Teria sentido o apelo de Alexandre Relvas de fusão das candidaturas de Paulo Rangel e Aguiar Branco se o PSD fosse uma federação de facções ideológicas, de base territorial ou de natureza classista.
Do ponto de vista filosófico, sociológico ou antropológico sempre o PSD se afirmou unido.
Valores como a liberdade e igualdade de oportunidades jamais foram controvertidos em qualquer secção do partido e não há notícia de polémicas sobre a função complementar e reguladora do papel do Estado.
Não se discutem, do mesmo modo, princípios como a tolerância ou a moderação porque eles são integradores da cultura do PSD; e nunca nele deixou de se afirmar a vocação e capacidade de mudança como corolário natural da sua qualidade de partido reformista.
O que sempre esteve em causa no PSD foi a questão do estilo da intervenção política.
Mais sensibilidade a conveniências sociais artificialmente criadas e interesses externos conduziram sempre o partido a imagens como a falta de ideias, medo, incapacidade de liderança de expectativas de mudança.
Ninguém, nesses tempos de «boa educação» ou «urbanidade citadina» enalteceu o PSD como partido da tolerância e da moderação.
Bem pelo contrário: sucederam-se as humilhações, a manipulação vulgarizadora do discurso social democrata, a falta de respeito intelectual pelos candidatos e apoiantes, o desprezo pelos programas e acções desenvolvidas pelo partido.
Foram (e são) os tempos da docilização do partido que só conduziram a tristes intervalos numa oposição apagada, vergada a falsos preconceitos como o «sentido de responsabilidade de Estado» ou subjugada a artifícios como «os superiores interesses do Estado».
É nesta questão de estilo que a candidatura de Paulo Rangel mostra diferenças substanciais.
A frontalidade na afirmação do partido, exigência de respeito, a intransigência na proclamação dos valores, princípios e orientações políticas próprias do PSD dar-lhe-ão, desde logo, a admiração dos militantes e eleitores, geradora do entusiasmo mobilizador susceptível de encarnar a vontade e o espírito da mudança imprescindível ao desenvolvimento e dignificação do País.
O partido deixará de ser um partido dócil e ninguém se atreverá a intimidá-lo nem a distinguir, de forma insidiosa, os interesses nacionais dos interesses defendidos e prosseguidos pelo PSD.
Porque o partido voltará a ter a independência de quem sabe o que quer, a ser igual a si próprio sem medos nem preconceitos, a representar a consciência nacional crítica e criadora que fez dele o partido mais português, como já diziam os «falcões» ou os «rurais» nos velhos tempos de combate contra o impasse, contra a descaracterização ideológica e sociológica, contra a docilização do líder e do partido.
Até quando?
... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Paulo Rangel e a docilização do PSD
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sábado, 13 de fevereiro de 2010
Impasse nacional exige um PSD de ruptura
• O PSD não pode deixar passar sem resposta adequada a mais «inocente» manifestação da contra-informação do poder tentacular instalado pelos socialistas.
Estão gastos os tempos da «moderação e tolerância» e mostra-se insuficiente a simples «mudança».
O impasse da vida nacional exige que o PSD lidere um movimento libertador dos atrofiadores interesses instalados e de clara «ruptura» com a mentira, a hipocrisia, a insegurança e a incerteza, com a atrofia económica e a apatia social generalizada.
• Se a apresentação de três ou quatro candidatos à presidência do PSD é sinal de divisão do partido … então o PS já se teria volatizado depois da vitória de Sócrates em eleição com três candidatos e após ter sustentado duas candidaturas à Presidência da República.
E ele aí está, manhoso e perigosamente manipulador, em enérgicas manobras que fazem corar de vergonha os fracassados velhos socialistas que um dia sonharam criar um império de comunicação social para Mário Soares.
Estão gastos os tempos da «moderação e tolerância» e mostra-se insuficiente a simples «mudança».
O impasse da vida nacional exige que o PSD lidere um movimento libertador dos atrofiadores interesses instalados e de clara «ruptura» com a mentira, a hipocrisia, a insegurança e a incerteza, com a atrofia económica e a apatia social generalizada.
