Anda toda a gente «indignada» com a «violência» do debate na generalidade da proposta de lei do governo PS de Orçamento de Estado para o próximo ano.
Diz-se por essas TV’s que essa tal «violência» entre o Governo/PS/Sócrates e o PSD «baixou o nível» da política, gerou um clima de «crise política» e que «afastou» mais os portugueses da política e dos políticos.
E mais ainda: os mercados internacionais terão ficado de tal modo «chocados» que já não acreditam na capacidade de execução do orçamento aprovado na generalidade.
Aparentemente, a «coisa» teria ficado bem armada se o PSD e o Governo Sócrates se tivessem entretido com os clássicos e hipócritas jogos florais, a trocar promessas de falsas esperanças e juras de amor eterno, em ambiente de chá e torradas com «hino da alegria» como música de fundo.
Nada mais ilusório, demagógico e hipócrita.
O que vi foi um debate vivo, em que o PSD se mostrou como toda a gente há muito espera: um partido vivo e «sem papas na língua», claro na afirmação das suas divergências com o PS/governo Sócrates, certeiro nas críticas à política do governo e ao documento que a revela, decisivo na análise da ruina política e económica a que a incompetência de Sócrates conduziu o nosso País, unívoco na afirmação da verdade como valor primeiro da acção política e incisivo na demonstração de que representa uma alternativa séria na política e de governo.
E era disto, deste tónico, que os portugueses precisavam para se sentirem mobilizados, de novo interessados nos destinos do seu País, conscientes de que há esperança no horizonte.
Ao fim e ao cabo, hoje já dizemos: nem «tudo» é igual.
E talvez os tais mercados internacionais, se é que ligam alguma coisa ao que se discute em Portugal, comecem a «suspeitar» que, afinal, ainda há «gente de confiança» neste País.
Tenho pena dessas habituais «élites» do «parece mal» ou «era escusado», das «enguias» que se habituaram a engordar nas águas turvas do pântano das mentiras e da «esperteza» … mas eu sei que rapidamente se adaptarão, claro que com os devidos «cuidados», aos próximos tempos em que os rios correrão límpidos e transparentes em leitos desvencilhados e sem lixo a entulhar as margens.
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