Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?

terça-feira, 15 de julho de 2014

Eles querem é um patrão e um salário

Hoje vi advogados na rua, devidamente togados, a berrar às ordens da Ordem dos Advogados que, desde há alguns anos, vem mostrando uma tendência irreversível para se transformar em sindicato.
Os advogados foram trazidos para a litigância da Rua e reclamaram, com toda a energia e elegância, contra a independência da profissão e a ética profissional.
Estes causídicos, pelos vistos, exigem a proletarização da profissão, um horário de trabalho com férias, folgas e feriados devidamente remunerados, um patrão e uma tabela salarial ajustada às suas responsabilidades.
Os advogados não vieram para a rua sozinhos.
Não trouxeram clientes mas misturaram-se com funcionários judiciais e presidentes de junta de freguesia para, todos juntos, formarem um conjunto harmonioso de pretensões e condições.
Ontem, a rua foi enchida por médicos e enfermeiros que, de bata branca e estetoscópio ao pescoço, berravam na rua exigindo a proletarização da profissão e reclamando mais salário e outras dignidades.
Eles também não trouxeram consigo clientes mas preferiram misturar-se com alguns cidadãos que, reivindicando o estatuto de doente exibiam, no entanto e para regalo nosso, cores de excelente saúde e superior energia, típicas do bom trato, boa nutrição e boa bebida que sempre mostram na rua os enérgicos defensores dos trabalhadores representados na Intersindical-CGTP de Arménio Carlos e outros comunistas.
É, assim, a pobre condição dos nossos profissionais liberais, a quem a lei quis dar dignidade profissional e social, independência funcional e autonomia na organização da ética e carreira profissional, mas injustamente porque o que eles também querem é um salário e um patrão.
Enfim, é a vida … dura e ingrata dos nossos advogados, médicos e enfermeiros que se juntam agora, muito adequadamente, àqueles polícias, guardas e inspectores  que, confundidos em bandoleiros embriagados, quiseram há pouco tempo assaltar a Casa da Democracia em Portugal.
Já só falta ver uma manifestação de rua de juízes, com os conselheiros do Tribunal Constitucional à cabeça, a reclamar contra a lentidão da Justiça!
Ou os ministros e secretários de Estado, todos juntos, numa manifestação na Rua de S. Bento, com concentração na Basílica da Estrela, a exigir a Deus que ponha juízo na cabeça daqueles médicos, enfermeiros e advogados que insistem em dar cabo de três profissões que, noutros tempos, ocuparam o topo da consideração de dignidade profissional e científica e do prestígio social.


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