Com apenas três meses de cadeia por suspeitas de corrupção,
fraude fiscal e branqueamento de capitais, José Sócrates, neste momento preso
de delito comum e há muito pouco tempo líder do PS e primeiro ministro do
Governo português, não terá resistido aos seus próprios impulsos e apresentou
publicamente uma inesperada confissão dos crimes de que é suspeito.
Em carta dirigida a dois jornais nacionais controlados pelo
PS, o DN e JN, o preso por corrupção José Sócrates escreveu uma carta em que
acusa o Primeiro Ministro, Dr. Pedro Passos Coelho, de lhe dirigir ataques imorais.
O antigo líder do PS, o preso por suspeitas de fraude fiscal
e branqueamento de capitais, José Sócrates, reagia assim a uma intervenção
política em que o Dr. Pedro Passos Coelho afirmava categoricamente aos
deputados do PSD que ninguém o poderia acusar de ter usado o cargo de Primeiro
Ministro para enriquecer, para fazer favores a amigos ou para viver acima das
suas possibilidades.
O Dr. Pedro Passos Coelho falou em abstracto e jamais, em
qualquer momento, se referiu a quem quer que fosse, muito menos a alguém sem
carácter que esteja preso em cadeia por suspeitas de corrupção, lavagem de
dinheiro e de viver acima das suas possibilidades em Portugal ou em Paris, a
alguém, enfim, completamente desqualificado sob o ponto de vista moral.
Pedro Passos Coelho nunca referiu ninguém.
Ora, a carta em que José Sócrates toma como dirigidas a si
próprio as alegações genéricas e abstractas do Dr. Pedro Passos Coelho só pode
ter um significado: por razões patológicas ou não, José Sócrates «foi-se
abaixo», já só vê «buracos na sua narrativa» e está a confessar … angustiado e
com raiva mas a confessar!
É um dos efeitos possíveis da influência da solidão do
cárcere no inconsciente individual e na autodeterminação da culpa!
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