Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?

sábado, 12 de maio de 2007

O PS e a Máfia - II

Rebentou o (talvez) maior escândalo político dos últimos tempos.
O PS é suspeito de ligações a máfia brasileira,
pratica atropelos indescritíveis na escolha de candidatos a deputados,
utiliza o Estado e autarquias em benefício de interesses duvidosos.
José Lello, António Braga, o presidente da Câmara de Espinho,
serviços centrais do PS, suspeitos de testas de ferro de bicheiros – estes são
alguns protagonistas de um negro enredo
que Sócrates conhece e viveu no Brasil.
A «Operação Furacão» está em curso e ameaça aquecer o já velho escândalo
nascido na preparação das últimas eleições legislativas,
tão criteriosamente escondido em Portugal.
Encontros e Desencontros
Numa primeira reacção às escutas telefónicas em que o seu nome e o de Aníbal Araújo (o candidato a deputado do PS com ligações ao preso Licínio Soares Bastos) são referenciados por outros detidos na Operação Furacão, o secretário de Estado, António Braga, referiu "não conhecer os detidos"….

Porém, a Comunicação Social diz outras coisas:

* António Braga encontrou-se em 2006 no Rio com detido

* O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, encontrou-se com o empresário português Licínio Soares Bastos durante uma visita do primeiro-ministro José Sócrates ao Brasil, em 2006

O Cônsul Honorário

* António Braga queria que Licínio Bastos, agora preso, fosse Cônsul de Portugal

* Num artigo publicado sobre o encontro, Licínio Soares Bastos já era identificado como "cônsul honorário de Portugal"

* Durante a visita de José Sócrates em 2006, Licínio Soares Bastos já era identificado como "Cônsul honorário de Portugal em Cabo Frio", em notícia editada pelo jornal Voz de Portugal.

* As fotos saíram no jornal Voz de Portugal, editado a 17 de Agosto de 2006. O texto relata uma recepção oferecida pelo primeiro-ministro José Sócrates à comunidade portuguesa
no Brasil, Palácio de São Clemente, residência do cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro.
Numa das fotos, surge António Braga, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, ladeado por "Licínio Rodrigues" (por lapso, já que devia ter-se escrito Soares Bastos), "Cônsul honorário de Portugal em Cabo Frio", lê-se na legenda. Noutra das imagens publicadas, está o primeiro-ministro com António Marques, coordenador do PS no Rio de Janeiro, e a mulher

Lello e a campanha milionária

* Licínio Soares Bastos, agora preso, é indicado como tendo pago toda a campanha eleitoral do PS no Brasil (de Aníbal Araújo), constituindo-se desse modo um dos mais influentes financiadores dos socialistas.

* "José Lello não pode negar que desconhecia quem apoiou financeiramente a campanha eleitoral do PS no Brasil porque foi ele que impôs o candidato Aníbal Araújo"

* "Elevadíssimos meios financeiros" que a campanha do PS no Brasil denunciava, ao recorrer a 30 programas de rádio, os spots televisivos diários e as faixas publicitárias a serem transportadas por aviões sobre as praias do Rio de Janeiro. O anúncio televisivo mostra imagens de uma refeição em que José Lello aparece a apoiar os candidatos.

* A queixa ( do PSD ) valeu aos candidatos do PS pelo círculo de Fora da Europa - Aníbal Araújo e Vítor Ramos - e ao próprio PS uma advertência escrita da CNE, condenando a utilização de meios ilegais na campanha.

* Miguel Reis, advogado, dissidente do PS: Não me interessa hoje saber se alguém ganhou muito dinheiro ou não com a campanha eleitoral no circulo Fora da Europa. O que sei é que as contas sobre as quais tive o cuidado de me informar não espelham, nem de perto nem de longe, o espalhafato que a equipa liderada por José Lello para a promoção de Araújo desenvolveu.

* Miguel Reis: Não acredito que alguém invista numa campanha política ostentatória, com aviões e publicidade na rádio e na televisão sem que que lhe sejam prometidas contrapartidas.
No caso da campanha do PS no Rio de Janeiro, o desaforo foi de tal modo ostensivo que o PSD se viu obrigado a apresentar queixa na Comissão Nacional de Eleições.

