Até quando?

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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A República ainda não caiu

Depois de uma intensa, mas não conseguida, campanha de «lavagem» de carácter do arguido Sócrates, os socialistas entraram na fase seguinte: a descredibilização do sistema jurisdicional, em particular do Ministério Público e das polícias.

A mais patética e lamentável intervenção foi protagonizada pelo fundador e alma mater do PS, Mário Soares que, perante a maioria da população, apenas veio evidenciar o seu proverbial autoritarismo e arrogância.
A referência social e política do PS de António Costa, ao atacar tão violentamente o modus operandi do sistema de investigação criminal, fundamenta-se na sua convicção de que a sociedade está dividida entre alguns que merecem o privilégio de tratamentos especiais perante as instituições e os outros que, esses sim, são todos «iguais» entre si e perante a lei.

Mário Soares não está sozinho neste confronto com o princípio republicano e constitucional da «separação dos poderes» de soberania, talvez o pilar mais resistente do Estado de direito.
Neste caso, os socialistas, as televisões e os comentadores com assento nas TV’s estão todos unidos na tentativa de desvio das atenções gerais e da «limpeza de Sócrates como condição de sobrevivência política de António Costa», e todos gritam bem alto a sua forte perplexidade: alto lá senhores procuradores e senhores polícias, cuidado, não somos todos iguais!

E gritam tanto e tão alto a sua indignação contra a igualdade social e contra a separação de poderes, isto é, contra a Constituição da República, que parece esquecida já a realidade.
E o que conta nesta realidade, o que está em causa, é que Sócrates é arguido suspeito da prática de crimes, de crime de corrupção enquanto primeiro ministro, e está preso em Évora a aguardar os ulteriores termos de um processo crime.

E as instituições democráticas não foram desagregadas nem paralisadas, não surtiu qualquer efeito a campanha de vitimização do indiciado corrupto e tudo indica que o arguido Sócrates será um dia julgado por um Tribunal.

É que, apesar das tentações de Mário Soares e outros socialistas, a República ainda não caiu.

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