens com formação superior.

É claro que, se calhar, nada disso interessa: o importante é «passar ao largo», continuar a dizer que os governantes «não explicam as suas políticas» e repetir que, um dia, o governo terá convidado os jovens desempregados a sair do País, apesar de tudo ter sido, então, desmentido (o que se omite, naturalmente)!

É claro que percebo as prioridades da TVI: «encontar a francesa Diana» e desenvolver a «história de uma vida», a daquela senhora que decidiu celebrar o Dia da República com uma triste encenação e que, pelo que se viu na TVI, não tem história que toda a gente não tenha e, se calhar, nem vida extraordinária, como a da generalidade dos portugueses!

É claro que mudei de canal … vi logo que, de Diana, nem rasto e «história de uma vida», nem história nem vida.

E logo me apareceu a SIC com o mesmo tema, as mesmas dez pessoas, multiplicadas por milagre (agora) da SIC em «dezenas» de pessoas, a chamar «gatuno», «gatuno», nada sobre o conteúdo, participações e organização da conferência mas uma novidade do repórter: o «grande tema» foi o Primeiro Ministro ter «mudado a sua orientação em matéria de comunicação» e prestado curtas declarações aos jornalistas, «como no futebol», notava o «jornalista» da SIC que esclarecia mais: e tudo isto é para «evitar confusões»?!

Não estamos nada mal, não senhor, somos «informados quanto baste» enquanto uma «procura a Diana» e a outra zela para «evitar confusões»: a SIC e a TVI fazem o gosto dos comunistas e multiplicam por dez o «povo indignado», Jerónimo de Sousa ilustra dizendo que os ministros têm medo de sair à rua e falar com o povo, e o «mundo também indignado», que se passeia por todo o lado, aproveita a «censura da comunicação social às explicações das políticas governamentais» para berrar que os ministros não explicam nada!

AH! É verdade: enquanto a TVI prossegue a sua estóica «busca dos amores impossíveis por Diana, a fracesa», o seu director José Alberto Carvalho adora ouvir-se tanto, tanto, tanto que, quando convida alguém para uma entrevista «acha-se totalmente realizado» com o som das suas perguntas, como aconteceu há dias com o secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro, dr. Carlos Moedas, que se viu bombardeado com uma «incontinência de perguntas e interrupções» de tal monta que nem para uma única resposta minimamente articulada teve oportunidade.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O Terrorismo ... Ele aí Está!

Enquanto a TVI anda «à procura da bela Diana … »,

O primeiro acto terrorista em território nacional, desde o arranque das manifestações, concentrações e greves, passa ao largo nas Televisões, como um simples «anúncio de necrologia», sem qualquer esforço de informação, sem desenvolvimentos, «fontes» formais e informais, repórteres na rua à procura de «bocas», sem um forte alerta para alimentar a memória e a atenção das populações!

Passou-se há um dia e já ninguém se lembra e muitos nunca ouviram falar.

Parece que nada aconteceu neste pequeno mundo em que os «amores por uma etérea Diana» ou um vulgar «passeio» a Belém de meia dúzia de burgueses bem instalados na vida, mobiliza tudo: câmaras, carros de reportagem, entrevistas em directo, insultos soezes a representantes do Estado e a ministros … e horas, horas sem fim nem conteudo decente, de emissão em directo.

E, no entanto, foram reduzidos a cinzas oito autocarros da empresa privada «Mafrense», todos de uma vez, tudo de repente e a horas mortas, com explosões e sem socorro possível.

E, no entanto, toda a gente vê que é o terrorismo que está aqui!

A «Mafrense» é uma empresa que não faz greves e, certamente, iria transportar, em carreiras alternativas, muitos trabalhadores, crianças e idosos que a greve dos maquinistas da CP iria deixar em terra.

Arderam todos os autocarros … e a greve da CP foi um estrandoso êxito!

O primeiro acto terrorista aí está!

À atenção de todos os polícias visíveis, discretos e secretos, do Ministério Público e Governo, de todos os trabalhadores e utentes da «Mafrense», piquetes de greve e frequentadores das tascas, salões de jogos, casinos, discotecas, bares esconsos e snaks da zona e, em geral, de todos os cidadãos deste País: atenção redobrada, que nenhum indício ou vestígio passe «em branco» – os terroristas estão aí e é preciso evitar que o terrorismo volte a matar ou destruir em Portuga!

Custe o que custar … e seria muito interessante que a TVI (e as outras TV’s) suspendesse a «busca de Diana» ou a «ultima invenção da roda» e concentrasse todos esforços na «procura» dos terroristas!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

António Borges omitiu as outras «virtudes» dos empresários

O Professor António Borges já nos habituou ao seu estilo directo, pensamento claro e sequente e a juizos simples que todos compreendemos e aceitamos.

Talvez por isso, e por razões de ciência, tem acumulado um raro prestígio internacional.

Há dias disse que os empresários portugueses que se declararam contra a baixa dos custos de produção são completamente ignorantes.

António Borges levantou um vendaval autêntico!

E porquê? Por duas razões principalmente: disse a verdade, confirmada pelas estatísticas sobre a relação entre os graus académicos e de formação técnica de empregadores e empregados; não se escondeu atrás de «fontes anónimas» e disse-o perante os próprios empresários que engoliram em seco.

Ora, o Professor António Borges só falhou, talvez por educação, ao omitir o «resto» das «qualidades» dos nosso empresários.

Usando a linguagem dos comunistas do PC ou do Bloco de Esquerda, bem poderia acrescentar que os empresários são também «gatunos» e «vigaristas»!

Gatunos porque «roubam» o Estado ao reter para si os impostos que recebem dos clientes e que pertencem ao Estado; vigaristas porque «falsificam» as suas contabilidades e escondem os seu lucros para «roubar» impostos ao Estado.

Já não falo daquela outra «virtude» que é a hipocrisia dos «grandes empregadores» que só contratam pessoas a «recibo verde» para não pagar qualquer contribuição para a Segurança Social.

Seria interessante saber quantos trabalhadores tem o «quadro», sobre os quais paga Taxa Social Única, por exemplo, do grupo Jerónimo Martins, e quanto «trabalhadores» a recibo verde ou estagiários, sobre os quais não paga nada para a Segurança Social, «emprega» o grupo do Pingo Doce?!

Ou nas TV’s: quantos «trabalhadores a dias» pagam do seu bolso a Taxa Social Única e quantos são do quadro de pessoal, com vínculo contratual vitalício ou a prazo, que partilham os «descontos» com as respectivas empresas?

Reparo que Marcelo Rebelo de Sousa, que é muito inteligente, parece ter ficado «incomodado» com as afirmações de António Borges.

Mas o comentador da TVI, que é muito inteligente, devia já ter percebido que os tempos de «andar à volta das coisas», a inventar factos políticos e a especular sobre eles ou «andar a bater nas costas de todos para logo a seguir, às escondidas, bater na cabeça de todos os mesmos, esses tempos passaram.

Agora, eu sei que é uma chatice, os tempos são de frontalidade, clareza e determinação … à la mode António Borges!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A Lição de Fernando Pessoa

Tão citado como «referência» intelectual, moral e política, Fernando Pessoa foi um dos maiores «justificadores» e apoiantes, pelo menos ideologicamente, do golpe de Estado que, em 28 de Maio de 1926, depôs a República e instaurou o regime da Dictadura Militar, a génese do salazarismo.

Fernando Pessoa descreve a caótica situação social e política da época e teoriza sobre a desagregação da sociedade e acerca da impossibilidade da democracia e da viabilidade do Estado, tido como a inteligência da sociedade.

E chega a conclusões curiosas que, mutatis mutandis, ainda hoje constituem Lição erudita e pragmática se tivermos a humildade de, por analogia, «ver» nas Forças Armadas de então as instituições eleitas de hoje como a garantia de sobrevivência da sociedade e do Estado democrático e, nas «massas» de hoje, o instinto e a perigosa instabilidade dos agentes políticos republicanos de então, que dissiparam, por completo, a sociedade e a viabilidade do Estado.

Relembremos Fernando Pessoa e a sua justificação e adesão à Ditadura Militar que, como é reconhecido por todos os socialistas e comunistas, seja qual for a face com que se apresentam, foi a génese do regime salazarista.

• «… Estando a Nação dividida contra si mesma, como pode ella ter um regimen que defina a união que ella não tem?

Porque razão porém está a Nação assim dividida contra si mesma? A razão é fácil de ver, porque o caso é d’aquelles para que pode haver uma só razão. Estamos divididoss porque não temos uma ideia portugueza, um ideal nacional, um conceito missional de nós mesmos …»

• « … A democracia moderna é a systematização da anarchia (…) »

« … Não há outro caminho para a salvação e renascimento do Paiz senão a Dictadura Militar, seja esta ou seja outra. Cumpre que isto fique desde já entendido como intuito proposto; ficá-lo-há como caso provado quando se houver lido o opúsculo.»

