Até quando?

... o primeiro grande problema é que o PSD precisa de uma OPOSIÇÃO SÉRIA com uma direita coesa e forte mas só encontra alcoviteiras e trailiteiros. Até quando?

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O atraso de Manuel Alegre

Manuel Alegre vive os tempos do chamado antifascismo.

Está 36 anos atrasado.

Só lhe falta proclamar, com a imponência dos grandes actores de comédia, que nunca assinou qualquer documento a jurar lealdade à pátria e a esconjurar todas as actividades subversivas contra o Estado.

Até porque nunca precisou de arranjar emprego.

Manuel Alegre é um grande antifascista.

O seu problema é que Portugal está a escolher um Presidente da República, com conhecimento e experiência das vidas modestas do trabalho, para hoje e amanhã – não para os velhos tempos de há 36 anos atrás, com romântica vivência de tertúlias manhosas e carteira cheia!

Como é que vamos sair da crise sem um antifascista na Presidência?!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O Povo Alemão é NAZI

O que João Soares, deputado do PS e filho de Mário Soares, disse na SIC Notícias resume-se a pouco como é habitual mas tem a maior relevância política, o que é raro.

João Soares disse o seguinte:

O povo alemão, por natureza e modo de ser, é NAZI e continua a ser NAZI.
Já destruiu a Europa por duas vezes e, agora, entusiasmado atrás da líder Angela Merkel, anda a tentar conseguir economicamente na Europa aquilo que não conseguiu politicamente na Europa quando andava entusiasmado a correr atrás daquele senhor austríaco de bigode pequenino, leia-se Adolf Hitler.

Sentado à sua frente, José Luis Arnaut, deputado do PSD e parceiro europeu de Angela Merkel, no Partido Popular Europeu, lamentavelmente deixou passar a aleivosia racista do deputado socialista sem a devida resposta e reparação.

É certo que o filho de Mário Soares nunca foi para levar a sério, tal é o tamanho da sua irresponsabilidade e insanidade cívica, política e, aparentemente, ética e moral.

Mas deixar em branco a maior difamação e ofensa à honra de um Povo todo e a miserável comparação da sua líder a HITLER não pode deixar de merecer do PSD uma enérgica censura ao seu deputado, José Luis Arnaut.

Obviamente, e se estas questões de HONRA valem alguma coisa, a embaixada da Alemanha em Portugal também não deixará de exigir as devidas explicações, designadamente à Assembleia da República, ao PS e, porque não, à SIC Notícias e ao próprio pai do indigente deputado socialista João Soares.

Ao nível da Europa, o Partido Popular Europeu saberá, certamente, retirar as naturais consequências do silêncio complacente do deputado do PSD, José Luis Arnaut, perante as maiores ofensas ao povo alemão e à sua líder desferidas pelo deputado do PS, João Soares, o conhecido filho de Mário Soares.

Terá José Luis Arnaut apenas reflectido a posição oficial do PSD e dos seus deputados europeus no Grupo Parlamentar do Partido Popular Europeu do Parlamento Europeu?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

À espera dos «ratos»

Leio com a maior atenção a lista da Comissão de Honra da Candidatura de Cavaco Silva.

Falta hoje tanta daquela gente que acreditou na mudança em 1985!

E fico mesmo na dúvida.

Se Cavaco Silva é tudo quanto muitos elementos desta lista diziam dele até há bem pouco tempo ... o melhor é estar quieto e ficar em casa no dia das eleições presidenciais.

Já se percebeu que «isto de Presidência» tanto faz como fez, à excepção, claro, da famigerada de Jorge Sampaio que tão bem soube aproveitar a rábula da «boa e má moeda».

Mas talvez valha a pena esperar pela segunda volta ... só para apreciar o apurado sentido de orientação dos «ratos»!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Júdice HONRA Cavaco?!

José Miguel Júdice está no superior orgão de apoio à recandidatura de Cavaco Silva, a Comissão de Honra.
Não consigo perceber o que é que liga o apoiante ao candidato.

Júdice tem sido politicamente o que todos sabemos: anti-PSD, em particular anti-Cavaco Silva e tudo quanto lhe «cheire a cavaquismo», apoiante indefectível de tudo quanto se inspire em Mário Soares e no PS «que conta».

Nos intervalos convenientes dizia ser um homem da Direita.

Desde a sua famigerada presença na distrital de Lisboa do PSD nunca deixou de atacar violentamente o homem e o político Cavaco Silva.

O que é que ele estará a fazer na Comissão de Honra do Homem que ele sempre desconsiderou, do Homem que ele sempre classificou de gente sem estatuto, sem cultura e de tendências autoritárias, ditatoriais mesmo?

Que adicional de Honra encontra Cavaco Silva em José Miguel Júdice?

Ou esta «coisa» das comissões é tudo a fingir?

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

«Almofadas» e excepções do PS

Não consigo perceber as dúvidas de tanta gente sobre a «alteração de última hora» que o PS introduziu na norma que determina o corte de cinco por cento nos salários dos trabalhadores das empresas públicas e empresas privadas de capitais públicos.

Fraca memória parece criar fraca gente.

Se bem nos lembrarmos, os governos PS sempre souberam cumprir dois objectivos essenciais das suas práticas: criar «almofadas» financeiras para acorrer a necessidades amigas inesperadas e prever «excepções» a regras anunciadas como absolutamente rigorosas.

É assim que habitualmente «safam» fundações privadas sem património, empresas amigas sem capital ou sem actividade, acções de propaganda imprevistas para necessidades urgentes.

É desse modo que calam sectores laborais agressivos ou apenas amigos, subsidiam artistas «barulhentos», amansam profissionais liberais cuja «opinião conta», põem comentadores e jornalistas a dizer «muito bem» daquilo que começavam a dizer ou se preparavam para dizer «que horror».

São práticas que já fizeram «escola» e alimentam a «cultura de boa gestão» do PS.

E o curioso é que se dá tanta importância à iniciativa do PS/governo Sócrates de abrir «excepções» quanto à abstenção do PSD.

Valeria a pena, ao PSD, abrir uma brecha na responsabilidade do PS e dar aos socialistas mais uma oportunidade para, mais tarde, gerar connfusão e clamar pelo «direito à indignação» contra as «maldades» e «imaturidade» de Pedro Passos Coelho?

Não sabemos todos que tudo é revogável, mais cedo ou mais tarde?

PS – Ainda me lembro da quantidade de «manhosos» despachos, portarias e decretos do célebre governo Pintasilgo de 1979 que o governo da AD todos os dias descobria e revogava, muitos meses depois de iniciar funções ...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Matracas seladas e «bico calado»

Registo que o PS anda muito preocupado com a intervenção política dos partidos da oposição, em particular do PSD.

Os socialistas querem espalhar a ideia de que, nestes tempos de crise, de origem «internacional», patriótico é ninguém falar de «coisas» desagradáveis, tais como desmandos do governo de Sócrates, incompetência, desorganização e paralisia da administração pública e da economia.

E, então, lembrar o passado recente de Sócrates e seu governo, como o total descontrolo das finanças públicas, incapacidade de gestão, desprezo pelos interesses gerais e dissipação dos recursos do Estado na execução de políticas com objectivos meramente eleitoralistas, então isto é mesmo «pecado mortal».

Agora, a palavra de ordem é tudo «caladinho», nada de críticas nem análises «desconfortáveis», «bico fechado» ... que os mercados internacionais estão à espreita.

O que me faz confusão é estes socialistas de agora se mostrarem tão empenhados em anular os «estados de alma» que os outros socialistas, os do passado, nos ensinaram e instilaram.

Vamos cancelar o «direito à indignação» que, com tanto êxito, a referência do PS, Mário Soares, nos «deu» quando o PSD era governo?

Acabaram as buzinadelas e boicotes à livre circulação de pessoas e bens conduzidas com a maior excitação e pública exposição de dirigentes do PS, como o estóico e antigo dirigente do PS, Armando Vara?

E o direito à «vida para além do défice», às «outras coisas da vida», que a outra referência do PS, Jorge Sampaio, nos «deu» também é para enterrar nas profundezas da vida para que os actuais défices nos atiraram?

Não sei porquê, mas estou ansioso por ouvir Sócrates e os seus amigos ministros a alargar elogios a Manuela Ferreira Leite e a dizer que razão tinha a antiga líder do PSD quando propunha a «suspensão da democracia por uns tempos ...»!?

... E isto apesar dessa «história da suspensão da democracia» ter sido uma ruidosa invenção do PS pois Manuela Ferreira Leite nunca propôs tal coisa!

sábado, 20 de novembro de 2010

As voltas que o Mundo dá

A ironia está em que nunca vi tantos comunistas maoistas, de jornalistas «especializados» a ministros ou deputados, rendidos ao «imperialismo belicista americano» materializado na existência da NATO nem tantos socialistas ou próceres de uma direita sem ideologia nem povo, comentadores de TV, ministros, deputados e ex-dirigentes dos «grandes empresários capitalistas«, agarrados como lapas ao PSD.

Até o Ferraz da Costa, que não consegue ser candidato a nada ou que alguém o «leve a sério», passou a ter assento certo nas TV’s, após a sua longa e penosa marcha até ao colapso do prestígio de «coisas» como a Confederação da Indústria Portuguesa, a tal CIP que juntava herdeiros de empresários e uma ou duas famílias de «bem» ... !

O tempo que eu perdi a combater o comunismo e os comunistas e a defender uma maioria, um governo e um presidente, tudo de um só partido, o PSD, de convicções anti-comunistas bem definidas e invulnerável às influências «manhosas» dos comunistas e dos tradicionais e discretos centros de interesses e de pressão socialistas, como condição de estabilidade, desenvolvimento e do progresso social!

Como era excitante a ideia de que as crises políticas se resolviam através de consulta popular, em eleições livres, voto universal e secreto!

Coligações sem liderança aceite e com autoridade moral e política, sem programa político comum e regras de acção bem determinadas por gente séria e competente ... quem se atrevia sequer a sugerir?

PS: Berlusconi tem sido muito referido por ter sido o último a chegar à cimeira da NATO. Ele sabe bem para que país veio. Ainda se lembra de quando chegou de avião particular para um jantar de trabalho no Palácio de Belém, com o então Presidente da República, Mário Soares, ao tempo muito interessado e empenhado no grande projecto de criação de uma estação de televisão integrada no conglomerado de comunicação do PS, onde Manuel Alegre se afadigava ... Bons tempos, terá ele pensado!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mais uma "jogada" à Sócrates

Parece que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros terá dito que Portugal precisa de um governo de salvação nacional.

E terá mesmo acrescentado que ele próprio estaria na disposição de ceder o seu lugar à coligação, se tal fosse necessário para viabilizar o acordo.

Algures, lá longe onde se encontrava a pedinchar empréstimos sem se lembrar que foi assim que a república caiu em 1926, Sócrates disse que conhecia a “coisa” mas não era preciso qualquer governo de salvação nacional.

E terá acrescentado que o seu governo era bem capaz de dar conta do recado.

Eu não acredito em nada disto.

