António Costa avançou, como se previa e à semelhança de
muitas outras tentativas frustradas.
A diferença é que, agora, o presidente da Câmara de Lisboa
começa a perceber que está a ficar sem tempo, por razões óbvias.
António Costa, eleito pelo povo de Lisboa ainda há menos de
um ano, já se cansou dos seus compromissos eleitorais e quer voar mais alto – a
câmara será pouco e o povo de Lisboa insuficiente para a realização das suas
ambições políticas.
Não é novidade no PS esta tentação de usar o povo e a Câmara
de Lisboa como singelo trampolim.
Curiosamente, até este anúncio para e com efeitos
exclusivamente na vida interna do PS, foi feito em cerimónia paga e organizada
pela Câmara Municipal de Lisboa.
O que é politicamente estranho e, sob o ponto de vista do
uso e gestão dos recursos públicos, muito suspeito e preocupante.Já outro socialista, Jorge Sampaio, percorreu o mesmo caminho e até conseguiu ser eleito Presidente da República e, nessa qualidade, executar um autêntico golpe de estado quando dissolveu a Assembleia da República só porque não gostava da maioria absoluta parlamentar que estava formada neste órgão de soberania.
Neste caso, António Costa inspirou-se em Sampaio.
Interessante e digno de acompanhar foi a mudança de discurso
dos comunistas do PC.
Estão quase como em 1975.
Durante a campanha eleitoral os comunistas entoaram os velhos
slogans da famigerada reforma agrária, como «a terra a quem a trabalha»;
Exigiram a demissão do governo, apesar de ter tido mais do
dobro dos votos comunistas, logo que foram conhecidos os resultados eleitorais
e revelada a indigente prestação comunista, com votação na ordem dos 12 por
cento e eleição de apenas três deputados europeus;
E, logo que anunciada a «operação António Costa», o passo
atrás dos comunistas quando afirmam que sozinhos
não são alternativa para preparar os dois passos em frente quando dizem que
não haverá alternativa de esquerda sem
os comunistas.
O recado para António Costa fica dado - tal e qual como há
40 anos … só falta aparecer por aí um comentador a promover os benefícios de
uma «maioria de esquerda».
Sem comentários:
Enviar um comentário