Não, parece-me que as TV’s percebem «as coisas».
Percebem muito bem o que ouvem … mas não querem ouvir o que ouvem.
A questão é que preferem manipular tudo o que ouvem.
O Primeiro Ministro dissse o óbvio: neste momento, a previsão do governo é a de que não são precisas mais medidas de austeridade e é isso que consta no Orçamento de Estado rectificativo mas, com seriedade, ninguém, e ele também, jamais poderá afirmar, categoricamente, que até ao final da intervenção da Troika não será necessário determinar medidas de austeridade adicionais, se as actuais circunstâncias de conjuntura externa se alterarem.
A notícia, divulgada com insistência pelas TV’s, é a seguinte: Passos Coelho não garante que o governo não aplicará medidas de austeridade adicionais!
Imagino o que as TV’s concluiriam se Passos Coelho dissesse: « … o tempo aqui está bom mas, se chovesse aqui, a gente molhava-se»!
Ou se dissesse à entrevistadora da TVI: « … a senhora está bem de saúde mas pode garantir-me que, no próximo inverno, não «cai na cama» com uma gripe, entra em baixa médica e, durante uma semana, a sua produtividade será zero»?
Que grandes títulos não se arranjavam!
Por exemplo, a TVI diria: «… o Primeiro Ministro emitiu um aviso geral para que toda a gente comprasse chapéus de chuva … e os usasse»!
E logo a SIC repetiria a mesma notícia mas acrescentaria: « … e, entretanto, o Primeiro Ministro acusou a jornalista da TVI de sabotar a economia nacional durante uma semana, tendo o líder da oposição António José Seguro acusado Passos Coelho de exercer pressões ilegítimas sobre a informação da TVI»!
Este é o nível a que chegou o jornalismo das TV’s!
… Mas, olhem, também me apetece … e digam lá o que é que o título deste post tem a ver com a realidade.
Até quando?
... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?
sexta-feira, 30 de março de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
Porque é que dão confiança aos comunistas ?
O estranho nisto tudo, nesta conjuntura política como agora se diz, é que ninguém parece saber com quem está a lidar quando leva a sério, ouve e responde ao PC, na rua, nos jornais e na TV, na Assembleia da República, nas reuniões de concertação social, sempre e em todo o lado.
O PC tem um programa político, aplicável em qualquer parte do planeta.
Os comunistas preconizam a dissolução da União Europeia do mesmo modo que combateram a CEE.
Lutam pela extinção da NATO.
São contra eleições gerais e o voto popular livre, universal e secreto porque entendem que povo não atingiu ainda o estado de consciência política suficiente para se confrontar com a classe operária.
O PC é contra o sistema de partidos – a classe operária está organizada no partido único, o Partido, que se confunde com o Estado, e todos os outros partidos seriam dissolvidos, com excepção, talvez, de alguns apêndices à direita, como os Verdes ou, à esquerda, como determinadas facções úteis e colaborantes do Bloco de Esquerda.
É óbvio que não aceitam a existência de um presidente da República eleito livremente por todos os cidadãos, porque é à classe operária, organizada no Partido, que compete representar o Estado através de um seu mandatado.
O PC jamais aceitará a existência de uma assembleia parlamentar, pluralista e com poderes legislativos, porque essa função do Estado está reservada à élite do povo, a classe operária, reunida no comité central do Partido.
O PC é contra a liberdade individual e a iniciativa privada porque estas são os pilares do capitalismo e o sustento da burguesia.
O homem será livre, apenas e só, para cumprir as decisões do colectivo, da direcção do Partido, que criará forças policiais omnipresentes com competência e recursos operacionais para regular e controlar toda a vida em sociedade.
As artes, como a literatura, o teatro e o cinema, a música, as artes plásticas e a fotografia, são instrumentos do Partido, são financiadas pelo Estado e só se justificam se estiverem ao serviço dos superiores interesses da propaganda do Estado e do desenvolvimento da revolução, designadamente da formação da consciência colectiva, política e revolucionária.
O pluralismo na comunicação social e todos as outras formas de livre expressão do pensamento, como conferências, colóquios e prédicas de natureza religiosa ou outras, têm de ser proibidas porque são meios de corrupção intelectual e degradação da pureza revolucionária impulsionada pela classe operária, isto é pelo Estado, ou melhor, pelo Partido.
O PC acabaria com todos os sindicatos e comissões de trabalhadores, porque os trabalhadores que não são intervenientes reconhecidos e activos mas meros aderentes à dinâmica da direcção do Estado imposta pela superior classe revolucionária, a classe operária.
Todo o sindicalismo, incluindo as comissões de trabalhadores, seriam substituidas por comissões administrativas agregadas numa única Central, nomeadas pelo Partido, a única instituição que garante a superior forma de organização da classe operária.
Os comunistas defendem a nacionalização total da economia e não se conformam com a existência de bancos, propriedades agrícolas e todas as outras empresas privadas que são meros instrumentos de exploração dos trabalhadores pelo capital e de apropriação das mais valias do trabalho.
Para os comunistas, é pura perda de tempo estas discussões entre partidos sobre projectos de crescimento económico e legislação do trabalho porque o instrumento único do funcionamento da economia é um Plano, apresentado por uma comissão do comité central do Partido, e de preferência quinquenal e, aos trabalhadores, só compete cumprir com zelo e sem discussões, os objectivos da produção nele determinados.
Ora, o nosso mundo, o da democracia, é totalmente diferente e, mesmo, antagónico.
Por isso, qual o interesse em levar a sério e responder aos comunistas?
Porque não mostrar-lhes, sempre, as nossas diferenças e, apenas, deixá-los falar… sem perdas de tempo?
… Pois, se eles ainda por cima, são ordinários, insultuosos e mal educados … ?
O PC tem um programa político, aplicável em qualquer parte do planeta.
Os comunistas preconizam a dissolução da União Europeia do mesmo modo que combateram a CEE.
Lutam pela extinção da NATO.
São contra eleições gerais e o voto popular livre, universal e secreto porque entendem que povo não atingiu ainda o estado de consciência política suficiente para se confrontar com a classe operária.
O PC é contra o sistema de partidos – a classe operária está organizada no partido único, o Partido, que se confunde com o Estado, e todos os outros partidos seriam dissolvidos, com excepção, talvez, de alguns apêndices à direita, como os Verdes ou, à esquerda, como determinadas facções úteis e colaborantes do Bloco de Esquerda.