Bem pelo contrário, tudo não passa de uma “jogada” à Sócrates, tudo foi combinado entre eles e os estrategas do PS para desviar as atenções das “misérias” que este governo anda a fazer, para pôr este pequeno “mundo” a falar de “salvação nacional” e para obrigar o PSD (que não é burro, penso eu) a dizer que não quer nenhuma coligação.

E só mudarei de opinião, isto é, só acreditarei num e noutro, se uma de duas “coisas” acontecerem:

O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros pede a demissão,

Ou

O primeiro ministro demite o ministro dos Negócios Estrangeiros;

Sem isto, não caio no golpe - não me enganam!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Afinal nem «tudo» é igual!

Anda toda a gente «indignada» com a «violência» do debate na generalidade da proposta de lei do governo PS de Orçamento de Estado para o próximo ano.

Diz-se por essas TV’s que essa tal «violência» entre o Governo/PS/Sócrates e o PSD «baixou o nível» da política, gerou um clima de «crise política» e que «afastou» mais os portugueses da política e dos políticos.

E mais ainda: os mercados internacionais terão ficado de tal modo «chocados» que já não acreditam na capacidade de execução do orçamento aprovado na generalidade.

Aparentemente, a «coisa» teria ficado bem armada se o PSD e o Governo Sócrates se tivessem entretido com os clássicos e hipócritas jogos florais, a trocar promessas de falsas esperanças e juras de amor eterno, em ambiente de chá e torradas com «hino da alegria» como música de fundo.

Nada mais ilusório, demagógico e hipócrita.

O que vi foi um debate vivo, em que o PSD se mostrou como toda a gente há muito espera: um partido vivo e «sem papas na língua», claro na afirmação das suas divergências com o PS/governo Sócrates, certeiro nas críticas à política do governo e ao documento que a revela, decisivo na análise da ruina política e económica a que a incompetência de Sócrates conduziu o nosso País, unívoco na afirmação da verdade como valor primeiro da acção política e incisivo na demonstração de que representa uma alternativa séria na política e de governo.

E era disto, deste tónico, que os portugueses precisavam para se sentirem mobilizados, de novo interessados nos destinos do seu País, conscientes de que há esperança no horizonte.

Ao fim e ao cabo, hoje já dizemos: nem «tudo» é igual.

E talvez os tais mercados internacionais, se é que ligam alguma coisa ao que se discute em Portugal, comecem a «suspeitar» que, afinal, ainda há «gente de confiança» neste País.

Tenho pena dessas habituais «élites» do «parece mal» ou «era escusado», das «enguias» que se habituaram a engordar nas águas turvas do pântano das mentiras e da «esperteza» … mas eu sei que rapidamente se adaptarão, claro que com os devidos «cuidados», aos próximos tempos em que os rios correrão límpidos e transparentes em leitos desvencilhados e sem lixo a entulhar as margens.

sábado, 30 de outubro de 2010

Bem me lixaram as TV's

O que nos vale é a «Excelência» das análises dos comentadores e politólogos das nossas TV’s.

Há dias, o governo Sócrates e o PS andavam de cabeça perdida porque não conseguiam antecipar o sentido de voto do PSD no debate da proposta de lei do Orçamento de Estado.

E inventaram os mais incríveis argumentos para demonstrar as «horripilantes» consequências da chamada «indecisão» do PSD.

Sempre solícitos e bons rapazes, os comentadores e jornalistas das nossas TV’s atacaram nesse dia com a consequência imediata e grave da indecisão: a Bolsa de Valores de Lisboa caiu hoje a pique.

E mostravam até um gráfico onde se via a súbita queda da cotação do índice, mais ou menos a meio da sessão bolsista.

Passos Coelho deve ter tremido.

Porém, no dia seguinte, não é que a Bolsa de Valores subiu durante toda a sessão?

Nada de novo quanto à tal «indecisão» do PSD e fiquei à espera de explicação sobre esta subida das cotações.

Ter-se-ia o mercado distraido? Os investidores habituaram-se à indecisão? Ficou tudo maluco e toda a gente começou a deitar dinheiro à rua?

Esperei e nada.

Nesse dia, ninguém nas TV’ ligou a mínima importância às variações em alta da Bolsa.

Nem uma única referência.

Ora bolas – e eu que na véspera vendi em perda todas as acções confiando que vinha aí um crash … por causa das «indecisões» do PSD!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Lisboa inundou-se! Que giro!

Hoje, choveu com fartura.

Lisboa ficou cheia de água e inundou por todas as gretas.

Se fosse no tempo de Santana Lopes ou de Carmona Rodrigues:

«Malandros, nunca limpam as sargetas …!?»

Como estamos em tempo socialista:

«Choveu tanto, durante meia hora seguida, que giro, inundou-se tudo, até as tampas dos esgotos levantaram …!»

A «Boa Notícia» de Sócrates

E agora?

Bom, a má notícia é que Sócrates anunciou que o seu governo vai fazer um esforço para que se conclua um acordo de viabilização do seu Orçamento de Estado.

Seria a maior das desgraças e fiquei muito preocupado … não fosse o PSD cair na armadilha.

Ora, bem vistas as coisas, se Sócrates disse que «vai fazer» é certo e sabido que «não vai fazer».

Não foi sempre assim?

Afinal, a má notícia é a boa notícia!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Com estes «Craneos» da TV ...Cavaco Silva já ganhou

Fiquei muito impressionado com as «análises» televisivas ao anúncio da recandidatura de Cavaco Silva a Presidente da República.

Muito em particular, 
  • do conhecido sobrinho e funcionário residente de Mário Soares, o pensador profissional Alfredo Barroso, que acertou na mouche: só viu «gentalha» junto de Cavaco Silva; não viu nenhum escritor, imagine-se lá!; uma desgraça cultural;
  • do outro conhecido pensador, profissional de todas as ciências de pastelaria e outras tertúlias afins, Vicente Jorge Silva, que «liquidou» politicamente o Presidente pelo facto de um dia ter recebido no hotel onde se instalava alguns deputados da Assembleia da Madeira, seus amigos e inimigos de Alberto João Jardim, e reduziu o curriculum de Cavaco Silva a essa «lamentável» «embirração» do Presidente contra o famigerado Estatuto dos Açores, o tal que o Tribunal Constitucional veio a declarar inconstitucional, dando com essa deliberação razão a Cavaco Silva e muito incomodando o preclaro Vicente Silva;
  • e, finalmente, de Jaime Nogueira Pinto, esse ícon doutrinário da Direita sem gente nem banco de jardim mas com muitas poltronas, lustres e longas cortinas de veludo finamente confeccionadas, que muito inteligentemente elaborou profícua teoria acerca do «quer dizer ..» mas que nunca conseguiu acabar frase ou concluir raciocínio quanto ao que julga da recandidatura, deixando-nos todos em branco – o que é sempre interessante e útil, não vá o diabo, amanhã, sabe-se lá o que convém!
 Fiquei muito impressionado mas, sobretudo, com uma enorme esperança: com estes «Crâneos», estes expoentes da «Excelência» das Ideias, Criatividade e do Pensamento a analisar ... nós não vamos perceber nada … mas Manuel Alegre bem pode fazer as malas e regressar à aristocracia feudal de rimas solarengas e caçadas em cerco de criadagem, em Águeda.

Porque Cavaco Silva já ganhou … felizmente!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A «Excelência» e as «Elites»

São apresentados como «as élites».

Os «melhores» na Ciência e Tecnologia, na Investigação e na Técnica, no Conhecimento e na Experiência, os mais Inteligentes do Saber, da Escrita e da Oratória, da Organização e do Método.

Bem apessoados, andam por aí a exigir «Excelência», elegem os «mais dotados» e não transigem com a mediocridade.

Têm assento próprio nas TV’s.

E, no entanto, hoje, estas mesmas «élites» só reclamam um Orçamento, um qualquer Orçamento, um mau Orçamento, um Orçamento que não resolve nada nem agrada a ninguém.

Como é volátil o conceito de «Excelência» destas bizarras «élites» portuguesas!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Salazar está vivo ... afinal!

As saudades que «eles» têm de Salazar …

Salazar dizia que o sistema de partidos conduzia à corrupção dos interesses do Estado em benefício dos interesses de pequenos grupos liderados e engrossados por gente medíocre que só pensa em estimular os instintos mais primários do povo através de eleições manipuladas pela mentira e demagogia.

Chamou das universidades as élites do conhecimento e acabou com os partidos, tidos como incapazes de defender e prosseguir o «Bem Comum».

O que é que ouve hoje nas nossas TV’s?

É a «partidocracia», são os «interesses partidários», precisamos de «independentes dos partidos», são as «máquinas dos partidos», são os «boys dos partidos», «os partidos contra os mais pobres», a «denegação do interesse nacional», a «corrupção dos partidos», o «nojo dos partidos», a «incompetência dos políticos partidários», isto não vai sem «um conselho de sábios fora dos partidos», etc., etc., etc..

Nunca vi tanta gente de esquerda e de direita anti-partidos … e precisamente de quem tanto se aproveita deles ou se quis aproveitar até ser rejeitada por eles próprios, os seus ex ou ainda actuais partidos!

Afinal, em que é que ficamos?

Salazar seria o tal «monstro político» que nos «vendem» mas devemos imitá-lo nas suas práticas anti-partidos … por causa da crise?

Vamos dissolver os partidos, é isso, senhores «comentadores independentes» das TV’s?

sábado, 23 de outubro de 2010

Vale mais uma sardinha pôdre ...

Como é estranha esta família!

Eu fui encarregado de comprar as sardinhas para o encontro anual.

Vasculhei todos os cantos da praça e só encontrei sardinha pôdre, com cheiro nauseabundo, olhos mortiços, barbatanas descaídas e cor esverdeada.

E decidi: não compro sardinhas.

Toda a gente se zangou comigo.

«Vale mais uma sardinha pôdre do que sardinha nenhuma» - atiram-me agora à cara.

Ninguém me fala e proibiram-me de entrar no encontro anual … onde todos se estão já a embebedar de champanhe e a engasgar com as patas das lagostas!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cavaco Dá Cabo do PSD

O Presidente da República, Anibal Cavaco Silva, anunciou a sua recandidatura através do Conselheiro de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.

Estranha situação, para não dizer bizarra.

Para quem se afirma um homem que «não gosta de surpresas», Cavaco Silva, seráfico como há muito tempo, criou a maior das surpresas na escolha do seu porta-voz.

Para quem se afirma um institucionalista e um político de vontade própria, Marcelo Rebelo de Sousa, ainda mais seráfico, estabeleceu a maior das confusões entre funções de Estado e meramente privadas e deixou-se usar para servir missão tão pouco nobre, como esta de «informador de agenda» de noticiários.

Resta Passos Coelho.

Depois de mais esta «machadada» na sua autonomia política só se pode esperar que o PSD preserve a sua dignidade de partido político nas deliberações e práticas que se vão seguir.

Cavaco Silva, pela palavra do seu conselheiro de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou também, muito seraficamente, que o PSD vai viabilizar o Orçamento de Estado de Sócrates.

É pouco digna esta situação para um partido que começava a «reganhar» a confiança geral.

