Até quando?

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Mário Lino e as lembranças gloriosas

É com emoção que noto que a peregrinação socialista à cadeia de Évora prossegue com a normalidade possível dado o ridículo da encenação.

Hoje foi a vez de se apresentar perante o preso de Évora, por suspeitas de corrupção e fraude fiscal, um dos ministros mais engraçados do consulado socialista chefiado por Sócrates: Mário Lino.
O ex-ministro das Obras Públicas do governo de Sócrates era o homem dos projectos enormes que a vasta e intensa propaganda do PS queria que ficassem na história como as «obras do regime».

Um dia gritou bem alto e com a maior convicção: «Jamais», nunca o aeroporto novo seria construído nesse deserto que Lino dizia que era a margem sul do Tejo.
Almeida Santos, uma das grandes referências do PS de Sócrates e António Costa, apoiou Lino e disse mesmo que a localização do novo aeroporto na margem sul representaria uma grave falha de segurança pois, havendo uma única ligação do aeroporto a Lisboa, um simples atentado terrorista contra a ponte do Tejo teria efeitos sérios na inutilização da infraestrutura aeroportuária e no isolamento da capital.

É claro que alguns dias depois, estas fortes convicções «a favor da Ota e contra a margem sul» foram substituídas pela convicção de igual intensidade «contra a Ota e a favor da margem sul».
Mário Lino surgia enérgico das penumbras e encarnava com o maior realismo cénico a figura do D. Quixote de Lisboa que arrasava à paulada tudo e todos os que ousavam meter juízo na euforia gastadora de Sócrates.

Ele foi o campeão dos projectos que, apesar de não terem saído do papel, muitos milhões nos custaram: entre muitos outros, são paradigmáticos o novo aeroporto de Lisboa na Ota e o TGV ou «o comboio a trezentos à hora».
Em todo o caso e curiosamente, a aparição do emblemático ex-ministro Mário Lino fez-me reflectir na conjuntura actual, talvez resultado de acções politicamente criminosas do passado: as faraónicas obras públicas, a falência do Estado e de todos nós, o desemprego e a indigência, o endividamento e a austeridade a que fomos forçados, a submissão à Troika e a perda de dignidade do Estado português, as «jóias da coroa» das políticas socialistas, como a Portugal Telecom e o Grupo Espírito Santo, embrulhadas em investigação criminal, autarquias de referência, como Lisboa, Nazaré e Cartaxo, endividadas até ao pescoço e José Sócrates a transitar de uma vida de luxo em Paris, paga por um amigo, para a austeridade da enxerga numa modesta cela da cadeia de Évora, onde está preso por suspeitas de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

As «coisas» que Mário Lino me faz lembrar!

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