É óbvio que não aceitam a existência de um presidente da República eleito livremente por todos os cidadãos, porque é à classe operária, organizada no Partido, que compete representar o Estado através de um seu mandatado.
O PC jamais aceitará a existência de uma assembleia parlamentar, pluralista e com poderes legislativos, porque essa função do Estado está reservada à élite do povo, a classe operária, reunida no comité central do Partido.
O PC é contra a liberdade individual e a iniciativa privada porque estas são os pilares do capitalismo e o sustento da burguesia.
O homem será livre, apenas e só, para cumprir as decisões do colectivo, da direcção do Partido, que criará forças policiais omnipresentes com competência e recursos operacionais para regular e controlar toda a vida em sociedade.
As artes, como a literatura, o teatro e o cinema, a música, as artes plásticas e a fotografia, são instrumentos do Partido, são financiadas pelo Estado e só se justificam se estiverem ao serviço dos superiores interesses da propaganda do Estado e do desenvolvimento da revolução, designadamente da formação da consciência colectiva, política e revolucionária.
O pluralismo na comunicação social e todos as outras formas de livre expressão do pensamento, como conferências, colóquios e prédicas de natureza religiosa ou outras, têm de ser proibidas porque são meios de corrupção intelectual e degradação da pureza revolucionária impulsionada pela classe operária, isto é pelo Estado, ou melhor, pelo Partido.
O PC acabaria com todos os sindicatos e comissões de trabalhadores, porque os trabalhadores que não são intervenientes reconhecidos e activos mas meros aderentes à dinâmica da direcção do Estado imposta pela superior classe revolucionária, a classe operária.
Todo o sindicalismo, incluindo as comissões de trabalhadores, seriam substituidas por comissões administrativas agregadas numa única Central, nomeadas pelo Partido, a única instituição que garante a superior forma de organização da classe operária.
Os comunistas defendem a nacionalização total da economia e não se conformam com a existência de bancos, propriedades agrícolas e todas as outras empresas privadas que são meros instrumentos de exploração dos trabalhadores pelo capital e de apropriação das mais valias do trabalho.
Para os comunistas, é pura perda de tempo estas discussões entre partidos sobre projectos de crescimento económico e legislação do trabalho porque o instrumento único do funcionamento da economia é um Plano, apresentado por uma comissão do comité central do Partido, e de preferência quinquenal e, aos trabalhadores, só compete cumprir com zelo e sem discussões, os objectivos da produção nele determinados.
Ora, o nosso mundo, o da democracia, é totalmente diferente e, mesmo, antagónico.
Por isso, qual o interesse em levar a sério e responder aos comunistas?
Porque não mostrar-lhes, sempre, as nossas diferenças e, apenas, deixá-los falar… sem perdas de tempo?
… Pois, se eles ainda por cima, são ordinários, insultuosos e mal educados … ?
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governo,
Ministro dos Assuntos Parlamentares; PC; PSD
domingo, 25 de março de 2012
O PS de Seguro é mais engraçado do que o de Sócrates
O PS de António José Seguro ainda é mais «engraçado» do que o PS de Sócrates.
Ouvi-o ontem, num encontro de jovens do PS mas só se vi gente de meia idade a ouvi-lo na sala de espectáculos.
Comecei por ficar perplexo mas logo «desatei a rir que nem um perdido».
O PS de Sócrates mandou vir a Troika e o PS de Seguro quer mandar embora a Troika.
O PS de Sócrates assinou um compromisso com a Troika, o PS de Seguro quer acabar com o compromisso com a Troika.
O PS de Sócrates acabou com escolas em várias terras, o PS de Seguro quer pôr escolas nas mesmas terras.
O PS de Sócrates acabou com centros de saúde e urgências em várias terras, o PS de Seguro quer pôr centros de saúde e urgências nas mesmas terras.
O PS de Sócrates pôs as empresas na falência, o PS de Segurou quer dar dinheiro às empresas que o PS de Sócrates pôs na falência.
O PS de Sócrates pôs as pessoas no desemprego, o PS de Seguro quer dar dinheiro aos mesmos desempregados.
O PS de Sócrates pôs as autarquias na indigência financeira, o PS de Seguro quer dar dinheiro e mais competências às autarquias.
O PS de Sócrates desertificou o interior do País, o PS de Seguro quer dar mais dinheiro e pessoas ao interior do País.
E por aí fora.
Isto é: o PS de Sócrates «deu cabo» de Portugal, o PS de Seguro quer pôr os portugueses a pedir esmola à porta das igrejas.
Farto-me de rir de cada vez que ouço este PS de Seguro!
Ouvi-o ontem, num encontro de jovens do PS mas só se vi gente de meia idade a ouvi-lo na sala de espectáculos.
Comecei por ficar perplexo mas logo «desatei a rir que nem um perdido».
O PS de Sócrates mandou vir a Troika e o PS de Seguro quer mandar embora a Troika.
O PS de Sócrates assinou um compromisso com a Troika, o PS de Seguro quer acabar com o compromisso com a Troika.
O PS de Sócrates acabou com escolas em várias terras, o PS de Seguro quer pôr escolas nas mesmas terras.
O PS de Sócrates acabou com centros de saúde e urgências em várias terras, o PS de Seguro quer pôr centros de saúde e urgências nas mesmas terras.
O PS de Sócrates pôs as empresas na falência, o PS de Segurou quer dar dinheiro às empresas que o PS de Sócrates pôs na falência.
O PS de Sócrates pôs as pessoas no desemprego, o PS de Seguro quer dar dinheiro aos mesmos desempregados.
O PS de Sócrates pôs as autarquias na indigência financeira, o PS de Seguro quer dar dinheiro e mais competências às autarquias.
O PS de Sócrates desertificou o interior do País, o PS de Seguro quer dar mais dinheiro e pessoas ao interior do País.
E por aí fora.
Isto é: o PS de Sócrates «deu cabo» de Portugal, o PS de Seguro quer pôr os portugueses a pedir esmola à porta das igrejas.
Farto-me de rir de cada vez que ouço este PS de Seguro!
sábado, 24 de março de 2012
O congresso pobretanas do PSD e a glória dos outros
Como tudo é tão diferente!
Tenho visto o Congresso do PSD pelas TV’s e o que se vê é tudo ao molho numa sala apertada, sem luzes nem brilho, meia dúzia de bandeiras já delidas pelo tempo e pelo uso, um palco ínfimo que nem dava para o ballet do Tony Carreira, uns tipos sentados e muitos outros em pé e sempre a circular, sempre em andamento, às voltas de fila em fila e de corredor em corredor, todos a falar para toda a gente e cada um a dizer o que lhe vem à cabeça, e só falam em festa mas uns batem palmas a alguns e outros nem aquecem as mãos, discutem freguesias e municípos, programa de governo, austeridade e esperança no futuro ... uns pobretanas aqueles sociais democratas!
