Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Miragem das Grandes Vitórias e Derrotas Eleitorais

Têm-me impressionado muito as análises apresentadas pelos partidos políticos e comentadores acerca das eleições autárquicas.

Mostra-se uma clara tendência para tentar demonstrar que o Governo do dr. Pedro Passos Coelho sofreu uma humilhante derrota eleitoral e que deveria, em consequência, demitir-se.

O PS chama para si uma «Grande Vitória», o PCP acha já que o eleitorado «correu» com o Governo e até o BE vive momentos de heróica epopeia.

Todos decidiram que as eleições autárquicas são nacionais e têm de ter uma «leitura» nacional.

Acho bem, por isso analisemos as «coisas» em termos nacionais, isto é, em termos de apoio ao Governo/apoio das Oposições.

Apurados os resultados, e em relação às anteriores eleições homólogas de 2009, apura-se o seguinte:

• O PS (e suas coligações) perdeu 47 representantes eleitos;

• Os partidos apoiantes do governo (e suas coligações) ganharam 71 representantes eleitos;

• O PCP (e a sua coligação) ganhou apenas 24 representantes eleitos;

• O BE apenas perdeu 2 representantes eleitos;

• O PS (e suas coligações) perdeu 1,29 por cento de votos em termos de percentagem nacional;

• Os partidos apoiantes do governo (e suas coligações) perderam 1,23 por cento de votos em termos de percentagem nacional;

• O PCP (e a sua coligação) ganhou apenas 0,34 por cento de votos em termos de percentagem nacional;

• O BE perdeu apenas 0,67 votos em termos de percentagem nacional;

• O PS conseguiu o total de 1780281 votos;

• Os partido apoiantes do Governo (e suas coligações) conseguiram 1730464 votos;

• O PCP (e a sua coligação) teve só 535989 votos;

• O BE apenas obteve 116878 votos;

• A abstenção subiu apenas 6,37 por cento.

Em conclusão: se «isto» representa uma derrota monumental do Governo do dr. Pedro Passos Coelho, dá a impressão que a «montanha anda por aí a parir muitos ratos»; se «isto» significa uma vitória estrondosa do PCP, talvez seja verdade que os «porcos também sabem andar de bicicleta»; se «isto» é a grande epopeia do BE, então será mesmo verdade que «chovem flores no Terreiro do Paço ao pôr do sol»; se «isto» é a Grandiosa Vitória do PS e a Grande Viragem da política nacional … então é mesmo verdade que a «estrada da Beira é a mesma coisa que a beira da estrada».

O meu quadro dos resultados eleitorais, numa leitra nacional e com as consequências nacionais imputadas em relação ao governo, à sua hipotética «derrota» e natural eventual «demissão», é a seguinte:

REPRESENTANTES ELEITOS

                    2013      2009

PS               874         921

PSD+CDS  768          697

CDU           198         174

BE                 7             9



PERCENTAGEM NACIONAL

                      2013         2009

PS                 36,38         37,67

PSD+CDS    34,52         35,75

CDU            11,09         10,75

BE                 2,42           3,09

VOTOS EM 2013

PS                 1780281

PSD+CDS     1730464

CDU                535989

BE                   116878

ABSTENÇÃO

               2013          2009

              47,36         40,99

Nota: não incluo neste quadro os resultados do «independente» Rui Moreira do Porto (e sua coligação de empresários e militantes do PSD e do CDS) porque não sei se ele é do PSD ou do CDS nem sei se o deve integrar na categoria do «Comerciantes» ou de claque do Futebol Clube do Porto.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A Catátrofe Final ... com o Governo PCP

Apelo final: se quer acabar com o euro e instituir como moeda oficial a «senha de racionamento», não hesite: vote no PCP!


Os resultados macroeconómicos das políticas e práticas do Governo do Partido Comunista não deixam quaisquer dúvidas quanto à extensão e compreensão da «catástrofe económica e social» que criou em menos de um ano, de Março de 1975 a Novembro de 1975.

