Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

domingo, 23 de agosto de 2020

A PRIMEIRA REVOLUÇÃO


Pois é, imaginem só a guerra!
A minha primeira revolução foi no Colégio Vera Cruz, em Alvaiázere, aquela terra dormente entre a serra e o pinhal.
À entrada de 1960. Tinha mais ou menos 12 anos e frequentava o 2° Ano do ensino liceal.
O proprietário, fundador e director decidiu mudar de vida e vendeu o colégio que ficou nas mãos do poder económico, eclesiástico e político de Alvaiázere. E a primeira decisão terá sido o afastamento do professor que todos queríamos como director.
Foi a faúlha que acendeu a fogueira. Revolta, greve às aulas, ocupação das instalações, paralisação, cartazes, exigência da presença do professor afastado. Os novos patrões cederam e combinou-se a reentrada do Professor Rangel. À hora certa, o Professor Rangel chegou na camioneta dos Claras, foi recebido com ramos de flores pelas alunas e escoltado pelos alunos até ao seu colégio, onde ensinou e formou homens e mulheres até ao fim, já a meados dos anos 70.
Nesse dia memorável, vivi todas as emoções típicas das revoluções. A caminho da revolução até fui assediado para não entrar naquilo dos malandros mas o resultado foi o inverso, acelerei a bicicleta, não podia fugir da história. E emocionei-me, berrei e escrevi cartazes e colei com fita cola cartazes nos pontos mais altos, às cavalitas de outro qualquer revolucionário, mais velho e forte.
Foi um só dia de revolução popular pela democracia e competência na escola mas que, 17 anos depois, me emocionava ainda quando, do alto de longa escada, colava com balde, cola e trincha cartazes do PPD nas ruas e praças de Algés, a prometer Paz, Pão e Democracia e a jurar jamais abdicar da luta pela Liberdade, Igualdade de Oportunidades, Solidariedade e Pluralismo social e politico. Ou quando, do meio da multidão daquelas RGT, berrava contra o monolitismo comunista e os saneamentos do Século, Diário de Notícias e no República. Ou, ainda quando, atrás de Sá Carneiro, celebrávamos nas ruas e avenidas o 1° de Maio gritando pela "Liberdade Sindical" e "unidade" contra a "unicidade sindical" comunista.
E foi, talvez, nesse pequeno tumulto revolucionário do Colégio Vera Cruz que comecei a pensar no progresso e bem-estar que não se constroem na luta de uns contra os outros mas no permanente combate de todos à opressão de alguns e no entendimento e respeito recíproco de uns por todos os outros.
Isto é capaz de ser libertação, de esquerda, democracia. Talvez Social Democracia, o contrário da opressão de partido único em Cuba, do totalitarismo monolítico da Coreia do Norte ou da corrupção, fome e autoritarismo da Venezuela. Isto é, o contrário do PS, BE e do PC.
É por isso que se torna urgente renovar e ampliar a revolta do Colégio Vera Cruz, pôr as "coisas" no devido lugar e o PSD na direcção certa, agradecer a Rui Rio o esforço vão, Congresso, mudar de vida, mobilizar e eleições antecipadas.
Talvez ...

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