O estranho é nunca mais se ter falado da greve que os sindicatos comunistas da Intersindical-CGTP decretaram para o dia 1 de Maio no Pingo Doce, com pré-aviso de greve e tudo.
Todas as TV’s, todos os analistas, especialistas, politólogos e outros «ólogos» fartam-se de esmiuçar o «caso Pingo Doce» e querem-nos impingir a ideia de que a empresa, os seus trabalhadores e os cidadãos consumidores cometeram um grave crime contra o «Dia do Trabalhador» e contra as leis da concorrência.
A verdade é que os Trabalhadores do Pingo Doce enfrentaram corajosamente uma greve comunista e mostraram que resistirão, com alma e todas as suas armas, às tentativas de destruição da Sua empresa.
Ora, além de o Pingo Doce ter mantido os preços dos seus produtos, o que releva do dia 1º de Maio é que os Trabalhadores do Pingo Doce recusaram, em absoluto, cumprir a ordem de greve decretada pela Intersindical.
Isto é, a Intersindical-CGTP falhou rotundamente e apenas por uma razão imediata: os milhares de Trabalhadores do Pingo Doce disseram que querem trabalho e que não querem ser «peões» acéfalos contra a Sua empresa, ao serviço dos objectivos políticos do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda.
E a greve foi completamente «furada» por todos os Trabalhadores.
Seria interessante que a RTP, a SIC e a TVI se tornassem independentes das forças «ocultas comunistas e informassem com isenção, objectividade e verdade, em vez de contribuirem para «branquear» a maior derrota de que há memória do sindicalismo do Partido Comunista.
Repito: o mais importante do Dia do Trabalhador foi a coragem dos Trabalhadores do Pingo Doce que impediram a paralisação da Sua empresa e enfrentaram a «ordem» de greve da Intersindical-CGTP – e o mais significativo é a clara intenção das TV’s de «matar» a derrota total da Intersindical.
E o que agora a RTP, a SIC e TVI poderão e deverão investigar é o que é que vai acontecer a Arménio Carlos depois de tamanho fracasso: vai ser «expurgado» do comité central do Partido Comunista ou apenas «volatilizado» da Intersindical-CGTP ... por «incompetente», «má figura», indigente ideológico e «colaborador objectivo do neo-liberalismo capitalista»?