A ironia está em que nunca vi tantos comunistas maoistas, de jornalistas «especializados» a ministros ou deputados, rendidos ao «imperialismo belicista americano» materializado na existência da NATO nem tantos socialistas ou próceres de uma direita sem ideologia nem povo, comentadores de TV, ministros, deputados e ex-dirigentes dos «grandes empresários capitalistas«, agarrados como lapas ao PSD.
Até o Ferraz da Costa, que não consegue ser candidato a nada ou que alguém o «leve a sério», passou a ter assento certo nas TV’s, após a sua longa e penosa marcha até ao colapso do prestígio de «coisas» como a Confederação da Indústria Portuguesa, a tal CIP que juntava herdeiros de empresários e uma ou duas famílias de «bem» ... !
O tempo que eu perdi a combater o comunismo e os comunistas e a defender uma maioria, um governo e um presidente, tudo de um só partido, o PSD, de convicções anti-comunistas bem definidas e invulnerável às influências «manhosas» dos comunistas e dos tradicionais e discretos centros de interesses e de pressão socialistas, como condição de estabilidade, desenvolvimento e do progresso social!
Como era excitante a ideia de que as crises políticas se resolviam através de consulta popular, em eleições livres, voto universal e secreto!
Coligações sem liderança aceite e com autoridade moral e política, sem programa político comum e regras de acção bem determinadas por gente séria e competente ... quem se atrevia sequer a sugerir?
PS: Berlusconi tem sido muito referido por ter sido o último a chegar à cimeira da NATO. Ele sabe bem para que país veio. Ainda se lembra de quando chegou de avião particular para um jantar de trabalho no Palácio de Belém, com o então Presidente da República, Mário Soares, ao tempo muito interessado e empenhado no grande projecto de criação de uma estação de televisão integrada no conglomerado de comunicação do PS, onde Manuel Alegre se afadigava ... Bons tempos, terá ele pensado!
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