A mais patética e lamentável intervenção foi protagonizada
pelo fundador e alma mater do PS,
Mário Soares que, perante a maioria da população, apenas veio evidenciar o seu
proverbial autoritarismo e arrogância.
A referência social e política do PS de António Costa, ao
atacar tão violentamente o modus operandi
do sistema de investigação criminal, fundamenta-se na sua convicção de que a
sociedade está dividida entre alguns que merecem o privilégio de tratamentos
especiais perante as instituições e os outros que, esses sim, são todos «iguais»
entre si e perante a lei.
Mário Soares não está sozinho neste confronto com o
princípio republicano e constitucional da «separação dos poderes» de soberania,
talvez o pilar mais resistente do Estado de direito.
Neste caso, os socialistas, as televisões e os comentadores
com assento nas TV’s estão todos unidos na tentativa de desvio das atenções
gerais e da «limpeza de Sócrates como condição de sobrevivência política de
António Costa», e todos gritam bem alto a sua forte perplexidade: alto lá
senhores procuradores e senhores polícias, cuidado, não somos todos iguais!
E gritam tanto e tão alto a sua indignação contra a
igualdade social e contra a separação de poderes, isto é, contra a Constituição
da República, que parece esquecida já a realidade.
E o que conta nesta realidade, o que está em causa, é que Sócrates
é arguido suspeito da prática de crimes, de crime de corrupção enquanto
primeiro ministro, e está preso em Évora a aguardar os ulteriores termos de um processo
crime. E as instituições democráticas não foram desagregadas nem paralisadas, não surtiu qualquer efeito a campanha de vitimização do indiciado corrupto e tudo indica que o arguido Sócrates será um dia julgado por um Tribunal.
É que, apesar das tentações de Mário Soares e outros
socialistas, a República ainda não caiu.
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