Sempre me pareceu sinal de atraso cultural, porventura ignorância arrogante, a exploração de comportamentos que ligeiramente classificamos de gaffes cometidas por personalidades públicas, designadamente políticos, quando se pretende atingir a personalidade ou o carácter e não praticar o inocente e engraçado humor pelo humor.
A maior parte das vezes, resulta de tendência habitual para a manipulação, incapacidade de resistir à intoxicação provocada, mera alienação pela moda, simples incapacidade de entendimento ou pesporrência de indigente pobre que se julga com direito a ser rico, apenas porque é pobre e todo o mundo lhe deve, à excepção dele próprio.
Ou, apenas, falta de humor e humildade.
Salvo honrosas excepções, como o «Contra Informação», todos os dias temos exemplos na TV.
O “Eixo do Mal”, Jorge Coelho na «Quadratura do Círculo», «Prazer dos Diabos», o «Jornal das Nove» da Sic Notícias com a inenarrável ignorância do «excelente» Mário Crespo, tantos magazines e tantos «rodapés» de noticiários ... a nossa televisão reflecte bem a comunidade que serve.
A sociedade portuguesa é típica do subdesenvolvimento cultural que puxa para a anedota fácil, para a tentativa de ridicularizar quem não se conhece ou de quem não se gosta, de quem não tem poder, ou, tendo-o, não ameaça interesses pessoais dos chamados agentes da opinião.
Porquê esta tendência generalizada das chamadas «elites», as referências morais ou éticas, os «pensadores», os que aparecem nas TV's e escrevem nos jornais, os próprios líderes partidários, para menorizar, esquecer e compreender a mentira do primeiro ministro sobre as suas habilitações académicas e profissionais? Será medo, dependência, subserviência perante o Poder, efectivamente exercido? Será normal, culturalmente correcto e socialmente aceite um primeiro ministro mentir? Será superioridade cultural? Mentir nada tem a ver com carácter? Já não conta o carácter para avaliar políticos?
E será normal o que se passa na Câmara Municipal de Lisboa? Então quem não está bem no alegado «lodaçal», como Sá Fernandes e os outros, só sai para águas límpidas se e depois dos «outros» saírem? Quem não está bem ao lado do presidente Carmona Rodrigues porque é que já não se foi embora?
E, em contraste, quando o Poder não «se mete nessas coisas»,ou seja, não ameaça, não telefona para jornalistas e outros de «classes» análogas ... quem não se lembra das campanhas contra Cavaco Silva que davam o Professor Catedrático como o iletrado mal vestido e filho de gasolineiro, que nunca teria lido um livro nem ouvido um concerto, nem usado garfo e faca? E Santana Lopes, esse ignorante que não conhece Chopin nem sabe ler discursos? E o Rui Rio, esse «ignorante encartado» que exterminou a cultura no Porto e que ainda por cima é teimoso, como qualquer vulgar burro? E João Jardim, esse «cantor e bailarino» de arraial, analfabeto e brutamontes, sambista que não vê letra do tamanho do Pico do Areeiro? E recuando uns tempos, quem se atreveu em 1974 e 1975 a afirmar-se anticomunista? E, hoje, quem se atreve a denunciar as inutilidades públicas, os salvadores de pátrias, os tristes iluminados e iluminadas que têm o «projecto» que ninguém jamais viu mas que será a «glória» dos salões de xá da burguesia endinheirada - a dita direita?
Nós somos assim.
Fartamo-nos de falar.
A maior parte das vezes, resulta de tendência habitual para a manipulação, incapacidade de resistir à intoxicação provocada, mera alienação pela moda, simples incapacidade de entendimento ou pesporrência de indigente pobre que se julga com direito a ser rico, apenas porque é pobre e todo o mundo lhe deve, à excepção dele próprio.
Ou, apenas, falta de humor e humildade.
Salvo honrosas excepções, como o «Contra Informação», todos os dias temos exemplos na TV.
O “Eixo do Mal”, Jorge Coelho na «Quadratura do Círculo», «Prazer dos Diabos», o «Jornal das Nove» da Sic Notícias com a inenarrável ignorância do «excelente» Mário Crespo, tantos magazines e tantos «rodapés» de noticiários ... a nossa televisão reflecte bem a comunidade que serve.
A sociedade portuguesa é típica do subdesenvolvimento cultural que puxa para a anedota fácil, para a tentativa de ridicularizar quem não se conhece ou de quem não se gosta, de quem não tem poder, ou, tendo-o, não ameaça interesses pessoais dos chamados agentes da opinião.
Porquê esta tendência generalizada das chamadas «elites», as referências morais ou éticas, os «pensadores», os que aparecem nas TV's e escrevem nos jornais, os próprios líderes partidários, para menorizar, esquecer e compreender a mentira do primeiro ministro sobre as suas habilitações académicas e profissionais? Será medo, dependência, subserviência perante o Poder, efectivamente exercido? Será normal, culturalmente correcto e socialmente aceite um primeiro ministro mentir? Será superioridade cultural? Mentir nada tem a ver com carácter? Já não conta o carácter para avaliar políticos?