• Se a apresentação de três ou quatro candidatos à presidência do PSD é sinal de divisão do partido … então o PS já se teria volatizado depois da vitória de Sócrates em eleição com três candidatos e após ter sustentado duas candidaturas à Presidência da República.
E ele aí está, manhoso e perigosamente manipulador, em enérgicas manobras que fazem corar de vergonha os fracassados velhos socialistas que um dia sonharam criar um império de comunicação social para Mário Soares.
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
O que é que prejudica a imagem de Portual?
Não passava pela cabeça de ninguém acusar os opositores do velho Idi Amin de prejudicar a imagem do Uganda quando denunciavam nos aerópagos internacionais as arbitrariedades e opressão do seu regime e as indignidades da sua pessoa.
O que os mercados e os políticos internacionais pensavam era que importava remover o ditador para dignificar a vida dos pobres ugandeses.
Não sei porquê mas dei comigo a pensar isto ao ouvir os socialistas portugueses e alguns não socialistas mais tíbios a reagir à recente declaração de Paulo Rangel no Parlamento Europeu, acerca do comportamento de Sócrates face à comunicação social em Portugal.
E não consigo perceber.
Afinal o que é que prejudica a imagem de Portugal perante os mercados internacionais?
Será ter um primeiro ministro incapaz, de carácter duvidoso e sistematicamente envolvido em malfeitorias, que mente, manipula e é capaz de todos os disfarces para esconder a verdade ou os seus críticos?
O que é que será preciso remover para restabelecer a confiança?
Não terá Paulo Rangel prestado um relevante serviço ao mostrar aos mercados internacionais que em Portugal nem tudo é igual e que os portugueses sabem e podem governar e ser governados com seriedade e competência?
PS – Deixo para os especialistas a análise da natureza do Parlamento Europeu: será uma aerópago internacional ou uma instituição interna, de direito internacional ou direito interno?
O que os mercados e os políticos internacionais pensavam era que importava remover o ditador para dignificar a vida dos pobres ugandeses.
Não sei porquê mas dei comigo a pensar isto ao ouvir os socialistas portugueses e alguns não socialistas mais tíbios a reagir à recente declaração de Paulo Rangel no Parlamento Europeu, acerca do comportamento de Sócrates face à comunicação social em Portugal.
E não consigo perceber.
Afinal o que é que prejudica a imagem de Portugal perante os mercados internacionais?
Será ter um primeiro ministro incapaz, de carácter duvidoso e sistematicamente envolvido em malfeitorias, que mente, manipula e é capaz de todos os disfarces para esconder a verdade ou os seus críticos?
O que é que será preciso remover para restabelecer a confiança?
Não terá Paulo Rangel prestado um relevante serviço ao mostrar aos mercados internacionais que em Portugal nem tudo é igual e que os portugueses sabem e podem governar e ser governados com seriedade e competência?
PS – Deixo para os especialistas a análise da natureza do Parlamento Europeu: será uma aerópago internacional ou uma instituição interna, de direito internacional ou direito interno?
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
O que está em causa é Sócrates
Sócrates e o seu governo passaram ao ataque.
Como é habitual, atacam ao lado para estabelecer a confusão.
Já ontem, num canal do grupo RTP, toda a gente previa o que se iria passar.
Um apresentador, notório agente da «informação» oficial, insistia querendo conduzir o debate entre dois políticos para um problema de divulgação de escutas e violação do segredo de justiça.
E de nada valia aos políticos afirmar que não estava em causa a divulgação de escutas nem a matéria em causa era protegida por segredo de justiça.
Mais tarde, o conhecido (sobretudo no Brasil) dirigente do PS, José Lello, mantinha o tom procurando espalhar ainda maior confusão.
Ora, a fonte do relevante serviço prestado pelo «O Sol» é um documento de um magistrado em que se revela uma fundada suspeita de que Sócrates e um pequeno grupo de apaniguados se associaram em conspiração, antes das eleições, para controlar orgãos de comunicação social e sanear jornalistas usando meios insidiosos.