« … Tudo quanto,em matéria social, é facilmente comprehensível é falso e estúpido. Tam complexa é toda a matéria social, que ser simples nella é estar fora dela. É essa a principal razão por que a democracia é impossível.»

« … No nosso caso, porém, pecisamente o que falta é um regimen. Tem pois a Força Armada que ser ella mesma o Regimen; tem que assumir por si só todo o Pode (…)»

• « … Provámos que é hoje legítima e necessária uma Ditadura Militar em Portugal».

« … Se amanhã a Ditadura Militar cahir,não cairá com ella a justificação d’ella. O ser necessária uma coisa não implica nem que exista, nem que, existindo,subsista: implica tão sómente que é necessária».

• « … Há só trez bases de governo – a força, a autoridade e a opinião. Qualquer forma de governo tem de participar, para ser governo, de todas ellas: sem força não se pode governar, sem opinião não se pode durar, sem autoridade não se pode obter opinião ( … )»

Valia a pena, governantes, dirigentes dos partidos, indignados e sindicalistas, empresários e intelectuais, e, muito em particular, jornalistas, sociólogos, politólogos, psicólogos e outros comentadores das TV’s, relerem Fernado Pessoa, o político, o intelectual que se constituiu num dos mais influentes ideólogos e fillósofos da Ditadura Militar (que evoluiu para o salazarismo) e da normalidade social e política, da sobrevivência da sociedade e do Estado.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Hoje não há IMPOSTOS

Hoje, os empresários da restauração estão em luta: não aceitam pagamentos com multibanco.

Só gostava de saber quanto é que o Estado tem hoje de receitas de IVA e quais os rendimentos declarados hoje pelos restaurantes, para efeitos de IRC.

Espero que as Finanças me informem … !?

A TVI e a «Liberdade» nas cadeias

Ouvi na TVI, e muito me impressionou, um recluso ao telefone que se queixava amargamente de falta de «democracia» e «liberdade» na cadeia onde «reside».

Era a «fonte» da TVI para «valorizar» (como dizia um amigo meu) a notícia de um movimento grevista, às refeições e ao trabalho, dos presos.

Mas, não foi mesmo essa a ideia da sociedade portuguesa, quando «mandou» aquele indivíduo para a cadeia, isto é, não quis o Tribunal proteger a «democracia» da sua nefasta influência e «salvaguardar» a segurança da comunidade dos efeitos perigosos do seu comportamento e «actuação» em liberdade?

E porque é que a TVI não lhe perguntou e não me disse, era o mínimo, a quantos anos de prisão foi condenada a sua «fonte» e que «raio» de crime ou crimes é que andou a praticar quando tinha toda a «liberdade» do mundo?

PSE o IVA sempre a «meio caminho» - Continuo a ouvir proprietários de restaurantes a queixar-se das quantias «insuportáveis» de IVA que têm de «pagar» ao Estado, de três em três meses. E continuo à espera de que um jornalista das nossas TV’s pergunte ao comerciante que IVA é esse que os «afoga» de três em três meses. Ora, eu «desconfio» que esse tal IVA é «pago» pelos clientes e que eles só têm de receber e entregar ao Estado. E se a quantia que têm de «entregar» é grande só há uma explicação: o «movimento» é muito maior! Quando é que esses senhores são «visitados» pelos inspectores das contribuições e impostos … só para a ajudar? É que, com a «matreirice impune» que anda por aí, as receitas dos impostos não podem deixar de continuar a cair a pique … só porque o «dinheiro», que «pertence» só ao Estado, perde-se nos complexos meandros das «caixas dois» … e fica a «meio caminho»?!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Passos Coelho teve «O Maior Apoio de Sempre»

Anda por aí «meio mundo» a reclamar a substituição do governo, a mudança de políticas, a formação de um governo de salvação nacional, a expulsão do FMI … tudo porque o «povo veio à rua, protestou e exigiu.

Dizem que o «povo» manifestou-se em tamanha dimensão como nunca se tinha visto algo parecido desde o 25 de Abril.

Uns contaram 100 mil, outros 200 mil mas a maioria viu Um Milhão de manifestantes na rua.

Cedamos, sem conceder, ao Milhão de manifestantes.

Ora, as manifestações foram convocadas pelo Facebook, PS, PC, BE, Intersindical e, sobretudo, por todos os canais de TV que operam em Portugal.

Se é verdade que se juntou Um Milhão de portugueses a exigir «governo pr’á rua» e «FMI pr’á rua», então as manifestações foram um dos maiores fracassos de sempre da oposição.

É que, com tantos meios e tantas forças associadas não conseguiram juntar Metade dos eleitores que, nas últimas eleições, votaram no PS, no PC e no BE, ou seja, contra Pedro Passos Coelho, isto é, nem metade da população oposicionista se manifestou e, muito menos, exigiu «governo pr’á rua» e «FMI pr’á rua» ou «mudança de políticas já» ou «TSU pr’ó caixote do lixo».

E desconto desde já a ausência do conhecido «campeão de crises» que é Mário Soares, e nem estou a contar aquelas franjas do CDS e do PSD que sempre gostam muito de constar em «abaixo-assinados» e de vir à rua … só porque «é giro» e «não vá o diabo tecê-las …»

Parece-me, pois, que é urgente «ler» os sinais do fracasso total que foi a «acção de luta» da oposição e das TV’s e respeitar a vontade, do mesmo modo soberana mas maioritária, da população que não se associou e quis apoiar Passos Coelho e as suas políticas (designadamente a TSU) isto é, é preciso respeitar a vontade de Um Milhão e 200 mil eleitores do PS, PC e BE, mais Dois Milhões e 159 mil eleitores do PSD e 650 votantes do CDS (apesar de tudo).

Afinal, as tais «Maiores Manifestações de Sempre» mostraram, simplesmente, que a oposição perdeu apoiantes e demonstraram o «Maior Apoio de Sempre» ao Dr. Pedro Passos Coelho – o POVO, afinal, escolheu APOIAR as políticas do governo liderado pelo PSD.

Portanto, é preciso repôr «as coisas no seu lugar» e acabar com as campanhas de falsificação a que temos assistido.

Por exemplo, ainda agora vi na TV um representante das empresas vendedoras de casas, as conhecidas empresas imobiliárias.

Veio protestar contra a TSU, porque não podia deixar de ser contra a reforma do sistema contributivo para a Segurança Social.

Aquele senhor representa um conhecido grupo parasita da sociedade.

Nada produz e, em relação ao cliente, quando está em modo de compra só aumenta preços e quando está em modo de venda só baixa os preços nos negócios que intermedeia; este grupo é o típico parasita que se alimenta, tal como as pulgas e carraças, do sangue alheio: dos que constroem os prédios, dos que compram as habitações, dos bancos que emprestam, dos que vendem porque não podem já suportar os juros dos empréstimos, seguros, garantias, condomínios, etc..

Eles habituaram-se a ganhar sem «pregar um prego» – agora, é uma chatice este momento da verdade; correm o risco de ter de «pregar pregos».

Aquele senhor teve a ousadia de vir dizer que o anúncio da reforma da TSU já provocou desistências de compras de andares e a não aceitação, por vários compradores interessados , de créditos à compra de habitação já aprovados e oferecidos pelos bancos!?

Assim, sem mais, sem dizer nomes de desistentes, sem mencionar os bancos beneméritos, sem nada – e a TV passou esta mini-entrevista, esta invenção, esta típica aldrabice de vendedor!

É gente desta que engrossa as campanhas contra qualquer reforma que atinja os parasitas … porque vale tudo para que não falte o sangue fresco no «portador».

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Eleições, já!

O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, violou o princípio primeiro e sagrado que liga os membros de qualquer associação de homens: a confiança.

Há códigos de ética ou regimentos e regulamentos que preservam a confiança recíproca entre os parceiros.

Mas há, em primeiro lugar, a honra e o carácter dos associados que sempre hão-de garantir a lealdade institucional e pessoal e manter, na intimidade dos intervenientes, as «conversas faladas» entre si, sobretudo as tidas, pela sua própria natureza, por confidenciais e secretas.

Paulo Portas trouxe para a rua os termos exactos de um debate que teve com o Primeiro Ministro.

A coligação perdeu o cimento - não pode mais haver confiança pessoal, política e institucional no Conselho de Ministros, no seio do Governo!

Seria precisamente o mesmo se, após uma audiência com o Presidente da República, alguém, Primeiro Ministro ou outro qualquer alto representante, viesse à TV narrrar tudo quanto foi dito e replicado na referida audiência.