* Miguel Reis: Não havia dúvidas de que rolava muito dinheiro, mas não se sabia de onde ele vinha.

* Miguel Reis: Pensavam que era de uma escola de samba, mas logo isso foi desmentido, ficando no ar o enigma, porque as relações era muito tensas e havia sido perdida a confiança entre o grupo do Rio, ligado ao Lello e ao Paulo Pisco e a Federação de São Paulo.

* Miguel Reis: Não vamos, com isto criticar as prostitutas; temos que lhes reconhecer o direito à liberdade, mas, em simultâneo reclamar a liberdade de o não ser e a afirmação do princípio de que só é puta quem quer.

* Miguel Reis: Ninguém dá nada de grande valor a ninguém, a não ser que tenha contrapartidas. E ninguém aceita correr riscos em matéria de «esquemas de dinheiro» se disso não houver vantagens.

* «Fontes da comunidade luso-brasileira no Rio de Janeiro garantem ser voz corrente que os dois portugueses presos por ligação com a mafia dos bingos - Licínio Soares Bastos e Laurentino Freire dos Santos - beneficiavam do apoio do deputado José Lello, responsável pela área das comunidades portuguesas do PS».

* A ligação dos portugueses com José Lello e o PS é tema de conversa no Rio de Janeiro

* Sabia-se, politicamente, que alguém tinha comprado a lista do PS do círculo de fora da Europa e que havia dinheiro a rodos. A única coisa que não se sabia era quem tinha pago...

* O próprio primeiro-ministro tem conhecimento da pouca vergonha anti-democrática que, nessa matéria, ocorreu no Brasil.

* Miguel Reis: Isto estava tudo abafado e agora veio a lume.

Um estilo siciliano: mentiras e atropelos

* Eulália Moreno (jornalista): É hora de investigar a fundo essa questão da ligação da Mafia das Sentenças com o Partido Socialista e que passa pela Federação do Rio de Janeiro. Saber, por exemplo, onde nesse puzzle poderá entrar, por exemplo, o presidente da Câmara de Espinho e as suas constantes viagens ao Rio.

* O coordenador nacional do PS para as comunidades portuguesas, José Lello, defendeu que a "lista (de deputados) tem gente intimamente ligada aos portugueses residentes no estrangeiro".

* Segundo o ex-secretário de Estado das Comunidades, José Lello, a federação brasileira não foi ouvida porque "não está ainda reconhecida nos serviços centrais do PS" devido a questões "burocráticas".

* Miguel Reis: A única coisa que lastimo é ter participado (nomeadamente com o Carlos Luis, o Alberto Antunes e o Rui Cunha) em acções de promoção do PS no Brasil, de que resultaram a constituição de uma federação com mais de 400 militantes, entre os quais figuras de grande relevo da comunidade portuguesa a quem mentimos ao assegurar que os Estatutos eram normalmente cumpridos.

* Miguel Reis: Por mim limitar-me-ei a pedir desculpas às pessoas que arrastei para o PS. Estou sinceramente arrependido, porque o partido não corresponde minimamente à expectativas.

* Miguel Reis: Para negociatas à conta da emigração não contem comigo.

* Federação do PS Brasil escreve a Sócrates:
Para: José Sócrates, Secretário-Geral do Partido Socialista, Estimado Camarada:

«Os socialistas do Brasil estão indignados com a forma adoptada para a escolha dos candidatos a deputado, anunciada na página oficial do Partido.Os métodos que foram adoptados ofendem de forma gravíssima as disposições estatutárias e carecem de reparação imediata, sob pena de virmos a sofrer um enorme derrota eleitoral nos círculos da emigração.Como socialistas e como pessoas honestas, não podemos envolver-nos numa campanha por uma lista encabeçada pelo Sr. Aníbal Araújo, porque o mesmo não tem perfil adequado à representação dos emigrantes portugueses.O Sr. Araújo é apenas um dos muitos que tem explorado o filão da emigração, nomeadamente por via de um “prémio de prestígio” que não é mais do que um embuste para angariar anúncios para um jornaleco de província de que é proprietário.Não se lhe conhece uma única ideia sólida em defesa dos direitos e dos interesses dos portugueses residentes no estrangeiro».

