Confesso que, além de algumas imagens que vi nas TV’s, não dei pela greve «geral».
Vi, com a maior esperança na ordem social e na recriação de uma sociedade normal, que, finalmente, a Polícia de Segurança Pública decidiu garantir-me segurança e dignidade.
A PSP actuou sobre a marginalidade organizada, mostrou que o Estado português é um Estado de direito e decente e que a sociedade portuguesa não é um bando de criminosos e imbecis inúteis, bêbedos e drogados.
Talvez a PSP tenha aprendido que não vale a pena perder tempo a ser agredida e injuriada – basta-lhe cumprir a sua função essencial e, perante o mais leve indício de desordem pública, impôr, com prontidão e a força necesssária, o respeito e a dignidade que o povo e as instituições merecem.
Reparei, também, que o conhecido ex-chefe de terroristas, Otelo Saraiva de Carvalho, esteve lá, a manifestar-se, a botar discurso para a TV e a mostrar como está mais «gingão» do que quando era um garboso militar e um distinto instrutor da velha guarda do regime salazarista, a Legião Portuguesa.
E vi, como não podia deixar de ser, que o bispo Januário também lá estava a apoiar os grevistas, a reclamar contra a Troika e a propôr o derrube do governo.
Ele estava lá … mas apenas «espiritualmente» - fisicamente (parece) não estava lá porque apenas terá recebido uma equipa de TV, num qualquer jardim … só não sei se representava a Igreja Católica ou se se representava apenas a si próprio, enquanto cidadão (se é que é possível essa dissociação de personalidades, àquele nível hierárquico) apesar do traje da congregação com que se apresentou!
Curiosamente, tal e qual como na tentativa falhada do golpe comunista e contra-golpe efectivo e vitorioso de defesa da democracia em 25 de Novembro de 1975, o PC esteve sempre lá a promover a sublevação … até desaparecer quando as «coisas» começaram a aquecer … e safa-se sempre, a tempo!
Estranhamente, ou talvez não, foi um dia em que não encontrei ninguém a defender os desempregados – pelo contrário, estavam todos excitados com a possibilidade de «apagar» mais uns tantos empregos dos poucos que subsistem à crise … só para «dar força» aos camaradas!
De resto, a mesma música, as mesmas «cantigas», as mesmas bandeiras,as mesmas gentes … tudo na mesma – um dia de Festa!
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