O PSD, ao fim e ao cabo, acabou novamente submetido, «ao serviço de», um simples instrumento há demasiado tempo usado pelo seu maior inimigo, precisamente o homem que o abandonou, diminui, que o subjugou aos seus interesses pessoais e lhe trava sistematicamente o crescimento.

Como a «história da má moeda» se mantém intacta – e como é lamentável tudo isto!

PSNão será tempo de o PSD reforçar a sua autonomia política, estratégica e programática e assumir todas as consequências políticas da natureza «unipessoal» da candidatura à Presidência da República, em NADA se envolvendo enquanto Partido Político?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

PSD escolhe «Carro Gasto»

Afinal, o PSD parece que vai viabilizar o Orçamento de Estado de 2011 e salvar o governo de Sócrates.
Não sei que diga … tal é o meu desgosto!

É certo que Sócrates, desta vez, não «arranjou» artimanha para se pisgar.

Vai ter que «apertar muito o coração» e, desta vez ficar-lhe-á caro o entretenimento dos últimos longos anos.

Também certo é que é tempo de os portugueses «sentirem na pele» todos os efeitos do seu voto.

Mas todos sabemos que «automóvel velho e gasto» fica muito caro em oficina.

Mais caro do que «abater o velho, comprar novo e mudar de carro».

Parece-me que o PSD se vai «arrepender»,

… até porque Cavaco Silva ganhava à mesma, os banqueiros continuavam a fazer o que lhes dá na real gana e a «esfolar» os clientes, os empresários a fechar empresas, os trabalhadores a protestar e a sopa dos pobres a crescer,

e os tais «mercados» a «gozar que nem uns perdidos»!

Mas nós, quanto a nós, lá continuaremos a espreitar o espectáculo da mentira, nesta já longa e penosa marcha até à indigência final.

É pena não se resolver «tudo», de uma vez só!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

«Quid» Marcelo Rebelo de Sousa?

É bom lembrar.

Marcelo Rebelo de Sousa é um eminente Professor de Direito, Jurisconsulto de Escola feita, um Mestre de Doutrina citada e invocada, um Jurista de grande mérito.

E parece simpático, é um homem inteligente e bem apessoado.

Na política, foi um jornalista intrigante e um atleta de estrondosos mergulhos em águas poluidas, no rio Tejo.

A sua superior inteligência é a razão do seu grande mistério, nesta hora de exercício de Transparência Política: estará o jornalista a divertir-se na intriga, o Professor a ensinar Direito ou o político a mergulhar no Tejo?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

E vejo Sócrates a bambolear as ancas

Vejo nas TV’s internacionais a cápsula que traz à vida real da superfície da vida mineiros que vêem de um poço tão fundo que até parece milagre o seu salvamento.

Não sei porquê mas surge-me a ideia de que, naquela cápsula da vida, vem à superfície um Portugal inteiro, de um fundo que parecia sem fundo, puxada pelo cabo de aço do PSD de Pedro Passos Coelho.

E vejo Sócrates, de farda laranja e olhar baço mas amarotado, sentado ao lado de Hugo Chavez em terreiro da Venezuela, a «brincar ao Magalhães» e a bambolear as ancas ao som de música estridente e à luz de inúmeros fogos de artifício, meticulosamente alinhados na margem do tempo.

Como é bom sonhar!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O «Efeito Sócrates» em Sacavém

Nas recentes inundações em Sacavém confirmou-se tudo.
Atenta ao desespero de comerciantes e moradores estava uma «autoridade», representante da Autoridade Nacional (talvez apenas Distrital ou Municipal) da Protecção Civil.
Questionado sobre se os cidadãos deviam ir fazer queixa à Câmara Municipal das deficiências urbanísticas que todos os anos provocam a mesma calamidade, o tal «representante da Autoridade de Protecção Civil» disse, com tom agressivo e prontamente:

«À Câmara?! Queixar-se de quê? Queixar-se à Câmara de que choveu»?!

Percebi agora o problema dos incêndios e também me perguntei:

«Apagar os fogos? Porquê? Não estão a arder»?!

É o «efeito Sócrates» a contaminar:

«Governar? Governar o quê e para quê? Não está tudo em crise»?!

domingo, 10 de outubro de 2010

... E se o TGV vier «de través»?

Afinal, o insigne Presidente do PS, Almeida Santos, tinha toda a razão: construir o aeroporto de Lisboa na outra margem era um disparate devido ao perigo de qualquer bombista rebentar com a ponte sobre o Tejo e, desse modo, isolar o aeroporto da capital, Lisboa, ou vice-versa.
Almeida Santos defendia assim, pelo terror e a ferro e fogo, o aeroporto na Ota.
Claro que os profundos juizos estratégicos de Almeida Santos são doutrina obrigatória no governo Sócrates e no seu «apêndice», o PS.
E é por isso que também o TGV já não começa nem acaba em Lisboa mas no outro lado do Tejo: no Poceirão.

Boa malha.
É assim que se lixam os bombistas: bem podem rebentar a ponte sobre o Tejo que ninguém travará os 300 Km/hora, nos passeios Poceirão/Elvas!?

Alguns alentejanos só estão preocupados é com a sua imagem e o destino das velhas anedotas sobre a lentidão alentejana.
.. E esperam que o TGV avance em «fila indiana» e não «de través» … não vá o diabo do comboio limpar o rebanho todo e matar as ovelhas todas!

sábado, 9 de outubro de 2010

E o MUNDO dirá: Portugal não é uma MENTIRA!

Deve ser muito difícil encontrar por esse Mundo fora um outro País, para além de Portugal, em que tanta gente tenha a ousadia de apelar à incompetência, má-fé, mentira, indiferença e preservação da indigência nacional, como se vê intensamente nas TV’s.
«Estamos mal e ficaremos pior, óptimo!» - dizem por aí os inúmeros interesses meramente pessoais, de natureza variada.
A palavra MUDANÇA foi abolida nestes tempos de uma manipulação política por míseras minorias, de tal modo desavergonhada como nunca se viu por cá.
Quem é que se decide a afirmar categoricamente que o nosso problema internacional é, apenas, a degradante falta de credibilidade de Sócrates e do seu governo e, por extensão, deste pobre povo, neste agora mal-afamado País?
Alguém ainda duvida de que os tais mercados e as instituições internacionais aguardam a remoção de Sócrates para subir o nosso ranking?

Resta o PSD de Pedro Passos Coelho e muitos outros.

E eu tenho esperança de que Portugal vai mesmo MUDAR e tornar-se novamente respeitável e respeitado!
Quando o PSD anunciar que não viabilizou o Orçamento de Estado e Sócrates declarar que se demite, o Mundo, lá fora e cá dentro, dirá: Portugal ainda tem gente séria, que sabe, que sabe o que quer e que não renuncia às suas responsabilidades – afinal, Portugal é um Estado Decente e Governável … não é uma Mentira geral nem uma Hipocrisia instalada!

… Convenha ou não a Cavaco Silva, a todos os frustrados ex-qualquer coisa e aos actuais ameaçados de perda de privilégios e de fatias do Bolo!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Os «blindados» de Mário Soares

Mário Soares já não surpreende ninguém, mas …
A referência maior do PS, Mário Soares, era entrevistada por Mário Crespo da SIC, na qualidade de o maior republicano de Portugal, quando o conhecido jornalista decide ir um pouco mais longe na sua tradicional verborreia apologética.
E diz que ainda se lembrava do republicano Mário Soares, quando o então primeiro ministro se deslocava no simples Citroen …
«… que não era blindado!» - acrescentou Mário Soares, prontamente e com um sorriso maroto no rosto.

Pois é.
Mário Soares só se esqueceu do azar que teve então.

É que o republicano Mário Soares não teve foi tempo de aproveitar os dois BMW’s que encomendou a Salvador Caetano, completamente blindados, equipados com os mais sofisticados sistemas de comunicação, de resistência anti-motim e contra tentativas de sequestro, com oxigénio e alto falantes exteriores - autênticas fortalezas ambulantes capazes de garantir segurança total da individualidade durante muitas horas, pelo menos.
O azar é que Cavaco Silva, «contra tudo» e «contra todos», mandou às urtigas os mercados e «conselhos dos grandes economistas», «derrubou» o governo de Mário Soares, ganhou eleições, foi nomeado primeiro ministro … e o povo foi muito feliz durante muitos anos!
E passados uns tempos e perante a «admiração geral», o já primeiro ministro Cavaco Silva recebe a notícia de que os pesadíssimos e anti-urbanos BMW’s encomendados por Mário Soares, talvez para «cumprir a ética republicana», estavam prontos para entrega.
Claro que o primeiro ministro do PSD ainda «barafustou» mas não teve remédio: livrou-se de um BMW e ficou com o outro BMW, tão zelosamente comprado por Mário Soares … mas pago com o orçamento do sucessor, Cavaco Silva.
Se não tivesse sido atirado para a oposição … que belas e republicanas viagens não teria feito Mário Soares, todo blindado e na maior comodidade e segurança dos BMW’s que comprou e que o azar e as agruras da «vida política» não lhe deixaram nem usar nem pagar!

Qual Citroen qual carapuça - passava à história e a República teria entrado na nova era dos blindados!

PSJá agora: será que é sina dos socialistas comprar agora, esquecer e quem vier a seguir que pague? E eu não sou maniqueista, tal qual o filho de Mário Soares, o segundo insigne republicano!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Viva a República ou Viva o Rei?

Que fique esclarecido: nunca fui monárquico, nem perto disso, mas …
Como é possível celebrar com tanta formalidade, pompa e circunstância, o acto, porventura, provocador do maior abandalhamento das instituições nacionais?
Não seria mais apropriado encenar uns assaltos a lojas e outros estabelecimentos, paulada geral, confisco de propriedades, assaltos e roubos dos conventos e das igrejas, tiroteios, a carbonária e a maçonaria, etc., etc. …?
Até o Cardeal Patriarca?!?!
Vendo bem aquela assistência e a solene organização do praça do Município, até pensei que estava a celebrar a monarquia … !

Ou várias monarquias …

domingo, 3 de outubro de 2010

Sócrates foi apanhado a mentir ... pelo seu ministro

Foi em plena conferência de imprensa.
Sócrates foi espontaneo e rápido a dizer que o corte na massa salarial dos funcionários públicos era para vigorar em 2011.
Respondia a pergunta de um jornalista.
Com ar envergonhado e muito timidamente, o ministro das Finanças atreveu-se a corrigir e esclareceu que a «medida» era para vigorar até 2013.
Não me interessa dissecar o «pacote Sócrates» nem a sua oportunidade.
O que me preocupa é a demonstração pública e formal da facilidade com que Sócrates tende para a mentira.
E a rapidez com que, apanhado pelo seu próprio ministro, muda de novo e disfarça a tendência.
Não foi «gaffe» - ele é mesmo assim.
E o PSD que não tenha ilusões: será com esta personalidade que terá de viver se o Orçamento de Estado for aprovado.
Ainda ninguém reparou no à vontade de Sócrates quando fala em «restaurar a credibilidade» de Portugal?
A quem é que Sócrates irá imputar a «perda de credibilidade» de Portugal que ele se propõe agora «restaurar»?
Vai uma aposta?
… Pois, se a crise, afinal, já só está nessa «incerteza» que é a «demora» do PSD em anunciar o sentido do seu voto no debate do Orçamento de Estado, documento que ainda ninguém divulgou nem conhece?!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Crise é Sócrates continuar lá!