E aquela pobre gente, que veio de todo o lado, nem teve o cuidado de se preparar para discutir, nesta simplória reuniãozeca, a matéria «mais importante», eu diria mesmo a única «coisa» de jeito que os trouxe ali: a questão Teixeira dos Santos!
O que é que se vê nos congressos do PS?
Gente fina, amplas salas e reservados de luxo para os mais sacrificados, palcos maiores que estádios de futebol, holofotes e shows de raio lazer, écrans do tamanho do mundo, tudo digital e equipamentos sem fim, com potentes câmaras de TV e cinema e aparelhagens sonoras tipo último grito tecnológico, todos a glorificar os grandiosos projectos e a enaltecer a glória da vida e a desejar eterna felicidade ao líder, todos juntos, em largas e bem batidas ovações ao som de épicos hinos ... grandiosos espectáculos, realizações de arte televisiva sem paralelo, aqueles congressos do PS!
E, atenção à organização: nada de «paleios» sobre Manueis Alegres nem de Carrilhos ... que percebem nada de espectáculo!
E quanto aos congressos do PC, essas «coisas» raras, para só de vez em quando?
Aquilo sim, vale a pena ver-se: a ordem, a disciplina, tudo sentado, lápis na mão e caderno à vista, feições carregadas de concentração intelectual, só se ouvem palavras simpáticas e urbanas como luta, ladrão, roubo, ocupações, agressão, imperialismo e reacção, piquetes e capitalismo; e cumpre-se sempre, com rigor de igreja, um silêncio de túmulo, quando alguém ilustre fala ao microfone até que um coro enorme de palmas, enérgicos refrãos e empolgantes cantorias marque o final, em apoteose, de cada palestra.
E aquela arte de responder ao maestro, todos alinhados e tudo afinado, com aqueles poderosos murros no ar com o punho direito fechado, tudo perfeito, tudo sincopato de tal ordem que nem as tropas de élite de Hitler ou Estanine lhes chegavam aos calcanhares, nas suas espectaculares marchas militares!
E aquela energia, discreta, com que se anuncia a iminente «queda» do governo ... embora com menos sonoridade não vá a «reacção capitalista aproveitar-se e, maldosamente, pôr-se aí a especular e confundir a «queda» do governo com a «queda» do muro de Berlim – que é tudo mentira, não caiu muro nenhum!
Enfim, há por aí também outras pobres reuniões, que nem sei bem se se chamam congressos.
Mas eles, os do Bloco de Esquerda, lá se encontram todos em pequenos cubículos, coitados.
Pelo que se vê comem e bebem bem, fumam arómáticas tochas e também fala muito, de guerras longínquas e «porrada na polícia».
Só é pena não andarem muito bem de saúde ... tomam muitas injecções, deixam as casas de banho cheias de seringas, coitados!
Tenho visto o Congresso do PSD pelas TV’s e o que se vê é tudo ao molho numa sala apertada, sem luzes nem brilho, meia dúzia de bandeiras já delidas pelo tempo e pelo uso, um palco ínfimo que nem dava para o ballet do Tony Carreira, uns tipos sentados e muitos outros em pé e sempre a circular, sempre em andamento, às voltas de fila em fila e de corredor em corredor, todos a falar para toda a gente e cada um a dizer o que lhe vem à cabeça, e só falam em festa mas uns batem palmas a alguns e outros nem aquecem as mãos, discutem freguesias e municípos, programa de governo, austeridade e esperança no futuro ... uns pobretanas aqueles sociais democratas!
E aquela pobre gente, que veio de todo o lado, nem teve o cuidado de se preparar para discutir, nesta simplória reuniãozeca, a matéria «mais importante», eu diria mesmo a única «coisa» de jeito que os trouxe ali: a questão Teixeira dos Santos!
O que é que se vê nos congressos do PS?
Gente fina, amplas salas e reservados de luxo para os mais sacrificados, palcos maiores que estádios de futebol, holofotes e shows de raio lazer, écrans do tamanho do mundo, tudo digital e equipamentos sem fim, com potentes câmaras de TV e cinema e aparelhagens sonoras tipo último grito tecnológico, todos a glorificar os grandiosos projectos e a enaltecer a glória da vida e a desejar eterna felicidade ao líder, todos juntos, em largas e bem batidas ovações ao som de épicos hinos ... grandiosos espectáculos, realizações de arte televisiva sem paralelo, aqueles congressos do PS!
E, atenção à organização: nada de «paleios» sobre Manueis Alegres nem de Carrilhos ... que percebem nada de espectáculo!
E quanto aos congressos do PC, essas «coisas» raras, para só de vez em quando?
Aquilo sim, vale a pena ver-se: a ordem, a disciplina, tudo sentado, lápis na mão e caderno à vista, feições carregadas de concentração intelectual, só se ouvem palavras simpáticas e urbanas como luta, ladrão, roubo, ocupações, agressão, imperialismo e reacção, piquetes e capitalismo; e cumpre-se sempre, com rigor de igreja, um silêncio de túmulo, quando alguém ilustre fala ao microfone até que um coro enorme de palmas, enérgicos refrãos e empolgantes cantorias marque o final, em apoteose, de cada palestra.
E aquela arte de responder ao maestro, todos alinhados e tudo afinado, com aqueles poderosos murros no ar com o punho direito fechado, tudo perfeito, tudo sincopato de tal ordem que nem as tropas de élite de Hitler ou Estanine lhes chegavam aos calcanhares, nas suas espectaculares marchas militares!
E aquela energia, discreta, com que se anuncia a iminente «queda» do governo ... embora com menos sonoridade não vá a «reacção capitalista aproveitar-se e, maldosamente, pôr-se aí a especular e confundir a «queda» do governo com a «queda» do muro de Berlim – que é tudo mentira, não caiu muro nenhum!
Enfim, há por aí também outras pobres reuniões, que nem sei bem se se chamam congressos.
Mas eles, os do Bloco de Esquerda, lá se encontram todos em pequenos cubículos, coitados.
Pelo que se vê comem e bebem bem, fumam arómáticas tochas e também fala muito, de guerras longínquas e «porrada na polícia».
