Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

terça-feira, 20 de março de 2007

A História vem aí!

Todos sabem que as guerras internas dos socialistas não se resolvem com três estaladas, muitos berros e meia dúzia de insultos.
A História pode muito bem repetir-se. Mário Soares e Lopes Cardoso, António Barreto, Sampaio e João Soares, Guterres e Cravinho, Manuel Alegre, Carrilho, Fernando Gomes e Ferro Rodrigues, entre muitos outros, conhecem a violência da história. E o seu peso no PS.

Chegado o tempo da verdade, o governo e a facção dominante no PS não conseguem abafar as divisões internas.
Recorrendo a figuração vinícula, o aparelho de propaganda de Sócrates já não consegue interromper a fermentação ou fervura do mosto e impedir que amplitudes descontroladas da temperatura ambiente tornem desuniforme o processo de maturação das reservas.
A produção está entregue a si própria e, desta adega, não sairá vinho doce de qualidade nem vinho de mesa de paladar e aroma previsíveis.
A única dúvida está apenas no desfecho da alternativa: despeja-se a adega ou os tunéis que mais expuseram a adulteração do produto?

Todos vimos a evolução do desconforto.
Anónimos militantes socialistas a engrossar autênticos levantamentos populares; autarcas socialistas, uns nas sedes do poder outros na rua, a exigir travão na arrogância do ministro da Saúde; sindicalistas socialistas a reclamar em defesa dos funcionários públicos e dos professores; conhecidas personalidades do PS, actuais comentadores de televisão, a atenuar os seus ânimos apologéticos (algumas no curso da táctica de dar corda larga para uma vingança mais saborosa) começando a admitir precipitações, contradições, tentações de poder absoluto.
A própria maioria absoluta parlamentar de apoio ao governo mostrou-se precária e perigosamente imprevisível.

As fracturas do PS, com expressão inusitada na desastrosa campanha eleitoral para a Presidência da República, afinal, não foram beliscadas pelo marketing. Pelo contrário, consolidaram-se, são ameaçadoras e estão actuantes, como mostram os silêncios de Manuel Alegre e os ruidosos desconsolos frustrantes de Helena Roseta e, entre outros, as lamentações (felinas?) da facção soarista (Alfredo Barroso, João Soares,etc.).

E tudo isto sem anotar o mais relevante: onde páram, que não se descortinam, os tradicionais e poderosos lobbyies socialistas, em regra tão solícitos no ataque ao exterior mas inflexíveis e implacáveis nas guerras internas, que intervêm a partir de secções do partido, obediências da maçonaria, Opus Dei, clubes e associações empresariais ou de sindicatos? E os gestores públicos? E as devoradoras de subsídios e bolsas, as chamadas elites culturais e científicas, sempre tão atentas à correlação de forças de cada momento?

Até os próprios centros de manipulação pela comunicação social, os jornalistas, editores, comentaristas e empresários começam a fraquejar. Não por convicção ética ou política mas porque pressentem as incertezas dos tempos. E eles sabem que a exposição em excesso queima, tal como na fotografia, e gera descrédito e desconfiança. Que tem o potencial efeito perverso de, em segundos, tornar dias de glória em solidão e intermináveis noites soturnas.
Se calhar – começam todos a pensar, o cumprimento do sr. Ministro, o almoço com o chefe de gabinete, a noitada com o assessor, o telefonema do gabinete, a publicidade do turismo ou do ministério, o convite para a viagem ao estrangeiro ou a oferta de passagem e estadia em resort da moda – se calhar nada disto vale o comprometimento público do tipo casamento para toda a vida. Porque o futuro pode ser amanhã…
Com outros - que também sabem escolher fidelidades!

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