Não consigo perceber as dúvidas de tanta gente sobre a «alteração de última hora» que o PS introduziu na norma que determina o corte de cinco por cento nos salários dos trabalhadores das empresas públicas e empresas privadas de capitais públicos.
Fraca memória parece criar fraca gente.
Se bem nos lembrarmos, os governos PS sempre souberam cumprir dois objectivos essenciais das suas práticas: criar «almofadas» financeiras para acorrer a necessidades amigas inesperadas e prever «excepções» a regras anunciadas como absolutamente rigorosas.
É assim que habitualmente «safam» fundações privadas sem património, empresas amigas sem capital ou sem actividade, acções de propaganda imprevistas para necessidades urgentes.
É desse modo que calam sectores laborais agressivos ou apenas amigos, subsidiam artistas «barulhentos», amansam profissionais liberais cuja «opinião conta», põem comentadores e jornalistas a dizer «muito bem» daquilo que começavam a dizer ou se preparavam para dizer «que horror».
São práticas que já fizeram «escola» e alimentam a «cultura de boa gestão» do PS.
E o curioso é que se dá tanta importância à iniciativa do PS/governo Sócrates de abrir «excepções» quanto à abstenção do PSD.
Valeria a pena, ao PSD, abrir uma brecha na responsabilidade do PS e dar aos socialistas mais uma oportunidade para, mais tarde, gerar connfusão e clamar pelo «direito à indignação» contra as «maldades» e «imaturidade» de Pedro Passos Coelho?
Não sabemos todos que tudo é revogável, mais cedo ou mais tarde?
PS – Ainda me lembro da quantidade de «manhosos» despachos, portarias e decretos do célebre governo Pintasilgo de 1979 que o governo da AD todos os dias descobria e revogava, muitos meses depois de iniciar funções ...
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