E será normal o que se passa na Câmara Municipal de Lisboa? Então quem não está bem no alegado «lodaçal», como Sá Fernandes e os outros, só sai para águas límpidas se e depois dos «outros» saírem? Quem não está bem ao lado do presidente Carmona Rodrigues porque é que já não se foi embora?
E, em contraste, quando o Poder não «se mete nessas coisas»,ou seja, não ameaça, não telefona para jornalistas e outros de «classes» análogas ... quem não se lembra das campanhas contra Cavaco Silva que davam o Professor Catedrático como o iletrado mal vestido e filho de gasolineiro, que nunca teria lido um livro nem ouvido um concerto, nem usado garfo e faca? E Santana Lopes, esse ignorante que não conhece Chopin nem sabe ler discursos? E o Rui Rio, esse «ignorante encartado» que exterminou a cultura no Porto e que ainda por cima é teimoso, como qualquer vulgar burro? E João Jardim, esse «cantor e bailarino» de arraial, analfabeto e brutamontes, sambista que não vê letra do tamanho do Pico do Areeiro? E recuando uns tempos, quem se atreveu em 1974 e 1975 a afirmar-se anticomunista? E, hoje, quem se atreve a denunciar as inutilidades públicas, os salvadores de pátrias, os tristes iluminados e iluminadas que têm o «projecto» que ninguém jamais viu mas que será a «glória» dos salões de xá da burguesia endinheirada - a dita direita?
Nós somos assim.
Fartamo-nos de falar.
Mas falta-nos a coragem, o sentido do risco a fibra da convicção.
Apreciamos a pose e o invólucro. Um penteado cuidado, roupa de marca, meia dúzia de palavras ou frases decoradas, alheias e soltas, uma voz sonora de preferência com os tiques diferenciadores, o trejeito certo e o olhar inexpressivo para o infinito, uma dúzia de nomes de livros ou escritores decorados mas cuja obra não se leu - aí estão reunidos os ingredientes da fama, da intelectualidade, da figura - da inteligência.
E é assim que, tristemente, vamos ouvindo falar de Bush.
Está longe, não nos tira dos teatros, TV’s ou jornais, é o anedotário de sucesso nas tertúlias dos que têm a solução para tudo, desde o Benfica à guerra do Iraque. Com o maior à vontade inventamos e transformamos a invenção em realidade. Tal como na caça e pesca. Quem não caçou um elefante enfurecido nas planícies e reservas alentejanas? Quem não pescou tubarão nas turbulentas águas do rio Vouga?
Nós somos assim.
E pronto, a sociedade americana é mentecapta e Bush é um «cowboy» que nunca calçou sapato fino, um marginal de bairro, um novo-rico que jamais pisou pátio de escola ou campus de universidade. Um retardado que não lê, não fala nem escreve.
Governar, pensar, liderar, saber estar, frequentar salões, ele, como seria possível se não tem a «classe e sabedoria» de um Mário Soares, a inteligência de um Armando Vara, as habilitações e coragem de um Sócrates da Covilhã ou a elegância social e a cultura de um Herman José?
Apreciamos a pose e o invólucro. Um penteado cuidado, roupa de marca, meia dúzia de palavras ou frases decoradas, alheias e soltas, uma voz sonora de preferência com os tiques diferenciadores, o trejeito certo e o olhar inexpressivo para o infinito, uma dúzia de nomes de livros ou escritores decorados mas cuja obra não se leu - aí estão reunidos os ingredientes da fama, da intelectualidade, da figura - da inteligência.
E é assim que, tristemente, vamos ouvindo falar de Bush.
Está longe, não nos tira dos teatros, TV’s ou jornais, é o anedotário de sucesso nas tertúlias dos que têm a solução para tudo, desde o Benfica à guerra do Iraque. Com o maior à vontade inventamos e transformamos a invenção em realidade. Tal como na caça e pesca. Quem não caçou um elefante enfurecido nas planícies e reservas alentejanas? Quem não pescou tubarão nas turbulentas águas do rio Vouga?
Nós somos assim.
E pronto, a sociedade americana é mentecapta e Bush é um «cowboy» que nunca calçou sapato fino, um marginal de bairro, um novo-rico que jamais pisou pátio de escola ou campus de universidade. Um retardado que não lê, não fala nem escreve.
Governar, pensar, liderar, saber estar, frequentar salões, ele, como seria possível se não tem a «classe e sabedoria» de um Mário Soares, a inteligência de um Armando Vara, as habilitações e coragem de um Sócrates da Covilhã ou a elegância social e a cultura de um Herman José?
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