Ainda não percebi bem se foi Sócrates quem decidiu as últimas medidas de austeridade se foram as medidas que se impuseram a Sócrates.
Certo é que, pelos vistos e apesar de tudo, Sócrates ainda não saiu do mundo fantástico que criou só para si próprio.
Numa «coisa» tem razão: é tempo de agir.
O mundo espera que o PSD não se deixe embalar (outra vez) no conto da «desgraçadinha» e responda com acção: é tempo de acabar com o mundo fantástico de Sócrates!
Crise política?!
Crise é Sócrates continuar lá, onde está alapado, e o mundo pensar que ninguém o quer remover!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O défice e as lições do PS

Pronto.
Cavaco Silva recebeu os partidos e ficou a saber que eles só se pronunciam depois de conhecer a proposta de Orçamento de Estado do governo de Sócrates.
Estamos todos esclarecidos; é muito importante sabermos isto.
Só falta lembrar o grande lema socialista «há mais vida para além do défice», projectado urbi et orbi pelo insígne socialista e referência política e moral do PS, Jorge Sampaio, que nos conforta o direito à indignação, outra criação socialista mas do eterno líder Mário Soares.
Estamos todos cientes, acrescentando eu que há mais partidos do que o PS e muitos mais governos para além do de Sócrates.
Oxalá o PSD dê largas à sua indignação e faça jus desse princípio universal de que «há mais vida para além do défice»!
… E se conserve coerente com as suas convicções!

PS: Parece que Sócrates vai apresentar o seu Orçamento de Estado aos jornalistas. A Assembleia da República que leia os jornais …

sábado, 25 de setembro de 2010

Um Presidente inútil

Cavaco Silva decidiu convocar os partidos.
Para quê?
Ouvir? Fazê-los ouvir? Mostrar-se enérgico e atento? Promover uma «procissão» a Belém? Encher os écrans das TV’s?
Sabe-se que o Presidente da República já não pode intervir com relevância política sobre a Assembleia da República e, naturalmente, sobre o governo de Sócrates.
Não «manda» nos partidos e não está em perspectiva a formação de um governo novo ou a remodelação do actual pois o mais que pode acontecer é o governo de Sócrates pedir a demissão mas manter-se em funções, limitado à mera gestão corrente – neste caso seria a «sorte grande» para Portugal.
Não «manda» em nada se o Orçamento do Estado para 2011 for aprovado apenas pelos socialistas ou se não for aprovado – neste caso até ficamos todos felizes pois é a garantia de que Sócrates fica, pelo menos, em simples «estágio» de duodécimos e contido nos limites do orçamento deste ano. Isto é, teremos a certeza de que não vai poder «afundar-nos» ainda mais.
Há seis meses este acto de Cavaco Silva teria sentido, era um acto relevante de um Presidente relevante e talvez evitasse muito do actual descalabro.
Agora é um acto inútil! ... o que o torna um Presidente inútil!

A não ser que o objectivo de Cavaco seja, mais uma vez, «rebentar» o PSD, o seu líder, o entusiasmo actual dos seus militantes, ou seja, inverter o sentido das sondagens!

Veremos. Mas o PSD parece ter aprendido a lição

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

... E muitos VIVAS à República

A proximidade do centenário da República deixa-me mais emocionado, mas mesmo muito mais, do que esse filme de terror, de inspiração socialista e que incha os écrans das TV’s, sobre a invasão do FMI que quer pôr na ordem o governo de Sócrates.

Cem anos são muitos anos.

Mas quando esses cem anos celebram 16 anos de vida miserável, vivida na ética da paulada e do tiro, com fome e na guerra, que, perante o gáudio geral, acabou há 84 anos em indigente pedinchice de um empréstimo que ninguém do estrangeiro nos confiou … é obra!

Haverá «coisa» mais actual ... e pedagógica?

Não é para qualquer gente!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Portugal de Sócrates é a galhofa geral

Agora, Sócrates já diz que, afinal, o projecto de revisão constitucional do PSD é um programa de governo.

Pronto, se ele fala assim, fico descansado: o PSD quer mesmo rever a constituição!

Mas o problema é que Sócrates ainda é primeiro ministro … e um primeiro ministro confundir um projecto de revisão constitucional com um programa de governo, é grave!

O que é que não se dirá deste país nos fora internacionais enquanto se anda por aqui a brincar aos governos?! Só pode ser a galhofa geral …

Como é que ele terá chegado a primeiro ministro?

Estamos assim tão mal?

domingo, 19 de setembro de 2010

PSD contra «abuso» de Cavaco Silva

É, de facto, muito estranho.
Cavaco Silva raramente fala, cultiva o mistério, pratica a discrição.

Não se contém, curiosamente, sempre que o PSD apresenta uma iniciativa, seja de liderança da acção política, de condução de um processo verdadeiramente relevante ou de mudança substancial da vida nacional.

Aconteceu, agora, precisamente com a apresentação de um projecto de revisão da Constituição da República pelo PSD.

Porquê?

Pois se o Presidente da República nem sequer pode intervir em processos de revisão constitucional?!

Será só velho complexo da «má moeda», mera nostalgia, ou querer mandar onde «não é tido nem achado»?

Gostei das ajuizadas e inequívocas «respostas» de Aguiar Branco e Passos Coelho … a «pôr cada um no seu lugar».

Só espero que o PSD não ceda um milímetro da sua independência face ao Presidente da República.

E a reafirme sempre, venha o «abuso» de onde vier!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

OTango - II

O TANGO


Ora avanças tu, ora recuo eu ... !

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Tango ... à la Sócrates!

Sócrates disse que já arranjou par e agora pode dançar o tango.
O par é Pedro Passos Coelho.

Como ouvi de alguém a propósito de outras guerras, o tango dança-se, de facto, com dois … mas um dá um passo em frente e o outro dá um passo atrás.

Será que o PSD conhecia o tango?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Nunca um coelho virou lebre!

«… em resumo, meu Caro Amigo, por aqui está tudo calmo: o outro, sabes, aquele amigo do Papa, diz que não mas faz que sim, o Pedro anda a lamuriar desculpas por todo o lado e os banqueiros que contam estão no papo.
«Tudo manso, pá.

«É certo que o Coelho, às vezes, parece que quer saltitar da cenoura mas falta-lhe a coragem, coitado.

«Eh pá, e agora apareceu por aqui um banqueirozeco armado em campeão, como se alguma vez tivesse ganho algum concurso?!

«Enfim, lá no fundo, nunca confiar nestas arvéolas.

«Mas, olha pá, como dizia o nosso comum amigo transmontano, o Varejas, estás a ver?, nunca um coelho virou lebre e não há banquinho lá do norte, das berças com a gente diz aqui, que se safe depois de uma comprazita discreta e bem feita!

«Mas está tudo a andar. Já falei com o Berardo … enfim, vamos ver o que é que dá.

«Pelo sim pelo não, vai vendo por aí se alguém alinha na coisa … e já agora, não te esqueças de me explicar como é que vocês aí arrumaram com os comunas, pá – estou farto desses gajos!

«Bom mas vamos ao que interessa: o Verão está aí à porta e é preciso marcar as coisas. Já tratei de tudo para as férias de Julho e para o sky de Setembro. Já tens ideias para Agosto? Que tal um safarizito lá longe?

Ah! É verdade, pá. Quanto àquela coisa do TGV, não te preocupes mais, homem. Já estás na lista da excursão e até vais ser o primeiro a entrar no Poceirão – agora no Caia, vais ter paciência, mas aí tenho que ser eu o primeiro a sair! O. K.?

«Já está tudo combinado, com a RTP e tudo, pá!

«Um Abraço

«PS: não te esqueças de queimar esta carta, conforme combinado, pá. Não vá o diabo do Pacheco apanhar isto e desatar a armar aos cucos! Já percebi que estou lixado com o Rodrigues – é açoriano, não há nada a fazer, coitado.»

(possível final de uma hipotética carta pessoal de Sócrates para Zapateiro)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Já «suspenderam a democracia»?

Um rebuliço do tamanho de uma revolução foi levantado quando Manuela Ferreira Leite antecipou, em tempos, que as políticas do governo de Sócrates iriam conduzir a graves dificuldades na actividade do Estado. E disse até, em tom irónico, que os previsíveis bloqueios iriam exigir sacrifícios enormes «a não ser que queiram suspender a democracia».

Toda a gente deturpou e chamaram todos os nomes à antiga líder do PSD.

Passados escassos meses, o primeiro ministro e o novo presidente do PSD decidem alterar o Orçamento do Estado, introduzindo-lhe uma nova política fiscal, nova política de Segurança Social, diferente política de gestão da administração pública, novos planos de investimento público, nova planificação de redução do défice orçamental, diferente política de estímulo do crescimento económico.

E tudo isto por telefone e duas ou três breves reuniões a dois.

À Assembleia da República coube o nobre papel de ir lendo os jornais.

Ontem, o Presidente da República anunciou a promulgação de uma lei de que discorda profundamente, por razões práticas.

Cavaco Silva não quis que a questão voltasse a ser debatida na Assembleia da República.

Dir-se-á que Sócrates e Pedro Passos Coelho acharam melhor que o telefone substituisse o parlamento que, no âmbito das suas competências constitucionais, deveria, talvez, negociar tudo o que há a negociar e discutir e votar um orçamento rectificativo e respectiva legislação regulamentar.

O Presidente da República promulgou só para obviar e tornear o exercício das competências da Assembleia da República – se já sabia o que é que a Assembleia da República iria deliberar porquê pôr os deputados a discutir, não é?!

Se é assim, se tudo se passa fora ou ao lado do parlamento e usando-se mecanismos legislativos «manhosos», estará já «a democracia suspensa» e ninguém se importa com isso?

domingo, 16 de maio de 2010

Deixem-se de tretas e aprendam com Sócrates

Há dias, o presidente do banco central alemão dizia que o fundo monetário agora criado na União Europeia tinha por objectivo prevenir maiores dificuldades emergentes da crise orçamental em paises como a Espanha e Itália.

Quanto a Portugal, afirmou que se tratava de situação muito mais difícil e complexa evitando compromissos quanto à utilização do fundo financeiro.

Não sei se este banqueiro alemão está feito com os tais especuladores internacionais anti-Portugal ou se o problema é falta de informação.

Então ele não tem visto, nas TV’s, o Sócrates glorioso e irónico na sua maratona por grandes obras industriais portuguesas, como a Portucel e o complexo da Galp em Sines, todas elas, é certo, de velha instalação por velhíssimas políticas industriais, pensadas e realizadas nos tempos em que se pensava e realizava?

E não tem ouvido as lições do sorridente e bem disposto Sócrates sobre os nossos sucessos económicos e financeiros, sobre a sua superior capacidade de enfrentar crises … tão alta que até põe a Coca Cola (o que lhe dá um imenso gozo!!!) tributada como se fosse leite e água?