Pedro Passos Coelho e o PSD devem assumir todas consequências desta quebra de confiança política e romper com a coligação, fazer cair o governo, suspender todas as negociações com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, manter-se em regime de governo de gestão e exigir eleições gerais antecipadas … e inviabilizar qualquer «solução» presidencialista que não pressuponha prévias eleições gerais.

E tudo com efeitos imediatos: antes que a Troica «caia no golpe» e mande o cheque!

E aprender a lição: o CDS nunca foi confiável e sempre provocou a ruptura nas coligações em que participou, nos momentos em que se impõe coragem e determinação.

Repito: é, antes dos códigos e das leis, uma questão de honra e carácter!

domingo, 16 de setembro de 2012

Passos Coelho deve gritar: «Aguentem-se»! ... E sair antes do cheque da Troika!

Vi a Helena Roseta na rua, misturada com aquela multidão que respondeu à convocatória da extrema esquerda comunista, excitada em torno da «plataforma» dos tradicionais «pisa-milho transgénico».

Deve andar com dificuldades, coitada, a ser roubada, a viver em casa degradada, com a Troika aí a exibir-se, sem dinheiro e a Troika com tanto dinheiro, sem perspectivas de futuro ... coitada!

Pareceu-me em baixo: confesso gostava mais dela quando a via por aí mais ALEGRE, mais excitada, mais feliz!

Mas vi também muita outra gente naquela romaria que bateu por muitos pontos as «festas» de Sócrates.

E todos se mostravam muito urbanos e civilizados quando chamavam «ladrão» e «gatunos» ao Governo e ao Presidente da República e muito conscientes quando exigiam que a Troika fosse expulsa de Portugal.

Parece-me que aquela gente, que se dizia roubada e sem futuro, mostrava sinais de poder de compra para acessórios como óculos escuros da moda que só servem para enfeitar, cuidados tratamentos de beleza que não matam a fome a ninguém nem ajudam a comprar livros escolares, roupa de marca e cara que em nada contribui para a sustentabilidade do Estado social, e também não vi gente suada e cansada, o que me significa que se deslocaram para os locais da concentração de automóvel próprio, com os respectivos custos elevadíssimos em combustível e «desgaste» de viatura.

Não vi ninguém a pedir pão, sopa, nem leite nem vitaminas, bem pelo contrário!

E querem a Troika expulsa daqui para fora.

O que é curioso porque, sem a Troika cá dentro … adeus tudo!

Acaba-se a «maçaroca», não há pensões nem reformas, nem pequenas , nem médias ou razoáveis, deixa de haver salários, pequenos, médios ou grandes, desaparecem os subsídios de desemprego e as bolsas de estudo … acabou-se o leite, o pão e as blusas, o dinheiro para o carro e para os transportes públicos e, até, os caríssimos cosméticos terão de ser substituido por sabão azul ou, como se chamava antigamente, por «sabão macaco»..

Com a Troika, fora daqui, aquela gente passa a pedir na «sopa dos pobres» mas terá de se levantar muito cedo porque só os primeiros da «bicha» conseguirão algum caldo … !

Ora, perante todas estas exigências de gloriosa «auto-suficiência», o Primeiro Ministro tem de agir em conformidade.

O PS já decidiu que renega o programa de ajustamento que assinou há um ano com a Europa e o FMI, o CDS perdeu o «encanto» pela coligação de governo, os barões do PSD estão muito preocupados com vinganças pessoais e ostentação de ideias e comportamentos que destroçaram o partido no passado recente e o Presidente da República está completamente desnorteado e a precisar de conselho.

Em consequência, Pedro Passos Coelho só tem uma saída para não morrer cedo: gritar «estou farto desta cambada que não merece nada», pedir a demissão, entregar a pasta a estes «pisa-milho transgénico» e seus novos amigos e rematar com um sonoro «aguentem-se se quiserem» porque eu vou divertir-me, saudavelmente, com a família, no sossego do lar!

Mas tudo isto tem de ser já: antes que a Troika seja «fintada à portuguesa» e mande o cheque … para esta rapaziada que quer a Troika expulsa!

PS: Só tenho pena dos infelizes que verdadeiramente precisam de apoio e nem para passear nas avenidas da cidade têm dinheiro nem disposição e de outra gente, responsável, séria e corajosa, como o economista Victor Bento se mostrou ontem na TVI … apesar das aleivosias da Senhora Dona Judite de Sousa que, certamente, andará, como sempre andou, angustiada por já não ver como gastar os «colossais milhares de euros» que ganha todos os meses … só por dizer banalidades na TVI e não deixar falar, nas suas milionárias entrevistas, quem tem a dizer qualquer coisa de útil e relevante.

sábado, 15 de setembro de 2012

Só Victor Gaspar pode salvar o Conselho de Estado

Tenho dúvidas sobre a oportunidade da reunião do Conselho de Estado convocada pelo Presidente da República.

A convocatória é explicita mas demasiado vaga: aconselhar o Presidente sobre o exercício das suas funções, no âmbito das competências consagradas na Constituição, a propósito da resposta europeia à crise e a posição portuguesa.

Muito singelamente, diria que o Conselho de Estado vai avaliar as recentes declarações de responsáveis de instituições europeias acerca da intervenção, nos mercado financeiros, do Banco Central Europeu, designadamente «compra de dívida pública, o programa de ajustamento revisto imposto pela Troika a Portugal e a sua materialização no Orçamento Geral do Estado para o próximo ano.

O problema é que não vejo que funções constitucionais o Presidente possa exercer quanto ao modo de intervenção do Banco Central Europeu nos mercados financeiros nem acerca do programa de ajustamento para a consolidação orçamental portuguesa.

A única prossibilidade de fundamentar a pertinência e oportunidade desta reunião do Conselho de Estado seria aconselhar o Presidente da República sobre o modo como há-de exercer as suas funções perante a proposta de lei de Orçamento Geral do Estado.

Mas neste particular, e uma vez que não tem qualquer competência na preparação e elaboração do Orçamento Geral do Estado, o Presidente da República também não está perante qualquer função a exercer, simplesmente porque não existe proposta de lei, nenhum documento fechado e definitivo, para apresentação e debate na Assembleia da República.

E não parece normal que o Presidente exerça qualquer função constitucional perante declarações em conferência de imprensa ou na Assembleia da República quer do Primeiro Ministro quer do Ministro de Estado e das Finanças.

É, pois, precipitada a convocação do Conselho de Estado na presente fase de elaboração, pelo único orgão de soberania competente que é o Governo.

E é, sobretudo, contraproducente porque reduzir o papel do Conselho de Estado à produção de uma sucessão de «retórica de rua», inevitavelmente genérica e certamente não fundamentada com rigor e demagógica, pode ter efeitos sérios no respeito institucional devido às superiores instituições do Estado e à autoridade do Estado.

Só vejo uma intenção: o Presidente acha que será o momento de «engrossar» o protesto de rua em preparação pelas minorias comunistas da extrema esquerda e por algumas «élites» frustradas do PSD e CDS, para, no clima de insurreição aparente que está à vista, chamar as atenções sobre si próprio e tentar aparecer como o salvador da pátria e da europa.

Já fez outras tentativas e não se deu bem.

Mas, desta vez, talvez a presença do Ministro de Estado e das Finanças, Victor Gaspar, possa dar a relevância política que o Conselho de Estado merece ... se o deixarem, naturalmente!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A «trágica vigança» de Ferreira Leite e o «golpe» do Menezes

Não me interessa muito analisar o «pacote» anunciado ontem pelo Ministro das Finanças.

Deixo essa missão aos homens da ciência económica, aos técnicos sérios e aos agentes económicos.

Sei que não gostei do que ouvi e sei que não gosto de «prosar» sobre o que desconheço mas tenho a convicção, não sustentada em certezas, de que a situação de emergência em que os socialistas mais uma vez nos colocaram talvez exija as medidas drásticas agora anunciadas.

Preocupam-me mais os comportamentos de pessoas com especiais responsabilidades e deveres políticos, de técnicos e políticos de quem esperava condutas de referência cívica e exemplares de rigor.

Foi lamentável o «papel» desempenhado ontem na TV por Manuela Ferreira Leite e Luis Filipe Menezes.

Manuela Ferreira Leite já se esqueceu que os mesmos de sempre, comunistas das diversas nuances e socialistas, disseram dela muito pior do que agora dizem de Victor Gaspar.

Luis Filipe Menezes esqueceu-se do que ele próprio reclamava contra os actos de indisciplina e deslealdade, contra ele próprio, praticados por companheiros seus, quando era Presidente do PSD e acabou na total desgraça.

