Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

OTango - II

O TANGO


Ora avanças tu, ora recuo eu ... !

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Tango ... à la Sócrates!

Sócrates disse que já arranjou par e agora pode dançar o tango.
O par é Pedro Passos Coelho.

Como ouvi de alguém a propósito de outras guerras, o tango dança-se, de facto, com dois … mas um dá um passo em frente e o outro dá um passo atrás.

Será que o PSD conhecia o tango?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Nunca um coelho virou lebre!

«… em resumo, meu Caro Amigo, por aqui está tudo calmo: o outro, sabes, aquele amigo do Papa, diz que não mas faz que sim, o Pedro anda a lamuriar desculpas por todo o lado e os banqueiros que contam estão no papo.
«Tudo manso, pá.

«É certo que o Coelho, às vezes, parece que quer saltitar da cenoura mas falta-lhe a coragem, coitado.

«Eh pá, e agora apareceu por aqui um banqueirozeco armado em campeão, como se alguma vez tivesse ganho algum concurso?!

«Enfim, lá no fundo, nunca confiar nestas arvéolas.

«Mas, olha pá, como dizia o nosso comum amigo transmontano, o Varejas, estás a ver?, nunca um coelho virou lebre e não há banquinho lá do norte, das berças com a gente diz aqui, que se safe depois de uma comprazita discreta e bem feita!

«Mas está tudo a andar. Já falei com o Berardo … enfim, vamos ver o que é que dá.

«Pelo sim pelo não, vai vendo por aí se alguém alinha na coisa … e já agora, não te esqueças de me explicar como é que vocês aí arrumaram com os comunas, pá – estou farto desses gajos!

«Bom mas vamos ao que interessa: o Verão está aí à porta e é preciso marcar as coisas. Já tratei de tudo para as férias de Julho e para o sky de Setembro. Já tens ideias para Agosto? Que tal um safarizito lá longe?

Ah! É verdade, pá. Quanto àquela coisa do TGV, não te preocupes mais, homem. Já estás na lista da excursão e até vais ser o primeiro a entrar no Poceirão – agora no Caia, vais ter paciência, mas aí tenho que ser eu o primeiro a sair! O. K.?

«Já está tudo combinado, com a RTP e tudo, pá!

«Um Abraço

«PS: não te esqueças de queimar esta carta, conforme combinado, pá. Não vá o diabo do Pacheco apanhar isto e desatar a armar aos cucos! Já percebi que estou lixado com o Rodrigues – é açoriano, não há nada a fazer, coitado.»

(possível final de uma hipotética carta pessoal de Sócrates para Zapateiro)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Já «suspenderam a democracia»?

Um rebuliço do tamanho de uma revolução foi levantado quando Manuela Ferreira Leite antecipou, em tempos, que as políticas do governo de Sócrates iriam conduzir a graves dificuldades na actividade do Estado. E disse até, em tom irónico, que os previsíveis bloqueios iriam exigir sacrifícios enormes «a não ser que queiram suspender a democracia».

Toda a gente deturpou e chamaram todos os nomes à antiga líder do PSD.

Passados escassos meses, o primeiro ministro e o novo presidente do PSD decidem alterar o Orçamento do Estado, introduzindo-lhe uma nova política fiscal, nova política de Segurança Social, diferente política de gestão da administração pública, novos planos de investimento público, nova planificação de redução do défice orçamental, diferente política de estímulo do crescimento económico.

E tudo isto por telefone e duas ou três breves reuniões a dois.

À Assembleia da República coube o nobre papel de ir lendo os jornais.

Ontem, o Presidente da República anunciou a promulgação de uma lei de que discorda profundamente, por razões práticas.

Cavaco Silva não quis que a questão voltasse a ser debatida na Assembleia da República.

Dir-se-á que Sócrates e Pedro Passos Coelho acharam melhor que o telefone substituisse o parlamento que, no âmbito das suas competências constitucionais, deveria, talvez, negociar tudo o que há a negociar e discutir e votar um orçamento rectificativo e respectiva legislação regulamentar.

O Presidente da República promulgou só para obviar e tornear o exercício das competências da Assembleia da República – se já sabia o que é que a Assembleia da República iria deliberar porquê pôr os deputados a discutir, não é?!

Se é assim, se tudo se passa fora ou ao lado do parlamento e usando-se mecanismos legislativos «manhosos», estará já «a democracia suspensa» e ninguém se importa com isso?

domingo, 16 de maio de 2010

Deixem-se de tretas e aprendam com Sócrates

Há dias, o presidente do banco central alemão dizia que o fundo monetário agora criado na União Europeia tinha por objectivo prevenir maiores dificuldades emergentes da crise orçamental em paises como a Espanha e Itália.

Quanto a Portugal, afirmou que se tratava de situação muito mais difícil e complexa evitando compromissos quanto à utilização do fundo financeiro.

