O «ROSTO» DA DITADURA «SEM ROSTO»
Algum mal-estar no PSD pelas listas de deputados. Nada que não se esperasse, nada a comentar.
Rio defenestrou da zona de influência do PSD o centro direita e uma parte da direita, o CDS, libertando-se de compromissos que iriam «empecilhar» o seu objectivo principal a curto prazo: propôr uma aliança ao PS. Seria estranho um coligado com CDS propôr ao PS uma aliança de governo. O que Rio aprovou foi o contrário das estratégias de Passos Coelho, Sá Carneiro e Cavaco Silva.
Engrossado com o centro e uma parte da direita, Rio não vai concorrer contra o PS na esquerda democrática e centro esquerda, roubando-lhe votos. Rio oferece-se como «complemento» do PS, investe no «basculho» de votos órfãos no centro direita e direita. Concorre contra o CDS. É a vida.
Prevejo um desastre eleitoral sem histórico mas não será a primeira vez que o PSD precisa mesmo de «ir ao fundo» para acordar o seu élan de vitória que se mantém intacto nas profundezas das suas raízes. E, estou certo, Rui Rio pode continuar a aspirar ao alto e prestigiado cargo de vice de Costa.
Triste fim de carreira que, pelos vistos, ataca como um vírus implacável reformados do PSD que, pelo seu passado, bem mereciam um descanso tranquilo mas digno e respeitável!
Os estatutos foram cumpridos e este é apenas o primeiro resultado, repito previsível, da eleição directa de Rui Rio. Normalidade, pois, agora. Agora e depois, contados os votos das urnas! É que os resultados eleitorais não passarão de mera decorrência, segundo resultado, destas eleições directas.
Só me apetece citar o Rui Rio que não dava descanso ao PSD e a Passos Coelho, quando se queixava amargamente em conferência pública junto de maçons como Vasco Lourenço e António Colaço, porventura a conselho de João Tocha, outro maçon de relevo e, ao tempo, seu assessor de comunicação. Dizia Rui Rio: «Estou mesmo a pensar que ainda encontro por aí, ao dobrar da esquina, uma ditadura sem rosto».
Pois é, começa a ter «rosto» essa «ditadura», porventura, essa tentação maçónica inspirada pelo Grande Oriente Lusitano. O ditador, na asserção de Rio, seria Passos Coelho que, aqui para nós, não há memória de ter corrido com 40 por cento do anterior Grupo Parlamentar, nas várias listas de deputados que apresentou!
Bloco Central? Não sei, tenho dúvidas. Rio gostaria muito mas Costa já começou a sua campanha para as próximas Presidenciais. E quem ficar não ajudará Rui Rio a realizar o velho sonho de se entregar ao PS. Incondicionalmente!
É a vida. Já passei por pior!