A «REVOLTA» E O INTERESSE NACIONAL
Ninguém hoje tem dúvidas de que o governo Costa goza do apoio
geral do Bloco de Esquerda e do PC na Assembleia da República e na rua.
Ostensivamente, o próprio Bloco estende esse apoio à preparação da opinião
pública para aceitar medidas que o governo tenciona implementar. Exemplo actual,
a propaganda pró nacionalização da TAP.
Não há, pois, qualquer justificação para que a direcção do
PSD manifeste permanente intenção de apoiar o governo, apoio, aliás, que sistematicamente
vem sendo ridicularizado e rejeitado por dirigentes, deputados e militantes do
PS.
Em circunstâncias análogas de tentativa de adormecimento do
PSD, Sá carneiro determinou o sentido de «interesse nacional» e ensinou o
seguinte:
“Dispondo o governo
de apoio parlamentar maioritário, o nosso papel, como oposição,
deve ser o da crítica exigente e não o da cooperação em nome do interesse
nacional, pelo contrário, a defesa deste exige de nós que desempenhemos o papel
habitual de oposição em democracia, denunciando erros, apontando defeitos,
apontando soluções alternativas, mas não negociando o conteúdo das leis, não efetuando
acordos pontuais ou globais, não transigindo com a política do governo”.
Com o governo socialista,
o PS berra contra a incapacidade da administração, o governo acrescenta incerteza
à economia com a saga da TAP, a administração pública paralisa ou desmantela-se
em contradições, agrava-se a crise económica e social, a fome alastra, empresas
não reabrem e fecham, o desemprego aumenta, o défice orçamental sobe, a dívida
pública esmaga, o investimento está cancelado.
É urgente quebrar o
Impasse e anunciar a Mudança.
A defesa do interesse
nacional exige, hoje, à semelhança de 1383, libertar o «povo miúdo» de «todas
as grilhetas económico-sociais» que lhe «peam os movimentos», tocar «a rebate
os sinos» para levantar os amotinados e entregar este «impulso de cólera
colectiva» á direcção de um «homem-bom» escolhido por todos.
Não vale a pena esperar
pela explosão de uma qualquer «rebelião espontânea». Ela deverá ser preparada e
organizada por um líder actual ou nascente, à frente de um grupo coeso e unido
na defesa intransigente do interesse nacional.
Ultrapassada a «hesitação»
geral, ao PSD estará reservada a missão determinante de anunciar o projecto e organizar,
dirigir e mobilizar a revolta que se impõe: a queda do governo incompetente e
ruinoso, eleições e MUDANÇA.