Não sei se este banqueiro alemão está feito com os tais especuladores internacionais anti-Portugal ou se o problema é falta de informação.

Então ele não tem visto, nas TV’s, o Sócrates glorioso e irónico na sua maratona por grandes obras industriais portuguesas, como a Portucel e o complexo da Galp em Sines, todas elas, é certo, de velha instalação por velhíssimas políticas industriais, pensadas e realizadas nos tempos em que se pensava e realizava?

E não tem ouvido as lições do sorridente e bem disposto Sócrates sobre os nossos sucessos económicos e financeiros, sobre a sua superior capacidade de enfrentar crises … tão alta que até põe a Coca Cola (o que lhe dá um imenso gozo!!!) tributada como se fosse leite e água?

Será que este alemão não vê que Portugal não tem crise alguma? Que quem tem a crise toda são os outros lá de fora, os especuladores, esses falhados mercados internacionais que nos emprestam dinheiro?

Não vê, ele, em Sócrates, a displicência, o à-vontade, a alegria, o humor fino com que goza com essa cambada de pessimistas incompetentes que queriam que ele mudasse de planos? Ele!? O homem mais determinado da Europa e arredores? O homem que fez de Portugal «o campeão do crescimento»?

Ora, ora, venham mas é cá aprender a ganhar eleições … e deixem-se dessa mesquinhez de fazer contas!

Nota: Porque será que o PSD decidiu confiar em Sócrates se, pelos vistos, nem o PS acredita nele? Valerá a pena encanar a perna ao burro?

sábado, 15 de maio de 2010

Peço desculpa!

Aguardava eu, pacientemente, que o gestor do banco me atendesse quando reparei que outro cliente saía esmorecido, sem alma, a murmurar que não aguentava mais e ia mas era comprar uma corda.

«O banco não lhe emprestou mais dinheiro?» - abeirei-me, todo gaiteiro.

E perante a resposta afirmativa não contive o meu sentido de responsabilidade: «peço-lhe desculpa».

Mas, «o senhor é do banco? Também é especulador?» - perguntou incrédulo o meu colega cliente.

«Não, pelo contrário, não sou, não senhor, não tenho nada a ver com essa gente!» - respondi - «eu também só queria um empréstimo mas os bancos mandaram-me comer menos sopa e reduzir no hambúrguer e na lata de sardinha. É por isso que lhe peço muita desculpa

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Uma «cunha» a Pedro Passos Coelho

Dizia o ministro das Finanças do governo Sócrates que as medidas agora impostas tornaram-se inevitáveis devido à degradação dos mercados internacionais que deixaram (ou encareceram) de conceder crédito a Portugal.
Como eu compreendo o sr. Ministro.
Também eu, pobre cidadão, tive de cortar no leite das criancinhas da família, devido à degradação dos bancos portugueses que resolveram não me dar mais crédito!
Um desses bancos até teve a ousadia de me mandar trabalhar!?
«Estão degradados e parvos» - pensei eu, enquanto metia uma «cunha» ao Pedro Passos Coelho.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Papa ... e tantas bactérias

O que vale é que este Papa é um intelectual racional e não se deixa levar assim, tão facilmente.
Se fosse o anterior, o Pastor ingénuo de bom coração, é certo e sabido que chegava a Roma Sem Fé e nas tintas para a Verdade.
… É que, depois de tão longa visita a Lisboa, com o Joe Berardo por perto e tanta gente da Cultura nacional e com tantos encontros com Sócrates (o José, o português) … não sei … é muita coisa … tantas bactérias … e tudo isto é muito contagioso, não é!?

A pesada herança do PSD

Ou eu me engano muito ou ainda hei-de ouvir Sócrates, muito compungido a queixar-se da vida:

“… pois é, camaradas, estavamos nós a caminho do paraiso, eu até falei ao Papa que ia encher as escolas de crucifixos, quando o PPD decidiu rebentar com tudo … e obrigou o povo a sacrifícios enormes, com impostos, cortes nos salários e nas pensões, machadadas nos subsídios. Era só pedradas, exigências e chantagens … porque é que o PSD não nos deixou governar? Corria-nos a vida tão bem, camaradas. Era um novo aeroporto, lindas pontes a embelezar Lisboa, autoestradas, TGV’s a rasgar por tudo quanto é canto, o Victor Constâncio na Europa a controlar o Durão mais o Cravinho tão bem arrumadinho lá longe, o Benfica glorioso e em festa, o Papa a abençoar-nos, eramos os campeões do crescimento … porque é que o Pedro Passos Coelho se quis vingar assim do nosso bom povo, desta maneira inqualicável, com aquele descabelado ataque especulativo ao Estado Social? Será que o PSD nunca mais aprende a olhar pelos pobres e pelas pequenas médias empresas!? Porquê tanta inveja de nós? Já tivemos a herança do Cavaco e do Durão e da Manuela Ferreira Leite … só nos faltava esta pesada herança do Passos Coelho”!

