Registo que o PS anda muito preocupado com a intervenção política dos partidos da oposição, em particular do PSD.
Os socialistas querem espalhar a ideia de que, nestes tempos de crise, de origem «internacional», patriótico é ninguém falar de «coisas» desagradáveis, tais como desmandos do governo de Sócrates, incompetência, desorganização e paralisia da administração pública e da economia.
E, então, lembrar o passado recente de Sócrates e seu governo, como o total descontrolo das finanças públicas, incapacidade de gestão, desprezo pelos interesses gerais e dissipação dos recursos do Estado na execução de políticas com objectivos meramente eleitoralistas, então isto é mesmo «pecado mortal».
Agora, a palavra de ordem é tudo «caladinho», nada de críticas nem análises «desconfortáveis», «bico fechado» ... que os mercados internacionais estão à espreita.
O que me faz confusão é estes socialistas de agora se mostrarem tão empenhados em anular os «estados de alma» que os outros socialistas, os do passado, nos ensinaram e instilaram.
Vamos cancelar o «direito à indignação» que, com tanto êxito, a referência do PS, Mário Soares, nos «deu» quando o PSD era governo?
Acabaram as buzinadelas e boicotes à livre circulação de pessoas e bens conduzidas com a maior excitação e pública exposição de dirigentes do PS, como o estóico e antigo dirigente do PS, Armando Vara?
E o direito à «vida para além do défice», às «outras coisas da vida», que a outra referência do PS, Jorge Sampaio, nos «deu» também é para enterrar nas profundezas da vida para que os actuais défices nos atiraram?
Não sei porquê, mas estou ansioso por ouvir Sócrates e os seus amigos ministros a alargar elogios a Manuela Ferreira Leite e a dizer que razão tinha a antiga líder do PSD quando propunha a «suspensão da democracia por uns tempos ...»!?
... E isto apesar dessa «história da suspensão da democracia» ter sido uma ruidosa invenção do PS pois Manuela Ferreira Leite nunca propôs tal coisa!
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