Será que este alemão não vê que Portugal não tem crise alguma? Que quem tem a crise toda são os outros lá de fora, os especuladores, esses falhados mercados internacionais que nos emprestam dinheiro?

Não vê, ele, em Sócrates, a displicência, o à-vontade, a alegria, o humor fino com que goza com essa cambada de pessimistas incompetentes que queriam que ele mudasse de planos? Ele!? O homem mais determinado da Europa e arredores? O homem que fez de Portugal «o campeão do crescimento»?

Ora, ora, venham mas é cá aprender a ganhar eleições … e deixem-se dessa mesquinhez de fazer contas!

Nota: Porque será que o PSD decidiu confiar em Sócrates se, pelos vistos, nem o PS acredita nele? Valerá a pena encanar a perna ao burro?

sábado, 15 de maio de 2010

Peço desculpa!

Aguardava eu, pacientemente, que o gestor do banco me atendesse quando reparei que outro cliente saía esmorecido, sem alma, a murmurar que não aguentava mais e ia mas era comprar uma corda.

«O banco não lhe emprestou mais dinheiro?» - abeirei-me, todo gaiteiro.

E perante a resposta afirmativa não contive o meu sentido de responsabilidade: «peço-lhe desculpa».

Mas, «o senhor é do banco? Também é especulador?» - perguntou incrédulo o meu colega cliente.

«Não, pelo contrário, não sou, não senhor, não tenho nada a ver com essa gente!» - respondi - «eu também só queria um empréstimo mas os bancos mandaram-me comer menos sopa e reduzir no hambúrguer e na lata de sardinha. É por isso que lhe peço muita desculpa

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Uma «cunha» a Pedro Passos Coelho

Dizia o ministro das Finanças do governo Sócrates que as medidas agora impostas tornaram-se inevitáveis devido à degradação dos mercados internacionais que deixaram (ou encareceram) de conceder crédito a Portugal.
Como eu compreendo o sr. Ministro.
Também eu, pobre cidadão, tive de cortar no leite das criancinhas da família, devido à degradação dos bancos portugueses que resolveram não me dar mais crédito!
Um desses bancos até teve a ousadia de me mandar trabalhar!?
«Estão degradados e parvos» - pensei eu, enquanto metia uma «cunha» ao Pedro Passos Coelho.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Papa ... e tantas bactérias

O que vale é que este Papa é um intelectual racional e não se deixa levar assim, tão facilmente.
Se fosse o anterior, o Pastor ingénuo de bom coração, é certo e sabido que chegava a Roma Sem Fé e nas tintas para a Verdade.
… É que, depois de tão longa visita a Lisboa, com o Joe Berardo por perto e tanta gente da Cultura nacional e com tantos encontros com Sócrates (o José, o português) … não sei … é muita coisa … tantas bactérias … e tudo isto é muito contagioso, não é!?

A pesada herança do PSD

Ou eu me engano muito ou ainda hei-de ouvir Sócrates, muito compungido a queixar-se da vida:

“… pois é, camaradas, estavamos nós a caminho do paraiso, eu até falei ao Papa que ia encher as escolas de crucifixos, quando o PPD decidiu rebentar com tudo … e obrigou o povo a sacrifícios enormes, com impostos, cortes nos salários e nas pensões, machadadas nos subsídios. Era só pedradas, exigências e chantagens … porque é que o PSD não nos deixou governar? Corria-nos a vida tão bem, camaradas. Era um novo aeroporto, lindas pontes a embelezar Lisboa, autoestradas, TGV’s a rasgar por tudo quanto é canto, o Victor Constâncio na Europa a controlar o Durão mais o Cravinho tão bem arrumadinho lá longe, o Benfica glorioso e em festa, o Papa a abençoar-nos, eramos os campeões do crescimento … porque é que o Pedro Passos Coelho se quis vingar assim do nosso bom povo, desta maneira inqualicável, com aquele descabelado ataque especulativo ao Estado Social? Será que o PSD nunca mais aprende a olhar pelos pobres e pelas pequenas médias empresas!? Porquê tanta inveja de nós? Já tivemos a herança do Cavaco e do Durão e da Manuela Ferreira Leite … só nos faltava esta pesada herança do Passos Coelho”!

Bem … Quem diz Sócrates diz alguém por ele, como José Lello, Santos Silva ou, ainda por exemplo, Jorge Lacão ou Silva Pereira.

sábado, 8 de maio de 2010

Cavaco Silva precisa de «Bolo Rei»

Era outro o Prof. Cavaco Silva dos tempos em que determinava o sentido do futuro.
Com ele não havia dúvidas, meios termos nem interpretações dúbias.
Dizia exactamente o que queria dizer e mais nada.
E quando algum jornalista mais afoito se atrevia a empurrá-lo para os terrenos de domínio dos adversários era certo e sabido que, quando muito, a reacção que recebia era a repetição seca e dura da mensagem que Cavaco Silva decidira para o momento.
No limite, chegou mesmo a usar o truque do bolo que lhe enchia a boca e trancava a palavra – e assim liquidava de vez as tentações de o levar para matérias de interesse alheio.
Não era fácil dizer-se que «respondia» a quem quer que fosse e tornava-se mesmo deplorável a frustração dos clássicos estrategas de «agendas» políticas e mediáticas.
Quando muito, a única «coisa» que se conseguia era a vaga afirmação escrita ou dita de que «… a propósito, Cavaco Siva não reagiu nem respondeu».
E toda a gente percebia que Cavaco Silva não perdia tempo com banalidades ou vulgaridades desprezíveis nem dava um mínimo de atenção a inutilidades, por muito bem empalhadas em prosápias rimadas que elas viessem.
Nesses tempos, Cavaco Silva não era desafiável – ele é que desafiava e ele é que marcava o seu tempo e o seu ritmo.
Ouve-se hoje, com preocupante insistência, que Cavaco Silva «reagindo a Manuel Alegre disse que … ».
É claro que, ouvindo-se da sua própria voz, percebe-se que ele nem «reagiu» e, muito menos «respondeu».
Mas a forma como agora o faz deixa no ar a posssível interpretação insinuante ou insidiosa de que «reagiu» e «respondeu».
E os jornalistas e «comentaristas» não perdem a oportunidade nem se eximem ao esforço de pôr Manuel Alegre no centro das atenções e Cavaco Silva nas bordas da agenda a «reagir» e a «responder».
Nada disto é importante e, menos ainda, decisivo.

Mas, de cada vez que anda por aí, talvez Cavaco Silva não perdesse nada em abastecer-se de «Bolo Rei» para encher a boca logo depois de falar o que quer e de dizer o decidiu dizer.
É que, se os tempos mudaram, nada mais mudou.
E homem prevenido … ou acha que é capaz de fechar a boca ou enche mesmo a boca!
… Para evitar comparações artificiais, por muito incomparáveis que elas sejam!

sábado, 1 de maio de 2010

Alegre Aloja-se no Sec. XIX

Manuel Alegre escolheu Ponta Delgada, Açores, para formalizar a sua candidatura à Presidência da República.
Boa malha, pensará ele.
Vai reiniciar-se usando, desta feita, o estranho e sinuoso caminho de Antero da Quental e usurpar a herança do fundador de um socialismo pré-republicano sempre fora de moda, poeta e pelejador político anti-monárquico.
E erguerá a voz para trazer à sua candidatura o velhíssimo século de um Eça de Queirós, Guerra Junqueiro ou Ramalho Ortigão.
O PS, e Sócrates em particular, vão ver-se muito atrapalhados nestes tempos de rejeição das literaturas, revoluções de botequim e de fundamentos ideológicos.
Sócrates ainda deve viver os tempos em que o socialismo nasceu com Soares e morreu com Jorge Sampaio – Ir mais atrás será mesmo uma enorme violência para o Cenáculo que criou com Armando Vara, Rui Pedro Soares, Henrique Granadeiro, Manuel Pinho, José Lello, João Marcelino e Leite Pereira e o açoriano Ricardo Rodrigues.
E é por isso que Alegre, sem dúvida, vai fazer «figura».
Ele será, como o outro, o original, o cavaleiro ambulante dos tempos, em busca incessante da efémera fama, qualquer fama, saltitando de albergue em albergue – mas sempre um albergue esquivo que se lhe escapa tão rapidamente quão intensa se alinhava a apologética dos albergantes mecenas, antes de perderem a paciência e o deslumbramento.
Certamente, ninguém lhe nega o direito de se abeirar em alpendres que nunca pisou.
Mas não lhe será muito fácil criar linhas de comparação ou versar espólios literários e políticos comuns.
Esperemos que não encontre rima apenas no descalabro mental das últimas polemizações intelectuais com a vida e no destino final com que Antero de Quental acabou por resolver o seu problema – talvez a decisiva tomada de consciência de uma vida perdida porque vazia, inútil e sem sentido!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

PSD não quer governar

José Sócrates tem toda a razão quando afirma, do alto da sua pesporrência, que o Orçamento do Estado passou na Assembleia da República sem qualquer cedência para defender o sentido de responsabilidade do Estado.
Isto é, qualquer cedência face às propostas da oposição seria uma perigosa irresponsabilidade.
O Mundo que sabe fazer contas está agora a dar-lhe a resposta devida e Portugal atinge uma situação equiparável a uma espécie de pré-falência em consequência da conjugação das políticas orçamentais, agravamento do endividamento e risco da dívida e ausência de perspectivas de recuperação económica.
Os mercados têm reagido às políticas governamentais que arrastam Portugal para uma crise sem precedentes e não a Portugal enquanto Estado.
Parece, pois, que a origem da desconfiança em relação a Portugal não é mais do que uma total desconfiança face ao governo que conduz Portugal.
Do que Portugal precisa é de mudar de governo e de política.
Tal como em relação à Grécia, certamente que depois da mudança a chanceler alemã deixará de avisar que, enquanto não se adoptarem práticas de poupança, enquanto não nos mostrarmos conscientes das nossas capacidades e enquanto não formos honestos ninguém nos poderá ajudar.
Este é o primeiro problema: os resultados da administração de mais de cinco anos de Portugal dão o sinal claro de que o «conselho de administração» não quer nem tem capacidade para mudar as tendências de deslize no sentido da falência e os «accionistas e credores» só acreditarão na recuperação depois de removerem e substituirem os responsáveis pela crise.
O «novo» PSD dá mostras de não entender esta «opinião» dominante.
E, em vez de deixar o tal «conselho de administração» perante as suas próprias responsabilidades exigindo a sua remoção, parece mais apostado na manutenção da máquina que liga o doente a uma vida precária, periclitante e perigosa.
Pelos vistos, o «novo» PSD prefere «trocar mimos com o doente» que não o ouve a «falar» sobre o necessário tratamento de choque com quem precisa e o quer ouvir.
Será que o PSD acha que se afirma como alternativa credível, geradora de confiança e esperança, ao emprestar-se como muleta do coxo, ao dar-se como baforada de oxigénio ao moribundo, ao oferecer-se como bóia de salvação do náufrago?
Duvido muito que a Europa e o Mundo, mas em particular Portugal, algum dia possam «agradecer» ao PSD se, dependendo de si próprio, o desacreditado «conselho de administração» se mantiver incólume, a enganar os «accionistas» e a afundar a empresa.
Definitivamente, o «novo» PSD, afinal, parece mais interessado em mostrar-se um «bom rapaz» do que em assumir o objecto primeiro e último de qualquer partido político: consolidar a sua legitimidade popular e governar.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cavaco Silva «seca» Congresso do PSD

Cavaco Silva fez publicar hoje um exaustivo texto de análise política e projecção programática.

