É, hoje, absolutamente impossível confiar na Justiça por mais respeito que mereçam as suas instituições.
O panorama não é famoso e todos os dias é ilustrado por novos factos.
Magistrados contra magistrados, polícias contra polícias, magistrados contra polícias e polícias contra magistrados, os juízes de direito constrangidos em associações de natureza profissional, advogados contra advogados, a Ordem dos Advogados empenhada no ataque político com feição marcadamente partidária, um misterioso ministro da Justiça contra magistrados, funcionários e advogados mas a proteger comportamentos ilegais e ilegítimos geradores de confusão de competências e da violação das mais elementares regras éticas de conduta, um aparelho administrativo paralisado, legislação inaplicável e um Tribunal Constitucional em marcha sinuosa de avanços e recuos.
No topo, um primeiro ministro atrabiliariamente sempre em festa mas notoriamente ausente dos pilares do Estado de direito, incapaz e sem autoridade, uma Assembleia da República entretida com «jogos florais» e um Presidente da República hesitante, a esbater a sua impotência com meias palavras ou palavras de significação enigmática ou contraditória.
Não há memória de tamanha e tão generalizada instabilidade no sistema de Justiça.
A Justiça esboroa-se no meio da rua … lado a lado com uma maioria política moribunda e um governo sem liderança e inseguro, esquartejado por interesses concorrentes de poderosos grupos rivais.
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