Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?

terça-feira, 2 de novembro de 2021

NA MARCHA DE CAVACO SILVA

 OS MESMOS MEDOS E AS MESMAS CALÚNIAS

Acompanhei de muito perto a heróica epopeia de Cavaco Silva e Eurico de Melo contra o bloco central, a grande marcha até ao Congresso da Figueira da Foz.
Nesse tempo, o PSD estava anémico e submetido à vontade caprichosa de Mário Soares. Grupo Parlamentar dividido, acertava votações com o PS, a Comissão Política, dividida, tentava conciliar a sua capacidade de resistência com a vontade do PS, os militantes, divididos, reclamavam Mudança, independência do partido, acção e moderação das tentações totalitárias dos socialistas.
Do interior do PSD a defesa da "situação" propunha o liberalismo e negava qualquer viabilidade e mérito aos desafiantes. Estes, eram a «direita», os derrotados do sacarneirismo, os empregados dos patrões. Eurico de Melo estaria velho e não passava de mero empregado de empresários e Cavaco Silva era filho de um gasolineiro, não sabia comer e abandonara o governo de Sá Carneiro.
O partido não sobreviveria à separação do PS, ao afastamento do Poder. Quando muito, acabaria em apêndice do tipo UDP entre um PS todo poderoso e reforçado com trânsfugas do PSD e o CDS engordado com metade dos eleitores tradicionais do PSD.
Com método, persistência na análise e convicções à mostra, o liberalismo de João Salgueiro e alguns sectores da CIP foi varrido, o Bloco Central caiu e o PSD, social democrata sem dúvidas, iniciou o seu período das maiores glórias. O PSD sobreviveu e voltou a ter vida própria!
A situação actual é análoga àqueles tempos, em todos os aspectos: os mesmos medos, a mesma subserviência em relação ao PS, a mesma hesitação, os mesmos interesses pessoais a travar a Mudança e a sobrepôr-se ao interesse geral e superior do PSD.
Até a fragilidade de argumentação e da reacção dos e das "fãs" de Rui Rio, tal como nesses tempos que precederam o Congresso da Libertação na Figueira da Foz, indica o que a caminhada de Paulo Rangel pode ser, outra vez: libertação do preconceito PS/Costa, uma epopeia do PSD em direcção à reconquista de vida própria, maioria parlamentar correspondente à maioria social, viabilidade para as suas reformas, um governo estável e coerente para Portugal, progresso económico e social, Liberdade e Igualdade de Oportunidades!
Os «velhos do Restelo», temerosos dos corredores socialistas e zelosos na conservação da ilusão do seu poderzinho, rapidamente despertariam desse seu pesadelo e aceitariam os novos tempos da Mudança.
Com Rui Rio, a continuidade. A inércia, as reformas estruturais para o caixote do lixo, submissão do PSD a Costa e a Marcelo, partido à mercê do PS, tapa-buracos às ordens, muleta, empregada para todo o serviço de Costa, oposição «subjectiva» ... nada, nada!
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Manuel Humberto Goulart