Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

domingo, 13 de janeiro de 2008

No reino da vítima

«Infeliz» tem hoje um significado novo.
Quando um ministro ou um secretário de Estado manifesta total incompetência, os actuais pensadores oficiais comentam que «teve um momento infeliz».
Quando um alto dirigente da administração pública, como o chefe máximo da ASAE, se comporta violando a lei cujo cumprimento deve fiscalizar, diz-se que praticou «um acto esporádico infeliz».
Quando políticos impostos como referência nacional, como Almeida Santos, dizem as maiores barbaridades de que há memória, logo se estabelece que «foi uma frase infeliz».
Quando as profundas divisões internas dentro do PS exprimem a fragilidade da maioria absoluta de Sócrates, lá vem a clássica máxima da «interpretação infeliz».
Quando o governo mente, insulta a inteligência do povo, dos autarcas, dos empresários e sindicatos, é a vida que está cheia de «enganos infelizes».
Quando Sócrates e muitos dos seus ministros não conseguem conter a sua arrogância e autoritarismo, tudo não passou de «reacção infeliz».
Quando o desemprego aumenta e a economia definha, pois claro, é «a conjuntura» infeliz.
Quando a miséria se generaliza, é certo e sabido: «circunstância infeliz».
Quando se esfuma o respeito por um Portugal tido como qualquer «coisa» irrelevante e indigente da cena internacional, o problema não é nosso mas, obviamente, «uma excrescência lamentável deste mundo global infeliz».
Isto é, o prevaricador, o incompetente, ou o déspota, o irresponsável, ou o oportunista ou o conformista impotente ... nada disto é o que era - agora é apenas a fatalidade da infeliz vítima.
… E coitadas das vítimas!

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