Só é pena não andarem muito bem de saúde ... tomam muitas injecções, deixam as casas de banho cheias de seringas, coitados!
quinta-feira, 22 de março de 2012
Sr Ministro: aprenda com a receita do PC
Não me conformo!
Com que então o ministro dos Assuntos Parlamentares, dr. Miguel Relvas, acusa o PC de não ter «receitas»?
Quer exemplos do resultado das «receitas» do PC?
Por exemplo:
• Não se apercebeu que hoje estamos em greve geral e que ela foi decretada pelo PC? Quer melhor «receita»?
• Esquece que foi a PC que determinou o roubo a todos os trabalhadores de um dia de salário, nunca se soube para quê nem quem arrecadou e gastou o dinheiro?
• Construção Naval: veja a situação em que estão os Estaleiros Navais de Viana do Castelo;
• Estaleiros da Parry & Son, da Setenave e da Lisnave: portas fechadas;
• Construção Civil: o que é que aconteceu à empresa J. Pimenta?
• Metalomecânica: a Siderurgia Nacional e a Sorefame – desapareceram do mapa, esses centros de formação «fascista»;
• A Metalúrgica Duarte Ferreira que fabricava viaturas pesadas – quem deu cabo dela?
• Transportes Colectivos: empresa “Os Claras” – deve ter ido para o ferro velho;
• Banca: onde está o Banco Borges e Irmão?
• Seguros: não conheceu a Compania de Saguros Bonança? Se não conheceu ... já não conhece!
• Agricultura: Não viu como a herdade da “Torre Bela” se transformou tão bem e como as Unidades Colectivas de Produção reuniram as herdades roubadas, acabaram com o trigo em Portugal e deram festança à rapaziada militante enquanto durou o gado e o vinho engarrafado?
• E o Turismo, como se desenvolveu, com as permanentes excursões, à borla, para visitar as Unidades Colectivas de Produção, conhecer os seus heróicos dirigentes e ilustrados operários agrícolas, esses ícones da produção e da consciência política anti-fascista e revolucionária ... como eles sabiam receber bem e prendar os visitantes antifascistas com belas «assadas» de vaca ou porco, conforme o que o proprietário fascista tinha deixado!
• E a Educação para todos? Não soube dos grandes feitos de educação do povo, em que alguns soldados se converteram em professores de folclore, não ensinavam letras, que eram «fascistas», mas mostraram aos campesinos como se fazem e degustam chouriços e como se reunem pedagógicos serões de copos de vinho sem fim, ao calor da fogueira e ao som da guitarra, a contar histórias épicas de Fidel Castro e Álvaro Cunhal?
Ainda duvida da capacidade de mudança dos comunistas e da eficácia das suas «receitas»?
Pergunte ao conhecido Bispo de Setúbal, D. Manuel Martins! Ele sabe, como ninguém, como e quem generalizou a fome na península de Setúbal!
Senhor Ministro Miguel Relvas: não volte a dizer que os comunistas não têm receita!
Eles têm um modelo, um projecto onde não cabe a palavra austeridade e têm a «receita», sim senhor ... e é a mesma há mais de oitenta anos!
Com que então o ministro dos Assuntos Parlamentares, dr. Miguel Relvas, acusa o PC de não ter «receitas»?
Quer exemplos do resultado das «receitas» do PC?
Por exemplo:
• Não se apercebeu que hoje estamos em greve geral e que ela foi decretada pelo PC? Quer melhor «receita»?
• Esquece que foi a PC que determinou o roubo a todos os trabalhadores de um dia de salário, nunca se soube para quê nem quem arrecadou e gastou o dinheiro?
• Construção Naval: veja a situação em que estão os Estaleiros Navais de Viana do Castelo;
• Estaleiros da Parry & Son, da Setenave e da Lisnave: portas fechadas;
• Construção Civil: o que é que aconteceu à empresa J. Pimenta?
• Metalomecânica: a Siderurgia Nacional e a Sorefame – desapareceram do mapa, esses centros de formação «fascista»;
• A Metalúrgica Duarte Ferreira que fabricava viaturas pesadas – quem deu cabo dela?
• Transportes Colectivos: empresa “Os Claras” – deve ter ido para o ferro velho;
• Banca: onde está o Banco Borges e Irmão?
• Seguros: não conheceu a Compania de Saguros Bonança? Se não conheceu ... já não conhece!
• Agricultura: Não viu como a herdade da “Torre Bela” se transformou tão bem e como as Unidades Colectivas de Produção reuniram as herdades roubadas, acabaram com o trigo em Portugal e deram festança à rapaziada militante enquanto durou o gado e o vinho engarrafado?
• E o Turismo, como se desenvolveu, com as permanentes excursões, à borla, para visitar as Unidades Colectivas de Produção, conhecer os seus heróicos dirigentes e ilustrados operários agrícolas, esses ícones da produção e da consciência política anti-fascista e revolucionária ... como eles sabiam receber bem e prendar os visitantes antifascistas com belas «assadas» de vaca ou porco, conforme o que o proprietário fascista tinha deixado!
• E a Educação para todos? Não soube dos grandes feitos de educação do povo, em que alguns soldados se converteram em professores de folclore, não ensinavam letras, que eram «fascistas», mas mostraram aos campesinos como se fazem e degustam chouriços e como se reunem pedagógicos serões de copos de vinho sem fim, ao calor da fogueira e ao som da guitarra, a contar histórias épicas de Fidel Castro e Álvaro Cunhal?
Ainda duvida da capacidade de mudança dos comunistas e da eficácia das suas «receitas»?
Pergunte ao conhecido Bispo de Setúbal, D. Manuel Martins! Ele sabe, como ninguém, como e quem generalizou a fome na península de Setúbal!
Senhor Ministro Miguel Relvas: não volte a dizer que os comunistas não têm receita!
Eles têm um modelo, um projecto onde não cabe a palavra austeridade e têm a «receita», sim senhor ... e é a mesma há mais de oitenta anos!
PC tem «receita»: o Estado Totalitário
O ministro dos Assuntos Parlamentares, dr Miguel Relvas, está completamente enganado.
Ele disse na Assembleia da República que era conhecido o diagnósticos mas não a «receita» do PC para a crise em Portugal.
Ou é novo de mais, ou ingénuo ou está distraido.
É que todos os portugueses conhecem a «receita» dos comunistas, sejam eles os ortodoxos do PC sejam eles os «informais», agora juntos no Bloco de Esquerda, Verdes ou Indignados.