Creio que ambos se quiseram vingar mas, infelizmente, o que mostraram foi uma completa falta de carácter e estabilidade emocional.

Manuela Ferreira Leite veio à TV dizer mal de tudo, de Victor Gaspar, da política do PSD e repetir os mesmo argumentos do PS, do PC e do BE – só evitou falar do «pacto de agressão», do «roubo dos trabalhadores» e de chamar «ladrões» a todos os ministros.

Fundamenta a sua oposição em falta de informação, incompreensão do alcance das medidas, não perceber isto ou aquilo, ninguém lhe dizer qual o projecto, quais as previsões do governo e da Troika, se é governo que manda ou a Troika, como é que estaremos daqui a uns anos.

Não sei que relações tem com o PSD, os seus dirigentes e os membros do governo – mas sei que o nível de informação de que precisa não será na TV que o obterá … !

Mas uma militante de carácter, com tamanhas responsabilidades morais e políticas no PSD, jamais viria a público reclamar como ela reclamou, do tipo «capitão de Abril» frustrado e ignorante, retrógado e nostálgico, sem antes esclarecer se alguma vez lhe foi negada a possibilidade de se informar e emitir opiniões, dentro do partido ou na intimidade de qualquer gabinete, junto do primeiro ministro ou do ministro das Finanças ou de algum secretário de Estado ou de algum dirigente do partido.

Em vez de vir à TV, «fugir com o rabo à seringa» ou vingar-se do seu passado, Manuela Ferreira Leite deveria ter começado por «dentro» e dar o contributo que todos esperariam dela.

Foi pena … porque talvez tenha confirmado um pouco do muito de que a acusaram, um pouco do muito mau que lhe «chamaram».

É triste e lamentável … mas não surpreende, sobretudo se tudo for associado à também lamentável prestação do homem de confiança do Presidente Cavaco Silva, Alexandre Relvas.

Luis Filipe Menezes anunciou a sua candidatura à câmara municipal do Porto.

Não sei com quem falou nem como falou.

Apenas sei que estava decidido pelo PSD que seriam os orgãos próprios do partido, no momento considerado oportuno, a anunciar os «cabeças de lista» às eleições autárquicas.

Ainda que «autorizado» por alguém, Luis Filipe Menezes deveria manter-se calado e esperar pelo anúncio da deliberação do Partido … como os outros todos!

Menezes mostrou que lhe falta maturidade política, que não consegue disfarçar que a sua vaidade atinge níveis de arrogância despropositada e que jamais deixará de ser «o menino frenético que adora provocar a inveja de todos quando recebe um novo brinquedo», incapaz de agir e comportar-se com a humildade que deve caracterizar a relação entre o militante e o seu partido.

É pena … mas não surpreende!

O que sei é que Menezes e Ferreira Leite têm a obrigação de se contêr, participar com lealdade, discutir tudo livremente mas dentro do partido, ser uma referência política e moral de disciplina e respeito pelo próprio partido que os acolhe e, até, em momentos graves, os apoiou e protegeu.

Se não querem, o melhor é não estragar e … rasgar o «cartão» e rumar para a liberdade!

Só faz falta quem lá está, com reponsabilidade e lealmente, com vontade de colaborar e intervir politicamente, mas com respeito pelos deveres de todos os militantes!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Cuidado com os comerciantes e industriais!

Não estou em condições de avaliar os fundamentos e consequências do novo «pacote» de medidas tomadas pelo governo para executar o progama de ajustamento das nossas finanças e da economia nacional.

Falta-me competência técnica e informação.

Mas acho estranha a reacção de empresários e gestores à baixa da Taxa Social Única.

O Ministro das Finanças foi claro quanto às expectativas da execução desta medida.

Não espera que, numa primeira fase, os empresáros contratem mais trabalhadores.

O efeito imediato seria a baixa dos preços dos produtos produzidos e comercializados em resultado da baixa dos custos de produção e o natural aumento do consumo.

Parece normal e natural num mercado animado por agentes sérios e conscientes das suas responsabilidades profissionais e cívicas.

Infelizmente, o governo parece ter-se enganado: os empresários, especialmente os comerciantes, já fizeram contas e já demonstraram a intenção de transformar essa poupança nos custos de podução em margem de lucro.

Provavelmente, com é habitual, até vão aproveitar esta «mexida» para aumentar os preços.

Seria bom que o governo vigiasse e «acompanhasse», de muito perto, a execução de tudo isto, a repercussão desta «folga» na formação de preços … e tirasse os devidas consequências na orientação do mercado interno, designadamente no comportamento dos empresários.

É que o Estado, além do mais, é um cliente … e como cliente, nem precisa de usar a autoridade política que a dignidade do Estado lhe dá – basta optar livremente nas compras e nas contratações de serviços!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Comissão de trabalhadores da RTP é muito excitada

A comissão de trabalhadores da RTP anda muito excitada.

Não a vejo a exigir medidas concretas ou cautelares de defesa dos direitos trabalhadores da RTP.

A comissão de trabalhadores da RTP está exclusivamente preocupada com o destino do programa político da oposição, especialmente do PS.

Não quer a reestruturação, a garantia de viabilidade da empresa.

Só quer a demissão do ministro Miguel Relvas e «fazer» leis.

Está bem, tudo bem!

Se é assim que os trabalhadores da RTP se sentem devidamente representados, estamos esclarecidos … ?!

É mesmo urgente «queimar» aquelas gorduras!

Já não está em causa a RTP nem o serviço público de televisão – a questão é só de higiene!

sábado, 1 de setembro de 2012

«Ecce» Serviço Público de Televisão - Adeus gorduras

O Conselho de Administração da RTP pediu a demissão.

Isto sim, isto é serviço público de televisão!

O ministro Miguel Relvas aceitou o pedido de demissão do Conselho de Administração da RTP.

Isto sim, isto é eliminar as grandes gorduras do Estado!

… E tudo numa penada só, bolas!

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Ministro Relvas pensa que é a comissão de trabalhadores da RTP?

Ora toma lá … que é para aprenderes!

Anda por aí o governo com «coisas», à procura de serviço público de televisão? Que a RTP é cara? Que não tem audiências? Que é uma espécie de «clube de amigos» que ganham que nem príncipes?

Pois bem: a resposta aí está!

Uma meia maratona, cheia de música e de músicos protegidos, daqueles que só «dão concertos» para amigos e não vão a feiras nem romarias, com cobertura mediática total e em directo, certamente com câmaras por todo o lado, motas e helicópteros, repórteres em cada curva, grandes planos e zooms nas «caras» bonitas do Jet Set do serviço público televisivo, tipo Catarina Furtado … tudo, à fartazana.

Uma maratona, tudo a correr, isto sim, isto é que é serviço público de televisão!

Oh! Senhor doutor António Borges, então o senhor põe-se aí a «dar lições» de economia e gestão de empresas à comissão de trabalhadores da RTP? O senhor sabe o que é uma câmara de TV? Já alguma vez ouviu falar em «cabo coaxial»? Acha que sabe alguma coisa de «on» e «off» ou de «luz quente» e «luz fria»? Pensa que a RTP é uma balda, tipo FMI, tipo algum banco internacional ou tipo alguma universidade? E pensa que a comissão de trabalhadores da RTP é, assim, como que uma «coisa qualquer», tipo conselho de administração de Banco Central Europeu? O senhor doutor «não se enxerga»?! Deixe-se de «fitas» … o senhor nem sabe o que um décor?!

Já agora: que ideia foi essa do senhor ministro Relvas ir para Timor e não «dar cavaco» à comissão de trabalhadores da RTP?

Como se dizia antigamente, que é isto, senhor ministro Relvas, isto é tudo nosso? Já chegámos à Madeira, ou quê? Com que então, mete-se no avião e pronto, Timor com ele! E nem uma palavrinha, um singelo pedido de autorização, uma reunião para explicações com a comissão de trabalhadores da RTP?! Oh, senhor ministro, o senhor pode ser ministro mas ainda está muito longe de ser da comissão de trabalhadores da RTP, ou não!? Respeitinho é muito bonito … ! Só faltava agora aparecer na grande maratona … ?!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Menos passageiros ou menos pagantes?

Corre pelas TV’s a notícia de que as empresas de transportes públicos perderam umas largas dezenas de milhar de passageiros.

O que as notícias não me esclarecem é se há menos pessoas a usar os transprtes públicos ou se há mais gente a viajar sem pagar bilhete.

Era interessante conhecer o critério destas estatísticas: venda efectiva de bilhetes e «passes» ou número de passageiros efectivos nos autocarros e comboios?!

domingo, 26 de agosto de 2012

Comerciantes são mais generosos que as paróquias

Insisto.