O pretexto não passa disso mesmo: um pretexto.

Mas o que está escrito como prefácio da colectânea de intervenções do Presidente da República é, no fundo, o pré-programa eleitoral do candidato Cavaco Silva às eleições presidenciais.

Nada de extraordinário não fora a oportunidade da publicação.

Na véspera do Congresso do PSD, Cavaco Silva quis tomar a dianteira, ao seu estilo.

E decidiu ensaiar uma operação de «secagem» da doutrina e do programa que a nova direcção do partido não há-de deixar de proclamar como sustentação da alternativa de governo que quer assumir.

Mais uma vez, Cavaco Silva quis sobrepôr-se ao PSD, inutilizando-lhe a expectativa de liderança da política nacional.

Falta-lhe hoje o velho argumento da má moeda e não encontra agente fiel que tome o congresso para si próprio.

Por isso se antecipa.

Para que se diga que Passos Coelho, afinal e apesar de tudo, também «bebe da mesma fonte» …

… E que nada mudou na «obediência» do PSD!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ajudem Sócrates!

José Socrates desafia o «Público» a revisitar a década de 60 e diz: «não deixarão de encontrar uma qualquer história que, à luz dos vossos exigentíssimos critérios, vos permita continuar a fazer manchetes como a de hoje, que só confirma a opção do Público por uma linha editorial que desistiu da ambição de um jornalismo de referência».
Não há dúvida nenhuma.
O homem perdeu mesmo a noção do tempo e do espaço - da realidade.
Na década de 60 Sócrates nunca passou dos 12 anos de idade.
Será que ele está convencido de que «abanou o capacete», todo nu, muito alucinado pelo paraiso transcendental e empalhado em lama purificadora, no famoso festival de Woodstock de 1969?
Será que ele está convencido de que já «era grande» antes de nascer?!
Que vida fantástica …
… E ninguém o ajuda!?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Mundo fantástico de Sócrates

José Sócrates embalou em velocidade vertiginosa e com a convicção típica da sua total alienação da realidade afirmou à Assembleia da República que o povo lhe tinha reforçado a sua confiança nas últimas eleições legislativas.
Nada de estranho vindo de quem veio.
A estrondosa derrota eleitoral que sofreu parece obnubilada naquela cabeça que mostra sérias dificuldades em distinguir o bem do mal, a verdade da mentira.

Para Sócrates, a realidade é uma percepção subjectiva.
E é de tal modo intensa a sua subjectividade que ele próprio acaba por se convencer de que as suas fantasias são as verdades absolutas, independentemente do mundo que o cerca.
Porque ele é o Mundo.
Ele perdeu as eleições mas está convencido de que as ganhou!
O problema é que «os estrangeiros» também olham para estas «coisas».
Gostam de saber com quem lidam.
E não costumam confiar muito em fantásticas verdades virtuais e muito menos em percepções alucinogénicas … ou em sociopatias em processo mais ou menos ostensivo.
O mais grave é que tudo isto tende a afectar todo o País!

domingo, 28 de março de 2010

Acabou a anestesia do PSD

Cavaco Silva entrou em campanha para a docilização do partido.
Correram-lhe mal as eleições no PSD e vem agora repetir que gosta muito de estabilidade.
O problema é que predomina agora a ideia de que estabilidade é garantir o cumprimento da Constituição da República.
E a Constituição prevê substituição de governos incapazes e eleições como instrumento de normalização da vida política.
Hoje, a falta de confiança, a mentira no Estado e a indignidade é que são instabilidade.
... E não vale a pena arrastar mais a instabilidade ... à custa da anestesia do PSD.
Essa táctica já não pega, conforme se viu nas eleições.
É preciso repôr a normalidade ... democrática.
Por muito que custe a ambições pessoais desmedidas e insidiosas!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Sentido de Estado exige voto CONTRA do PSD

1 – Ouvi o que as TV’s deram das reacções dos candidatos.
Passos Coelho foi categórico ao afirmar que votaria contra
qualquer proposta de lei que regulamentasse o PEC, em particular
com previsão de aumento de impostos.
… E que ninguém viesse invocar a União Europeia, a crise,
a confiança dos mercados, os ratings, a ingovernabilidade
 … o que quer que seja: se não presta vota-se contra!
Paulo Rangel não foi tão categórico.
Limitou-se a dizer o óbvio: que o PEC não era vinculativo.
Mas não disse que a sua regulamentação seria inegociável!
Pois é. Já não sei …
2 - Afinal, o ministro de Sócrates tinha razão
quando anunciou o voto de adesão e apoio do PSD ao PEC
… ia a reunião dos deputados sociais democratas a meio.
Manuela Ferreira Leite veio confirmar o ministro.
Triste fim o de Manuela Ferreira Leite.
Será que os interesses pessoais e políticos de Cavaco Silva
justificam o desmembramento do PSD?
PS – Só me falta agora ouvir a posição dos candidatos
acerca deste voto de adesão e apoio (em forma de abstenção) ao PEC.
Ainda tenho esperança … talvez possa manter-me na minha opção.
3 - Acabo de ver o Ministro dos Assuntos Parlamentares
a assumir-se como porta-voz do PSD.
Não vi ainda qualquer reacção do PSD.
Lamento muito todo este carnaval!

Os mercados internacionais chumbaram a política económica e financeiro do PS e do Governo, conforme ficou bem patente na sessão de ontem da bolsa em Wall Street.

Sócrates já tinha rebentado com a economia e o sistema financeiro em Portugal.

Ontem a machadada socialista passou fronteiras e deu cabo da credibilidade da Europa, arrastou o euro para cotação abaixo dos níveis aceitáveis, feriu de morte as exportações europeias, afectou o preço do petróleo.

Portugal foi dado como incapaz de «pagar a sua dívida» reforçando a contaminação de todos os paises da União Europeia iniciada com o descalabro grego.

Os mercados internacionais não analisam povos, nem oposições, nem «comentaristas» de TV.

O que lhes chama a atenção, o que lhes interessa, são os governos e as suas políticas.

Por isso, o que neste momento está em causa é o governo chefiado por Sócrates.

E é este que não lhes merece qualquer credibilidade e muito menos confiança.

Portugal tem pois um único caminho para recuperar credibilidade: remover o governo socialista.

Essa é a responsabilidade, hoje, do PSD.

Se os sociais democratas têm sentido da dignidade de Estado, da responsabilidade de Estado e da consciência do dever de participar na construção de uma União Europeia forte e coesa não podem corresponsabilizar a Assembleia da República nem o Estado com as políticas ruinosas propostas no PEC pelo governo socialista.

Sob pena de se tornar igual ao PS e a Sócrates, o PSD só pode votar CONTRA a proposta de resolução socialista de adesão e apoio ao PEC.

… E deve deixar bem claro que qualquer interpretação de «ingovernabilidade» actual e consequências políticas inerentes serão aceites como um grande benefício para Portugal e a Europa!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Eu voto Paulo Rangel

Há lapsos sem explicação.
Há dias escrevi um texto de apoio à candidatura de Paulo Rangel.
O título era «Eu voto Paulo Rangel … contra o impasse nacional».
Dizia eu que o candidato me tinha renovado o velho entusiasmo e vontade de participar na acção política.
Identificava-me como um velho entusiasta de trinta e seis anos e oito meses de militância no PSD.
Enganei-me, vá-se lá saber porquê … até porque seria mais antigo que o próprio PPD!
Não são trinta e seis anos mas exactamente trinta e cinco anos e sete meses – precisamente desde Agosto de 1974.
Apenas um mês ou dois de diferença do apoiante de Passos Coelho, Fernando Costa das Caldas da Rainha …
No texto de apoio, não fazia referência mas talvez seja oportuno esclarecer que este meu novo entusiasmo resultou de, em directo e ao vivo, ter assistido à intervenção de Paulo Rangel numa sessão de campanha nas últimas eleições legislativas.
Fiquei surpreendido.
Até aí tinha acompanhado o PSD, na campanha para as eleições europeias, através da comunicação social e dos seus comentaristas habituais, especialmente das televisões.
E a imagem que traziam era pouco mais que deplorável: fait divers, passeatas em ruas desertas, ausência de discurso político, confusão na comitiva, enfim, uma sucessão de corridas sem meta nem público, uma fila de jornalistas interessados nas parvoíces do socialista Vital Moreira – era um vazio político numa campanha sem alma perante um público indiferente.
Custava-me acreditar no que via nas televisões e decidi ver.
E percebi então que andava a ser enganado.
Afinal, o velho PPD estava ali a vibrar, com um programa político para os tempos modernos, a enfrentar o presente e desenhar o futuro, com a coragem de sempre, a mesma humildade, sentido de responsabilidade e jovialidade, a falar para todos nós, todos iguais independentemente da condição ou idade.
Paulo Rangel mostrava uma personalidade enérgica e determinada, mobilizadora e de raras sensibilidade e capacidade para interpretar as principais ansiedades da população portuguesa.
O PSD tinha um projecto de sociedade reformador, fundado na liberdade, no humanismo e personalismo e um discurso político forte e coerente, feito de ideias sustentadas, claro, transparente, dirigido às pessoas e não a interesses organizados instalados.
A comunicação social e, em particular, as televisões andaram a enganar-me e, pelo percebi do congresso, enganaram também Fernando Costa, velho militante e actual presidente da Câmara das Caldas da Rainha.
Vale, pois, a pena, nestas coisas das campanhas do PSD, ir ver e ouvir directamente porque, através da comunicação social, tal como está, ninguém obterá o esclarecimento mínimo do que se vai passando e dizendo.
No próprio congresso, que se esqueceu de analisar o papel da comunicação social, em particular das televisões, na vitória eleitoral do PS e derrota do PSD, assisti a uma grosseira deformação da informação e manipulação das tendências de apoios aos candidatos: segundo a TVI 24, acabava de se saber que o PSD Madeira apoiava Passos Coelho – e isto foi dito precisamente depois de Alberto João Jardim ter mostrado o seu apoio a Paulo Rangel e alguns segundos após Guilherme Silva ter dito claramente que a Madeira apoiaria Rangel.
E não consigo perceber também porque é que se omite o apoio a Paulo Rangel do histórico e referência social, política e profissional do Porto, Miguel Veiga, talvez a primeira personalidade a pronunciar-se?!
Não há nada fazer … ou, melhor, talvez haja!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Cavaco Silva «entrou» nas eleições do PSD

Na prática, Cavaco Silva entrou na campanha eleitoral do PSD e veio dizer que não quer crise de governo.
O governo de Sócrates é para manter no fio da navalha, até às eleições presidenciais.
Pressionado, criticado, apertado entre escândalos próprios e incompetência o governo do PS é para ser denunciado e fragilizado mas mantido ligado à máquina de suporte de vida.
Cavaco Silva sabe que Sócrates nunca se demitirá e quer que o PSD não desligue a máquina.
O êxito da sua recandidatura depende disso: crise arrastada no PS e coma ligeiro de Sócrates a «empalhar» o candidato presidencial socialista mas nada de rupturas.
Cavaco Silva percebe que uma crise de governo consumada é a única saida para superar o impasse nacional mas libertará o candidato do PS dos efeitos destruidores da política socialista dos últimos cinco anos.
Sabe-se que Pedro Passos Coelho não fará acordos com o PS no actual quadro parlamentar e já ameaçou provocar uma crise de governo com exigência de eleições legislativas antecipadas.
É urgente que Paulo Rangel esclareça de forma inequívoca a natureza, extensão e consequências práticas do seu conceito de ruptura com as políticas socialistas.
Manter a crise em «banho de Maria» para reeleger Cavaco Silva ou deitar Sócrates «borda fora» para defender o interesse nacional?

sábado, 6 de março de 2010

Eu voto Paulo Rangel ... contra o Impasse nacional

Francisco Sá Carneiro anunciou e entrou em ruptura quando decidiu escrever os conhecidos artigos intitulados o «Impasse».