E a «receita» comunista, já sobejamente experimentada em Portugal e no Mundo, é simples e prática:
O poder político, legislativo, executivo e representativo do Estado, bem como o poder judicial, é reunido e atribuido ao secretátio geral do PC, isto é, ao Partido.
O excutivo é liderado por uma «troika» de coroneis, que evolui para um só coronel que, por sua vez, acabará fuzilado ou numa prisão e substituido pelo secretário geral do PC.
O poder legislativo é exercido pelo comité central do PC e delibera o que o secretário geral do PC mandar deliberar.
As eleições gerais são extintas porque inúteis, dada a insuficiência de doutrinação política do povo, que não sabe o quer e é facilmente «comprável» ou manipulável.
O sistema financeiro, todo estatal e sempre ao serviço das prioridades definidas pelo Partido, é gerido por um membro do comité central do PC que responde perante o secretário geral do Partido.
Quanto à economia, é tudo roubado e entregue ao Estado, desde as empresas industriais de grande e média dimensão até aos pequenos negócios como barbearias, meia dúzia de vacas em Bragança ou um tanque de «apanha» de peixe no Algarve.
Na Agricultura, rouba-se por confisco com violência, as grandes propriedades, gasta-se em grandes e patrióticas «festanças» toda a produção em stock, desde gado a cereais e hortaliças e enquanto houver, rebentam-se todos o equipamento e entrega-se a terra à produção de mato e ervas daninhas.
A expressão de pensamento é livre mas para perorar encómios às directivas do Partido, e toda a comunicação social divulga apenas e só o que a direcção do Partido mandar divulgar.
O cinema e os livros, de acesso vigiado e restrito, servem para propagandear os «sucessos» da revolução com londas bandeiras ao vento empunhadas por vigorosas mulheres e homens em atitudes de guerra, com longos documentários sobre a enorme alegria no trabalho revolucionário, realizados e interpretados por artistas comunistas ou de confiança provada, para criar novos herois nas fábricas e no campo e para denunciar e denegrir os eternos «inimigos» da revolução, isto é, os que pensam de modo diferente, os «fascistas», os inconvenientes ou os reeaccionários simplesmente, todos metidos no mesmo saco.
As habitações são um bem comum, o direito à habitação é controlado por inúmeros comités de bairro e várias polícias, e as famílias vivem em casas, «partes de casa», vãos de escada ou barracas escondidas, atribuidas pelo Partido e segundo rigorosa avaliação da graduação de militante, coraboracionista ou inimigo do Partido.
Socialmente, o povo é controlado por uma polícia secreta que «despacha» perante um membro do comité central, especialmente nomeado e livremente expurgável pelo secretário geral, assessorada por milhões de informadores e comités de bairro ou rua, liderados por comunistas aprovados pelo comité central do Partido, meros denunciantes individuais que tanto podem indicar para a cadeia pais, filhos como simples amigos e vizinhos que, por exemplo, mostrem sinais de «riqueza» (como um frigorífico) e, portanto, ter subido na vida.
Qualquer comentário ou mera observação política ou social ou acto divergente, por um cidadão afoito ou irritado, é punido com prisão e reeducação por trabalho manual, em estabelecimento apropriado e autorizado pelo Parttido.
A «livre» circulação é determinada pontualmente e vigiada através de barragens de estrada feitas por milícias, e os cidadãos comuns só podem deslocar-se, para lazer ou mudança de residência e fixação em terra diferente, com prévia autorização da polícia, do chefe do comité de bairro ou do Partido.
Os sindicatos são comandados directamente pelo Partido servindo-se de um comité comunista.
Não há eleições nem greves e todas as acçõs servem para fiscalizar comportamentos e atitudes, orientar e conduzir a classe operária para a doutrinação de obediência à direcção, vigilância dos trabalhadores nos locais de trabalho e vida fa,iliar e em sociedade e liderança quanto ao modo de vida, segundo os cânones do Partido.
Quem expressar uma ligeira dúvida sobre os bons objectivos do sindicato, que são matéria decidida pelo Partido, é expulso, despedido do local de trabalho e tem muita sorte se ele e toda a sua família não acabarem na cadeia, acusados de «reaccionários», anti-revolucionários, direitistas ou, até, de «fascistas».
Só são estudantes e futuros quadros profissionais do Estado, os filhos de dirigentes e os outros jovens que se revelem militantes destacados, mas só se matricularão nos cursos de universidades localizadas nas cidades que o Partido determinar
Enfim, os comunistas têm uma longa e completa «receita», já experimentada na União Soviética, na China, na República Democrática Alemã, em Cuba, na Coreia do Norte, na Albânia, na Bulgária, na Roménia, etc., etc., e, até, em Portugal.
E essa «receita» reune todos os condimentos: Ditadura política, Opressão Social, Vigilância Total e Repressão Policial Global, Confisco à Força da Economia, Extinção das Liberdades Individuais, Absoluta Supressão da Livre Expressão de Pensamento e, até, do próprio Pensamento.
Em suma, o PC tem uma «receita» óbvia, global e experimentada: a criação do Estado Totalitário.
O ministro dos Assuntos Parlamentares devia conhecer a «receita» do PC.
Ele disse na Assembleia da República que era conhecido o diagnósticos mas não a «receita» do PC para a crise em Portugal.
Ou é novo de mais, ou ingénuo ou está distraido.
É que todos os portugueses conhecem a «receita» dos comunistas, sejam eles os ortodoxos do PC sejam eles os «informais», agora juntos no Bloco de Esquerda, Verdes ou Indignados.
E a «receita» comunista, já sobejamente experimentada em Portugal e no Mundo, é simples e prática:
O poder político, legislativo, executivo e representativo do Estado, bem como o poder judicial, é reunido e atribuido ao secretátio geral do PC, isto é, ao Partido.
O excutivo é liderado por uma «troika» de coroneis, que evolui para um só coronel que, por sua vez, acabará fuzilado ou numa prisão e substituido pelo secretário geral do PC.
O poder legislativo é exercido pelo comité central do PC e delibera o que o secretário geral do PC mandar deliberar.
As eleições gerais são extintas porque inúteis, dada a insuficiência de doutrinação política do povo, que não sabe o quer e é facilmente «comprável» ou manipulável.
O sistema financeiro, todo estatal e sempre ao serviço das prioridades definidas pelo Partido, é gerido por um membro do comité central do PC que responde perante o secretário geral do Partido.
Quanto à economia, é tudo roubado e entregue ao Estado, desde as empresas industriais de grande e média dimensão até aos pequenos negócios como barbearias, meia dúzia de vacas em Bragança ou um tanque de «apanha» de peixe no Algarve.
