Na prática, Cavaco Silva entrou na campanha eleitoral do PSD e veio dizer que não quer crise de governo.
O governo de Sócrates é para manter no fio da navalha, até às eleições presidenciais.
Pressionado, criticado, apertado entre escândalos próprios e incompetência o governo do PS é para ser denunciado e fragilizado mas mantido ligado à máquina de suporte de vida.
Cavaco Silva sabe que Sócrates nunca se demitirá e quer que o PSD não desligue a máquina.
O êxito da sua recandidatura depende disso: crise arrastada no PS e coma ligeiro de Sócrates a «empalhar» o candidato presidencial socialista mas nada de rupturas.
Cavaco Silva percebe que uma crise de governo consumada é a única saida para superar o impasse nacional mas libertará o candidato do PS dos efeitos destruidores da política socialista dos últimos cinco anos.
Sabe-se que Pedro Passos Coelho não fará acordos com o PS no actual quadro parlamentar e já ameaçou provocar uma crise de governo com exigência de eleições legislativas antecipadas.
É urgente que Paulo Rangel esclareça de forma inequívoca a natureza, extensão e consequências práticas do seu conceito de ruptura com as políticas socialistas.
Manter a crise em «banho de Maria» para reeleger Cavaco Silva ou deitar Sócrates «borda fora» para defender o interesse nacional?
Sem comentários:
Enviar um comentário