O Presidente da República, Anibal Cavaco Silva, anunciou a sua recandidatura através do Conselheiro de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
Estranha situação, para não dizer bizarra.
Para quem se afirma um homem que «não gosta de surpresas», Cavaco Silva, seráfico como há muito tempo, criou a maior das surpresas na escolha do seu porta-voz.
Para quem se afirma um institucionalista e um político de vontade própria, Marcelo Rebelo de Sousa, ainda mais seráfico, estabeleceu a maior das confusões entre funções de Estado e meramente privadas e deixou-se usar para servir missão tão pouco nobre, como esta de «informador de agenda» de noticiários.
Resta Passos Coelho.
Depois de mais esta «machadada» na sua autonomia política só se pode esperar que o PSD preserve a sua dignidade de partido político nas deliberações e práticas que se vão seguir.
Cavaco Silva, pela palavra do seu conselheiro de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou também, muito seraficamente, que o PSD vai viabilizar o Orçamento de Estado de Sócrates.
É pouco digna esta situação para um partido que começava a «reganhar» a confiança geral.
O PSD, ao fim e ao cabo, acabou novamente submetido, «ao serviço de», um simples instrumento há demasiado tempo usado pelo seu maior inimigo, precisamente o homem que o abandonou, diminui, que o subjugou aos seus interesses pessoais e lhe trava sistematicamente o crescimento.
Como a «história da má moeda» se mantém intacta – e como é lamentável tudo isto!
PS – Não será tempo de o PSD reforçar a sua autonomia política, estratégica e programática e assumir todas as consequências políticas da natureza «unipessoal» da candidatura à Presidência da República, em NADA se envolvendo enquanto Partido Político?
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