Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O casamenro gay e a hipocrisia da «esquerda»

A esquerda de base marxista-leninista vai impedir a realização de um referendo.

Só os mais ingénuos ou distraidos podem surpreender-se com esta tenaz rejeição do voto popular.

Os comunistas do PCP mostraram bem logo nas primeiras eleições gerais que a vontade maioritária do povo é mera formalidade face ao poder efectivo de uma minoria escolhida na chamada elite revolucionária. É a política dos comités, das comissões, da direcção do partido.

Os outros comunistas, originários da UDP de má memória e agora agrupados no Bloco de Esquerda, acham que a participação popular que conta é a manifestada em plenários manipulados por meia dúzia de arrivistas que não hesitam em impôr a sua vontade à paulada se a ameaça e intimidação ou o cansaço não afastarem os mais temerários na afirmação de ideias próprias. É a política da vanguarda levada ao extremo, em que o próprio comité é, ele próprio, uma mera formalidade.

Os socialistas do PS, sem dúvida defensores de eleições, oscilam sempre entre agarrarem-se à vontade popular quando vencem e a sabotá-la quando perdem. É deles a formulação do estranho e bizarro conceito de ditadura da maioria sempre que as eleições os têm atirado para a oposição do mesmo modo que é deles a recusa de respeito pela vontade parlamentar quando as circunstâncias os colocam em minoria.

A rejeição de um referendo pela esquerda de base marxista ou marxista-leninista é, apenas, a natural demonstração de que a vontade popular é meramente instrumental, para uso conveniente e só quando for conveniente.

A democracia participativa, tão proclamada por esta esquerda, não passa, pois, de uma ficção hipócrita para encher discursos e exaltar recalcamentos ou ingenuidades.

Talvez, um dia, os eleitos percam o medo e deixem de se esconder do povo no período entre eleições.

Ou, quem sabe, talvez o povo aprenda a escolher os seus eleitos!

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