Não passava pela cabeça de ninguém acusar os opositores do velho Idi Amin de prejudicar a imagem do Uganda quando denunciavam nos aerópagos internacionais as arbitrariedades e opressão do seu regime e as indignidades da sua pessoa.
O que os mercados e os políticos internacionais pensavam era que importava remover o ditador para dignificar a vida dos pobres ugandeses.
Não sei porquê mas dei comigo a pensar isto ao ouvir os socialistas portugueses e alguns não socialistas mais tíbios a reagir à recente declaração de Paulo Rangel no Parlamento Europeu, acerca do comportamento de Sócrates face à comunicação social em Portugal.
E não consigo perceber.
Afinal o que é que prejudica a imagem de Portugal perante os mercados internacionais?
Será ter um primeiro ministro incapaz, de carácter duvidoso e sistematicamente envolvido em malfeitorias, que mente, manipula e é capaz de todos os disfarces para esconder a verdade ou os seus críticos?
O que é que será preciso remover para restabelecer a confiança?
Não terá Paulo Rangel prestado um relevante serviço ao mostrar aos mercados internacionais que em Portugal nem tudo é igual e que os portugueses sabem e podem governar e ser governados com seriedade e competência?
PS – Deixo para os especialistas a análise da natureza do Parlamento Europeu: será uma aerópago internacional ou uma instituição interna, de direito internacional ou direito interno?
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