Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

O PSD NUNCA FOI SALÃO DE “PASSIONARAS” SEXISTAS


Criou-se um grupo de mulheres em torno da candidatura de Rui Rio que se julgam as pioneiras do activismo político, do esmagamento da clássica superioridade do vilão homem e da imposição da verdade na política. À míngua de esclarecimento em contrário, estas mulheres, enérgicas e assanhadas militantes, representam a candidatura de Rui Rio. Em boa análise limitam-se a fazer eco das injúrias e difamações lançadas pelo candidato Rui Rio, a difamar e insultar o candidato adversário e seus apoiantes e a cortar qualquer linha de propaganda eleitoral de Luis Montenegro. Essas mulheres, sexistas ameaçadoras do equilíbrio social,  actuam em emboscada permanente, autêntica brigada feminista sempre prontas para os encómios mais surpreendentes a tudo o que respeita a Rui Rio. São guerrilheiras da virtude, “passionaras” da revolução contra as vigarices e a maçonaria. São as “passionaras” e os “Julian’s” dos tempos novos.
O estranho é que estas mulheres, que contestam as MSD e suas iniciativas de moderação e debate das mulheres sociais democratas com as candidaturas do PSD, chegaram muito tarde.
Quando entrei para o PSD, em 1974 (sou o militante número 242) já lá estavam muitas mulheres, militantes de base e dirigentes, simples trabalhadoras voluntárias ou oradoras ideólogas e propagandistas da mensagem do novo PPD. Eram mulheres e raparigas sem qualquer preconceito sexista, debatiam ideias, definiam estratégias e executavam acções no partido, nas empresas e repartições, engrossavam os comícios e participavam activamente nas sessões de colagem de cartazes na rua e praças, sob a vigilância e em confronto com os comunistas. As mulheres do PSD controlavam ou participavam nas associações de estudantes, defendiam a social democracia em comissões de trabalhadores ou pró comissões de sindicatos. No 25 de Novembro era eu membro de uma comissão de trabalhadores, muito activa na contra revolução e defesa da Liberdade e do Pluralismo e influente no sector da Informação; a maioria dessa comissão era de mulheres.
Nesse tempo não me lembro de queixumes sexistas daquelas companheiras, pelo contrário, punham-se na vanguarda, arregaçavam as mangas e erguiam os dois dedos de vitória com tanto orgulho e determinação como qualquer homem.
As senhoras e meninas sexistas não saíam de casa. Espreitavam os homens pelas frestas das janelas, frequentavam os clubes de rendas e bordados, os salões de chá e as salas de costura ou os tanques de lavagem da roupa, onde se distraíam a lamentar as maldades e as belezas desse bicho que se lhes oferecia tão horrível quanto apetitoso: o homem, esse vilão.
Mas estas não se misturavam com as mãos deformadas de calos da caneta ou do martelo, tapadas por espesso óleo ou queimadas por resquícios de cimento armado.
Enfim, só peço à brigada feminina: não deixe que as “passionaras” de Rui Rio e seus “Julian’s” transformem o PSD num salão de chá e queques para meninas, primos e tias temerosas do "superior" vilão.
O PSD nunca foi isso. Nesse tempo projectávamos o PPD, defendíamos soluções democráticas e progressistas com rejeição total de inspiração marxista comunista ou do PS; por isso éramos sociais democratas e humanistas, não centristas, convictamente de esquerda. E ainda sou, hoje ... apesar de Rui Rio e suas “passionaras”!

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