Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A «trágica vigança» de Ferreira Leite e o «golpe» do Menezes

Não me interessa muito analisar o «pacote» anunciado ontem pelo Ministro das Finanças.

Deixo essa missão aos homens da ciência económica, aos técnicos sérios e aos agentes económicos.

Sei que não gostei do que ouvi e sei que não gosto de «prosar» sobre o que desconheço mas tenho a convicção, não sustentada em certezas, de que a situação de emergência em que os socialistas mais uma vez nos colocaram talvez exija as medidas drásticas agora anunciadas.

Preocupam-me mais os comportamentos de pessoas com especiais responsabilidades e deveres políticos, de técnicos e políticos de quem esperava condutas de referência cívica e exemplares de rigor.

Foi lamentável o «papel» desempenhado ontem na TV por Manuela Ferreira Leite e Luis Filipe Menezes.

Manuela Ferreira Leite já se esqueceu que os mesmos de sempre, comunistas das diversas nuances e socialistas, disseram dela muito pior do que agora dizem de Victor Gaspar.

Luis Filipe Menezes esqueceu-se do que ele próprio reclamava contra os actos de indisciplina e deslealdade, contra ele próprio, praticados por companheiros seus, quando era Presidente do PSD e acabou na total desgraça.

Creio que ambos se quiseram vingar mas, infelizmente, o que mostraram foi uma completa falta de carácter e estabilidade emocional.

Manuela Ferreira Leite veio à TV dizer mal de tudo, de Victor Gaspar, da política do PSD e repetir os mesmo argumentos do PS, do PC e do BE – só evitou falar do «pacto de agressão», do «roubo dos trabalhadores» e de chamar «ladrões» a todos os ministros.

Fundamenta a sua oposição em falta de informação, incompreensão do alcance das medidas, não perceber isto ou aquilo, ninguém lhe dizer qual o projecto, quais as previsões do governo e da Troika, se é governo que manda ou a Troika, como é que estaremos daqui a uns anos.

Não sei que relações tem com o PSD, os seus dirigentes e os membros do governo – mas sei que o nível de informação de que precisa não será na TV que o obterá … !

Mas uma militante de carácter, com tamanhas responsabilidades morais e políticas no PSD, jamais viria a público reclamar como ela reclamou, do tipo «capitão de Abril» frustrado e ignorante, retrógado e nostálgico, sem antes esclarecer se alguma vez lhe foi negada a possibilidade de se informar e emitir opiniões, dentro do partido ou na intimidade de qualquer gabinete, junto do primeiro ministro ou do ministro das Finanças ou de algum secretário de Estado ou de algum dirigente do partido.

Em vez de vir à TV, «fugir com o rabo à seringa» ou vingar-se do seu passado, Manuela Ferreira Leite deveria ter começado por «dentro» e dar o contributo que todos esperariam dela.

Foi pena … porque talvez tenha confirmado um pouco do muito de que a acusaram, um pouco do muito mau que lhe «chamaram».

É triste e lamentável … mas não surpreende, sobretudo se tudo for associado à também lamentável prestação do homem de confiança do Presidente Cavaco Silva, Alexandre Relvas.

Luis Filipe Menezes anunciou a sua candidatura à câmara municipal do Porto.

Não sei com quem falou nem como falou.

Apenas sei que estava decidido pelo PSD que seriam os orgãos próprios do partido, no momento considerado oportuno, a anunciar os «cabeças de lista» às eleições autárquicas.

Ainda que «autorizado» por alguém, Luis Filipe Menezes deveria manter-se calado e esperar pelo anúncio da deliberação do Partido … como os outros todos!

Menezes mostrou que lhe falta maturidade política, que não consegue disfarçar que a sua vaidade atinge níveis de arrogância despropositada e que jamais deixará de ser «o menino frenético que adora provocar a inveja de todos quando recebe um novo brinquedo», incapaz de agir e comportar-se com a humildade que deve caracterizar a relação entre o militante e o seu partido.

É pena … mas não surpreende!

O que sei é que Menezes e Ferreira Leite têm a obrigação de se contêr, participar com lealdade, discutir tudo livremente mas dentro do partido, ser uma referência política e moral de disciplina e respeito pelo próprio partido que os acolhe e, até, em momentos graves, os apoiou e protegeu.

Se não querem, o melhor é não estragar e … rasgar o «cartão» e rumar para a liberdade!

Só faz falta quem lá está, com reponsabilidade e lealmente, com vontade de colaborar e intervir politicamente, mas com respeito pelos deveres de todos os militantes!

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