Essa é a questão e é sobre ela que Sócrates se deve pronunciar.
Não está em causa o Procurador Geral da República nem o presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
O que está em causa é o primeiro ministro – é Sócrates, o homem, o governante, os seus métodos, o carácter de ambos!
Está em causa a Liberdade e a dignidade do Estado.
Como é habitual, atacam ao lado para estabelecer a confusão.
Já ontem, num canal do grupo RTP, toda a gente previa o que se iria passar.
Um apresentador, notório agente da «informação» oficial, insistia querendo conduzir o debate entre dois políticos para um problema de divulgação de escutas e violação do segredo de justiça.
E de nada valia aos políticos afirmar que não estava em causa a divulgação de escutas nem a matéria em causa era protegida por segredo de justiça.
Mais tarde, o conhecido (sobretudo no Brasil) dirigente do PS, José Lello, mantinha o tom procurando espalhar ainda maior confusão.
Ora, a fonte do relevante serviço prestado pelo «O Sol» é um documento de um magistrado em que se revela uma fundada suspeita de que Sócrates e um pequeno grupo de apaniguados se associaram em conspiração, antes das eleições, para controlar orgãos de comunicação social e sanear jornalistas usando meios insidiosos.
Essa é a questão e é sobre ela que Sócrates se deve pronunciar.
Não está em causa o Procurador Geral da República nem o presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
O que está em causa é o primeiro ministro – é Sócrates, o homem, o governante, os seus métodos, o carácter de ambos!
Está em causa a Liberdade e a dignidade do Estado.
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Nem o Zé do Telhado se atreveria a tanto ...
…Nem o Zé do Telhado se atreveria a tanto!
O ministro das Finanças convocou a comunicação social para dizer à Assembleia da República que se recusa a cumprir a lei.
Assim, sem mais nem menos: façam as leis que quiserem que eu só aplico as que quero!
Nem o Zé do Telhado se atreveria a tanto!
Por muito menos, em defesa da dignidade do Estado, respeito pelo povo português e prestígio das instituições soberanas, o governo de Sócrates já deveria ter contra si uma moção de censura na Assembleia da República.
PS – O Presidente da República «meteu-se» onde não era chamado, na Assembleia da República. Será que arrastar o País em crise e bandalheira geral passou a ser «boa moeda»?
Sócrates e este governo serão credíveis perante os mercados internacionais?
Quanto valerá a Madeira nos mercados internacionais?
Que «esperança» é esta do homem que um dia acreditou na mudança, na verdade e no rigor?
Vale a pena manter o pântano infestado só por causa de uma reeleição em que já ninguém acredita nem quer?
O ministro das Finanças convocou a comunicação social para dizer à Assembleia da República que se recusa a cumprir a lei.
Assim, sem mais nem menos: façam as leis que quiserem que eu só aplico as que quero!
Nem o Zé do Telhado se atreveria a tanto!
Por muito menos, em defesa da dignidade do Estado, respeito pelo povo português e prestígio das instituições soberanas, o governo de Sócrates já deveria ter contra si uma moção de censura na Assembleia da República.
PS – O Presidente da República «meteu-se» onde não era chamado, na Assembleia da República. Será que arrastar o País em crise e bandalheira geral passou a ser «boa moeda»?
Sócrates e este governo serão credíveis perante os mercados internacionais?
Quanto valerá a Madeira nos mercados internacionais?
Que «esperança» é esta do homem que um dia acreditou na mudança, na verdade e no rigor?
Vale a pena manter o pântano infestado só por causa de uma reeleição em que já ninguém acredita nem quer?
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
O Bom Serviço de Mário Crespo a Sócrates
Mário Crespo, da SIC Notícias, colocou-se mais uma vez no centro das atenções.
Diz-se o tema privilegiado de um encontro informal de governantes, a figura central das preocupações de uma pequeníssima tertúlia ocasional de ministros, o inimigo a abater pelos poderosos.