Na Agricultura, rouba-se por confisco com violência, as grandes propriedades, gasta-se em grandes e patrióticas «festanças» toda a produção em stock, desde gado a cereais e hortaliças e enquanto houver, rebentam-se todos o equipamento e entrega-se a terra à produção de mato e ervas daninhas.
A expressão de pensamento é livre mas para perorar encómios às directivas do Partido, e toda a comunicação social divulga apenas e só o que a direcção do Partido mandar divulgar.
O cinema e os livros, de acesso vigiado e restrito, servem para propagandear os «sucessos» da revolução com londas bandeiras ao vento empunhadas por vigorosas mulheres e homens em atitudes de guerra, com longos documentários sobre a enorme alegria no trabalho revolucionário, realizados e interpretados por artistas comunistas ou de confiança provada, para criar novos herois nas fábricas e no campo e para denunciar e denegrir os eternos «inimigos» da revolução, isto é, os que pensam de modo diferente, os «fascistas», os inconvenientes ou os reeaccionários simplesmente, todos metidos no mesmo saco.
As habitações são um bem comum, o direito à habitação é controlado por inúmeros comités de bairro e várias polícias, e as famílias vivem em casas, «partes de casa», vãos de escada ou barracas escondidas, atribuidas pelo Partido e segundo rigorosa avaliação da graduação de militante, coraboracionista ou inimigo do Partido.
Socialmente, o povo é controlado por uma polícia secreta que «despacha» perante um membro do comité central, especialmente nomeado e livremente expurgável pelo secretário geral, assessorada por milhões de informadores e comités de bairro ou rua, liderados por comunistas aprovados pelo comité central do Partido, meros denunciantes individuais que tanto podem indicar para a cadeia pais, filhos como simples amigos e vizinhos que, por exemplo, mostrem sinais de «riqueza» (como um frigorífico) e, portanto, ter subido na vida.
Qualquer comentário ou mera observação política ou social ou acto divergente, por um cidadão afoito ou irritado, é punido com prisão e reeducação por trabalho manual, em estabelecimento apropriado e autorizado pelo Parttido.
A «livre» circulação é determinada pontualmente e vigiada através de barragens de estrada feitas por milícias, e os cidadãos comuns só podem deslocar-se, para lazer ou mudança de residência e fixação em terra diferente, com prévia autorização da polícia, do chefe do comité de bairro ou do Partido.
Os sindicatos são comandados directamente pelo Partido servindo-se de um comité comunista.
Não há eleições nem greves e todas as acçõs servem para fiscalizar comportamentos e atitudes, orientar e conduzir a classe operária para a doutrinação de obediência à direcção, vigilância dos trabalhadores nos locais de trabalho e vida fa,iliar e em sociedade e liderança quanto ao modo de vida, segundo os cânones do Partido.
Quem expressar uma ligeira dúvida sobre os bons objectivos do sindicato, que são matéria decidida pelo Partido, é expulso, despedido do local de trabalho e tem muita sorte se ele e toda a sua família não acabarem na cadeia, acusados de «reaccionários», anti-revolucionários, direitistas ou, até, de «fascistas».
Só são estudantes e futuros quadros profissionais do Estado, os filhos de dirigentes e os outros jovens que se revelem militantes destacados, mas só se matricularão nos cursos de universidades localizadas nas cidades que o Partido determinar
Enfim, os comunistas têm uma longa e completa «receita», já experimentada na União Soviética, na China, na República Democrática Alemã, em Cuba, na Coreia do Norte, na Albânia, na Bulgária, na Roménia, etc., etc., e, até, em Portugal.
E essa «receita» reune todos os condimentos: Ditadura política, Opressão Social, Vigilância Total e Repressão Policial Global, Confisco à Força da Economia, Extinção das Liberdades Individuais, Absoluta Supressão da Livre Expressão de Pensamento e, até, do próprio Pensamento.
Em suma, o PC tem uma «receita» óbvia, global e experimentada: a criação do Estado Totalitário.
O ministro dos Assuntos Parlamentares devia conhecer a «receita» do PC.
terça-feira, 20 de março de 2012
Otelo não viu: a Intersindical substituiu o MFA
O Presidente da República visitou oficialmente Trás-os-Montes.
Durante dois dias, proferiu vários discursos com sentido político e inaugurou estabelecimentos cujo contributo para o repovoamente e reanimação daquela região do interior parece inegável.
Mereceu no noticiário da TVI, como balanço da visita, uma breve referência com especial relevância para as duas manifestações de meia dúzia de contestatários de políticas do governo.
Curiosamente, além daquele pequeno ajuntamento de gente extravagante que parecia protestar contra uma barragem, a TVI deu particular destaque a um grupo que se manifestava contra o Serviço Nacional de Saúde, pois exigia que o Ministro da Saúde não «desviasse» os «clientes» das análises clínicas para os hospitais públicos.
Ao mesmo tempo, a TVI transmitia insistentemente e em directo longos discursos do líder do PS, António José Seguro, em que acusava o Ministro da Saúde de querer desmantelar o Serviço Nacional de Saúde … ?!
Mas, enfim, deixemos isto … é uma questão de coerência editorial!
Enquanto Cavaco Silva mereceu breve referência, a TVI deu a maior atenção a Otelo Saraiva de Carvalho que acha que as forças armadas devem fazer um golpe de estado e derrubar o governo.
Otelo diz que sabe que houve eleições gerais há pouco tempo mas ele também acha que o povo é representado, não por si próprio quando é chamado a eleger, mas pelas forças armadas que, não sendo eleitas, representam em permanência o povo e sabem, em cada momento, o que é que convém ao povo.
Não surpeende esta visão de democracia que o coronel nos mostra com perturbante insistência.
Otelo nasceu e cresceu no Estado Novo, em ambiente em que uma minoria branca se achava com direitos sobre a vida de uma maioria negra – naturalmente, isso influenciou a formação da sua personalidade.
Nasceu colono em Moçambique, talvez a única colónia onde se praticava o racismo puro e duro, tipo «Apartheid».
Veio para Metrópole, como a maioria dos jovens colonizadores, estudar para uma carreira militar e jurar defender a Pátria e o Estado Novo chefiado por Salazar.
O poder estava na Metrópole.
Ainda jovem, infiltrou-se nos círculos para-militares de defesa do regime de Salazar, chegando a instrutor da Legião Portuguesa.
O ambiente político envolvente, na Academis Militar e na Legião Portuguesa, não deixaram de desenvolver e consolidar a formação da sua personalidade.