Cavaco Silva entrou em ruptura quando, com Eurico de Melo, avançou em campanha eleitoral interna para vencer o célebre Congresso da Figueira da Foz e provocar a queda do governo do chamado Bloco Central.

Em ambos os casos, não foi fácil o combate que tiveram de travar contra uma pseudo «aristocracia» que qualificava Sá Carneiro de personalidade instável, irritável e truculenta e limitava Cavaco Silva à condição de economista com visão de contabilista, socialmente «sem berço» e politicamente um mero militante formal desligado da vida do partido.

O resultado destas rupturas com as políticas socialistas é conhecido: ao marasmo geral sucederam-se tempos de mobilização, estabilidade política e institucional, de autoridade democrática, desenvolvimento e progresso, de respeitabilidade perante o exterior.

Paulo Rangel está perante situação análoga.

As políticas socialistas conduziram o País a um beco sem saida, à paralisia económica, à degradação da actividade política, ineficiência do sistema educativo, ao impasse na Justiça, ao oportunismo e corrupção ao mais alto nível, à mentira, ao conformismo e à indiferença social.

Paulo Rangel terá percebido que, mais uma vez, já não bastam os clássicos paliativos tão de agrado dos pseudo «aristocratas» das políticas de salão – ele sabe, certamente, que do fundo do poço a única evolução possível é mesmo sair do poço, encher, encerrar e abandoná-lo de vez.

É por isso, parece-me, que propõe ao PSD uma nova orientação: a ruptura com as estafadas políticas socialistas e o arranque para novos tempos de mobilização e afirmação, sem preconceitos, de políticas novas, adequadas e coordenadas.

Não sei quantos anos de militância no PSD conta Paulo Rangel.

O que sei é que, pelo menos, serviu ao PSD para membro de governo, deputado nacional, líder parlamentar e deputado europeu.

E o que sei também é que, com trinta e cinco (corrigido do texto original) anos e sete meses de militância no PSD, voltei a sentir o velho entusiasmo e vontade de participar, voltei a sentir a esperança de ser membro de um partido activo, respeitado e mobilizado, de um partido de ruptura com os interesses ilegítimos geradores do impasse nacional.

É por isso que votarei em Paulo Rangel.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Paulo Rangel e a docilização do PSD

Teria sentido o apelo de Alexandre Relvas de fusão das candidaturas de Paulo Rangel e Aguiar Branco se o PSD fosse uma federação de facções ideológicas, de base territorial ou de natureza classista.
Do ponto de vista filosófico, sociológico ou antropológico sempre o PSD se afirmou unido.
Valores como a liberdade e igualdade de oportunidades jamais foram controvertidos em qualquer secção do partido e não há notícia de polémicas sobre a função complementar e reguladora do papel do Estado.
Não se discutem, do mesmo modo, princípios como a tolerância ou a moderação porque eles são integradores da cultura do PSD; e nunca nele deixou de se afirmar a vocação e capacidade de mudança como corolário natural da sua qualidade de partido reformista.
O que sempre esteve em causa no PSD foi a questão do estilo da intervenção política.
Mais sensibilidade a conveniências sociais artificialmente criadas e interesses externos conduziram sempre o partido a imagens como a falta de ideias, medo, incapacidade de liderança de expectativas de mudança.
Ninguém, nesses tempos de «boa educação» ou «urbanidade citadina» enalteceu o PSD como partido da tolerância e da moderação.
Bem pelo contrário: sucederam-se as humilhações, a manipulação vulgarizadora do discurso social democrata, a falta de respeito intelectual pelos candidatos e apoiantes, o desprezo pelos programas e acções desenvolvidas pelo partido.
Foram (e são) os tempos da docilização do partido que só conduziram a tristes intervalos numa oposição apagada, vergada a falsos preconceitos como o «sentido de responsabilidade de Estado» ou subjugada a artifícios como «os superiores interesses do Estado».
É nesta questão de estilo que a candidatura de Paulo Rangel mostra diferenças substanciais.
A frontalidade na afirmação do partido, exigência de respeito, a intransigência na proclamação dos valores, princípios e orientações políticas próprias do PSD dar-lhe-ão, desde logo, a admiração dos militantes e eleitores, geradora do entusiasmo mobilizador susceptível de encarnar a vontade e o espírito da mudança imprescindível ao desenvolvimento e dignificação do País.
O partido deixará de ser um partido dócil e ninguém se atreverá a intimidá-lo nem a distinguir, de forma insidiosa, os interesses nacionais dos interesses defendidos e prosseguidos pelo PSD.
Porque o partido voltará a ter a independência de quem sabe o que quer, a ser igual a si próprio sem medos nem preconceitos, a representar a consciência nacional crítica e criadora que fez dele o partido mais português, como já diziam os «falcões» ou os «rurais» nos velhos tempos de combate contra o impasse, contra a descaracterização ideológica e sociológica, contra a docilização do líder e do partido.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Impasse nacional exige um PSD de ruptura

• O PSD não pode deixar passar sem resposta adequada a mais «inocente» manifestação da contra-informação do poder tentacular instalado pelos socialistas.
Estão gastos os tempos da «moderação e tolerância» e mostra-se insuficiente a simples «mudança».
O impasse da vida nacional exige que o PSD lidere um movimento libertador dos atrofiadores interesses instalados e de clara «ruptura» com a mentira, a hipocrisia, a insegurança e a incerteza, com a atrofia económica e a apatia social generalizada.

• Se a apresentação de três ou quatro candidatos à presidência do PSD é sinal de divisão do partido … então o PS já se teria volatizado depois da vitória de Sócrates em eleição com três candidatos e após ter sustentado duas candidaturas à Presidência da República.
E ele aí está, manhoso e perigosamente manipulador, em enérgicas manobras que fazem corar de vergonha os fracassados velhos socialistas que um dia sonharam criar um império de comunicação social para Mário Soares.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O que é que prejudica a imagem de Portual?

Não passava pela cabeça de ninguém acusar os opositores do velho Idi Amin de prejudicar a imagem do Uganda quando denunciavam nos aerópagos internacionais as arbitrariedades e opressão do seu regime e as indignidades da sua pessoa.
O que os mercados e os políticos internacionais pensavam era que importava remover o ditador para dignificar a vida dos pobres ugandeses.
Não sei porquê mas dei comigo a pensar isto ao ouvir os socialistas portugueses e alguns não socialistas mais tíbios a reagir à recente declaração de Paulo Rangel no Parlamento Europeu, acerca do comportamento de Sócrates face à comunicação social em Portugal.
E não consigo perceber.
Afinal o que é que prejudica a imagem de Portugal perante os mercados internacionais?
Será ter um primeiro ministro incapaz, de carácter duvidoso e sistematicamente envolvido em malfeitorias, que mente, manipula e é capaz de todos os disfarces para esconder a verdade ou os seus críticos?
O que é que será preciso remover para restabelecer a confiança?
Não terá Paulo Rangel prestado um relevante serviço ao mostrar aos mercados internacionais que em Portugal nem tudo é igual e que os portugueses sabem e podem governar e ser governados com seriedade e competência?
PS – Deixo para os especialistas a análise da natureza do Parlamento Europeu: será uma aerópago internacional ou uma instituição interna, de direito internacional ou direito interno?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O que está em causa é Sócrates

Sócrates e o seu governo passaram ao ataque.
Como é habitual, atacam ao lado para estabelecer a confusão.
Já ontem, num canal do grupo RTP, toda a gente previa o que se iria passar.
Um apresentador, notório agente da «informação» oficial, insistia querendo conduzir o debate entre dois políticos para um problema de divulgação de escutas e violação do segredo de justiça.
E de nada valia aos políticos afirmar que não estava em causa a divulgação de escutas nem a matéria em causa era protegida por segredo de justiça.
Mais tarde, o conhecido (sobretudo no Brasil) dirigente do PS, José Lello, mantinha o tom procurando espalhar ainda maior confusão.
Ora, a fonte do relevante serviço prestado pelo «O Sol» é um documento de um magistrado em que se revela uma fundada suspeita de que Sócrates e um pequeno grupo de apaniguados se associaram em conspiração, antes das eleições, para controlar orgãos de comunicação social e sanear jornalistas usando meios insidiosos.
Essa é a questão e é sobre ela que Sócrates se deve pronunciar.
Não está em causa o Procurador Geral da República nem o presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
O que está em causa é o primeiro ministro – é Sócrates, o homem, o governante, os seus métodos, o carácter de ambos!
Está em causa a Liberdade e a dignidade do Estado.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Nem o Zé do Telhado se atreveria a tanto ...

…Nem o Zé do Telhado se atreveria a tanto!

O ministro das Finanças convocou a comunicação social para dizer à Assembleia da República que se recusa a cumprir a lei.
Assim, sem mais nem menos: façam as leis que quiserem que eu só aplico as que quero!
Nem o Zé do Telhado se atreveria a tanto!
Por muito menos, em defesa da dignidade do Estado, respeito pelo povo português e prestígio das instituições soberanas, o governo de Sócrates já deveria ter contra si uma moção de censura na Assembleia da República.

