Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma direita coesa e forte mas o segundo é que a direita também precisa de um PSD vivo e confiável! Até quando?

terça-feira, 16 de outubro de 2007

CDS, PS, Maçonaria - Os Corredores do PODER

MANUAL DA ARTE DA POLÍTICA REAL
Andam os portugueses entretidos a falar de congressos, partidos, grupos parlamentares, eleições, democracia, determinação e coragem, transparência.
Todos se julgam políticos e todos se imaginam a governar o País.
Será que tudo isto tem alguma coisa a ver com a política real? Como tudo se decide?

Com a devida vénia e dada a sua enorme importância, reproduzimos informação recolhida e publicada pelo semanário o “Sol”.
A REDE MAÇÓNICA
O “Sol” publicou escutas telefónicas constantes de um processo judicial da maior relevância para a compreensão dos reais mecanismos do poder real.
São conversas mantidas entre Paulo Portas, Fernando Marques da Costa (então conselheiro de Jorge Sampaio) e o próprio Rui Pereira, hoje ministro. Estes dois, juntamente com o alto responsável do CDS Abel Pinheiro, pertencem à maçonaria – na altura, à loja Convergência, do Grande Oriente Lusitano (GOL). Rui Pereira e Marques da Costa fundaram, entretanto, a loja maçónica Nunes de Almeida.
Estava em causa a vontade de Sócrates promover a demissão de Souto Moura e a sua substituição por Rui Pereira no alto cargo de Procurador-Geral da República.
Um dia, Sócrates disse aos portugueses: «O Governo nunca apresentou qualquer proposta para a substituição do senhor PGR», referindo-se a Souto Moura.
Vejamos o que conversaram Abel Pinheiro e Paulo Portas algum tempo antes.
O CONVITE
Abel Pinheiro (AP) – Almocei com o nosso amigo Rui (Pereira).
Paulo Portas (PP) – Sim.
A.P. – Aquele que uma vez jantaste lá com ele, não é?
P.P. – Rui…
A.P. – Que jantaste lá no Forte com ele, até de madrugada adentro comigo.
P.P. – Sim.
A.P.–A informação relevante que ele me deu, mas só just for your eyes, foi convidado (pelo primeiro ministro) para ser o novo Procurador-Geral da República.
P.P. – Certo.
A.P.–Mas isso é tão reservado, tão reservado…
P.P. – Sim, sim, sim, sim.
A.P. – Só não estão a conseguir convencer o gato constipado [Souto de Moura] a apresentar a carta de demissão e o Sampaio não quer demiti-lo.
P.P. – Ok, ok, já percebi. De resto, nada de especial. Essas coisas… claro!
A.P. – Como vês, vale a pena cultivar os nossos amigos. Hein?
SAMPAIO TAMBÉM TEM AMIGO
Sampaio, porém, tinha nomes para ele próprio propôr, um seu assessor e amigo, e a «coisa» estava feia.
Nova conversa, agora entre o (maçónico) conselheiro de Sampaio, Fernando Marques da Costa, e o (maçónico) dirigente do CDS, Abel Pinheiro.

F.M.C. – Olha, o outro nome (o amigo de Sampaio) parece que continua activo, ainda.
A.P. – Quer dizer, isto acho que vai dar um standmake: nem o meu, nem o teu.
F.M.C. – É o que me cheira.

Entretanto, o actual ministro socialista e maçónico, Rui Pereira, relata ao maçónico e dirigente do CDS, Abel Pinheiro, que, segundo Marques da Costa, Sampaio insiste no nome que tem.

R.P. – Já falei com ele.
A.P. – Sim.
R.P. – Ele não adiantou hoje mais grande coisa, não é? Disse que o Sampaio continua fisgado com o outro. Explica isso na base de 30 anos de amizade e tal. Tás a perceber? Pá, mas, se é isso, eu posso estar enganado porque a política é muito… esquisita. Mas olha que a percepção que eu tenho, dito pelos próprios, acho que é muito difícil fazê-lo mudar, tás a perceber?
A.P. – Pois.
R.P. – Portanto, enfim.
SÓCRATES PEDE A PORTAS: A CUNHA IDEAL
Nova táctica. Nada como uma cunha.
Abel Pinheiro conta a Rui Pereira que o «engenheiro» – o primeiro ministro José Sócrates – tivera um encontro com Portas, para falar de diversos «assuntos», «outras
coisas… não faláveis» que «têm a ver com interesses colectivos do país». E que, pelo meio, lhe pedira ajuda para convencer Jorge Sampaio a nomear Rui Pereira para PGR. Este fica «reconhecido, como é óbvio».