* O antigo dirigente do PS Manuel Melo, também membro do Conselho das Comunidades Portuguesas, atribuiu a José Lello e a Paulo Pisco a responsabilidade pela situação "dúbia" criada com as ligações do PS no Brasil. "Aqui está o resultado do rico trabalho de Lello, Pisco e Caio Roque",

* Miguel Reis: Por mim nunca morri de amores por José Sócrates e apoiei João Soares na candidatura alternativa de João Soares. Tinham-se gerado sinergias com este e com Carlos Luis, as quais tinham produzido excelentes resultados no trabalho partidário realizado no Brasil e, eleito o novo secretário-geral, nunca acreditei que ele pudesse ser tão estúpido que pretendesse liquidar, por mera vingança, o excelente trabalho político realizado pelos camaradas da Federação do PS no Brasil, nascida de uma união de esforços locais com o apadrinhamento do próprio Carlos Luis, do Rui Cunha e do Alberto Antunes, que estiveram presentes no congresso fundador.

* Joaquim Magalhães PS Brasil: «Pois bem meus amigos, ninguém vai conseguir dar uma resposta a isto, pelo simples facto de isto ser uma grande mentira. Não existe Federação nenhuma do Resto do Mundo»..

* Joaquim Magalhães: «Apenas estão querendo justificar o injustificavel. Atropelaram os Estatutos e por tabela os militantes e as suas estruturas representativas e agora arranjam estas desculpas esfarrapadas e sem um mínimo de sentido ético».

* Joaquim Magalhães: «Não precisam mentir para ninguém»

* Miguel Reis: «Isto é simplesmente espantoso... Não existe nenhuma Federação do Resto do Mundo... O que esta canalha (que toma estas decisões) merece é que lhes fechem as portas quando chegarem ao Brasil. Como sugeriu num momento histórico um político republicano, recebam-nos com merda, que é o que merecem os que atentam contra a Democracia».

Eles adoram Ipanema

* Eulália Moreno: «Vários são os autarcas socialistas que adoram o Rio de Janeiro, que se hospedam em hotéis cinco estrelas de Ipanema».

* Eulália Moreno: «A pouca vergonha que se apoderou da Secretaria de Estado das Comunidades desde a gestão Jose Lello , com Caio Roque a reboque, passando por patrocínios de eleições para vereadores aqui em São Paulo, com finais de semana românticos no litoral norte de São Paulo, das eleições, pouco claras, para as Federações socialistas de São Paulo e Rio de Janeiro, etc... certamente darão ao PSD munição suficiente. O eco dos tiros pouco repercutirá em Lisboa».

* Comunicado de Prefeitura do Brasil: «17h34 14/04/2005 - O prefeito-em-exercício da Capital, Manoel Junior (PMDB), recebeu na manhã desta quinta-feira (14) o comendador da cidade portuguesa de Ovar, Aníbal Araújo. Os dois dirigentes públicos reativaram o convênio de geminação entre as duas cidades e também agendaram para o próximo dia 4 de julho uma viagem do prefeito Ricardo Coutinho (PSB) ao município português.

* O mesmo comunicado: A proposta de Aníbal Araújo é que representantes da Prefeitura possam ir a Portugal e ter todos os gastos de hospedagem e translado financiados por aquele país. O comendador (Aníbal Araújo) também falou de um projeto que está desenvolvendo em conjunto com um arquiteto brasileiro para a construção de uma praça no bairro de Manaíra. O local ainda não foi definido, mas todo o material para a obra será custeado com recursos portugueses. A Prefeitura de João Pessoa entrará com a mão-de-obra».

Nota final : É assim mesmo! A gente paga ... e não bufa!

Onde Pára o Ministério Público?

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