As receitas do Estado provenientes do IRS subiram – não é fácil aos cidadãos, trabalhadores por conta de outrém ou trabalhadores independentes «a recibo verde», esconderem os seus rendimentos.

As receitas do Estado resultantes da cobrança de IRC (empresas) e do IVA (pago por cada acto de comércio) baixaram.

É óbvio que estamos perante uma óbvia generalização de fuga aos impostos por comerciantes, industriais da restauração e transportes de passageiros.

É urgente que a administração fiscal fiscalize, com método adequado e sistematicamente, todas as empresas e empresários destes sectores.

Há restaurantes que declaram prejuizo.

A Confederação do Comércio e as Associações sectoriais fartam-se de «chorar» - é tempo de colaborar com o Estado na imposição aos seus asssociados de comportamentos éticos e sérios e na reposição da legalidade nas actividades que representam.

Por exemplo nos restaurantes, porque não confrontar as despesas declaradas em toalhas de mesa e as receitas de refeições declaradas?

Ou as despesas declaradas nas pastelarias e snacks com abastecimento de café e açúcar e as receitas declaradas com a venda de «bicas»?

E nas cervejarias, qual a relação entre os custos com a compra de cerveja, marisco e carne aos fornecedores e as receitas com as vendas aos clientes?

Ou os gastos em combustível e as receitas dos táxis?

E porque não entrar nos SPAS e cabeleireiros e analisar o consumo nos estabelecimentos de cosméticos, tintas, água e vernizes com o «movimento» e receitas declaradas?

Os funcionários da administração fiscal são os mais bem pagos pelo Estado – certamente que não será para estarem sentados à secretária a receber «declarações» mas para «andar no terreno».

E estou absolutamente convencido que acabarão por concluir que o comércio português «dá» em vez de «vender» e é muito mais generoso com os clientes do que qualquer paróquia com os seus «sem abrigo» … !

sábado, 25 de agosto de 2012

Desmantelar a RTP é acabar com a maior Gordura do Estado

Ouvi num daqueles pedagógicos programas da SIC, feitos por telefonemas a custo de «chamada com valor acrescentado» e onde muito aprendemos com tão bem expostas e fundamentadas análises políticas, financeiras e filosóficas, uma senhora, certamente especialista em economia e comunicação social, o seguinte: «eu vejo sempre a SIC mas acho que a privatização da RTP é um roubo deste governo que nos tira tudo, até nos rouba o sector público da comunicação social».

A senhora não usa a RTP … mas acha horrível que o governo lhe tire o que não vê nem usa e de nada lhe serve!

É este o tom das doutas análises acerca da entrevista do Prof. António Borges.

António Borges foi convidado para dar uma entrevista, isto é, para dar a sua opinião acerca do futuro de uma empresa que toda a gente qualifica de «o grande monstro sorvedouro de dinheiros públicos» ou «a maior gordura do Estado».

No uso da liberdade de expressão, a que tem direito como qualquer outro cidadão, deu a sua opinião e sempre foi informando que a sua opinião era apenas um dos «cenários em estudo».

Nunca falou em «decisão do governo» mas como a sua opinião não convém aos interesses de meia dúzia de parasitas do Estado, logo se levantou uma enorme campanha de injúrias contra ele e contra o governo, de manipulação, deformação do que foi dito, mistificações e falsidades.

Em poucos segundos vimos todos como a tal liberdade de expressão de pensamento, afinal, só serve para alguns e quando lhes convém – jamais para quem não pensa como eles e, sobretudo, se esse alguém for competente, decidido e tiver ideias claras e objectivas.

António Borges não falou de programas nem de informação – falou de uma empresa, gigante nos meios técnicos e humanos usados, superpovoada por gente sem tarefas que se acotovela pelos corredores e nas filas para os refeitórios e serviços sociais, uma gordura sem limites a pagar salários e cachets também sem limites, com estruturas e serviços totalmente desproporcionados, sem sinergias e a duplicar ou triplicar actividades, socialmente inútil, sem outro objectivo que não seja gastar em enormidades o dinheiro dos nossos impostos que, alás, muita falta fazem à sustentação do Estado Social que toda a gente reclama.

Ao fim e ao cabo, todos sabemos que o «monstro RTP é uma das mais notórias inutilidades públicas e António Borges, como economista e gestor de reputação internacional, limitou-se a dar a sua opinião acerca do modo de «desmantelar» a empresa para a tornar viável e útil e, simultaneamente, tornar transparente a concorrência no espectro televisivo do sector da comunicação social e libertar vultuosas verbas do Estado para, por exemplo, a saúde, a segurança social e a educação.

… E salvar o serviço público de comunicação social da actual degradação e futura extinção.

É com projectos destes que se organiza a intervenção social do Estado e se desfazem «as gorduras gordas»!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A Grande Marcha da Fuga aos Impostos

Fala-se hoje muito sobre os pagamentos ao comércio com cartões de dédito ou crédito.

Quando recebem em cash, os comerciantes fazem a contabilidade conforme lhes interessa – declaram, isto é, incluem as vendas que lhes convêm e «escondem» tudo o resto.

É claro que no fim do exercício ou tiveram «prejuizo» ou as receitas coincidem com as despesas – mas oferecem um JEEP da moda aos filhos …

Quando recebem através de cartão de crédito ou débido não é possível «esconder» nas inúmeras «caixas dois» as suas receitas efectivas, o seu «movimento» – porque todas as vendas e, consequentemente, todas as receitas estão registadas no banco.

Os comerciantes não se preocupam com as taxas dos bancos – são eles que formam os seus preços e, naturalmente, é o cliente quem paga todas essas e outras taxas bancárias.

O problema dos comerciantes é só um: fugir aos impostos e, designadamente, reter para si o IVA que recebem dos clientes e deveriam entregar ao Estado.

E fazem esta «habilidade», de converter o IVA em margem de lucro, com tamanho descaramento que ainda há dias encheram os telejornais com o seu «grande problema» que era «pagar ao Estado o IVA».

Mas como? Eles não «pagam» IVA – eles recebem dos clientes para entregar ao Estado!

Espero que o Estado, sobretudo as Finanças, não «ande a dormir» à sombra das penas dos coitadinhos … !

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Natal dos «Contra Touradas»

Não acredito que aquela «malta» que se exibe contra as touradas tenha na consoada de Natal um jantar confeccionado com urtigas, alface, tomates, uma folhas de lanjeira e de louro, dois nabos e uma couve portuguesa.


Não tenho dúvidas de que, nas suas «bem postas» mesas, há-de surgir o belo leitão, o suculento perú ou o inocente frango, uma boa posta de bacalhau e, a rematar, um delicioso polvo cozido com todos … além de umas carnes de porco ou frango do campo, frias ou fritas, durante a tarde, para entreter a conversa.

E que bonitos e simpáticos são estes animais, cheios de vida e irrequietos, nos seus ambientes naturais!

… Mas esta gente não vê a triste figura que faz … com tanta hipocrisia e tamanha exploração dos animais apenas para exibirem as suas vaidades ou frustrações?
    

Moral, moral, para «defender» os animais têm os meus patos … que só comem milho e ervas do campo … todos os dias, mesmo no Natal e no Fim de Ano

E estão quietos – respeitam os direitos dos outros!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A SIC Notícias é um «video clip» ... muito pimba!

A SIC Notícias está cada vez mais uma paródia!

Agora, diz-me que o Ministro da Economia, Prof. Álvaro Santos Pereira, está a «distanciar-se» do Primeiro Ministro, Dr. Pedro Passos Coelho.

E tudo isto a propósito do «confronto» de uma entrevista do Ministro, em que ele disse que as reformas estão feitas e vão dar resultados no próximo ano, com a declaração do Primeiro Ministro, em que este disse que o próximo ano será o ano da «inversão» da tendência recessiva em que o PS nos deixou.

Não vejo «distância» alguma, a não ser que a SIC se refira ao facto de o Ministro ter dito isto em Lisboa e o Primeiro Ministro ter falado no Algarve ...!

De facto, aí há uns tantos quilómetros a separá-los … !

A SIC Notícias está a habituar-nos a um estilo de conteúdos de informação muito «exigente».

Cada notícia que nos dá é um mistério e obriga-nos a confirmar para, eventualmente, acreditar … se a SIC disse … não sei, só vendo!

Quanto à forma, é uma informação estilo «video clip», em que, aproveitando segundos de imagens extravantes ou afirmações completamente desgarradas, misturam tudo e fazem «programas» chocantes, impressivos, escandalosos até … e normalmente, com música de fundo e frases sem sentido mas de «bom efeito publicitário» … que repete insistentemente.

Isto além dos «programas» feitos por «ouvintes» que ninguém sabe quem são, mas que filosofam sobre tudo e se queixam amargamente da crise, ao mesmo tempo que sustentam a SIC Notícícias gastando o dinheiro, que dizem que não têm, em telefonemas a preços «de valor acrescentado».