Abel Pinheiro (AP) – Sim!
Rui Pereira (RP) – Está! Olá Abel! Estás bom?
A.P. – Olha, o nosso amigo [Paulo Portas]... tive uma longa reunião por causa do nosso congresso.
R.P. – Hum, hum!
A. P. – E ele foi chamado pelo patrão-mor do reino.
R.P. – O patrão-mor, o… próprio…
A.P. – Sugeriu… para aquele lugar. E fez uma coisa – mas tu guarda isso para ti – se ele, o meu patrão, intermediava o pedido junto do tio Jorge [Sampaio].
R.P. – Hum, hum. Quer dizer, a ver se eu compreendo. É que eu… agora, escapou-me qualquer coisa. O patrão-mor que tu estás a considerar é o engenheiro?
A.P. Exactamente.
R.P. – E o engenheiro é que pediu para intermediar junto ao Jorge?
A.P. – Pediu ao meu patrão.
R.P. – Exacto.
A.P. – Como sabes, o meu patrão é cria do Jorge, por parte do pai [Nuno Portas, pai de Paulo], não é?
R.P. – Exacto, exacto.
A.P. – Foi criado por ele, em casa, literalmente, as férias e tudo.
R.P. – Eu sei.
A.P. – E [Sócrates] pediu, porque achava que do lado dos nossos ex-parceiros (PSD), haveria algum obstáculo e ele queria controlar por esse flanco isso.
R.P. – E então?
A.P. – Ele [Portas] prestou-se a fazer essa gestão.
R.P. – Eh pá, olha, já sabes que fico… reconhecido, como é óbvio, não é!
A.P. – E contou-lhe a história toda. E o nosso amigo [Portas] ouviu, com muita atenção, não é, e depois contou hoje a história. E disse «Bom, diz lá ao nosso amigo». Disse que tinha estado «num jantar [com Sócrates] e perguntou-me ‘Mas você conhece-o?’». E ele disse «Ó fulano, estive uma vez num jantar com ele, muito longo, e pareceu-me a pessoa, que seria a pessoa ideal».
R.P. – Ah! Eh pá, isso é óptimo.
A.P. – E depois disse «ele [Rui Pereira] é grande amigo dum colega meu da direcção, que é sicrano [Abel Pinheiro]». E ele [Sócrates] disse «ah, tá bem!»
R.P. – (risos)
A.P. – «Então veja lá a gestão que pode fazer, porque eu agradecia muito, que queria insistir muito». E que o outro cavalheiro lá[Sampaio], além daquele outro maluco [Magalhães e Silva], agora tinha uma senhora também.
R.P. – Quem?
A.P. – O tio Jorge!
R.P. – Ai sim? Quem é a senhora?
A.P. – A Beleza!
R.P. – Ai é? A Teresa?
A.P. – Sim! Não, mas a coisa interessante, foi ele lhe pedir. Isto é uma conversa, o resto é mais longa, depois eu te conto ao vivo. Envolve outros assuntos. Mas, ele pedir ao nosso amigo, é uma coisa engraçada. Porque, [Sócrates] disse «Sabe que eu não posso falar com os vossos parceiros, porque não tenho condições de dar o flanco e tal, mas…queria ver se fazia uma gestão, porque eu sei que ele é seu amigo, gosta muito de si». O nosso amigo [Portas] disse que imediatamente o faria.
R.P. – Tá bem. Pronto, olha, vamos ver!
A.P. – Agora, o outro cavalheiro [Sampaio] já está mais ou menos convencido a dizer bye, bye, não é! Só que o problema agora é que o outro cavalheiro quer impingir pela goela abaixo um dos dois nomes e ele disse que aí não. E, portanto, precisava era uma gestão para que o nome ficasse irrecusável, estás a ver?
R.P. – Pois, pois
(Com a devida vénia, extractos de informação e escutas telefónicas publicadas pelo “Sol”)

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