Era aí que estava o poder!
Fez várias comissões como oficial das Forças Armadas na guerra contra o «terrorismo» nas colónias.
O seu perfil e curriculum levam-no para o Quartel General de Spínola, um general com formação nas Forças Armadas de Hitler, o que lhe granjeou inusitado prestígio militar e político no regime do Estado Novo.
Otelo serve Spínola e o Estado Novo nos serviços «psicossociais», como oficial da «inteligência» e propaganda política.
Era aí que estava o poder.
Por razões que não vêm ao caso, o regime do Estado Novo cai e o poder é tomado imediatamente pelos comunistas ortodoxos do PC, com a ajuda dos outros comunistas, os informais, que desenvolveram intensa actividade no processo de criação de condições políticas e sociais para a consolidação do comunismo em Portugal.
Otelo coloca-se à frente desses comunistas informais, afirma-se social democrata para não dar nas vistas mas, após uma visita de trabalho a Cuba, uma calorosa recepção de Fidel Castro e intensiva doutrinação pelos agentes da propaganda, regressa a Portugal convertido ao comunismo, à chamada acção directa.
É no comunismo que reside agora o poder.
Álvaro Cunhal, o líder histórico comunista, disse isso mesmo no próprio dia em que soube que nunca ganharia eleições em Portugal: os resultados eleitorais não reflectem a natureza do poder – o poder está no MFA, nas forças armadas do povo.
Otelo passa a comandante operacional das milícia, das forças de defesa do comunismo, deixa-se controlar de muito perto por dirigentes comunistas ortodoxos e reforça as suas ligações ao comunismo informal e aparentemente desviante.
Mostra-se um ditador potencial, um coronel útil no arranque de todos os processos de estabilização comunista.
Muitas peripécias se passaram até que o comunismo foi derrotado.
Otelo não conseguiu defender o regime; afastado do poder deixa de ter qualquer interesse para os comunistas ortodoxos e inicia uma carreira de «comunista marginal», ao lado de grupos políticos marginais que, entretanto, se vão desfazendo à medida que a democracia política e civilizada se vai desenvolvendo.
Autoritário, de fala fácil e gesto largo, cultura sem fundamentos, frágil e superficial, intelectualmente dirigível, com vocação de subordinado ao poder protector, irresponsável que desconhece a dimensão humana da Liberdade e praticante de abundantes basófias encomendadas, reuniu as principais qualidades do comunista tipo mas perdeu-se no meio da sua arrogância fantasiosa e acabou limitado a um pequeno círculo de nostálgicos do poder que continuou a bajulá-lo.
Otelo não percebeu que os dirigentes comunistas puseram de parte as forças armadas e substituiram os militares úteis por sindicalistas afoitos, protegidos por leis inóquas, alguns ingénuos também, mas todos com a missão de se constituirem em minoria de poder com condições instabilizar e derrubar as maiorias, a democracia burguesa.
O papel do MFA é atribuido à Intersindical, as espingardas são substituidas por greves e ocupação de praças públicas e Otelo é substituido por Arménio Carlos.
Resta-lhe agora a extravagância de atitudes e um comportamento excêntrico para chamar sobre si as atenções … e os aplausos de meia dúzia de frustrados políticos.
E a única expressão ideológica que reteve, da direita autoritária do Estado Novo e do comunismo ortodoxo parece ser a seguinte: a vontade popular expressa nos resultados de eleições gerais não tem qualquer significado nem relevância pois o que prevalece é sempre a vontade das força armadas.
As eleições gerais são mera formalidade, a cumprir enquanto não for possível extingui-las.
Otelo poderia ter sido um afamado militar do Estado Novo e teve todos os ingredientes do coronel comunista de há quarenta anos; foi oportuno na primeira mudança de regime mas não percebeu a segunda mudança de regime e não quis obedecer ao comunismo ortodoxo, que mandou sobreviver retrocedendo.
Não soube perceber a evolução dos tempos mais recentes, escapou-lhe a passagem forçada do poder comunista para a democracia, não deu conta da substituição dos militares pela Intersindical e pelos indignados, e acabou abandonado por todos.
Não passa de um ditador frustrado, de um comunista frustrado – por isso diz as barbaridades que lhe ouvimos, de vez em quando, quando sonha com o poder.
Durante dois dias, proferiu vários discursos com sentido político e inaugurou estabelecimentos cujo contributo para o repovoamente e reanimação daquela região do interior parece inegável.
Mereceu no noticiário da TVI, como balanço da visita, uma breve referência com especial relevância para as duas manifestações de meia dúzia de contestatários de políticas do governo.
Curiosamente, além daquele pequeno ajuntamento de gente extravagante que parecia protestar contra uma barragem, a TVI deu particular destaque a um grupo que se manifestava contra o Serviço Nacional de Saúde, pois exigia que o Ministro da Saúde não «desviasse» os «clientes» das análises clínicas para os hospitais públicos.
Ao mesmo tempo, a TVI transmitia insistentemente e em directo longos discursos do líder do PS, António José Seguro, em que acusava o Ministro da Saúde de querer desmantelar o Serviço Nacional de Saúde … ?!
Mas, enfim, deixemos isto … é uma questão de coerência editorial!
Enquanto Cavaco Silva mereceu breve referência, a TVI deu a maior atenção a Otelo Saraiva de Carvalho que acha que as forças armadas devem fazer um golpe de estado e derrubar o governo.
Otelo diz que sabe que houve eleições gerais há pouco tempo mas ele também acha que o povo é representado, não por si próprio quando é chamado a eleger, mas pelas forças armadas que, não sendo eleitas, representam em permanência o povo e sabem, em cada momento, o que é que convém ao povo.
Não surpeende esta visão de democracia que o coronel nos mostra com perturbante insistência.
Otelo nasceu e cresceu no Estado Novo, em ambiente em que uma minoria branca se achava com direitos sobre a vida de uma maioria negra – naturalmente, isso influenciou a formação da sua personalidade.
Nasceu colono em Moçambique, talvez a única colónia onde se praticava o racismo puro e duro, tipo «Apartheid».
Veio para Metrópole, como a maioria dos jovens colonizadores, estudar para uma carreira militar e jurar defender a Pátria e o Estado Novo chefiado por Salazar.
O poder estava na Metrópole.
Ainda jovem, infiltrou-se nos círculos para-militares de defesa do regime de Salazar, chegando a instrutor da Legião Portuguesa.