Na sociedade criou múltiplas redes informais de «informação e denúncia» que vigiavam todos os cidadãos e se organizavam com vista à criação do apertado aparelho de um Estado policial e totalitário.

Na Agricultura, a devastação foi a que vimos.

Na Indústria, Comércio e Serviços, a destruição do «aparelho produtivo» e extinção das actividades tradicionais «intermediárias» entre a produção e a distribuição, como o comércio e os comerciantes «parasitários» e «sugadores das mais-valias do trabalho e da produção», pelo Governo do PCP, atingiu níveis de autêntica implusão total da economia gerando a maior crise económica, financeira e social de sempre.

Entre outros, foram estes os resultados da política comunista de eliminação do direito de propriedade privado, mediante a criação das grandes empresas públicas monopolistas, geridas sob o regime de controle da produção pelos trabalhadores, à custa das «nacionalizações» e da «reforma agrária» … e muita violência e intimidação.

• A inflação, em 1974/1979, subiu em média 19 por cento nos preços do produtor e subiu 24 por cento nos preços do consumidor.

• A taxa de desemprego, que era em 1973 de 1,83 por cento atingiu, após o governo do PCP, a taxa de 6,11 por cento e, na indústria, muitos sectores, como a construção naval, ferro e aço e metalurgia, por exemplo, nunca mais tiveram expressão em Portugal.

• A taxa de crescimento do PIB , que era 7,49 por cento até 1973, caiu depois de 1974 e até 1979 para os 3, 39 por cento.

• A dívida pública subiu dos 18,2 por cento do PIB em 1973 para 35,6 por cento do PIBem 1978.

• O défice público atingiu 10 por cento em 1979.

• Em resultado da acção governativa do PCP, em 1977 estavam esgotadas as reservas em moeda estrangeira existentes em 1973 e há muitos anos que não se vivia uma aflição com a balança de pagamentos como a que se veio a revelar em 1977.

• O défice das contas externas, em 1973, era 2,87 por cento do PIB tendo subido para 7,6 em 1976.

• Com o governo do PCP, a dívida pública externa de Portugal cresceu rapidamente atingindo 5,5 mil milhões, com a curiosa sigularidade de, em 1978, se ter revelado que, na acumulação desta dívida pública externa, a participação das empresas públicas monopolistas criadas pelos comunistas era de 37 por cento.

• A dívida pública externa era 4,95 por cento em 1973 mas, com as políticas do governo do PCP, ultrapassou todos os limites fixando-se nos 19,26 por cento no período de 1974/1979.

• A balança comercial, em 1973 era negativa e situava-se em -5,42 passando para 13,02 entre 1974 e 1979.

• Em resultado da acção governativa do PCP, o défice comercial cresceu significativamente em relação ao período anterior a 1974.

• De 7 por cento do PIB em 1973 o défice comercial subiu para 13,6 por cento do PIB em 1976.

• As importações subiram, dos 28,96 por cento em 1973, para 33,72 por cento no período de 1974/1979.

• Quanto às exportações, em infeliz contrapartida, baixaram de 23,54 por cento em 1973 para 20,70 por cento em 1974/1979.

• No sector da agricultura, as exportações agrícolas, em 1973, atingiram valores de 3,5 baixando para 2,5 em 1979.

• Quanto às importações de produtos agrícolas, aumentaram dos 11,5 registados em 1973 para os 13,1 em 1979.

Estes foram os resultados de menos de um ano do governo do PCP: um programa desmantelmento do comércio e de nacionalização total da indústria, transportes públicos, agricultura, banca e serviços, gerido segundo o método, falso e com efeitos de mera propaganda ideológica porque rigidamente centralizado, a que chamava de «controlo organizado da produção pelos trabalhadores» com vista ao que designava por «batalha da produção» - e o resultado foi uma autêntica proeza: a falência total da economia e das finanças nacionais e a desagregação da sociedade.

