Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A estabilidade do impasse

O «motor» da candidatura de Marques Mendes é a estabilidade.
Têm sido vários os seus apoiantes a afirmar este objectivo.
A estabilidade.
Veio agora Eduardo Catroga, outro ex-ministro da decadência cavaquista, a reforçar esta ideia.
E disse, a propósito, que em nome dessa estabilidade, não há neste momento condições para baixar a carga fiscal, curiosamente porque uma quebra de receitas dos impostos implicaria uma redução da despesa pública.
Ainda há muito pouco tempo, Miguel Frasquilho desenvolveu uma campanha fundamentada em prol da baixa das taxas de vários impostos como condição para a saída da estagnação e arranque do investimento necessário à contenção do crescimento do desemprego e melhoria das condições de vida dos portugueses, começando, desse modo, a nova fase de reposição do poder de compra e desafogo das empresas.
É, portanto, em nome da estabilidade assegurada com Marques Mendes, que cai um dos últimos dos raros momentos em que o PSD se afirmou como oposição credível e alternativa ao governo PS.
Com Miguel Frasquilho, o PSD deu nova esperança aos portugueses e os militantes do PSD encheram o peito de orgulho.
Todos se recordaram dos tempos em que o PSD «agitou» e , por isso mesmo, venceu.
Se Sá Carneiro não tivesse quebrado a estabilidade podre, o IMPASSE, o PSD talvez fosse hoje uma irrelevante tendência do PS.
Se Cavaco Silva, nos tempos de o «homem» de Boliqueime, e Eurico de Melo se tivessem acomodado à estabilidade, o PSD seria certamente um pequeno grupo parlamentar, alguns directores-gerais e meia dúzia de assessores bem comportados face aos interesses específicos de alguns lobbyes socialistas.
A candidatura de Marques Mendes abdica de exigir a execução da reforma necessária: a redução efectiva da despesa.
Em nome da estabilidade já antes invocada pela também discípula do actual Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite, o PSD de Marques Mendes prefere deixar que a incapacidade política do governo persista impunemente na degradação das condições de vida de todos como factor de aumento da receita e equilíbrio orçamental.
É esta a estabilidade de que se fala.
E é por isso que o acervo de apoiantes de Marques Mendes aumenta em cada dia com a adição de novas personalidades, outrora de imensa notoriedade, mas hoje já gastas, instaladas em interesses próprios e indisponíveis para a política activa, como Dias Loureiro que, preso à sua legítima e lícita actividade privada, diz que não regressa mas já lá está, bem no centro da zona de influência e do jogo.
Parece óbvio que bem-estar semelhante só se consegue na estabilidade tida como objectivo.
Não a estabilidade como condição de progresso.
Ou seja, sem mudança, mantendo o IMPASSE, sempre à espera da tal reforma.

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