O ambiente político envolvente, na Academis Militar e na Legião Portuguesa, não deixaram de desenvolver e consolidar a formação da sua personalidade.
Era aí que estava o poder!
Fez várias comissões como oficial das Forças Armadas na guerra contra o «terrorismo» nas colónias.
O seu perfil e curriculum levam-no para o Quartel General de Spínola, um general com formação nas Forças Armadas de Hitler, o que lhe granjeou inusitado prestígio militar e político no regime do Estado Novo.
Otelo serve Spínola e o Estado Novo nos serviços «psicossociais», como oficial da «inteligência» e propaganda política.
Era aí que estava o poder.
Por razões que não vêm ao caso, o regime do Estado Novo cai e o poder é tomado imediatamente pelos comunistas ortodoxos do PC, com a ajuda dos outros comunistas, os informais, que desenvolveram intensa actividade no processo de criação de condições políticas e sociais para a consolidação do comunismo em Portugal.
Otelo coloca-se à frente desses comunistas informais, afirma-se social democrata para não dar nas vistas mas, após uma visita de trabalho a Cuba, uma calorosa recepção de Fidel Castro e intensiva doutrinação pelos agentes da propaganda, regressa a Portugal convertido ao comunismo, à chamada acção directa.
É no comunismo que reside agora o poder.
Álvaro Cunhal, o líder histórico comunista, disse isso mesmo no próprio dia em que soube que nunca ganharia eleições em Portugal: os resultados eleitorais não reflectem a natureza do poder – o poder está no MFA, nas forças armadas do povo.
Otelo passa a comandante operacional das milícia, das forças de defesa do comunismo, deixa-se controlar de muito perto por dirigentes comunistas ortodoxos e reforça as suas ligações ao comunismo informal e aparentemente desviante.
Mostra-se um ditador potencial, um coronel útil no arranque de todos os processos de estabilização comunista.
Muitas peripécias se passaram até que o comunismo foi derrotado.
Otelo não conseguiu defender o regime; afastado do poder deixa de ter qualquer interesse para os comunistas ortodoxos e inicia uma carreira de «comunista marginal», ao lado de grupos políticos marginais que, entretanto, se vão desfazendo à medida que a democracia política e civilizada se vai desenvolvendo.
Autoritário, de fala fácil e gesto largo, cultura sem fundamentos, frágil e superficial, intelectualmente dirigível, com vocação de subordinado ao poder protector, irresponsável que desconhece a dimensão humana da Liberdade e praticante de abundantes basófias encomendadas, reuniu as principais qualidades do comunista tipo mas perdeu-se no meio da sua arrogância fantasiosa e acabou limitado a um pequeno círculo de nostálgicos do poder que continuou a bajulá-lo.
Otelo não percebeu que os dirigentes comunistas puseram de parte as forças armadas e substituiram os militares úteis por sindicalistas afoitos, protegidos por leis inóquas, alguns ingénuos também, mas todos com a missão de se constituirem em minoria de poder com condições instabilizar e derrubar as maiorias, a democracia burguesa.
O papel do MFA é atribuido à Intersindical, as espingardas são substituidas por greves e ocupação de praças públicas e Otelo é substituido por Arménio Carlos.
Resta-lhe agora a extravagância de atitudes e um comportamento excêntrico para chamar sobre si as atenções … e os aplausos de meia dúzia de frustrados políticos.
E a única expressão ideológica que reteve, da direita autoritária do Estado Novo e do comunismo ortodoxo parece ser a seguinte: a vontade popular expressa nos resultados de eleições gerais não tem qualquer significado nem relevância pois o que prevalece é sempre a vontade das força armadas.
As eleições gerais são mera formalidade, a cumprir enquanto não for possível extingui-las.
Otelo poderia ter sido um afamado militar do Estado Novo e teve todos os ingredientes do coronel comunista de há quarenta anos; foi oportuno na primeira mudança de regime mas não percebeu a segunda mudança de regime e não quis obedecer ao comunismo ortodoxo, que mandou sobreviver retrocedendo.
Não soube perceber a evolução dos tempos mais recentes, escapou-lhe a passagem forçada do poder comunista para a democracia, não deu conta da substituição dos militares pela Intersindical e pelos indignados, e acabou abandonado por todos.
Não passa de um ditador frustrado, de um comunista frustrado – por isso diz as barbaridades que lhe ouvimos, de vez em quando, quando sonha com o poder.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Afinal, «todos» apoiavam o Governo de Passos Coelho
Afinal, tanto barulho ... para nada!
Os comunistas ortodoxos do PC e os comunistas trauliteiros do Bloco de Esquerda, todos juntos mais os socialistas saltibancos do PS, afinal, todos eles apoiavam o governo de Passos Coelho.
Eles andavam todos entusiasmados com a política energética do governo e do Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.
E não se conformam!
Eles querem o regresso ao governo do ex-secretário de Estado da Energia, que todos muito apreciavam!
Eles não se conformam com o «enfraquecimento» ou «desmantelamento» da forte equipa original do Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.
Ainda os hei-de ver, todos juntos na praça do Rossio, completamente indignados e enfurecidos, a reclamar «Mais um Mandato para Cavaco Silva»!
... E com Louçã, Jerónimo de Sousa e Seguro de braço dado, à frente de uma grandiosa manifestação de polícias, jornalistas, sociólogos e politólogos, comentadores das «Opiniões Públicas» e seus apresentadores televisivos e muitos outros maltrapilhos intelectuais, todos juntos, em marcha lenta para as escadarias da Assembleia da República!
Os comunistas ortodoxos do PC e os comunistas trauliteiros do Bloco de Esquerda, todos juntos mais os socialistas saltibancos do PS, afinal, todos eles apoiavam o governo de Passos Coelho.
Eles andavam todos entusiasmados com a política energética do governo e do Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.
E não se conformam!
Eles querem o regresso ao governo do ex-secretário de Estado da Energia, que todos muito apreciavam!
Eles não se conformam com o «enfraquecimento» ou «desmantelamento» da forte equipa original do Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.
Ainda os hei-de ver, todos juntos na praça do Rossio, completamente indignados e enfurecidos, a reclamar «Mais um Mandato para Cavaco Silva»!
... E com Louçã, Jerónimo de Sousa e Seguro de braço dado, à frente de uma grandiosa manifestação de polícias, jornalistas, sociólogos e politólogos, comentadores das «Opiniões Públicas» e seus apresentadores televisivos e muitos outros maltrapilhos intelectuais, todos juntos, em marcha lenta para as escadarias da Assembleia da República!
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