Bem … Quem diz Sócrates diz alguém por ele, como José Lello, Santos Silva ou, ainda por exemplo, Jorge Lacão ou Silva Pereira.

sábado, 8 de maio de 2010

Cavaco Silva precisa de «Bolo Rei»

Era outro o Prof. Cavaco Silva dos tempos em que determinava o sentido do futuro.
Com ele não havia dúvidas, meios termos nem interpretações dúbias.
Dizia exactamente o que queria dizer e mais nada.
E quando algum jornalista mais afoito se atrevia a empurrá-lo para os terrenos de domínio dos adversários era certo e sabido que, quando muito, a reacção que recebia era a repetição seca e dura da mensagem que Cavaco Silva decidira para o momento.
No limite, chegou mesmo a usar o truque do bolo que lhe enchia a boca e trancava a palavra – e assim liquidava de vez as tentações de o levar para matérias de interesse alheio.
Não era fácil dizer-se que «respondia» a quem quer que fosse e tornava-se mesmo deplorável a frustração dos clássicos estrategas de «agendas» políticas e mediáticas.
Quando muito, a única «coisa» que se conseguia era a vaga afirmação escrita ou dita de que «… a propósito, Cavaco Siva não reagiu nem respondeu».
E toda a gente percebia que Cavaco Silva não perdia tempo com banalidades ou vulgaridades desprezíveis nem dava um mínimo de atenção a inutilidades, por muito bem empalhadas em prosápias rimadas que elas viessem.
Nesses tempos, Cavaco Silva não era desafiável – ele é que desafiava e ele é que marcava o seu tempo e o seu ritmo.
Ouve-se hoje, com preocupante insistência, que Cavaco Silva «reagindo a Manuel Alegre disse que … ».
É claro que, ouvindo-se da sua própria voz, percebe-se que ele nem «reagiu» e, muito menos «respondeu».
Mas a forma como agora o faz deixa no ar a posssível interpretação insinuante ou insidiosa de que «reagiu» e «respondeu».
E os jornalistas e «comentaristas» não perdem a oportunidade nem se eximem ao esforço de pôr Manuel Alegre no centro das atenções e Cavaco Silva nas bordas da agenda a «reagir» e a «responder».
Nada disto é importante e, menos ainda, decisivo.

Mas, de cada vez que anda por aí, talvez Cavaco Silva não perdesse nada em abastecer-se de «Bolo Rei» para encher a boca logo depois de falar o que quer e de dizer o decidiu dizer.
É que, se os tempos mudaram, nada mais mudou.
E homem prevenido … ou acha que é capaz de fechar a boca ou enche mesmo a boca!
… Para evitar comparações artificiais, por muito incomparáveis que elas sejam!

sábado, 1 de maio de 2010

Alegre Aloja-se no Sec. XIX

Manuel Alegre escolheu Ponta Delgada, Açores, para formalizar a sua candidatura à Presidência da República.
Boa malha, pensará ele.
Vai reiniciar-se usando, desta feita, o estranho e sinuoso caminho de Antero da Quental e usurpar a herança do fundador de um socialismo pré-republicano sempre fora de moda, poeta e pelejador político anti-monárquico.
E erguerá a voz para trazer à sua candidatura o velhíssimo século de um Eça de Queirós, Guerra Junqueiro ou Ramalho Ortigão.
O PS, e Sócrates em particular, vão ver-se muito atrapalhados nestes tempos de rejeição das literaturas, revoluções de botequim e de fundamentos ideológicos.
Sócrates ainda deve viver os tempos em que o socialismo nasceu com Soares e morreu com Jorge Sampaio – Ir mais atrás será mesmo uma enorme violência para o Cenáculo que criou com Armando Vara, Rui Pedro Soares, Henrique Granadeiro, Manuel Pinho, José Lello, João Marcelino e Leite Pereira e o açoriano Ricardo Rodrigues.
E é por isso que Alegre, sem dúvida, vai fazer «figura».
Ele será, como o outro, o original, o cavaleiro ambulante dos tempos, em busca incessante da efémera fama, qualquer fama, saltitando de albergue em albergue – mas sempre um albergue esquivo que se lhe escapa tão rapidamente quão intensa se alinhava a apologética dos albergantes mecenas, antes de perderem a paciência e o deslumbramento.
Certamente, ninguém lhe nega o direito de se abeirar em alpendres que nunca pisou.
Mas não lhe será muito fácil criar linhas de comparação ou versar espólios literários e políticos comuns.
Esperemos que não encontre rima apenas no descalabro mental das últimas polemizações intelectuais com a vida e no destino final com que Antero de Quental acabou por resolver o seu problema – talvez a decisiva tomada de consciência de uma vida perdida porque vazia, inútil e sem sentido!