Este mundo de enganos e desenganos em que vivemos é muito curioso.
Quando o antigo Procurador Geral da República decidiu despedir-se criando um facto político, arrasador para a dignidade do Primeiro Ministro, ao devolver ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça, para efeitos de validação processual, as célebres «escutas» do telefonema de um gestor bancário ao dr. Pedro Passos Coelho, o Mundo da Comunicação Social revirou de excitação.
«Foste apanhado, finalmente!» - insinuava-se por esses jornais de «referência» que ainda circulam por aí, pelos écrans de TV que ainda emitem noticiários, pelos inúmeros «comentaristas» que ainda animam os nossos serões, pela Internet, pelos corredores das oposições que ainda temos.
O PS, finalmente, parecia ter achado a hora da vingança, uma vingança mortal!
«Ele foi apanhado, está arrumado!» - era este o sentimento geral e ninguém se calava com a exigência de transparência, de verdade, de tornar pública aquela «prova» de corrupção, compadrio, de submissão do Governo aos poderosos banqueiros.
E foi tal a presssão que até a actual Procuradora Geral da República se viu forçada a esclarecer que nada de ilícito constava em qualquer processo crime ou investigação criminal contra o Primeiro Ministro!
Ninguém acreditou! Havia «gato», «onde há fumo há fogo» e a «coisa era mais feia» do que parecia.
Mas eis que, surpreendentemente, o Dr. Passos Coelho vem a público dizer, categórico, não apenas que «autoriza» mas que «quer» e que tem «muito gosto» em ver transcrita e publicamente divulgada a suspeita conversa com o banqueiro.
Foi o maior «balde de água fria» que lhes caiu na cabeça, nos últimos tempos.
E as «coisas» começaram a «virar o bico ao prego».
Afinal, apurou-se rapidamente, o banqueiro apenas quis «reclamar» junto do Primeiro Ministro mas teve o maior dos «azares»: foi «corrido por indecente e má figura» e levou com o dr. Passos Coelho, que não se deixou «embalar pelo canto da sereia», a retorquir-lhe com o «cumprimento da lei» e dos «procedimentos normais».
E, pelos vistos, as famigeradas «escutas», que tantas expectativas terão criado ao mundo que por aí anda na «caça ao escândalo no governo» e que provocaram tal excitação ao antigo Procurador Geral da República que nem sequer as ouviu para, delas, fazer um facto político da maior dimensão, pelos vistos as «famigeradas escutas» apenas provam que o Primeiro Ministro não se verga a influências de poderosos, que cumpre as lei e os procedimentos vigentes, que é um homem sério e sem medos!
Mas ainda mais curioso é ouvir agora toda aquela gente, que «viu o Dr. Passos Coelho embrulhado em corrupção, submissão ao poder do dinherio e a amiguismos», a criticar severamente o Primeiro Ministro por «autorizar a publicação da conversa» e não exigir a «destruição total e imediata» daquela gravação, só por se tratar de uma «escuta ilegal».
Isto é, «eles» queriam, e o antigo Procurador Geral esperava, que o dr. Passos Coelho assumisse uma «posição dura» contra a transparência e o esclarecimento público fundada no mero formalismo legal, «eles» queriam que ele se «escondesse» na lei, que mativesse em banho maria o «mistério», a suspeita e a dúvida que, não tenho quaisquer ilusões, jamais deixariam de se tornar «numa certeza», nas insinuações e progressivo processo de deterioração moral do carácter pessoal e rectidão de comportamento político do Primeiro Ministro.
O dr. Passos Coelho encarou a «tentativa de golpe» como uma questão pessoal, de honra e dignidade pessoal, e desmantelou a «armadilha política» com argumentos pessoais e uma atitude de cidadão, fazendo, desse modo, política a sério e contundente.
Correu mal, e continua a correr mal, a «vida» aos detractores e o antigo Procurador Geral da República teve uma triste despedida, um triste fim!
Já agora, uma palavra para o Professor Marcelo Rebelo de Sousa: não tenha medo deste tipo de «precedentes» - também mergulhar no Tejo, para demonstrar que não há poluição, nunca criou qualquer «precedente»; nunca mais tal passou pela cabeça do mais inteligente ecologista para, imitando-o, prosseguir o «precedente» que um dia o Professor quis criar!
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