Foi pouco o tempo que durou o governo comunista porque o golpe de Estado que começou a executar foi derrotado em 25 de Novembro pelos militares e partidos democráticos e porque os titulares do Poder político passaram a ser escolhidos pelo voto popular – e jamais o PCP conseguiu ser escolhido pelo voto!

Mas a destruição das estruturas económicas do Estado e do sector privado foi, de facto, de alcance sem limites.

• Nacionalizou a Comunicação Social, fechou várias estações privadas de radiodifusão e «assaltou e ocupou» o Jornal República (do PS) e a Rário Renascença (da Igreja Católica) – nestes dois «casos» os comunistas acabaram derrotados pela rápida e forte reacção popular.

• Nacionalizou toda a banca e os seguros.

• Criou a empresa pública Tabaqueira, juntando nela três firmas privadas de produtores de tabaco ficando o Estado com o monopólio desta industria.

• Criou as empresas estatais Central de Cervejas e da Unicer juntando as diversas fábricas e distribuidoras de cerveja privadas existentes.

• No sector dos Transportes, criou a empresa pública Rodoviária, que juntou a nacionalização de noventa e três empresas privadas de camionagem.

• Nacionalizou os caminhos de ferro, Caminhos de Ferro Portugueses – CP.

• Nacionalizou a CARRIS.

• Nacionalizou a companhia áerea nacional, Transportes Aéreos Portugueses – TAP.

• Criou a empresa pública Cimpor que integrou as quarenta e sete fábricas privadas de cimento, controladas principalmente pelo grupo Champalimaud.

• No ferro, aço e construção naval, nacionalizou a Siderurgia Nacional, a Sorefame e a Lisnave que, hoje, praticamente não existem.

• Em matéria de químicos e fertilizantes, criou a empresa pública Quimigal, através do desmantelamento e da junção de cinco firmas privadas do grupo CUF.

• No sector da energia, criou a empresa pública Petróleos de Portugal – Petrogal através da junção de quatro outras grandes companhias privadas.

• Criou a empresa pública Electricidade de Portugal – EDP (monopólio de produção e distribuição) juntando quatorze empresas privadas de produção de energia eléctrica.

• Nacionalizou as principais empresas de pesca.

• Nacionalizou também importantes companhias privadas nas áreas do vidro, minas, pescas, e sectores agrícolas e mais outras 300 pequenas e médias empresas privadas que passaram para a gestão pública.

• Outras 700 empresas entram em auto-gestão, com 30.000 operários.

Em conclusão, através de nacionalizações, ocupações, esbulho e artifícios comerciais, o governo do PCP esteve à beira de consolidar um sistema político totalitário em Portugal e quase ia conseguindo extinguir o direito fundamental em qualquer sociedade livre que é o direito de propriedade privada.

Destruiu as empresas que mais trabalhadores empregavam: a metalomecânica Duarte Ferreira, a Siderurgia Nacional, a Metalúrgica de Oeiras, a Setenave, Lisnave e Parry and Son, o Grupo CUF, a Sorefame, J.Pimenta, Torralta, a Covina, todas as firmas de lanifícios da Covilhã, como a Ernesto Cruz e Lanofabril e a Empresa Transformadora de Lãs, etc.,etc., etc.

As políticas do governo do PCP tiveram este singelo efeito no atraso económico e social de Portugal e dos portugueses: A desestatização demorou duas décadas, os malefícios da "reforma agrária" demoraram um decénio a ser corrigidos.

E a recomposição plena do regime de propriedade privada – mediante reapropriação do capital e da gestão de empresas e pagamento de indemnizações – só foi regulada e efectivada no final dos anos 80.

Mas a ameaça de regressão persiste – e manter-se-á enquanto o PCP puder camuflar-se à sombra da Constituição da República Portuguesa e das interpretações, parcelares e indiferentes à «experiência comum da realidade actual», nomeadamente do Tribunal Constitucional.