Mário Crespo coloca-se acima de matérias como o Orçamento do Estado e sente-se perseguido impiedosamente pelos malfeitores dos tempos modernos.
E tudo isto a partir de um restaurante e com fundamento na audição apurada de um cliente que, entre duas colheradas e um copo de bom tinto, escuta as conversas alheias nas mesas do lado.
À falta de mais precisão da conversa escutada e da identificação do tal executivo de televisão também membro da tertúlia governativa esta história da perseguição de Mário Crespo não passa de mais uma historieta.
Não há dúvida quanto à capacidade da Sócrates e dos seus ocasionais acompanhantes baixarem ao nível intelectual, técnico e ético de Mário Crespo.
Do mesmo modo não se questiona a monumental auto satisfação do inchado ego de Mário Crespo por encher as bocas do mundo que, certamente, lhe não regatearão encómios e as protecções devidas às vítimas injustiçadas.
O problema está na credibilidade de toda esta tramóia.
A estar tudo como ficou, mais uma vez Mário Crespo prestou um relevante bom serviço a Sócrates.
É que esta rábula de restaurante e má língua não deixará de constar do acervo de pequenas historietas com que a contra-informação oficial há-de demonstrar como e quão perseguido foi o infeliz primeiro ministro Sócrates, essa alma angustiada pela crise internacional e pela má fé das oposições.
E quando se falar de coisas sérias, o que há-de prevalecer é a conveniente mistura das historietas com as histórias.
As histórias serão reduzidas a historietas de restaurante, almoços e espreitadelas entre vizinhos de repasto e Sócrates nunca terá ouvido falar de Freeport nem de Vara nem de Faces Ocultas.
Só maquinações – coitado de Sócrates, dir-se-á.
Só é pena que o Instituto Francisco Sá Carneiro tenha notado esta nova saga de perseguições contra Mário Crespo como matéria de estudo e análise política.
Diz-se o tema privilegiado de um encontro informal de governantes, a figura central das preocupações de uma pequeníssima tertúlia ocasional de ministros, o inimigo a abater pelos poderosos.
Mário Crespo coloca-se acima de matérias como o Orçamento do Estado e sente-se perseguido impiedosamente pelos malfeitores dos tempos modernos.
E tudo isto a partir de um restaurante e com fundamento na audição apurada de um cliente que, entre duas colheradas e um copo de bom tinto, escuta as conversas alheias nas mesas do lado.
À falta de mais precisão da conversa escutada e da identificação do tal executivo de televisão também membro da tertúlia governativa esta história da perseguição de Mário Crespo não passa de mais uma historieta.
Não há dúvida quanto à capacidade da Sócrates e dos seus ocasionais acompanhantes baixarem ao nível intelectual, técnico e ético de Mário Crespo.
Do mesmo modo não se questiona a monumental auto satisfação do inchado ego de Mário Crespo por encher as bocas do mundo que, certamente, lhe não regatearão encómios e as protecções devidas às vítimas injustiçadas.
O problema está na credibilidade de toda esta tramóia.
A estar tudo como ficou, mais uma vez Mário Crespo prestou um relevante bom serviço a Sócrates.
É que esta rábula de restaurante e má língua não deixará de constar do acervo de pequenas historietas com que a contra-informação oficial há-de demonstrar como e quão perseguido foi o infeliz primeiro ministro Sócrates, essa alma angustiada pela crise internacional e pela má fé das oposições.
E quando se falar de coisas sérias, o que há-de prevalecer é a conveniente mistura das historietas com as histórias.
As histórias serão reduzidas a historietas de restaurante, almoços e espreitadelas entre vizinhos de repasto e Sócrates nunca terá ouvido falar de Freeport nem de Vara nem de Faces Ocultas.
Só maquinações – coitado de Sócrates, dir-se-á.
Só é pena que o Instituto Francisco Sá Carneiro tenha notado esta nova saga de perseguições contra Mário Crespo como matéria de estudo e análise política.
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