A SIC Notícias está mesmo um autêntico «video clip» atrevido … que manipula tudo e todos para «inventar» ou «sugerir» grandes acontecimentos, conflitos, escândalos e tudo o mais que dê a entender que está «por dentro».

A SIC Notícias é mesmo «danada para a brincadeira» ... com a informação.

É bom que treine montagens de «video clips» … à falta de publicidade e com a concorrência do novo canal que há-de vir por aí … vai ter muito trabalho para ilustrar «música pimba», como aquela de um tal Jorge Palma que repetem sistematicamente!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

É preciso abrir umas cabeças ... à paulada!

A propósito da Festa do Pontal, do PSD …

Quando se confrontam os direitos à Segurança e Liberdade, ao bem-estar, tranquilidade e normalidade de vida dos cidadãos, como Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho e respectivas famílias, com a libertinagem de meia dúzia de meliantes , que os ameaçam e agridem, molestam e sequestram nas suas casas … só há uma via: a acção directa e o exercício do direito de resistência para repelir a ameaça à Liberdade e assegurar a Segurança individual.

Os cidadãos Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho são as vítimas – os agressores são meia dúzia de delinquentes desordeiros, sem autoridade ou legitimidade de qualquer natureza.

A questão é estritamente pessoal, um conflito entre pessoas singulares que o Estado não pode ou não quer dirimir.

É preciso regressar ao passado e receber esses desordeiros à paulada, à pedrada e ao murro – não há como uma cabeça aberta para garantir a normalidade!

O velho PPD e a irreverente JSD nunca admitiram semelhantes afrontas aos seus – em casos de ameaças e agressões desta natureza, sempre se organizaram em grupos de defesa e resistência … e repeliam mesmo os agressores com os meios e instrumentos adequados!

Esta impunidade a que temos assistido tem que acabar - e acabar de vez!

É tempo de avivar a memória … abrir umas cabeças à paulada e mostrar-lhes que a violência tem uma consequência imediata: a violência!

domingo, 12 de agosto de 2012

E o IRS tudo levou!

Pois é.

É a crise, feita à medida de alguns que a fizeram, enquanto gozavam à fartazana.

Mas é a crise que outros têm de vestir apesar de nada terem gozado.

Assim mesmo, sem mais nem menos, a somar aos subsídios que se volatizaram e tudo o mais, lá levei uma bolada de 850 euros em IRS … quando era habitual receber.

E fartei-me de poupar.

Não fui ao futebol, à discoteca nem à ópera, não comprei casaco nem camisa italiana nem cosméticos , não vou de férias há anos, não conheço Paris, Cuba ou Cancum nem a Quarteira, não há automóvel mais barato do que o meu e está parado, não ando por aí fora a gastar gasolina na caça de ministros, não tenho dívidas, não vou a festas nem casamentos nem baptizados, não gosto de mariscos nem souffles e deixei de almoçar em 1980, o meu frigorífico está cheio de ferrugem e o meu pequeno televisor pouco digital continua a resistir ao tempo e aos programas, o computador é um monstro de peso e precisa de umas pancadas para sossegar, nunca entrei no Corte Inglês, ganhei o mesmo mas descontei mais para impostos e outros cortes … e pago a crise!

E nem mudei de mulher nem de casa nem de cão, o pobre velho rafeiro!

É certo, fiz uma extravagância: comprei há quase um ano umas sapatilhas no Continente para esconder o encardido das velhas peúgas … não havia mais barato naquele dia … mas foi uma extravagância!

Poupei, poupei … e, de repente, foi-se tudo para o IRS!

Os outros gozaram … e eu, que tantas saudades tenho de uma feijoada com todos … tudo para a crise, e eu é que pago!

Paciência, do mal o menos.

Se este é o preço para não ver mais Sócrates … é caro … mas vale a pena … deixá-lo lá longe, nas grandes avenidas e cafés, a estudar!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O «novo papel» das Ordens dos Médicos e dos Advogados

As ordens profissionais eram, tradicionalmente, instituições públicas de elevado prestígio que mereciam o respeito do Estado, dos seus associados, dos corpos sociais e da generalidade da população.

Das mais reputadas, a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Advogados elevavam-se pela competência e capacidade de decisão exclusiva no reconhecimento de acesso e exercício da profissão, avaliação dos curricula dos respectivos cursos universitários, pelo mérito dos seus pareceres e intervenções de natureza científica, no estudo e desenvolvimento da medicina e dos ciências jurídicas, rigor na determinação de comportamentos éticos, poder jurisdicional sobre os seus representados, competência disciplinar e reconhecida experiência e superior saber dos seus dirigentes, em especial dos seus Bastonários.

Nos últimos tempos, parece que estas instituições baixaram ao nível de sindicatos, querem transformar os Estatutos da Ordem em convenções colectivas de trabalho e passaram a tratar, preferencialmente, de matérias salariais, condições de trabalho ou regimes contratuais.

Estão a transformar especialistas da maior responsabilidade ética e profissional, profissionais liberais com autonomia de decisão em simples proletários, em empregados por conta de outrém.

A Ordem dos Médicos mistura-se com os sindicatos médicos na organização e direcção de greves de médicos e assistimos ao triste espectáculo de advogados em greve de zelo por motivos remuneratórios, com o Bastonário presente e a «conduzir» a «luta», qual delegado sindical.

Talvez tenham razão.

Afinal, não se comportam os médicos e os advogados como meros funcionários?
Os médicos e os advogados parece que prescindiram de eleger um Bastonário - agora elegem um delegado sindical para a Ordem.

domingo, 5 de agosto de 2012

As coincidências de um verão quente

Com o início de Agosto, chama-me a atenção a seguinte tendência:

À medida que diminui a actividade itinerante dos «brigadistas caça ministros», do gangue «Zé do Telhado de meia tijela» chefiados pelos revolucionários Arménio Carlos e Mário Nogueira, aumenta de forma brutal a actividade das quadrilhas de assaltantes de «multi-bancos», carteiristas, traficantesde droga e de incendiários.

Mas, o mais interessante é que, enquanto os afamados «pisa milho transgénico» levantaram os seus animados acampamentos culturais e desapareceram, começaram a ser presos os grandes barões internacionais da droga!

Mera estatística … empírica, naturalmente … curiosa coincidência …

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Luis Fazenda ainda sonha com a Albânia

É curioso.
Vi e ouvi há dias, na SIC Notícias, Luis Fazenda, o representante da velha UDP na coligação extravagante que dá pela alcunha de Bloco de Esquerda.

E foi então que percebi que a velha Albânia de Enver Hoxha, o regime totalitário que fazia da opressão de Mao Tsé-Tung uma «brincadeira de crianças para chinês ver» e que tanto inspirava Fazenda e os seus amigos , não podia se não cair na rua, com o povo todo em guerra pela Liberdade e por Pão e Feijão!

E não é que Luis Fazenda, do chamado Bloco de Esquerda, não aprendeu nada com as vitórias da Liberdade e pluralismo social, com a reposição da dignidade das pessoas e dos povos, com os sucessos desses movimentos de libertação que varreram, nesses estranhos mundos, o totalitarismo comunista para os caixotes do lixo?

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Pacheco Pereira é a «metáfora» de Tiananman

Não vi nem ouvi mas alguém credível disse-me que Pacheco Pereira qualificou a «magreza» do Primeiro Ministro como uma «metáfora» da austeridade a que o governo socialista nos condenou.

Ele lá sabe.

Mas é curioso que também eu tenho pensado que o próprio Pacheco Pereira há muito me parece uma «metáfora».

Desde logo, aquela «opulência física» com que se apresenta, confronta-me com uma «metáfora» da vida bem vivida, de habilidade manhosa para multiplicar riqueza e acumular dinheiro, de uma ilimitada ambição de poder, de um modo de vida onde os excessos de gorduras sebácias e o tamanho da barriga são óbvios sinais de formosura.

Neste aspecto, Pacheco Pereira é uma «metáfora» do crescente aprofundamento do abismo entre os pobres e os ricos, uma «metáfora» de que a crise está a servir para aumentar a míngua dos mais pobres e aumentar, ainda mais, a fortuna dos mais ricos.

Depois, há aquela clássica arrogância do filósofo-comentador que o transplanta para os jardins esplendorosos de um mundo deusificado, etéreo, extravagante mas exclusivo, onde as pedras da calçada apenas se deixam pisar pelas aparências, pelo «saber» especulativo e sofístico que jamais chega a lado algum do mundo real dos simplesmente mortais.

