A «Informação Oficial» e os «Informadores do costume» não
gostaram nada da intervenção do Primeiro
Ministro, Dr. Pedro Passos Coelho, no encerramento das jornadas parlamentares conjuntas
do PSD e do CDS.
Marcelo Rebelo de Sousa, que se sentiu «tocado» não se
percebe bem porquê, admitiu mesmo perante o gáudio indisfarçado da colega da
Dona Constança, a senhora Judite de Sousa, que o discurso de Passos Coelho
mostra que a coligação estará em fase terminal de estrondosa queda.
O comentador parece ter virado «bruxo» ou terá entrado mesmo
em modo de competição com a conhecida Maya das cartas.
Mas o problema será outro: Passos Coelho pôs a mão inteira
na ferida e mostrou quão vasta e irresponsável tem sido a conspiração da
mentira e da falsificação contra o Governo e a maioria parlamentar.
E aquela gente, habituada a exibir a pesporrência e a
cosmética, confortavelmente, nos corredores da inimputabilidade, recebeu um surpreendente
e enorme choque de responsabilização.
Por esta é que eles não esperavam!
Para que ninguém seja enganado pelos glosadores do costume,
para que ninguém fique com dúvidas, inclusivé o comentador Marcelo Rebelo de
Sousa, aqui fica transcrita, na parte que irrita aquela gente que todos os dias
informa mal os portugueses, os comentadores e analistas, a intervenção do Primeiro
Ministro, Dr. Pedro Passos Coelho, tal como foi dita, sem interpretações, sem
invenções, sem falsificações.
“Fomos nós que
impusémos estas regras de escrutínio e transparência que são geradoras de
confiança para a sociedade portuguesa.
E, por isso, hoje todos os deputados, todos os deputados,
todos os analistas, todos os comentadores podem olhar para os números e
saber o que eles significam.
Pena que, neste exercício de coerência, tantos sejam
preguiçosos.
Este é o orçamento, desde que entrámos no euro, que
claramente aponta para uma meta abaixo de três por cento do défice.
Este orçamento mostra que, ao longo destes anos, nós
reduzimos a despesa pública de forma sensível.
E se não a reduzimos mais, não foi por não termos tido a
coragem de ir mais longe.
Foi pelas restrições de natureza jurídico-constitucional que
são conhecidas.
Tivemos, por isso, um contributo maior da receita do que
aquele que desejámos desde o início.
Mas, no período de quatro anos, teremos tido, para a redução
do défice, um contributo mais ou menos equivalente do lado da despesa e do lado
da receita.
Só não foi mais do lado da despesa porque não nos deixaram que
fosse assim.
Este orçamento mostra, também, que nós, se não tivéssemos às
nossas costas um stock de dívida imenso, dívida que não foi contraída por nós,
e se não fosse o serviço dessa dívida, já hoje poderíamos estar a discutir o reforço
do investimento público, desde que fosse bom evidentemente, e a reforçar
políticas públicas essenciais.
Não apenas no plano social, que é importante, mas também no
plano do Estado, das políticas de soberania que precisam de ser reforçadas.
Teremos, portanto, um excedente orçamental se descontarmos o
peso dos juros que pagámos dessa dívida.
E, se descontarmos os juros que pagámos, então também
percebemos que essa despesa pública caiu sensivelmente.
E continua a cair quando isolamos os efeitos dos cortes
salariais.
Mesmo assim também cai.
Pasme-se!
Imensa gente escreveu e anunciou publicamente que não era
assim, que estamos como estávamos em 2011, que a despesa não mexeu, que estamos
na mesma.
É, portanto, oficial,
se ouvirmos as televisões, se lermos os jornais, é oficial: os cortes não
existiram, os sacrifícios e a austeridade não existiram, os portugueses estão
equivocados, estamos como estávamos em 2011.
Chega a ser patético verificar a dificuldade de gente que se
diz independente em assumir que errou, que foi preguiçosa, que não leu, que não
estudou, que não comparou, que não se interessou a não ser em causar uma boa
impressão, que não se interessou a não ser em dizer «Maria
vai com as «outras», que não se interessou a não ser em dizer como toda a gente
porque lhe fica bem.
Quando o governo erra exige-se que peça desculpa e dê a mão
à palmatória.
Digo-o com toda a humildade, já aconteceu.
Não há ninguém que não cometa erros, não há ninguém que
possa assegurar que faz sempre tudo correctamente.
Mas, se nós podemos
reconhecer os nossos erros e pedir desculpa por isso, porque é que aqueles que
todos os dias informam os portugueses, e informam mal, não hão-de dar a mão à
palmatória e não hão-de pedir desculpa e não hão-de dar aos portugueses o
direito, que eles têm, que é de ter uma Informação Isenta e Rigorosa?”