PS – O Presidente da República «meteu-se» onde não era chamado, na Assembleia da República. Será que arrastar o País em crise e bandalheira geral passou a ser «boa moeda»?
Sócrates e este governo serão credíveis perante os mercados internacionais?
Quanto valerá a Madeira nos mercados internacionais?
Que «esperança» é esta do homem que um dia acreditou na mudança, na verdade e no rigor?
Vale a pena manter o pântano infestado só por causa de uma reeleição em que já ninguém acredita nem quer?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O Bom Serviço de Mário Crespo a Sócrates

Mário Crespo, da SIC Notícias, colocou-se mais uma vez no centro das atenções.
Diz-se o tema privilegiado de um encontro informal de governantes, a figura central das preocupações de uma pequeníssima tertúlia ocasional de ministros, o inimigo a abater pelos poderosos.
Mário Crespo coloca-se acima de matérias como o Orçamento do Estado e sente-se perseguido impiedosamente pelos malfeitores dos tempos modernos.
E tudo isto a partir de um restaurante e com fundamento na audição apurada de um cliente que, entre duas colheradas e um copo de bom tinto, escuta as conversas alheias nas mesas do lado.
À falta de mais precisão da conversa escutada e da identificação do tal executivo de televisão também membro da tertúlia governativa esta história da perseguição de Mário Crespo não passa de mais uma historieta.
Não há dúvida quanto à capacidade da Sócrates e dos seus ocasionais acompanhantes baixarem ao nível intelectual, técnico e ético de Mário Crespo.
Do mesmo modo não se questiona a monumental auto satisfação do inchado ego de Mário Crespo por encher as bocas do mundo que, certamente, lhe não regatearão encómios e as protecções devidas às vítimas injustiçadas.
O problema está na credibilidade de toda esta tramóia.
A estar tudo como ficou, mais uma vez Mário Crespo prestou um relevante bom serviço a Sócrates.
É que esta rábula de restaurante e má língua não deixará de constar do acervo de pequenas historietas com que a contra-informação oficial há-de demonstrar como e quão perseguido foi o infeliz primeiro ministro Sócrates, essa alma angustiada pela crise internacional e pela má fé das oposições.
E quando se falar de coisas sérias, o que há-de prevalecer é a conveniente mistura das historietas com as histórias.
As histórias serão reduzidas a historietas de restaurante, almoços e espreitadelas entre vizinhos de repasto e Sócrates nunca terá ouvido falar de Freeport nem de Vara nem de Faces Ocultas.
Só maquinações – coitado de Sócrates, dir-se-á.
Só é pena que o Instituto Francisco Sá Carneiro tenha notado esta nova saga de perseguições contra Mário Crespo como matéria de estudo e análise política.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Bom trabalho ... o da Anabela da SIC

Vi e não queria acreditar, no dia em que os jornalistas cumpriam a nobre missão «sugerida» pela contra-informação oficial de criar fortes emoções e tensão à volta da proposta de lei do Orçamento do Estado.

Anabela da SIC, uma das jornalistas mais destacadas como agente de Sócrates, cirandava, de «maroto olho vivo», pelos corredores da Assembleia da República.
Ela tinha uma missão: vigiar se algum deputado se prestava a declarações antes de a proposta de lei ser entregue ao Presidente da Assembleia da República.
Era preciso assegurar que toda a glória da apoteose se concentrasse no Ministro das Finanças.
E, ao espreitar na esquina de um corredor já a noite ia longa, eis que depara com o grave «furo do esquema»: um deputado falava com uma outra jornalista, sabe-se lá de que perigoso orgão de comunicação social.
Lesta e «sem papas na língua», aí vai a Anabela da SIC directa aos infractores, acaba com a conversa alheia e atira certeira e em directo ao deputado do Bloco de Esquerda: olhe lá, o que é que está aqui a dizer? Já conhece o orçamento? Olhe que ele ainda não foi entregue! Como é que pode pronunciar-se sobre uma coisa que ninguém conhece?
O jovem deputado, coitado, lá balbuciou umas coisas, que tinha notícias que iam saindo pela agência Lusa … e pronto, acabou por se retirar, humilde, envergonhado e obedientemente, desaparecendo na escuridão de outro corredor.
E, assim, a noite ficou toda por conta do Ministro das Finanças …

Bom trabalho o da Anabela da SIC.

É, certamente, resultado da «escola Santos Silva» que, durante os quatro anos do seu anterior governo, não deixou Cavaco Silva um minuto sem vigilância revolucionária … não fosse o Presidente eleito fazer o golpe de Estado que Santos Silva jurou que Cavaco Silva faria se fosse eleito.
Bom trabalho, também, nesses tempos de enorme tensão democrática.

Cavaco Silva não fez o golpe de Estado e Santos Silva controla agora as Forças Armadas como Ministro da Defesa.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Salazar, estaline e Hitler estão perdoados?

A dúvida que me atormenta refere-se à adequação ou não do sistema político do parlamentarismo ou semi-parlamentarismo aos tempos modernos.
Uma proposta de lei da maior relevância política nacional acaba de ser aprovada, antes de ser apresentada ao parlamento, com os votos favoráveis do PS, votos contra do PC e do BE e as abstenções do PSD e do PP/CDS.
O que é que resta fazer ao orgão soberania legislativo?

PS – Salazar, Lenine e Hitler estarão perdoados? E as «pesadas heranças» dos governos anteriores foram atiradas borda fora do léxico político desculpante?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Congresso do PSD é o rebate inadiável

Que interesses estarão a proteger todos quantos se opõem à reunião de um congresso extraordinário do PSD antes das eleições directas do presidente do partido?
Aparentemente, parece normal que um partido defina as suas grandes opções políticas e só depois eleja os dirigentes para a sua materialização.
E a história do PSD relata que os grandes movimentos de mobilização nasceram na preparação, reunião e das deliberações de congressos.
Valerá a pena recordar o congresso da Figueira da Foz onde os debates desenvolvidos e a posterior vitória de Eurico de Melo e Cavaco Silva quebraram um longo período de estagnação do partido catapultando o país para anos de desenvolvimento e progresso sob a direcção do PSD?
Não será a mudança política mais necessária hoje do que nos longínquos anos de 1985?
Portugal está em ruina; o governo não sabe nem quer governar; o partido do governo está moribundo e não tardará a rebentar em facções com fundamento nas eleições presidenciais; a esquerda marxista e a direita não querem a mudança; já ninguém acredita em ninguém.
O país espera pelos impulsos do PSD.
É por isso que o congresso do PSD se tornou o rebate inadiável, a última esperança de quebra do impasse nacional e geração de confiança.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Manuel Alegre tem cadastro governativo

Manuel Alegre assumiu a sua típica «arrogância aristocrática» e candidatou-se a eleições presidenciais com o apoio do elegante Bloco de Esquerda.
Nada de surpreendente, entre endinheirados e «gente bem nascida».
O que parece injusto é afirmar-se que Manuel Alegre não tem experiência governativa.
Será que já ninguém se lembra da sua prestação como secretário de Estado da Comunicação Social?
E da sua decisão de fechar o grupo «O Século» e pôr no desemprego todos os trabalhadores, alguns dos quais acabaram por se suicidar?
E os jornalistas e técnicos da comunicação social? Já passaram os efeitos do despacho de Manuel Alegre de «proibição do duplo emprego» que só durou até «resolver» o problema do afastamento de alguns profissionais?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PSD humilha-se por fruta podre

Não se conhece o que se falou nas «conversações» entre o ministro das Finanças e o PSD.
Sabe-se , sim, que o governo não vai ceder um milímetro e que o PSD já está sob coacção: se Sócrates aumentar os impostos a culpa é do PSD.
Ora toma – nem mais!
O PS parece estar a conseguir livrar-se da sua própria pesada herança.
Só ninguém percebe é qual é o problema de deixar cair o governo de Sócrates!?
Negociar o quê? Para quê? Com quem?
Valerá a pena segurar na árvore a fruta podre e já sem préstimo?
PS – Manuela Ferreira Leite é a candidata do PSD a primeiro ministro mas foi a única presidente de partido a baixar ao nível de ministro do PS. É triste quando as pessoas não sabem ou não querem pôr-se ao seu nível … sobretudo quando isso compromete a dignidade das instituições, ou melhor, do seu partido! Não chega de humilhações …?

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Alguém acredita na boa-fé de Sócrates e do PS

Ninguém percebeu ainda o que é que o governo e o PS pensam negociar com a oposição para se alcançar na Assembleia da República um acordo político responsável no âmbito do debate do orçamento do Estado.
Sabe-se que o PSD respondeu dizendo-se pronto a negociar mas segundo as condições que enunciou.

Aparentemente, tudo se conforma a uma reacção do governo/PS e do PSD ao convite de Cavaco Silva, na sua mensagem do Ano Novo.

Percebe-se a intenção do PSD que não quererá deixar ao governo o benefício de vítima da irresponsabilidade da oposição. E espera-se que tudo resulte de inteligente táctica e não de manifesta ingenuidade. Assim como que: «ah! Se queres negociar, então vamos a isto … e mostra lá o que vales»!

O que não se entende é a intenção do governo e do PS. E apenas porque os tempos já não são de jogos florais!?

Por um lado, vemos o primeiro Ministro Sócrates a persistir na prosaica acusação ao parlamento e ao mundo de que não é possível governar com dois orçamentos: um do governo e outro da Assembleia da República. O que supõe total indisponibilidade para qualquer acerto substancial com a oposição.

Por outro lado, vemos o PS, através do dirigente nacional do partido, António Costa, a insistir na tecla desgastada mas ofensiva de que o PSD está sem norte nem direcção, que não existe como organização política confiável, que é um partido ao Deus- dará, instável e imprevisível, desleal e infiel a compromissos, com quem não se pode negociar. Costa recusa-se a respeitar o PSD e os seus orgãos directivos legítimos e em pleno funcionamento.

Perante isto, sem objecto declarado nem «parceiro» confiável, alguém acredita na boa-fé negocial de Sócrates e do PS?

Será possível negociar-se o «nada» com o «ninguém»?

Está visto: Sócrates não muda de folclore e o PS mantém o mesmo cartaz do espectáculo!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O casamenro gay e a hipocrisia da «esquerda»

A esquerda de base marxista-leninista vai impedir a realização de um referendo.

Só os mais ingénuos ou distraidos podem surpreender-se com esta tenaz rejeição do voto popular.

Os comunistas do PCP mostraram bem logo nas primeiras eleições gerais que a vontade maioritária do povo é mera formalidade face ao poder efectivo de uma minoria escolhida na chamada elite revolucionária. É a política dos comités, das comissões, da direcção do partido.

Os outros comunistas, originários da UDP de má memória e agora agrupados no Bloco de Esquerda, acham que a participação popular que conta é a manifestada em plenários manipulados por meia dúzia de arrivistas que não hesitam em impôr a sua vontade à paulada se a ameaça e intimidação ou o cansaço não afastarem os mais temerários na afirmação de ideias próprias. É a política da vanguarda levada ao extremo, em que o próprio comité é, ele próprio, uma mera formalidade.

Os socialistas do PS, sem dúvida defensores de eleições, oscilam sempre entre agarrarem-se à vontade popular quando vencem e a sabotá-la quando perdem. É deles a formulação do estranho e bizarro conceito de ditadura da maioria sempre que as eleições os têm atirado para a oposição do mesmo modo que é deles a recusa de respeito pela vontade parlamentar quando as circunstâncias os colocam em minoria.

A rejeição de um referendo pela esquerda de base marxista ou marxista-leninista é, apenas, a natural demonstração de que a vontade popular é meramente instrumental, para uso conveniente e só quando for conveniente.

A democracia participativa, tão proclamada por esta esquerda, não passa, pois, de uma ficção hipócrita para encher discursos e exaltar recalcamentos ou ingenuidades.

Talvez, um dia, os eleitos percam o medo e deixem de se esconder do povo no período entre eleições.

Ou, quem sabe, talvez o povo aprenda a escolher os seus eleitos!