Ainda assim, Pacheco Pereira sempre me pareceu a «metáfora» do saber, da lógica, da retórica estruturada dos que sabem, melhor do que ninguém, viver do marketing, da imagem, das aparências, do vazio e sem substância, da eficácia da ousadia temerária.

Pacheco Pereira sempre me pareceu uma «metáfora» do pensamento crítico, uma «metáfora» das «inutilidades públicas» que Francisco Sá Carneiro tanto desprezava.

Mas Pacheco Pereira, o «desencantado» ou «o vingador» das frustrações ideológicas, revelou-se me a «metáfora» mais bem elaborada quando aderiu ao PSD e rapidamente aí trepou a figura de primeiro plano.

Ele era, e ainda é culturalmente, um comunista maoista, o radical ideológo da Revolução Cultural de Mao Tsé-tung em Portugal, mas soube aderir à «política de abertura» expandida por Deng Xiaoping, e de tal forma o fez que acabou por alcançar as posições de poder e influência, da maior relevância, no seio da social democracia de centro esquerda e liberal, esvaziando, quase completamente, a história, os métodos e a cultura de raiz popular e rural do PSD e esmagando o ânimo e a vontade de acção, a força das convicções dos históricos militantes que fizeram do PPD o maior e mais activo partido nacional, sociologicamente um partido de povo e do poder do povo.

Pacheco Pereira foi a «metáfora» portuguesa da «abertura» de Deng – o comunista pró chinês que continua a pensar como comunista mas que, por mera conveniência das circunstâncias práticas, pela direcção da história, «evoluiu» para o liberalismo político … mas sem beliscar a «alma» intolerante e totalitária do eterno comunista maoista.

Pacheco Pereira é uma «metáfora» de Tiananmen … que quase esmagou o PSD!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A vida na natureza

Uns vivem, conforme as suas aptidões, outros oferecem a devida segurança.



A paz no campo

Este é o meu companheiro!

Fala pouco, vive e deixa viver, trabalha, não faz arruaças!
Só quer aquilo que tem.
Sol

O meu grande companheiro

Não berra na rua, cumpre os seus deveres, trabalha, não é comunista - deixa viver em paz!
Blogger: Painel do Blogger

O meu refúgio

É aqui que penso!
Blogger: O VIRUS - Criar mensagem

Que saudades dos meus velhos professores!

A ironia disto tudo é que vejo o sindicalista professor, Mário Nogueira, a berrar na rua insultos e impropérios bossais ao Primeiro Ministro, chamando-lhe ladrão entre outros, e, depois, a exigir reuniões com o Ministro da Educação e Ciência, um Professor Universitário,um cientista de educação cívica invejável. Isto é, Mário Nogueira comporta-se como um «arruaceiro de rua» e quer que o governo baixe ao seu nível … e «dialogue» talvez sobre «política de arruaças»! E, se calhar, talvez queira que os estudantes o respeitem … na escola! Que saudades tenho dos meus velhos professores, exemplares para toda a vida, esses modelos de comportamento social, urbanidade, dignidade, inteligência e saber, boa educação, serenidade … autênticos modelos de vida, dentro e fora da escola!

domingo, 22 de julho de 2012

Ministro Gaspar imita Bispo Januário

A chamada «esquerda», especialmente a comunista das várias «feições» que peroram por aí, espalhando fantasias sobre tudo e todos, está, neste momento, em crescente esforço para justificar o comportamente esquisofrénico do bispo católico Januário Torgal Ferreira.


E tal é o esforço, e a sua concentração nesse esforço, que até o ícon revolucionário dos protestantes profissionais itinerantes, Arménio Carlos do comité central do PC, se esfumou completamente.

Percebo: ele não quer «beliscar» o protagonismo do bispo, desviar atenções …!

Basicamente, estes comunistas anti-católicos inveterados desenvolvem elogios, nunca vistos, ao bispo, dizem que o bispo Januário é muito culto, muito «frontal», muito amigo dos pobres e insistem que ele acusou o governo de corrupto falando em nome meramente pessoal e nunca como bispo da igreja católica.

Eu sei que têm razão: o bispo Januário saberá muito latim e outras matérias, deve ser «bruto que nem casas» a falar com as pessoas e não deixa de, todas as semanas, encher a sua casa com «pobres sem abrigo» para uma suculenta «sopa rica» e umas horas de «calor humano».

Mas, já agora, apetece-me fazer um simples exercício.

Imaginemos o Ministro das Finanças, equivalente a «bispo» do Governo, uma espécie de «Conferência Ministerial», a dar uma entrevista à SIC, porventura ao «gang» do «Eixo da Mal», que é, actualmente, a expressão mais insigne da ausência de «pensamento» nacional coerente.

Às tantas, perguntado pela ilustre e perspicaz senhora que ali representa a inutilidade do «novoriquismo» burguês e arrogante, o ministro diria o seguinte:

“… sabe, eu todos os dias penso nos pobres. E agora vou falar em nome pessoal. Faça de conta que não sou ministro, que sou um simples cidadão. Ora, o que vejo todos os dias na rua é os pobres, com sacrifícios colossais. E é isso que mesmo que ouço, e com que muito aprendo todos os dias, nesses maravilhosos, sérios e profundos programas das TV’s, feitos por telefonemas da nossa verdadeira opinião pública. Aí sim, é aí que está o real pulsar do povo. Quais estísticas qual carapuça! E olhe que era fácil resolver este problema dos pobres, acabar com a pobreza em Portugal. Vendia-se, em leilão internacional, todo o património sumptuário das igrejas, ouros, pratas, vestimentas caríssimas, casas e prédios, palácios e monumentos, serviços de chá, obras de arte e tantas outras riquezas que só servem para «apanhar pó» e ostentatação de riqueza pelos padres e bispos, distribuia-se o dinheiro realizado pelos pobres e, de certeza, matava-se muita fome e pagava-se muitas taxas moderadoras ou propinas nas escolas,creches, ATL’s e universidades da Igreja. Além disso, não percebo porque é que as chamadas «esmolas» dadas nas missas e outras ofertas em cash, dadas, por exemplo para exportar capitais para África e América latina, passam fora do crivo fiscal? Porque é que os dinheiros de negócios das ordens, o comércio e o lucro das festas religiosas das aldeias, vilas e cidades não paga impostos? Porquê toda esta economia paralela? Só os chamados santuários, faz ideia de quantos milhões escapam aí aos impostos? Já viu os milhões que andam por aí «ao Deus dará», sem qualquer controlo, nem do Estado nem dos pobres? Eu acho que a Igreja Católica é corrupta …! É claro que falo como simples cidadão, nada de confusões, sou um cidadão igual a qualque outro, sou muito frontal e digo sempre o que penso e tenho os mesmos direitos de livre expressão de pensamento ..! Nada de confusões! … “

Bom, será que Vitor Gaspar poderia, com a maior naturalidade, com os maiores elogios das «esquerdas comunistas» e a melhor «compreensão da Igreja Católica, com a indiferença do Conselho de Ministro … regressar da situação de «cidadão igual a qualquer outro» à condição de Ministro?

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O Bispo Católico que os comunistas querem

O bispo das forças armadas, usando uma categoria que o dr. Sá Carneiro, tão bem tipificou, não passa de uma «inutilidade pública».

