O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, violou o princípio primeiro e sagrado que liga os membros de qualquer associação de homens: a confiança.
Há códigos de ética ou regimentos e regulamentos que preservam a confiança recíproca entre os parceiros.
Mas há, em primeiro lugar, a honra e o carácter dos associados que sempre hão-de garantir a lealdade institucional e pessoal e manter, na intimidade dos intervenientes, as «conversas faladas» entre si, sobretudo as tidas, pela sua própria natureza, por confidenciais e secretas.
Paulo Portas trouxe para a rua os termos exactos de um debate que teve com o Primeiro Ministro.
A coligação perdeu o cimento - não pode mais haver confiança pessoal, política e institucional no Conselho de Ministros, no seio do Governo!
Seria precisamente o mesmo se, após uma audiência com o Presidente da República, alguém, Primeiro Ministro ou outro qualquer alto representante, viesse à TV narrrar tudo quanto foi dito e replicado na referida audiência.
Pedro Passos Coelho e o PSD devem assumir todas consequências desta quebra de confiança política e romper com a coligação, fazer cair o governo, suspender todas as negociações com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, manter-se em regime de governo de gestão e exigir eleições gerais antecipadas … e inviabilizar qualquer «solução» presidencialista que não pressuponha prévias eleições gerais.
E tudo com efeitos imediatos: antes que a Troica «caia no golpe» e mande o cheque!
E aprender a lição: o CDS nunca foi confiável e sempre provocou a ruptura nas coligações em que participou, nos momentos em que se impõe coragem e determinação.
Repito: é, antes dos códigos e das leis, uma questão de honra e carácter!
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