Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

CONGRESSO DA FIGUEIRA DA FOZ

SOCIAL DEMOCRACIA COM VIDA PRÓPRIA
O PSD profundo é incontrolável por grupos ou personalidades e Imprevisível na defesa dos seus princípios.
Há um ano homenageávamos os heróis de um momento crucial no desenvolvimento da social democracia em Portugal: as tensões entre liberais e sociais democratas no Congresso da Figueira da Foz.
Os instalados da aliança com o PS, no bloco central, pensavam que travavam a gloriosa marcha de Cavaco Silva e Eurico de Melo em direcção ao Congresso da Figueira da Foz, com a velha palavra de ordem: abaixo os liberais, nós é que somos sociais democratas!
No congresso, esses autoproclamados "sociais democratas", certamente por direito divino, eram liderados pelo ícone do liberalismo português, João Salgueiro, e os alcunhados de "liberais", "descamisados" provincianos, habituados a subir na vida a pulso, afirmaram-se como um projecto de sociedade fundado na liberdade individual, igualdade de oportunidades e solidariedade social, desenvolvimento económico e social, projecto esse que haveria de perdurar por dez anos ininterruptos. O PSD ganhou vida própria, provou que Portugal é governável sem e, sobretudo, contra os comunismo e os socialistas e protagonizou as maiores reformas estruturais de que há memória na cultura, infraestruturas como autoestradas e aeroportos, urbanismo, na indústria, agricultura e turismo, na criação de condições vida condignas, designadamente de habitação.
É velha a tentação de atirar o PSD para o circo do liberalismo ou, agora um pouco esquecido, do «neoliberalismo». Logo no princípio dos anos setenta, recordo um movimento liderado pelo jovem irreverente e inquieto, Marcelo Rebelo de Sousa, que tentou criar uma «facção social democrata» no PPD, que se oporia ao «populismo liberal» de Sá Carneiro. O azar foi Sá Carneiro ter comparecido na reunião da Biblioteca Nacional e desmontado o golpe afirmando-se o líder da social democracia em Portugal.
E a crise de Aveiro? E o Grupo de Coimbra? E as clássicas tensões entre os "pombas de Cascais" e os "falcões ruralistas"? E os Inadiáveis? Em boa verdade, esta rábula de "liberais contra sociais democratas" nunca passou de pretexto para desarmar o PSD e colocá-lo a proteger os interesses do PS.
Rui Rio, Sancho Pança em luta contra os alcunhados de «liberais» ou Marcelo Rebelo de Sousa, com o seu "PSD oposição selectiva" a governo PS, em golpe contra Sá Carneiro, ambos representam a mesma face da mesma moeda: a fragilização do PSD, o PSD bengala ou muleta.
Vida própria, é urgente … como ensinou o Congresso da Figueira da Foz.
A imagem pode conter: 5 pessoas, incluindo Diana Sousa, pessoas em pé e multidão, texto que diz "XII NACIONAL CONGRESSO"
Maria Sampaio E Melo e Isabel Pecegueiro
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