Publicamente, disse que o governo é «corrupto».
Não fundamentou, limitou-se a «dizer», protagonizando um «momento de glória» que já nem nas tabernas mais ordinárias se vê hoje.
Teve a resposta que merecia e parece que nada mais há a comentar sobre o bispo das forças armadas.
O sr. Ministro da Defesa fixou-lhe dois desafios: ir rapidamente ao Ministério Público apresentar denúncia ou queixa dos factos que o governo terá praticado e que conformam o crime de «corrupção» e optar entre bispo das Forças Armadas ou comentador político.
O bispo Januário Torgal Ferreira ainda nada fez.
Típico das «inutilidades públicas».
A Conferência Episcopal demarcou-se rapidamente do próprio bispo, o que ele deveria, talvez, considerar uma certa forma de «expulsão» da hierarquia da Igreja Católica.
O bispo nada fez, confirmando que não passa de «inutilidade pública».
O PSD veio a público apenas para classificar o bispo das forças armadas como um «zero» que não merece qualquer credibilidade e, portanto, qualquer reacção, dadas as suas tradicionais características de «inutilidade pública».
O CDS/PP, através de um sr. deputado, limitou-se, basicamente, a lembrar que o bispo Januário Torgal Ferreira é um «tontinho» conhecido que nem justifica que se perca tempo a pensar nele, tais são os dislates que o caracterizam.
Fica, assim, reforçada a ideia de que o bispo das forças armadas é uma autêntica «inutilidade pública».
Mas ele não ficou sozinho.
Veio, depois, o Partido Comunista, ateu e anti-católico, através do líder do seu Grupo Parlamentar, esboçar elogios e a única reacção de apoio ao bispo.
E aí, sim, confirma-se tudo: o bispo Januário é mesmo uma completa «inutilidade pública» que, além de inútil, se tornou o pior inimigo da Igreja Católica e um simples instrumento, um mercenário moderno de acção subversiva, ao serviço de quem quer que seja, ao serviço da chamada «esquerda» ateia, precisamente daquela que, se um dia ocupasse o poder, transformaria as igrejas católicas em cantinas e dormitórios colectivos, ou salas de dança, e o bispo das forças armadas em «empregado de mesa» ou «segurança de porta».
Curiosamente, o partido comunista veio timidamente, o que me sugere uma certa luta pela «posse» do bispo com o ainda mais radical anti-católico Bloco de Esquerda.
Ora, em conclusão, ignorado pelos seus pares, desprezado pelo governo que nem credibilidade lhe deu para procedimento disciplinar, desqualificado pelas autoridades judiciárias e humilhado pelos políticos de centro esquerda e de centro direita que sustentam a maioria de governo, só resta um fim ao bispo Januário Torgal Ferreira: ser nomeado, em assembleia popular agnóstica e ateia, daquelas que se fazem em «igrejas ocupadas», em acampamentos nas praças públicas ou no meio de campos de «milho transgénico», ser nomeado o «Chefe dos Indignados» portugueses.
… Mas chegado aí, o bispo das forças armadas terá de usar todas as suas competências militares no confronto previsível com guerrilheiros de fama e experiência, como Franscisco Loução, Luis Fazenda ou aquela senhora chamada Aiveca.
Não está fácil a vida do bispo Januário!



quinta-feira, 3 de maio de 2012

Arménio Carlos vai ser expurgado?

O estranho é nunca mais se ter falado da greve que os sindicatos comunistas da Intersindical-CGTP decretaram para o dia 1 de Maio no Pingo Doce, com pré-aviso de greve e tudo.


Todas as TV’s, todos os analistas, especialistas, politólogos e outros «ólogos» fartam-se de esmiuçar o «caso Pingo Doce» e querem-nos impingir a ideia de que a empresa, os seus trabalhadores e os cidadãos consumidores cometeram um grave crime contra o «Dia do Trabalhador» e contra as leis da concorrência.

A verdade é que os Trabalhadores do Pingo Doce enfrentaram corajosamente uma greve comunista e mostraram que resistirão, com alma e todas as suas armas, às tentativas de destruição da Sua empresa.

Ora, além de o Pingo Doce ter mantido os preços dos seus produtos, o que releva do dia 1º de Maio é que os Trabalhadores do Pingo Doce recusaram, em absoluto, cumprir a ordem de greve decretada pela Intersindical.

Isto é, a Intersindical-CGTP falhou rotundamente e apenas por uma razão imediata: os milhares de Trabalhadores do Pingo Doce disseram que querem trabalho e que não querem ser «peões» acéfalos contra a Sua empresa, ao serviço dos objectivos políticos do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda.

E a greve foi completamente «furada» por todos os Trabalhadores.

Seria interessante que a RTP, a SIC e a TVI se tornassem independentes das forças «ocultas comunistas e informassem com isenção, objectividade e verdade, em vez de contribuirem para «branquear» a maior derrota de que há memória do sindicalismo do Partido Comunista.

Repito: o mais importante do Dia do Trabalhador foi a coragem dos Trabalhadores do Pingo Doce que impediram a paralisação da Sua empresa e enfrentaram a «ordem» de greve da Intersindical-CGTP – e o mais significativo é a clara intenção das TV’s de «matar» a derrota total da Intersindical.

E o que agora a RTP, a SIC e TVI poderão e deverão investigar é o que é que vai acontecer a Arménio Carlos depois de tamanho fracasso: vai ser «expurgado» do comité central do Partido Comunista ou apenas «volatilizado» da Intersindical-CGTP ... por «incompetente», «má figura», indigente ideológico e «colaborador objectivo do neo-liberalismo capitalista»?

terça-feira, 24 de abril de 2012

A tentação totalitária dos militares de Abril

A solenidade com que alguns militares agregados na Associação 25 de Abril se apresentaram agora a defender, quase 40 anos depois, um modelo político de organização do Estado diferente do escolhido pelo povo, apenas confirma o que já se suspeitava.

O 25 de Abril foi um golpe de Estado promovido por um grupo de militares que se sentiram ameaçados em duas frentes: a primeira pela desvalorização da carreira profissional em consequência da rápida ascenção dos milicianos a postos de comando antes apenas assessíveis aos militares oriundos das academias, a segunda pela tendência de intensificação das mobilizações, cada vez mais frequentes, para teatros de guerra.

Em concreto: os militares que fizeram o golpe de Estado estavam a ser obrigados a «trabalhar» mais, com uma vida limitada a instrução na metrópole e guerra nas províncias ultramarinas, estavam fartos de guerra e da instabilidade de vida pessoal e, ainda por cima, corriam o risco de perder uma boa parte dos privilégios sociais que julgavam imanentes da condição militar.

Fizeram o golpe de Estado para preservar e melhorar a sua condição pessoal perante o poder político constituido e a sociedade e não para mudar de regime ou sistema político.

Neste particular, será curioso confrontar o golpe do 25 de Abril de 1974 com o golpe do 28 de Maio de 1926.

No primeiro, a génese da revolta é egoista e ociosa porque alheia a qualquer carência de organização social ou estruturação do Estado enquanto no segundo caso, como muito bem assinalou em 1928 Fernando Pessoa, na sua Defesa e Justificação da Ditadura militar, as forças armadas intervieram no cumprimento do seu dever de acabar com o impasse da sociedade, e garantir a função primordial do Estado que é estabelecer a Ordem e uma autoridade com competência para a executar, criando assim condições de vida dos cidadãos e do funcionamento das instituições, ou seja do Estado.

É evidente que muitas peripécias se desenvolveram após o golpe do 25 de Abril, designadamente, por um lado, com a fácil infiltração dos movimentos políticos que, por impulso exterior, apenas pretendiam substituir-se no topo da hierarquia da organização política para cumprir objectivos alheios e internacionalistas e, por outros lado, e como reacção a essa tentativa conservadora dos partidos comunistas, a reposição de uma ordem diferente, assente na expressão livre da vontade popular, isto é, a fixação de um sistema democrático.

Mas esta evolução, sendo estranha aos militares que organizaram o golpe do 25 de Abril, criou uma dinâmica revolucionária que se prolongou no tempo e que, vencidas as primeiras tentativas de travar a restituição do exercício do poder ao povo, haveria de culminar no afastamento dos revoltosos para a sua função exclusiva de garantes da Ordem, e entrega das funções de organização do Estado e funcionamento da sociedade, segundo os modelos exclusivamente por ele escolhidos, ao único titular legítimo do poder político: o povo.

Devolvido o poder, não é compreensível sobre quais os restos dele os militares se julgam donos.

Não se percebe, passados tantos anos de estabilidade democrática, como é que aqueles militares agregados numa qualquer associação, ainda se julguem titulares, ou, pelo menos, com direitos especiais sobre o sistema político português, isto é sobre o Estado, ou melhor, sobre o povo, sem se sujeitarem ao voto popular, alheios ao juizo e às opções do povo.

Estão remotos os tempos de Fernando Pessoa e das circunstâncias sociais que o levaram a defender a pertinência e a permanência da ditadura militar estabelecida em 28 de Maio de 1926 .

E já ninguém adere aos ideais do Partido Comunista que, julgando-se a vanguarda de uma classe titular, exclusiva e exclusivista de poderes naturais, conferidos por um proceso evoluconista que lhe terá sido benéfica, de organização e comando da sociedade, continua a defender os efeitos maléficos de um modelo político assente em eleições gerais e sufrágio universal, isto é, determinado pela vontade periodicamente e livremente expressa por todo o povo.

Por isso, parece tempo de os chamados militares de Abril se conformarem à democracia e, se se acham aptos a participar politicamente e disso têm vontade, só têm um caminho que lhes garanta o prestígio doutros tempos e a dignidade pessoal, profissional e política: renunciar aos privilégios de há 40 anos, usar os mecanismos democráticos de intervenção política, apresentar- se perante o povo, mostrar os seus reais ideiais, sujeitar-se ao voto popular, e, se o povo os quiser na política e os escolher, combater com as suas ideias nas instituições, em particular no único orgão que representa todo o povo, na Assembleia da República.

Fora disto, revelam sinais de que a doutrina de Pinochet está activa em Portugal mas, pela sua impreparação e impotência, apenas mostram infelizes e ociosas frustrações de tentação totalitária.